Paulo Apóstolo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, 13:2, iluminado pela Ascendência sobre si do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, argumentou: “Eu podia ter o dom da profecia; conhecer todos os mistérios e toda a ciência; ter fé capaz de transportar montanhas, logo que eu não tivesse Caridade [isto é, Amor], já não valia nada”.
Com base na inspirada assertiva do Apóstolo dos Gentios, concluímos que, se partirmos de cálculos científicos ou planejamentos sociais e políticos, sem que o Amor (sinônimo de Caridade) seja, de forma consciente, num plano superior, o elemento inicial e primordial, jamais alcançaremos o sentido maior da Criação e de Suas criaturas. Assim sendo, tudo o que fizermos ficará pela metade, com resultados aquém do pretendido ou contrários ao que fora almejado.
As palavras que estão faltando
Afinal de contas, a famosa passagem de João, o Evangelista e Profeta, em sua Primeira Epístola, 4:8, define o Pai Celestial como Amor. E vai mais adiante, na mesma Epístola, 4:20: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a Quem não vê”.
Essas palavras deveriam assectariamente fazer parte, por motivação óbvia, dos estatutos dos parlamentos do mundo e dos lugares onde se decidem os destinos dos seres da Terra e do Céu da Terra. E, dessa maneira iluminar os debates, o convívio e a vigência das leis nascidas nessas novas e melhores condições morais e espirituais.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Ao iniciar o Mês de março, mulheres sertanejas quiseram homenagear Sant’ana pelo dia internacional da mulher. Pensaram em realiza um almoço em honra a padroeira da cidade rainha do Seridó.
O que seria o presente? Perguntou professora Julia Medeiros!
Uma colcha de retalhos! Respondeu mãe Quininha.
Logo reuniram-se um grupo de muitas irmãs para pensar o presente.
A linha ficou por conta das irmãs Deodatos.
O recorte dos retalhos pelas irmãs Brasil
As irmãs Monteiro convidavam outras mulheres sobre a liderança de Dona Oscarina Torres.
Eram mulheres do povo! Domésticas, bordadeiras, lavadeiras, professoras, doutoras, cozinheiras, rezadeiras, costureiras, poetizas, religiosas, engomadeiras, mulheres de vida livre…. Mulheres de Caicó que com muito amor, zelo, sofrimento, vitórias e derrotas construíram a história desse povo.
Cada retalho costurado, regado a lágrimas e suor unidos a uma história de lutas, trabalho, conquistas e resistência.
Enquanto se tecia a peça de taco de retalhos, Dona Nailde Dantas providenciava o jantar conforme a culinária seridoense.
Maria de Tiburcio preparava em seu barraco a galinha caipira e o famoso arroz de graxa.
Inés de Borges preparava a paçoca de pilão e Côca o feijão com toucinho na escola Profissional.
Edite da verdura providenciava o vinagrete com as melhores verduras da feira livre do açougue.
E Raimunda Chagas, preparava uma deliciosa farofa de manteiga da terra de Dona Gertrudes
Ao meio a organização, Ana Raposa perguntou: O que termos para beber no almoço?
Logo, as irmãs Tavares iniciaram o preparo de um delicioso aluá feito de milho verde e abacaxi.
Enquanto o almoço era preparado em panelas de barro de Ana Louceira, as artesãs Maria Coelho e Raimunda Faísca providenciavam as travessas de barro para servir a comida.
Para adoçar o encontro foram encomendadas as cocadas de Dona Dalvaci Poroca e os cajus cristalizados de Rosário vale reconhecidos em toda cidade.
A apresentação cultural ficou sob a responsabilidade de Hilda Araújo e Ana de Félix que recitavam os mais belos versos sobre Caicó antigo.
O coral da catedral entoava o hino da padroeira de Palmyra Wanderley, sobre a regência de Paulina Fernandes, Bernadete, Celita Medeiros, Dona Generosa, Titica de Bento e Toinha do Rosário.
Na cozinha do Hospital do Seridó era providenciado por Sulivan Medeiros o cafezinho da tarde acompanhado dos biscoitos de Dona Dalva.
Enquanto tudo da culinária caicoense era providenciado, Larrimê e a bordadeira Maria Vale supervisionava a colcha de retalhos tecida por mulheres de diferentes raças, cores, credos, classes sociais e opções…. Mulheres casadas, solteiras, viúvas…. Mulheres idosas, doutouras, agricultoras, domésticas, com deficiência, transexuais ou de vida livre… Mulheres invisíveis de uma sociedade….. Todas tecendo a história de um povo….
Com muita dedicação, a peça emaranhada de retalhos foi lavada por dona Eufrásia de Zé Borracheiro em uma grande cheia do rio Barra Nova.
O engomado foi feito pelas irmãs cafumbós, que o fazia com maestria sob o calor do antigo ferro de brasa.
E a peça de retalhos foi docemente perfumada pelas irmãs Meiras, usando os bugaris de seu jardim e abençoadas com os rosários de Maria de Crispim e Eunice Catarina.
A embalagem ficou sobre os cuidados da artista plástica Davina, que produziu uma caixa pintada com o cenário do açude Itans.
Enfim, o almoço foi servido no Pavilhão da Catedral, onde todas foram recepcionadas por Santa Costa e Arlete Rocha.
O presente foi entregue pela irmã Lúcia do Abrigo que contemplou o sereno sorriso da avó de Jesus. O sublime momento foi registrado pela máquina fotográfica de Maria de Bento.
Na grande mesa registrava as presenças de: Bernadete Ginani, Auta de Souza, Dona Myrtilla Lobo, Ana do leite, Iracema Trindade, Dona Guilhermina, Rosa de Lima, Socorro Queiroz, Dona Patucina, Generina Vale, Maria Rufino, Telecila Freitas, Nina Barinova, Damiana, Dona Venice, Odete, Cristina do Pescador, Arnilda, Zefa Baú, Irmã Coleta, Marta Araújo, Dora de Aldo Aires, Chiquinha Zélia, Nice de Antônio Pretinho, Dona Rosa Oliveira, Mariinha do cachorro quente, a cigana Inês Velha e tantas outras que construíram cada retalho do nosso Caicó.
A colcha, a manta, o cobertor que hora tecido neste torrão é a história de mulheres que não se cansa, que não desiste e nem foge à luta…. Um povo que inventa e se reinventa todos os dias resistindo uma seca, uma fome, uma pandemia…. Um preconceito!
Mulheres vitoriosas! Mulheres do Seridó!
Mulheres da nossa história! Mulheres de Caicó!
Hoje se faz necessário pôr abaixo as bastilhas invisíveis, todavia, de consequências bem palpáveis: espirituais, morais, psicológicas, do sentimento.
Paiva Netto
Dia 14 de julho. Completam-se 233 anos da Queda da Bastilha, episódio que deflagrou a Revolução Francesa (infelizmente manchada pelo sangue dos guilhotinados), cujas origens remontam aos enciclopedistas, vanguardeiros do iluminismo. Relativo ao tema, selecionei apontamentos meus, ao longo do tempo, de palestras, programas de rádio, TV e de artigos publicados no Brasil e no exterior.
Não tenho pretensão de discutir aspectos históricos ― existem bons livros para isso ―, contudo extrair uma importante analogia sobre quanto ainda é forçoso trilhar a fim de que as populações da Terra deixem ruir de suas mentes e corações a pior de todas as bastilhas: a ignorância acerca da realidade gritante da vida após o fenômeno da morte. Fator decisivo para que a valorização do ser integral (corpo e Espírito) dite as regras dos governos das nações no terceiro milênio: Quando garoto, devia ter 9 para 10 anos, assisti com meu pai, Bruno Simões de Paiva (1911-2000), no Rio de Janeiro, a um filme sobre o 14 de julho.
Nos séculos 17 e 18, o absolutismo monárquico atingira intensa projeção. Como geralmente acontece nas relações cotidianas, se afastadas do respeito ao Espírito Eterno do ser humano, houve por parte da monarquia francesa um descaso tremendo com as necessidades básicas do seu povo, cuja expressão mais grotesca seria a frase atribuída à rainha Maria Antonieta (1755-1793). Ao ser informada por um dos cortesões de que o barulho que a importunava vinha das massas famintas clamando por pão, teria ela debochado: “Por que não comem brioche?”
Tal contingência desumana tinha de desmoronar por força do curso inexorável da História. A população de Paris, em 14 de julho de 1789, desesperada, marchou contra a prisão, símbolo da tirania de que desejava livrar-se.
Abrir caminhos
No filme de que lhes falei há uma cena impressionante. Ela representa as pessoas que não temem abrir caminhos: o povo estava de um lado e aqueles que protegiam a Bastilha, do outro. Entretanto, os que ameaçavam invadi-la, com temor, não avançavam. De repente, um homem destacou-se do meio daquela multidão e atravessou a ponte que cobria o fosso, sendo abatido por uma descarga de tiros. Esse ato de coragem fez com que os demais o imitassem e, assim, conseguissem entrar na fortaleza. Parece perspectiva romântica de um momento trágico, porém retrata de modo irretocável uma verdade: há sempre alguém que se sacrifica pela mudança substancial do status quo. Não é preciso levar bala para que as transformações ocorram. Há outros choques que ferem mais os vanguardeiros, a exemplo da incompreensão, da inveja, do preconceito, da perseguição e do boicote.
Na sequência do longa-metragem, observamos a tomada da prisão, destruída de cima a baixo.
Existem aqueles que, tentando minimizar o fato histórico, apresentam uma argumentação frugal de que o famoso cárcere não mais tinha relevância naquele período, pois apenas uns poucos presos lá se encontravam.
Ora, o que o povo demoliu não só foi a construção de pedra; no entanto, o mais expressivo emblema, para ele, do absolutismo dinástico!
E a palavra dinastia pode, por extensão, significar muita coisa, uma vez que funciona tanto no feudalismo quanto na burguesia, no capitalismo e no próprio comunismo. Dinastia não implica somente a sucessão por sangue. Existe uma pior: a da ambição desmedida que arrasa o ser vivente, sob qualquer regime.
Uma nova civilização
Hoje se faz necessário pôr abaixo as bastilhas invisíveis, todavia de consequências bem palpáveis: espirituais, morais, psicológicas, do sentimento.
Façamos florescer uma civilização nova a partir da postura espiritual e mental elevada de cada criatura. Já dizia um filósofo: “A fronteira mais difícil a ser ultrapassada é a do cérebro humano”.
O homem foi à Lua, observou com seus equipamentos os confins do Universo em que habita, mas ainda não conhece a si mesmo. E descobrir os potenciais que cada um possui para o bem de si próprio e da coletividade é providência certa na construção “do Novo Céu e da Nova Terra”, anunciados por Jesus em Seu Apocalipse (21:1 a 8).
O Templo da Boa Vontade — aclamado pelo povo como uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF, Brasil, e que, segundo dados oficiais da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), é o monumento mais visitado da capital do país — convida as criaturas a essa epopeia de empreender uma viagem ao seu próprio interior. Feito isso, sair até mesmo da Via Láctea será facílimo: desde que descubramos o âmago celeste de nosso ser, pois, na verdade, para o Espírito, o espaço não existe.
Assegurou Jesus: “Tudo é possível àquele que crê” (Evangelho, segundo Marcos, 9:23).
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
Estou comemorando mais um ano de trabalho na Legião da Boa Vontade (LBV). Amanhecia 29 de junho de 1956 – Dia de São Pedro e São Paulo. Nasci no Rio de Janeiro. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei o rádio. Estava no ar a Rádio Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de Noite Feliz! — de Joseph Möhr (1792-1848) e Franz Grüber (1787-1863) — em tempo ainda distante do Natal. E logo vibrou a palavra de Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da LBV. Esse fato mudou a minha vida, tal qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos merecedores “de limpar-Lhe o pó das sandálias”: Jesus! Zarur entoava o “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos de Boa Vontade!” (Evangelho, segundo Lucas, 2:14). Naquela hora, como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário: percebi que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz alguns pensarem que este mundo seja um açougue. Tenho Espírito. Não em resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência situa-se além do corpo, como que havendo uma mente psíquica fora do cérebro somático. (…) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que um dia se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na grandeza de sua melodia. (…) No mesmo instante, virei-me para minha saudosa mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994), e, decidido, sentenciei: “É com esse que eu vou!”.
Aprendi nestes anos de vida legionária que ninguém faz nada sozinho. No meu 67o aniversário de trabalho nesta Obra – que luta ininterruptamente “por um Brasil melhor e uma humanidade mais feliz” – compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio às nossas iniciativas, formam a grande família da Boa Vontade de Deus.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Com uma mensagem de ânimo e esperança, o empreendedor e escritor Josué Júnior agitou o público de mais de 50 mil pessoas no estádio do Mineirão, durante o evento Ore Comigo Music Festival, neste final de semana
Belo Horizonte foi impactada neste final de semana com o maior evento gospel já realizado no Estado, o Ore Comigo Music Festival, que aconteceu no último sábado, no estádio do Mineirão, para mais de 50 mil pessoas. Sucesso absoluto, o evento contou com a presença de Josué Júnior, CEO da Distribuidora Evangélica Ômega, parceira da celebração, como convidado oficial do line-up, onde compartilhou com o público uma palavra sobre o poder da oração para a transformação da mente.
Ao subir ao palco, Josué resumiu um pouco de sua trajetória. “Nasci e cresci em Ribeirão das Neves. Aos 10 anos comecei a trabalhar como camelô, junto com a minha família e hoje estamos à frente da maior distribuidora de produtos evangélicos do país, a Ômega. Por isso, acredite, seja forte e corajoso! Ative a sua mente e você vencerá os seus medos”, destacou.
Durante a sua apresentação, o escritor mencionou ainda o lançamento em breve do seu mais novo livro “Força e Coragem”.
Segundo Josué Júnior foi uma honra e privilégio ter pisado no palco de um dos cenários mais incríveis que já vimos em BH e ao lado de mais de 40 referências no Louvor e Palavra do Brasil. “Foram mais de 12 horas de louvor, oração e adoração para a glória de Deus! E eu estou impactado e transbordando pelo que Deus fez aqui”.
O Ore Comigo apresentou um ambiente único de muita adoração, louvor e compartilhamento da palavra entre os fiéis. “A união de um público com mais de 50 mil pessoas em um só propósito cria uma atmosfera de comunhão, onde cristãos podem se conectar uns com os outros, compartilhar experiências e fortalecer os laços da fé. Essa comunhão é fundamental para encorajar, motivar e inspirar uns aos outros a viverem uma vida cristã autêntica e a impactarem o mundo com valores e princípios cristãos”, afirmou Josué.
Além disso, recebeu em seu camarote, familiares, artistas e empresários que prestigiaram esse momento tão importante, compartilhando o palco e trocando experiências nos bastidores como os empresários Fábio Lacerda, Davi Braga, Sandro Gonzalez, os cantores André Valadão, André e Felipe, pastores Márcio Valadão, Antônio Júnior, Bruno Brito e Ezenete Rodrigues, escritores Tiago Brunet e Paulo Vieira, o presidente da Rádio Itatiaia Diogo Gonçalves, dentre outras personalidades.
Café com influenciadores
Já na manhã de ontem (domingo), o empreendedor abriu a sua casa para um brunch com influenciadores, preparado com muito carinho por ele e sua esposa Josiane Mendes, consultora de imagem e estilo. O casal recebeu 14 influenciadores locais e de outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, para um momento de mentoria e confraternização com muita comunhão, descontração e criação de conteúdo.
Na ocasião, os influenciadores tiveram um momento de mentoria com o Josué que compartilhou valiosos ensinamentos sobre carreira e sucesso, encorajando e inspirando os jovens criadores de conteúdo por meio de sua trajetória, princípios e ferramentas para alcançarem os propósitos de Deus através de cada publicação.
Fonte: Josué Júnior – É um empreendedor visionário, CEO e gestor em múltiplos segmentos de atividades. Graduado em Direito e pós-graduado em Gestão de Negócios, ele se destaca como especialista em liderança estratégica e aceleração de negócios. Além disso, é entusiasta em desenvolvimento pessoal e análise comportamental, palestrante, mentor de pessoas e escritor, integrando a fé aos negócios – @josuecunhajunior @omega.distribuidora
A Paz é o que todos buscamos. Mas a verdadeira Paz nasce no coração daqueles que fazem as nações. O trabalho integrado em Deus e em Suas Leis Supremas é a única opção digna do mundo de hoje e de amanhã. Eis a razão da importância do exemplo de todos os religiosos que devem saber criar a Paz, não somente dentro de cada rebanho, mas principalmente entre eles. A Paz religiosa é a primeira a ser alcançada. Da Paz interior, gerada por uma nova postura universalista, ecumênica, portanto fraterna, é que nascerá a Paz social, a Paz institucional e a desejada Paz internacional. O Ecumenismo eleva-nos à procura de soluções globais, dentro do seu espírito de Fraternidade. A LBV é tão ecumênica que não impõe a ninguém a obrigação de aceitar o Ecumenismo Irrestrito.
O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (o ParlaMundi da LBV) convocará à ação lúcida e de bom senso todos os seres de Boa Vontade do Brasil e do mundo, que estejam dispostos a servir à humanidade, engajados na proposta abrangente e divinamente democrática da Política de Deus.
Não se erige uma pátria melhor e um povo mais feliz fazendo coleção de seus defeitos; todavia, corrigindo-os e catalisando os acertos dela. É verdadeiro suicídio querer compatibilizar os homens por aquilo que têm de condenável. A conciliação tem de ser feita por cima: por suas virtudes e qualidades eternas.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Religião, como sublimação do sentimento, é para tornar o ser humano melhor, integrando-o no seu Criador pelo exercício da Fraternidade e da Justiça entre as Suas criaturas. O Pai Celestial é fonte inesgotável de Sabedoria e Misericórdia quando não concebido como caricatura, estereótipo, ódio, vingança, porquanto “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8), sinônimo de Caridade.
Com apurado senso de oportunidade, preconiza o Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele!” — no Corão Sagrado, Surata Al ‘Ankabut (A Aranha), 29:46: “(…) Cremos no que nos foi revelado e no que vos foi revelado. Nosso Deus e vosso Deus é o mesmo. A Ele nos submetemos”.
Vêm-me à lembrança estas palavras de Santa Teresa de Ávila (1515-1582): “Procuremos, então, sempre olhar as virtudes e as coisas boas que virmos nos outros e tapar-lhes os defeitos com os nossos grandes pecados”.
Religião na vanguarda
Tudo evolui. Ontem os homens diziam, por exemplo, que a Terra era chata. Afirmava-se que o nosso planeta seria o centro do Universo. Por que então, as religiões teriam de estacionar no tempo? Pelo contrário. Religião, quando sinônimo de Solidariedade e Misericórdia, tem de iluminar harmoniosamente a vanguarda de tudo: da Filosofia, da Ciência, da Política, da Arte, do Esporte, da Economia etc. É também por intermédio dela — a Religião — que Deus, que é Amor, nos manda os mais potentes raios da Sua Generosidade. Jesus, que é Um com o Pai, declarou: “Eu sou a Luz do mundo!” (Evangelho, segundo João, 8:12).
Vejam bem: Ele se proclamou a Luz do mundo, e não apenas de uma parte da sociedade humana. Daí o valor extraordinário da afirmativa de Zarur: “Religião, Ciência, Filosofia e Política são quatro aspectos da mesma Verdade, que é Deus”.
Mas o Pai Celestial igualmente nos esclarece, com a potência de Sua Sabedoria, por meio da Ciência, da Filosofia, da Economia, da Arte, da Música, do Esporte — por que não?! é melhor a prática do bom Esporte do que a guerra. Quanto à corrupção, aos anabolizantes e a tudo o que envergonha a paixão de Pierre de Coubertin (1863-1937) — que trouxe de volta, depois de 1.500 anos, os Jogos Olímpicos —, tomem-se, sempre que necessárias, medidas enérgicas.
Num planeta constantemente em graves litígios, que resultaram em guerras mundiais avassaladoras, nosso esforço é que, em harmonia, evoluamos em todos os territórios do conhecimento espiritual-humano.
Bem a propósito esta meditação do nada menos que cético Voltaire (1694-1778): “A tolerância é tão necessária na política como na religião. Só o orgulho é intolerante. (…)”
Para amainar a frieza de coração
Cabe reiterar esta máxima abrangente de Zarur: “Religião, Ciência, Filosofia e Política são quatro aspectos da mesma Verdade, que é Deus”.
Ora, querer conservar os ramos do saber universal confinados em departamentos estanques, em preconceituosa conflagração, tem sido a origem de muitos males que nos assolam, em especial tratando-se de Religião, entendida no mais alto sentido. É principalmente de sua área que deve provir o espírito solidário, que, faltando à Comunicação, à Ciência, à Filosofia, à Educação, à Economia, à Arte, ao Esporte, à Política e à própria Religião, resulta na frieza de sentimentos que tem caracterizado as relações humanas nestes últimos tempos.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
Nas vindouras gerações esclarecidas repousa a Esperança de um mundo melhor! Por isso, costumo afirmar que o jovem é o futuro no presente. Confiemos nele!
Não foi sem razão que o célebre filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) declarou: “Todos quantos têm meditado na arte de governar o gênero humano acabam por se convencer de que a sorte dos impérios depende da educação da mocidade”.
Eis aí! Por isso, fiz colocar essa máxima do famoso estagirita, grafada em letras douradas, em um grande totem, ao lado do frontispício do Instituto de Educação da LBV, na capital paulista. A escola faz parte do Conjunto Educacional Boa Vontade, formado também pela Supercreche Jesus.
Educação de qualidade, Solidariedade e Espiritualidade Ecumênica são indispensáveis à formação do ser integral. Tais valores refletem a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que compõem a linha educacional que criamos e que é aplicada com sucesso na rede de ensino da LBV e nos serviços e programas socioeducacionais da Instituição.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
No tempo pascal, os evangelhos proclamados nas missas apresentam diversas ocasiões em que Jesus Ressuscitado aparece para seus discípulos. Em uma dessas aparições, o evangelista São João narra que Jesus lhes disse: “A paz esteja convosco!” Em seguida, Jesus mostrou-lhes as mãos e o lado, de modo que os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Continua a narrativa: “Novamente, Jesus disse: ‘A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio'” (Jo 20,21).
Ao desejarmos uns aos outros votos de Feliz Páscoa, seria muito importante assumirmos um compromisso em promover a paz, esse esplêndido dom que o Senhor Ressuscitado oferece a todos aqueles que nele creem. Essa paz não significa simplesmente ausência de conflitos e tensões, mas é uma graça da Páscoa de Cristo, consequência da nova e eterna aliança estabelecida entre Deus e a humanidade por meio do mistério da morte de Jesus na cruz e sua gloriosa ressurreição.
No sermão da montanha, Jesus ensina que a paz é uma bem-aventurança, ou seja, são felizes aqueles que a promovem, porque serão chamados filhos de Deus (cf. Mt 5,9). Promover a paz é deixar-se conduzir pelo Espírito do Ressuscitado, de modo a corajosamente derrubar muros que foram erguidos pelo pecado, com suas manifestações de ódio, traição, preconceito, que considera o outro um inimigo a ser eliminado da face da terra. Muros erguidos por motivações políticas sem qualquer compromisso com a promoção do bem comum e da justiça social; muros erguidos até mesmo por alguns cristãos, cuja motivação religiosa nem sempre considera a revelação feita por Jesus a respeito do mistério de Deus, que é amor, justiça, misericórdia, comunhão, paz.
Quem faz valer o compromisso batismal, por causa de sua vocação de filho de Deus em Cristo Jesus, faz questão de testemunhar a fé procurando construir pontes, unindo no amor o coração das pessoas com o coração de Deus e delas entre si. Ajudar as pessoas em seu processo de reconciliação, muitas vezes doloroso e dramático, é uma linda maneira de testemunhar o amor de Deus, testemunhar que o Senhor Ressuscitado, vencedor da morte e do pecado, nos tornou participantes de sua santidade, de seu Reino de amor e paz.
No primeiro dia do ano de 2023, em sua mensagem por ocasião do dia mundial da paz, Papa Francisco destacou o modo como a humanidade soube superar os problemas impostos pela pandemia da covid-19, por exemplo, através “de respostas que viram grupos sociais, instituições públicas e privadas, organizações internacionais unidos para responder ao desafio, deixando de lado interesses particulares”. Em seguida, o Santo Padre faz menção à paz, afirmando que “Só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado nos pode ajudar a superar as crises pessoais, sociais e mundiais”.
Em nome da Canção Nova, entrego a você, meu irmão, minha irmã, essa singela reflexão, com um sincero desejo de que a Páscoa de Jesus ressuscitado seja celebrada de tal forma que a paz do Senhor transforme a nossa vida pessoal, familiar e comunitária, colaborando assim com a edificação de um mundo mais fraterno, solidário e justo, na expectativa de alcançarmos a paz sem fim.
* Padre Wagner Ferreira da Silva é presidente da Comunidade Canção Nova.
Diagnósticos de depressão e ansiedade graves, assim como quadros psicóticos de humor e personalidade, têm crescido, trazendo grande preocupação. Segundo o Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 16 de junho de 2022, houve aumento alarmante de transtornos mentais desde 2019, tendo piorado após a pandemia de Covid-19. A OMS, em 2019, estimava que a ansiedade representava 31% e a depressão, 28,9% de um total de 1 bilhão de pessoas afetadas no mundo. O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países da América Latina, de acordo com dados da OPAS/OMS. A OMS ainda estima que houve um aumento dos casos de depressão e ansiedade de 25% no mundo todo durante o primeiro ano do surto do coronavírus. Essas enfermidades continuam sendo a principal causa de incapacidade em todo mundo.
Ainda que parte dessas ocorrências possa estar catalogada de forma imprecisa como distúrbio — pois entendemos que há também o conjunto de naturais manifestações de uma sensitividade espiritual necessitada de equilíbrio e de orientação específica —, observa-se que o tema é verdadeiramente digno de um olhar da sociedade mais atento, cuidadoso e livre de qualquer preconceito.
Afinal, ainda há muito a se compreender, espiritual e materialmente falando. Portanto, não se deve ter vergonha ou medo de diagnósticos dessa natureza. Pelo contrário. É preciso encará-los com serenidade e Fé Realizante, a fim de enfrentar e superar qualquer aspecto clínico adverso, contando sempre com o indispensável amparo de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Costumo afirmar que o organismo humano é a mais extraordinária máquina do mundo. Mesmo assim, falha. Contudo, com Amor Fraterno até os remédios passam a ter melhor resultado. (…)
Pari passu com as políticas públicas e com os cuidados médicos, psiquiátricos e psicológicos dispensados aos pacientes, não se pode deixar de lado, nos diálogos em família e em comunidade, o devido suporte social e a imprescindível presença da Espiritualidade Ecumênica. É indispensável o esclarecimento dos que os cercam sobre a importância de seguir com seriedade o tratamento medicamentoso e psicoterapêutico prescrito, porquanto é Jesus, o Taumaturgo Celeste, quem nos afiança: “Na vossa perseverança, salvareis as vossas Almas” (Evangelho, segundo Lucas, 21:19).
O Mundo Espiritual não é uma abstração. Ele é (ainda) invisível, mas existe. Não abdiquemos de sua valiosa contribuição à nossa melhora física, que tem início na saúde espiritual.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
Constantemente me chegam cartas, bilhetes, recados daqueles que enfrentam grandes padecimentos. São mães cujos filhos morreram, pais lutando para afastar seres queridos do vício, jovens à procura de um rumo certo, gente fragilizada por um mal incurável, velhinhos abandonados por quem lhes deveria proteger a existência. E igualmente há o problema da “solidão acompanhada”. Talvez seja um dos fatores pelos quais as pessoas hoje se exponham tanto, como a dizer, apesar de toda a proclamação de sucesso que se lhes fazem: “Ei, estou aqui! Também tenho coração!”
Uma senhora, a quem chamarei de Dona Rosalina, é uma dessas criaturas sofridas que anseiam, pelo menos, por uma palavra de conforto. Não vou entrar na particularidade do seu caso. Mas posso revelar uma pequena sugestão que lhe fiz e que, segundo me relata, lhe tem servido de apoio.
Vali-me de minha própria experiência. Nas horas de dificuldade, quando parece que não há saídas para certas questões, recorro à oração e ganho forças para o trabalho. E não me tenho arrependido, ao concordar com o lema do venerável São Bento (480-547): “Ora et labora” [Ora e trabalha].
Passei-lhe então uma prece que, pela primeira vez, ouvi do saudoso mineiro de Santos Dumont, Geraldo de Aquino (1912-1984). Espero que sirva a quem me honra com a atenção, se, na liça diária, estiver atravessando provações que, às vezes, não pode revelar ao maior amigo ou à mais sincera confidente. Ninguém, religioso ou ateu, se encontra livre disso.
A Caridade não é cativa da restritíssima acepção a que alguns a querem condenar. Defendo, há décadas, que se trata da mais elevada Política, porquanto constitui ferramenta imprescindível para ajustar os mecanismos de uma sociedade ainda hoje regida pelo individualismo oportunista. Ilumina o Espírito do cidadão. Ela inflama a coragem da gente. Por que perder a Esperança? A primeira vítima do desespero é o desesperado.
Vamos, então, elevar o pensamento a Deus com o enlevo de tocante oração. De autoria do Espírito Cáritas, a súplica foi psicografada na noite de Natal de 1873, por madame W. Krell, em Bordeaux, França, e publicada em Rayonnements de la Vie Spirituelle [Irradiações da Vida Espiritual].
Prece de Cáritas
“Deus, nosso Pai,/ que sois todo Poder e Bondade,/ dai força àqueles que passam pela provação,/ dai luz àqueles que procuram a Verdade,/ ponde no coração do homem a Compaixão e a Caridade./ Deus!/ Dai ao viajor a estrela-guia,/ ao aflito, a consolação, ao doente, o repouso./ Induzi o culpado ao arrependimento./ Dai ao Espírito a Verdade,/ à criança, o guia,/ ao órfão, o pai./ Senhor! Que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes./ Piedade, Senhor,/ para aqueles que não Vos conhecem,/ esperança para aqueles que sofrem./ Que a Vossa Bondade permita/ aos Espíritos consoladores/ derramarem por toda a parte a Paz,/ a Esperança, a Fé!/ Ó Deus!/ Um raio, uma centelha do Vosso Amor/ pode iluminar a Terra,/ deixai-nos beber nas fontes/ dessa Bondade fecunda e infinita./ E todas as lágrimas secarão,/ todas as dores se acalmarão./ Um só coração, um só pensamento/ subirá até Vós,/ como um grito de reconhecimento e de Amor./ Como Moisés sobre a montanha,/ nós Vos esperamos com os braços abertos,/ Ó Bondade,/ Ó Beleza,/ Ó Perfeição. Nós queremos, de alguma sorte,/ merecer a Vossa misericórdia./ Deus!/ Dai-nos força,/ ajudai o nosso progresso/ a fim de subirmos até Vós;/ dai-nos a Caridade pura e a humildade;/ dai-nos a fé e a razão;/ dai-nos a simplicidade,/ Pai,/ que fará de nossas Almas/ o espelho onde se refletirá/ a Vossa Divina Imagem.”
Costumo dizer que orar é viver a Lei de Deus a todo momento, porque fala ao coração, e este é a porta de Deus em nós.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
No artigo de hoje, comentaremos acerca da tese do médico norte-americano Stuart Hameroff e do físico britânico sir Roger Penrose segundo a qual a existência da Alma pode ser comprovada cientificamente. Tomando por base uma teoria de 1996, sugerem que o cérebro seria uma máquina biológica, com 100 bilhões de neurônios, funcionando como rede de informação.
Entrevistados pelo jornal inglês Daily Mail, os pesquisadores explicaram a teoria quântica da consciência, pela qual as Almas estariam contidas em estruturas denominadas microtúbulos, localizadas, por sua vez, nas células cerebrais. A gravidade quântica nesses microtúbulos é, na opinião deles, a responsável pelas experiências da consciência.
Exemplifica o dr. Hameroff: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída. Ela não pode ser destruída; simplesmente, é distribuída e dissipada pelo universo. (…) Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos, e ele passa por uma EQM (experiência de quase-morte)”.
O Espírito e a Mente
Ainda são teorias. Mas observamos crescente interesse sobre o tema, cujo campo de pesquisa é muito vasto. Todavia, necessário se faz ressaltar que o Espírito ou a Alma não se resume a uma projeção da mente carnal, o raciocínio material. Trata-se de essência eterna e inteligente que, enquanto ligada ao corpo — por um fio luminoso que se desprende por efeito da morte —, anima a vida como a conhecemos no mundo. Salomão, o governante sábio, em Eclesiastes, 12:6 e 7, fala-nos desse “fio de prata”, que, ao se romper, leva o pó (corpo) de volta à terra de onde veio, e o Espírito retorna a Deus, que o concedeu. Na verdade, como há décadas dizemos, o Espírito não é simples projeção da mente.
A Ciência chegará ao Espírito
Escrevendo no Jornal de Brasília, em 20 de junho de 1991, afirmei que tempo há de vir em que o Espírito será claramente levado por todos em consideração. A Ciência está chegando até ele: o que a Religião intui a Ciência um dia comprovará em laboratório. (Bem que, na área científica, como tantas vezes já afirmei, não pode haver convicções pétreas nem negações sem remissão.) Ciência sem Religião pode tornar-se secura de Alma. Religião sem Ciência pode descambar para o fanatismo. Por isso, na época ideal que todos desejamos ver surgir no horizonte da História, a Ciência (cérebro, mente), iluminada pelo Amor (Religião, coração fraterno), elevará o ser humano à conquista da Verdade. Assim como houve acelerado progresso material neste século 20 (estávamos em 1991) — rapidamente passamos da carroça para o foguete interplanetário —, ocorrerá o mesmo no campo do sentimento (Espírito), de modo que se estabeleça um mundo mais apreciável. Conforme dizia o poeta e jornalista Alziro Zarur (1914-1979): “Atingir o equilíbrio é a meta suprema. O Bem nunca será vencido pelo mal”. Tal equilíbrio virá quando a criatura, pelo Amor ou pela Dor, compreender que é preciso aliar à inteligência do cérebro a do coração. De qualquer forma a humanidade evolui sempre… Ou será que, materialmente falando, estamos ainda nos tempos das cavernas?!… Evidente que não! O mesmo se dará no campo moral-espiritual, e creio que mais pelo efeito da Mestra Dor, que, por sinal, é a libertação da Alma.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
O mito de Sísifo fala sobre um personagem da mitologia grega considerado o mais inteligente e esperto dos mortais. Entretanto, ele desafiou e enganou os deuses.Como castigo, os deuses condenaram Sísifo a uma tarefa impossível: empurrar uma enorme pedra até o topo de uma montanha íngreme, apenas para vê-la rolar de volta para baixo, repetidamente, por toda a eternidade.
Mauricio Ferro, advogado e palestrante com Mestrado (LLM) pela University of London e pela London School of Economics, com especialização em direito comercial e mercado de capitais observa que a lenda de Sísifo é uma história da mitologia grega que foi imortalizada pelo filósofo francês Albert Camus em seu livro “O Mito de Sísifo”.
Segundo a lenda, Sísifo era o rei de Éfira, na Grécia antiga, que hoje se chama Corinto, localizado na região do Peloponeso. Sua punição consistia em executar a tarefa aparentemente impossível de rolar uma pedra pesada até o topo de uma montanha íngreme, apenas para vê-la rolar de volta para baixo novamente, obrigando Sísifo a recomeçar a tarefa indefinidamente.
A lenda de Sísifo é frequentemente utilizada para ilustrar o conceito do absurdo, que é a ideia de que a vida não tem um propósito ou significado intrínseco. De acordo com Camus, a situação de Sísifo simboliza a condição humana: estamos presos em uma vida sem sentido, mas ainda assim temos a liberdade de encontrar nossa própria alegria e propósito em meio ao absurdo.
Essa lenda tem sido muito debatida por filósofos e escritores, e tem sido interpretada de várias maneiras. Em geral, porém, a história de Sísifo serve como um lembrete da importância de encontrar significado e propósito em nossas vidas, apesar das dificuldades e desafios que enfrentamos.
Mauricio Ferro, explica que a história de Sísifo é frequentemente interpretada como uma metáfora para a luta humana contra o absurdo da existência. Sísifo é obrigado a rolar a pedra sem esperança de sucesso ou recompensa, assim como muitas vezes nos sentimos presos em tarefas e desafios que parecem sem sentido.
No entanto, Ferro destaca a coragem e a determinação de Sísifo em persistir na tarefa, apesar da futilidade de seus esforços. Essa perseverança pode ser vista como um exemplo de como devemos enfrentar os desafios em nossas próprias vidas, mantendo-nos firmes em nossos objetivos, mesmo quando o sucesso parece improvável.
Assim, a história de Sísifo tem sido interpretada de várias maneiras ao longo da história, mas sua mensagem principal é sobre a natureza da existência humana e o valor da perseverança diante das dificuldades da vida.
Essa é uma perspectiva importante na vida de qualquer um. Embora haja momentos difíceis e desafios a serem enfrentados, a vida também pode ser cheia de momentos de alegria, amor e realização.
Ferro, atenta que ao longo da vida, enfrentamos diferentes obstáculos e situações que nos exigem resiliência e perseverança, mas é importante lembrar que também temos a capacidade de aprender com essas experiências e crescer como seres humanos.
Além disso, a vida pode ser enriquecedora e recompensadora quando encontramos nossos propósitos e paixões e as perseguimos com determinação. É importante manter uma mentalidade positiva e estar aberto a novas oportunidades e experiências.
Embora haja momentos difíceis e momentos de luta, a vida pode ser uma jornada significativa e gratificante se nos concentrarmos em cultivar relacionamentos saudáveis, aprender coisas novas e encontrar propósito e significado em nossas vidas.
Desde a madrugada de segunda-feira, dia 6 de fevereiro, todos nós temos nos comovido com as consequências do terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter, cujo epicentro foi o povoado de Kahramanmaras, no sudoeste da Turquia, próximo à fronteira com a Síria, provocando grande destruição nesses dois países. Por volta de 1.500 réplicas foram registradas após o tremor inicial, em um raio de alcance de 250 quilômetros, afetando centenas de municípios. Até o fechamento deste artigo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reportou mais de 35 mil mortes nas áreas atingidas, além de dezenas de milhares de feridos e desaparecidos. Estima-se cerca de 1,5 milhão de desabrigados. Israel, Iraque, Chipre e Líbano também sentiram os efeitos desse abalo sísmico, mas, felizmente, não houve vítimas nesses locais. A OMS avalia ainda que 26 milhões de pessoas foram potencialmente expostas aos desdobramentos dessa catástrofe.
Endereçamos as nossas mais sinceras vibrações de solidariedade aos que têm sofrido com esse que está sendo considerado o sétimo maior desastre natural do século 21. Quanto aos que nos antecederam no caminho da Grande Pátria Espiritual, o Mundo da Verdade, o nosso conforto é que os mortos não morrem. Onde quer que se encontrem, estão mais vivos do que nunca. Rogamos o amparo compassivo dos Anjos Celestiais, Almas Benditas, Espíritos Luminosos, Numes Tutelares, enfim, seres amigos que abraçam nossas Irmãs e nossos Irmãos desencarnados nestes dias de dor. Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, acolhe a todos os habitantes da Terra e do Céu da Terra, com Seu Amor Infinito. Em Seu Redentor Apocalipse, capítulo 21, versículo 4, Ele nos fortalece: “E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima, não haverá mais morte, não haverá mais luto, não haverá mais pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”.
Nessa hora dramática, nossos corações também se enchem de Fé ao observarmos a empatia mundial, com a mobilização de mais de 70 países, que enviam ajuda humanitária e equipes de resgate. O Brasil igualmente tem contribuído com seus esforços de socorro. Em minhas pregações fraternas, sempre ressalto o insofismável valor pragmático da Caridade, da Fraternidade, da Generosidade. Não é, absolutamente, enfiar um pão seco pela goela de um carente social que não tem onde cair e afastar-se dele o mais rápido possível. A Caridade é a força que nos mantém de pé! Caridade expressa pujança, competência, qualidade, respeito, afeto, carinho e mais uma porção de elementos. Em nossas vidas quando áridas — por ausência de conexão com a Boa Vontade de Deus — às vezes pouco percebemos quanto a Caridade Celeste nos faz falta!
Por isso, convidamos todos à reflexão, à prece e à ação solidária. É necessário unirmos nossos melhores sentimentos em torno daqueles que padecem e renovarmos nossa Esperança no manancial inesgotável que abastece toda a vida no Cosmo: Deus, Mãe-Pai da humanidade, independentemente das nossas crenças e descrenças.
Minhas Irmãs e meus Amigos, minhas Amigas e meus Irmãos que nos acompanham por todas as mídias: rádio, TV, internet, publicações impressas e a imensa audiência da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, na Terra e no Mundo Espiritual Elevado, vibrem na Poderosa Corrente Ecumênica de Prece do Templo da Boa Vontade, entoando comigo e com o talentoso Coral Legionário uma fervorosa oração em forma de poesia e música, intitulada “Deus é a minha força”. Supliquemos ao Alto que os povos do planeta, em especial da Turquia e da Síria, recebam o Beneplácito Sublime às rogativas que dirigem, neste instante, ao Misericordioso Coração de Deus ou Allah — como nossos Irmãos muçulmanos denominam o Criador dos mundos. Atendei, Senhor, a esses pedidos!
DEUS É A MINHA FORÇA
Pois a minha força, Com o meu canto, é Deus. Pois a minha força, Com o meu canto, é Deus.
Eis que Deus é a minha salvação, E Nele confiarei e não temerei. Porque a minha força, Com o meu canto, é Deus. E Ele é a minha salvação! É Deus de Amor!
Ele é Deus de Amor! Ele é Deus de Amor! Ele é Deus de Amor! Deus de Amor!
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
Keillha Israely – Assistente Social Casa Durval Paiva – CRESS/RN 3592
Hoje, não vamos falar de dificuldades, dores, medo da morte e sim de vida, de novas chances e oportunidades de viver, da tão sonhada cura. É bem verdade, que o tratamento oncológico é longo, repleto de dificuldades e desafios, mas a cura é algo esperado e sonhado para se encontrar no final do caminho e como ela é desejada por pacientes e familiares, apesar de todos os percalços, é possível chegar lá.
Ao longo de 4 anos e meio, como assistente social da Casa Durval Paiva, pude acompanhar muitas histórias, com finais tristes, alguns parênteses e finais felizes também. Neste texto, vou compartilhar a história de J.M., jovem com 20 anos, que reside no interior do Rio Grande do Norte, a mesma chegou na instituição com 13 anos de idade, um diagnóstico de leucemia e muitos medos, angústias e inquietações.
Ao iniciar o tratamento, precisou lidar com as mais diversas mudanças acarretadas pelo tratamento oncológico: distância de casa, da família, dos amigos, dos colegas de escola, pois precisou vir para o tratamento na capital. As mudanças no corpo, a perda de peso, a queda de cabelo, a palidez, a alteração da rotina cotidiana, agora, ocupada por consultas, exames, internações, impacto com os efeitos da quimioterapia. Um mundo de mudanças difíceis de lidar, mas ela não estava sozinha, sempre contou com o apoio de sua mãe, familiares, além do suporte da equipe médica e multidisciplinar da CDP.
Com o decorrer do tratamento e após alguns exames, foi constatado que a leucemia era grave, com alta probabilidade de recaída. Nesse sentido, J.M. foi encaminhada para realizar transplante de medula óssea, uma outra etapa do tratamento repleta de dúvidas, mais um montante de exames, além da busca pelo doador compatível.
Após todos os trâmites necessários, o transplante ocorreu e foram muitos dias, em isolamento total, com idas diárias ao hospital, muitos medicamentos, restrições alimentares e mais um longo tempo longe de casa. Contudo, foi um percurso necessário para a tão sonhada cura, que não chegou de imediato, pois só após 5 anos de acompanhamento médico sistemático, com consultas e exames periódicos, J.M. recebeu a alta médica e, com isso, a cura tão desejada e sonhada.
Essa vitória é da paciente, de sua família e é também comemorada por todos que acompanharam esse processo. É uma conquista compartilhada. É muito gratificante para quem acolhe a família, após a consulta médica, com essa notícia, da cura atestada, de poder ouvir “minha vida está voltando aos trilhos”, pois, por muito tempo, o caminho foi tortuoso.
São essas e outras tantas histórias que alegram e motivam todos os dias o trabalho da Casa Durval Paiva e fazem com que venhamos a entender que, mesmo sem rumo, precisamos continuar percorrendo o caminho, certos de que, no final, encontraremos a cura.
Domingo já é Natal. Nossa Igreja se preparou durante semanas para acolher o Senhor que vem. O Advento nos prepara para essa grande festa, lembrando que Jesus virá uma segunda vez. Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, que completaria 86 anos neste dia 21, bem que poderia ser chamado de “padre do advento”. Além da alegria do Natal, ele anunciava com insistência a segunda vinda de Cristo.
Padre Jonas sempre viveu esta época com empolgação. Lembro-me dos chamados “Natal com os pobres”, quando, após a missa, colocava um gorro vermelho e organizava a entrega de cestas básicas e um almoço para os mais carentes, em Cachoeira Paulista (SP).
O sacerdote, falecido no dia de Nossa Senhora de Guadalupe, 12 de dezembro, aguardava ansiosamente a vinda definitiva de Jesus. Sonhava com o que será o ponto alto da história humana: Jesus sendo avistado entre as nuvens, voltando para libertar os povos da terra de todos seus males e sofrimentos.
Vivia nessa expectativa. Tinha, por isso, pressa, melhor dizendo, foco. Pregava, cantava, vivia a necessidade de nos prepararmos para esse momento, com vidas transformadas, vivendo a bondade, a misericórdia e a fé.
Como o apóstolo Paulo, monsenhor Jonas de certo pensava: “viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho” (Cf. Fl 1,21). Mas, no momento mais difícil da doença que enfrentava, ele demonstrou tamanha força e vontade de viver, lutando até o fim. Seria uma contradição?
A cofundadora da Comunidade Canção Nova, Luzia Santiago, que o acompanhou por mais de 40 anos, testemunhou, antes do seu sepultamento, um dos motivos: monsenhor Jonas entendia que sua missão ainda não tinha terminado. O discípulo Jonas desejava muito se encontrar com Jesus, mas o missionário Abib pensava nos seus irmãos de Comunidade e em tantos fiéis que ainda precisavam de sua presença de pastor.
Jonas Abib vive agora seu primeiro Natal pleno e, se prestarmos atenção, poderemos ainda escutar o eco de uma frase por ele tantas vezes repetida: “Natal feliz é Natal com Cristo!”
* Osvaldo Luiz é jornalista, trabalha há 32 anos na Canção Nova e escreveu o livro “A Vida é Caminhar”, que relata
fatos da década de 1970 da vida de Padre Jonas Abib.
Em minhas pregações, reiteradas vezes ressalto o insofismável valor pragmático da Caridade. Não é, absolutamente, enfiar um pão seco pela goela de um carente social que não tem onde cair e afastar-se dele o mais rápido possível. No entanto, Caridade é a força que nos mantém de pé! Caridade expressa pujança, competência, qualidade, respeito, afeto, carinho e mais uma porção de elementos. Em nossas vidas quando áridas — por ausência de conexão com a Boa Vontade de Deus — às vezes pouco percebemos quanto a Caridade Celeste nos faz falta!
Evangelho e Apocalipse constituem a mais pura Caridade, pois Caridade é Amor, e Deus é Amor. Em diversas ocasiões, a pessoa se alimenta bem e reclama:
— Está me faltando alguma coisa. Acabei de comer e estou insatisfeito(a)!
Trata-se de uma vitamina especial que não constava daquela alimentação que lhe foi oferecida. Assim ocorre frequentemente na lide terrena e espiritual. A Caridade é esse banquete multivitamínico de que o corpo espiritual carece. Abasteçamo-nos dela.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Dezessete de outubro, Dia Internacional da Erradicação da Pobreza. Reitero o fato que venho alertando desde o fim da década de 1970: a Solidariedade expandiu-se do luminoso campo da ética e apresenta-se como uma estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar a própria sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade Ecumênica, que espiritualiza a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza.
Daí o indispensável valor da Caridade. E observem que não é de hoje que a tese de que “a Caridade não resolve nada” tem a defesa de alguns que atribuem a ela — acreditem — a manutenção do status quo, em que a pobreza e a miséria são apenas maquiadas por uma ineficiente ação assistencialista.
Esse tipo de postura carece, contudo, de um entendimento do real papel da Caridade na melhoria das condições de vida das populações. Vale notar, entretanto, que a defesa da inoperância dela, mesmo equivocada, chama a atenção para o combate à inércia e à covardia de muitos que, podendo auxiliar no incentivo e no crescimento social dos povos, preferem esquivar-se com parcas e míseras esmolas. Se bem que, para aquele que está com fome, toda ajuda é bem-vinda.
Disse o Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele!”: “Jamais alcançareis a virtude, até que façais caridade com aquilo que mais apreciardes. E sabei que, de toda caridade que fazeis, Allah bem o sabe”.
A Caridade, aliada à Justiça dentro da Verdade, é o combustível das transformações profundas. Sua ação é sutil, mas eficaz. A Caridade é Deus.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
Pela relevância das contribuições que trouxeram aos povos, falo-lhes sobre três expressivas figuras da humanidade, celebradas no início de outubro: Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948), dia 2; Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec (1804-1869), dia 3; e São Francisco de Assis (1181-1226), Il poverello, dia 4. Esse último, patrono da LBV e, costumamos chamar, Santo do Ecumenismo. Cada um, no seu tempo e campo de trabalho, soube atuar com intensidade em prol da Paz. Gandhi, advogado indiano, liderou a libertação de seu povo, pregando a não violência; Kardec, pedagogo francês, codificou a ciência dos Espíritos ao raciocínio humano; São Francisco de Assis, jovem idealista italiano, compartilhou amor universal com todos os reinos da Natureza.
Eles representam muito do que o mundo tanto carece: perseverança diplomática no bem geral, espiritualidade superior nas ações diárias e caridade integral que respeita e ampara indistintamente. Aprendamos suas lições.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
Keillha Israely – Assistente Social Casa Durval Paiva – CRESS/RN 3592
Os sacrifícios que uma mãe pode fazer por um filho vão, muitas vezes, além do que a capacidade humana pode imaginar. Ao longo de quase quatro anos, atuando como assistente social na Casa Durval Paiva, já me deparei com muitas histórias de desafios, superações e vitórias, mas a história que vou relatar, me marcou profundamente. Assim, destaco que, visando resguardar a identidade dos usuários, serão utilizados pseudônimos.
Num determinado dia, na sala do serviço social, Maria, acompanhada de seu filho João, chegaram encaminhados pelo Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL. Maria era jovem e estava visivelmente assustada, morava num município da região oeste potiguar e nunca tinha vindo a capital. Saiu de sua cidade, certa de que viria à Natal para tratar o filho de uma doença chamada glaucoma, que ela não sabia ao certo o que era, mas foi informada que era no olho. Ao chegar no grande hospital, perto do mar, ela descobriu que o filho tinha um “caroço” no olho (retinoblastoma) e que precisaria retirar o mais rápido possível.
Sozinha e com muito medo, Maria ficou esperando o filho voltar da cirurgia. O impacto, ao recebê-lo, foi inevitável. Seu filho, ainda bebê, com menos de um ano de vida, estava sem um olho, como isso a chocou. Porém, ela não imaginava que a permanência na capital seria prolongada, pois o menino precisaria ser acompanhado por uma médica oncologista. Com consulta marcada, Maria foi encaminhada para uma casa de apoio, onde ela iria ser abrigada, durante o tratamento de João.
Ao chegarem, mãe e paciente foram recebidos e passaram por uma escuta qualificada. A mãe não fazia ideia de que o tratamento só estava começando. Após a consulta e todas as explicações médicas, o medo e os questionamentos aumentaram. Um fato que chamou a atenção foi a fala da mãe, que, ao ficar internada para primeira internação com o filho, viu escrito na roupa que este vestia, que estava na Liga Norte Riograndense contra o câncer e isso a inquietou, será que meu filho está com câncer?
O impacto inicial sofrido pelas famílias, no começo do tratamento oncológico, é tão grande, que, por mais que a equipe médica explique, não é nada fácil entender e assimilar as informações. Com o passar do tempo, Maria foi entendendo o tratamento e toda situação que ela estava vivenciando. Com pouco mais de um mês de quimioterapia, o filho precisou ser encaminhado para São Paulo, lugar de referência para tratamento de retinoblastoma, e visando salvar o outro olho, essa ida deveria ser com urgência. Assim, mais uma vez, Maria sofre o baque da notícia e é tomada por mais uma enxurrada de dúvidas e questionamentos.
Como ela, que nunca tinha saído da sua cidade, iria para uma cidade desconhecida, grande e com pessoas desconhecidas? Porém, ela não pensou duas vezes, foi até sua cidade pegar os pertences pessoais e começou a corrida contra o tempo. Busca pelas passagens via Estado – Tratamento Fora de Domicílio (TFD), reserva na casa de apoio para recebê-los, uma pessoa de confiança, que pudesse buscá-los no aeroporto, tudo isso, com muita agilidade. Maria, mais uma vez, enfrentou seus medos e foi em busca da cura de seu filho.
Foram 10 longos meses de tratamento, sem poder vir em casa. João, mesmo após as tentativas, precisou retirar o outro olho, outro impacto sofrido. Porém, conseguiu concluir o tratamento, na capital paulista, e voltou para casa já com suas próteses e um novo mundo, cheio de novas descobertas.
Hoje, o acompanhamento em São Paulo é a cada 3 meses e Maria não tem mais as mesmas características de quando chegou na minha sala, eu olho pra ela e vejo outra mulher. Às vezes, uso sua história como exemplo, para encorajar outras Marias e quando eu pergunto a ela o que me diz da sua experiência, ela me diz: “se fosse preciso, eu faria tudo de novo”.
Essas são algumas das histórias de superação que nos mostram como é desafiador o tratamento oncológico, cheio de desafios, percalços, mas também conquistas e vitórias, histórias que nos impulsionam e motivam todos os dias.