Origem dos seridoenses é tema de pesquisas desenvolvidas no Ceres
Ana Paula Nóbrega – Agecom/UFRN
Foto: Freepik
A partir de relatos familiares e de histórias passadas a cada geração, muitas pessoas têm se interessado na busca de seus antepassados, com o auxílio, por exemplo, da criação de árvores genealógicas. É nesse sentido que o Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN) vem desenvolvendo pesquisas com o objetivo de analisar historiograficamente a ancestralidade dos seridoenses e como se deu a formação desses povos.
Ligada à ascendência dos indivíduos, a ancestralidade é tudo o que se relaciona com as gerações anteriores. É um conjunto de fatores hereditários, que são passados de geração em geração, e estão diretamente ligados às origens de cada família. No Ceres, a mestranda do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHC) Mara Gabrielly Batista, sob orientação de Helder Macedo, professor da Instituição, desenvolveu trabalhos com o intuito de contribuir para o conhecimento científico e histórico nessa área.
O primeiro estudo, intitulado Ascendência dos seridoenses (Brasil): Cristãos-novos, indígenas e africanos, foca nas trajetórias de pessoas com esses antepassados, além de analisar como se deu a formação da população do Seridó. Já a segunda pesquisa, Famílias Medeiros do sertão do Seridó: uma análise historiográfica sobre a ascendência judaica, com auxílio da genealogia, analisa historiograficamente a ascendência cristã-nova dos patriarcas Rodrigo de Medeiros Rocha e Sebastião de Medeiros Matos, que viveram na região em tempos passados.
Inspirada pelas discussões desenvolvidas na iniciação científica ainda na graduação em História, Mara Gabrielly comenta que a motivação para a realização das pesquisas foi evidenciar a diversidade seridoense, sua mestiçagem biológica e cultural. “O conhecimento genealógico é muito valorizado na região e discutir a temática da ancestralidade é fundamental para pensarmos o nosso lugar no mundo, quem somos e quais são os privilégios que possuímos (ou não)”, ressalta a mestranda.
Para Helder Macedo, a ancestralidade se reveste de uma relevância a mais, especialmente no Seridó, visto que há uma forte tradição da prática de se construir árvores genealógicas e, consequentemente, uma vasta produção de livros sobre a temática da genealogia.
O docente explica, ainda, que a importância de se discutir o tema na região está ligada diretamente à necessidade que as pessoas têm de procurar compreender de onde vêm e quais são as suas raízes em termos familiares. “Esperamos que, um dia, possamos ter livros de genealogia que abordem todas as origens possíveis dos seridoenses. Esse é o nosso objetivo a longo prazo”, aponta.
Pesquisas perpassam muros da Universidade
Mara Gabrielly Batista foi convidada por Ana Paula Cavalcante, doutoranda pela Universidade de Salamanca, na Espanha, para apresentar os dois trabalhos em eventos realizados em Portugal. Diante do convite, Mara fez a apresentação dos trabalhos, no período de 13 a 18 de dezembro, nas cidades portuguesas de Penamacor e Leiria. “Sinto-me muito honrada pela oportunidade e espero que a minha experiência possa motivar estudantes do mestrado e da graduação a buscarem estabelecer diálogos acadêmicos internacionais”, acrescentou. Leia no Portal da UFRN.