A fotografia de paisagem é uma forma fascinante de capturar a beleza da natureza em sua forma mais pura. Neste artigo, exploraremos os princípios fundamentais dessa arte, começando com a compreensão dos conceitos básicos da fotografia de paisagem. [Ler mais…]
Em um mundo cada vez mais digital e acelerado, é fácil se afastar do poder restaurador da natureza. No entanto, estudos científicos recentes confirmam o que muitos de nós já sabíamos: o contato com a natureza traz benefícios significativos para a saúde, tanto física quanto mental.
Esta relação é tão importante, que há inclusive um termo, criado em 2005, nos Estados Unidos, pelo jornalista Richard Louv, no livro best-seller “Last Child in the Woods” (LCW), para se referir a problemas de saúde física, mental e emocional decorrentes da falta de contato com a natureza, chamado Transtorno do Déficit de Natureza (TDN).
Em um mundo cada vez mais conectado a notebooks, celulares e telas, em geral, o tempo gasto ao ar livre está escasso. Mas pesquisas demonstram que a relação com a natureza pode ser extremamente benéfica, a exemplo da realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Universidade Veiga de Almeida, que mostrou como a Floresta da Tijuca, protegida pelo Parque Nacional da Tijuca, ajuda a limpar a atmosfera de hidrocarbonetos, poluentes nocivos para a saúde humana.
Estes dados reforçam a importância das Unidades de Conservação, que permitem o contato direto com ecossistemas preservados e da ação Um Dia No Parque, um evento anual que tem como objetivo principal incentivar pessoas em geral, famílias e comunidades a explorarem as maravilhas das Unidades de Conservação (UCs), como parques e reservas. Este ano, a ação irá ocorrer no dia 23 de julho, em várias regiões do país, para todos os públicos. A data da ação foi escolhida em homenagem à Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que completa 23 anos no dia 18 de julho.
“Estudos mostram que estar perto da natureza tem relação com a melhora de vários índices de saúde e de bem-estar, como a diminuição da pressão arterial, a redução dos hormônios associados ao estresse, a melhora dos batimentos cardíacos, do humor, da função cognitiva, por exemplo. O Um Dia No Parque é, portanto, uma oportunidade de cuidarmos da nossa saúde de uma forma harmoniosa, divertida, gratuita e eficiente, fortalecendo a relação entre parques saudáveis e pessoas saudáveis”, explica Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil.
Além dos benefícios citados por Napolitano, o contato com a natureza ainda proporciona para a saúde física:
Melhora no sistema imunológico: A exposição regular à natureza tem sido associada a um aumento na atividade das células do sistema imunológico, fortalecendo nossa capacidade de combater doenças.
Redução do estresse: A natureza proporciona um ambiente tranquilo e sereno, ajudando a reduzir os níveis de estresse e promovendo um equilíbrio hormonal mais saudável.
Aumento da atividade física: Ambientes naturais encorajam a prática de exercícios físicos, como caminhadas, trilhas e atividades ao ar livre, contribuindo para a melhoria da aptidão física e a redução dos riscos de doenças crônicas.
Além dos benefícios físicos, a conexão com a natureza também traz vantagens para a saúde mental:
Redução da ansiedade e depressão: Estudos mostram que a exposição à natureza diminui os sintomas de ansiedade e depressão, proporcionando uma sensação de calma e tranquilidade.
Aumento da criatividade: A natureza estimula nossa criatividade e pensamento inovador, melhorando nossa capacidade de resolver problemas e gerar ideias.
Aumento da felicidade e bem-estar: Passar tempo em ambientes naturais está associado a um aumento dos níveis de satisfação e felicidade, melhorando a qualidade de vida em geral.
Incorporar atividades ao ar livre e momentos de conexão com a natureza em nossa rotina diária é algo tão importante, que pesquisa publicada no The World Journal of Biological Psychiatry (Revista Mundial de Psiquiatria Biológica) mostrou que isto altera até mesmo a estrutura cerebral, aumentando a massa cinzenta no córtex pré-frontal, região envolvida no planejamento, na regulação das ações e no desempenho cognitivo. Por isso é fundamental incluir caminhadas em contato com a natureza, meditação ao ar livre ou simplesmente passar tempo em um ambiente natural relaxante. Luciana Nogueira, Fisioterapeuta, Montanhista e Voluntária Ambiental, reconhece e busca inserir estes benefícios no tratamento de seus pacientes.
“Formei-me fisioterapeuta, me especializei em Fisioterapia Desportiva e Reabilitação Biomecânica e percebi que as áreas naturais podem ir além de lazer e voluntariado: eu poderia estar nelas para otimizar a reabilitação das pessoas, facilitar a recuperação de lesões e condições limitantes. E, com isso, fazer as pessoas descobrirem potenciais que desconheciam. Levo meus pacientes, atletas ou não, para se exercitarem nos ambientes naturais, praticarem atividades físicas, recuperarem autonomia e bem estar, experimentarem o contato direto com a natureza – já concluído pela Ciência como revigorante e diferencial na reabilitação de patologias diversas, para interagirem com o meio ambiente”.
Compreender o poder curativo da natureza é fundamental para uma sociedade mais saudável e resiliente. Por este motivo, o tema do Um Dia No Parque 2023, além de chamar as pessoas para cuidarem das Unidades de Conservação, lembra dos benefícios da natureza para a saúde física e mental.
Sobre a campanha:
A campanha Um Dia No Parque é uma iniciativa da Coalizão Pró-UCs, um grupo de entidades comprometidas com a preservação ambiental e a conscientização sobre a importância dessas áreas protegidas.
O tema do Um Dia No Parque 2023 é “É hora de cuidar do nosso lar”. Dando continuidade à ideia de 2022, que teve como tema “De volta ao lar”, graças ao retorno às atividades presenciais após o período da pandemia. O UDNP 2023 quer lembrar as pessoas que é necessário cuidar das Unidades de Conservação e que o contato com a natureza contribui para a saúde física, mental e emocional.
No ano passado, a campanha atraiu mais de 100 mil pessoas de todas as regiões do Brasil para as UCs, proporcionando experiências enriquecedoras e inesquecíveis para crianças e adultos. Neste ano, a expectativa é que este número seja ainda maior, à medida que mais pessoas reconhecem os benefícios significativos que essas experiências podem trazer para o desenvolvimento de todos, inclusive das crianças.
Como Participar? Para participar de uma atividade no Um Dia No Parque, o visitante pode conferir as Unidades de Conservação participantes tanto no Instagram da ação como no site da Coalizão Pró UCs. Além disso, as UCs usam #UmDiaNoParque para mostrarem que fazem parte da ação, facilitando a busca.
Sobre a Coalizão Pró-Unidades de Conservação: O Um Dia No Parque foi idealizado pela Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, a Rede Pró UC, e é realizado pela Coalizão Pró-Unidades de Conservação, que é formada por empresas e organizações da sociedade civil comprometidas com a valorização e a defesa das unidades de conservação e que juntam forças anualmente para a realização dessa importante ação. A Coalizão é formada pela Rede Pró UC; WWF-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Semeia, Fundação Grupo Boticário, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, FUNBIO – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, TNC Brasil, Imaflora e Conservação Internacional.
Contato de mídia:
Um Dia No Parque 2023 / 23 de julho
Informações no perfil do Instagram: @umdianoparqueoficial
Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para brasileiras e brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país
Iniciativa acontece em área de influência do Sistema Cantareira e gera impactos ecológicos em benefício da biodiversidade e da água, com melhora social e geração de empregos
Pensando sempre em um futuro sustentável, a CHEP – empresa de logística de compartilhamento e reutilização de paletes – realizou a doação de 6 mil árvores para o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), que serão plantadas em prol da restauração florestal da Mata Atlântica. Esta é uma parceria inédita que busca promover melhores atitudes em busca de uma cadeia de abastecimento regenerativa, como propõe a iniciativa Planet Positive, um dos pilares de sustentabilidade da CHEP.
O Planet Positive tem como objetivo ser benéfico em termos ambientais por meio do reflorestamento, indo além de evitar o desperdício. Em outro ponto, também busca sempre reduzir mais a quantidade de carbono produzida e, por fim, se tornar um negócio cada vez mais sustentável positivamente.
O Country Manager da CHEP no Brasil, André Cardoso, destaca a importância na parceria entre a empresa e o IPÊ: “Por desenvolvermos o reflorestamento, não vamos atingir somente os objetivos de sermos sustentáveis, mas de promovermos um ecossistema regenerativo. Não queremos ser neutros, queremos ser positivos. Este é o tipo de atitude que valorizamos, porque buscamos sermos regenerativos, indo além da mitigação dos impactos ambientais. Esperamos que seja apenas o início desta parceria com o IPÊ”, diz.
O plantio de árvores nativas da Mata Atlântica pela CHEP em parceria com o IPÊ terá uma duração de 5 anos, prevendo também a manutenção das árvores plantadas. É uma iniciativa que busca contribuir para a mitigação do efeito estufa e promover a conservação e proteção dos recursos hídricos do Sistema Cantareira e da biodiversidade, especialmente no Reservatório do Rio Atibainha, em Nazaré Paulista (SP).
Essa área do estado de São Paulo possui um déficit de 35 milhões de árvores, o que desencadeia em uma deficiência ambiental. Esta é também a região responsável por abastecer o consumo de água de muitas pessoas. “41% da região metropolitana de São Paulo depende dessa água, o equivalente a cerca de 7 milhões de pessoas”, afirma Andréa Travassos, Coordenadora da Unidade de Negócios e Desenvolvimento Institucional do IPÊ.
Impactos positivos
O plantio de 6 mil árvores em 20 anos absorverá aproximadamente 780 toneladas de carbono equivalente na atmosfera, o que auxilia na desaceleração da mudança climática e caminha em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Esses são os ODS da ONU atingidos pela parceria entre CHEP e Instituto IPÊ
Além disso, esse tipo de reflorestamento também proporciona ambientes que são conhecidos como bosques verdes. Diferentemente dos pastos, eles servem para que os animais, insetos e outras espécies tenham uma área de segurança e um habitat mais harmonioso para viver e circular quando for necessário.
Outra situação gerada por ações de plantio como essa é o impacto social e econômico em comunidades locais. Uma vez que é necessária uma mão de obra para realizar o plantio das árvores e realizar a manutenção de toda a área que foi revigorada, empregos ficam disponíveis em locais que antes não seriam necessárias tantas pessoas como força de trabalho. A ação conjunta entre CHEP e Instituto IPÊ será celebrada com um plantio em uma ação de voluntariado no dia 2 de março, com 30 voluntários entre colaboradores e clientes da CHEP.
Pensando no futuro
Entre diversas iniciativas e objetivos, a CHEP, líder global em logística sustentável, sempre almeja liderar as cadeias de abastecimento regenerativas para seus clientes, por meio de um plano de sustentabilidade. O foco é da CHEP é procurar fazer melhor e gerar mais efeitos positivos em vez de tentar ser “menos prejudicial” e apenas reduzir os impactos negativos. Um dos exemplos dessas medidas é o uso de madeiras certificadamente reflorestadas na produção de seus paletes.
Pensando nessas metas, foi que surgiu a parceria com o IPÊ, que atua há mais de 30 anos no setor. As iniciativas do instituto estão sempre conectadas a desenvolver e disseminar modelos inovadores de conservação da biodiversidade, promovendo benefícios socioeconômicos por meio de ciência, educação e negócios sustentáveis.
Sobre a CHEP
A CHEP é uma empresa de logística sustentável que ajuda a mover mais mercadorias para mais pessoas, em mais lugares do que qualquer outra organização no mundo. Com forte presença global em mais de 60 países e liderança de mercado na América do Norte e Europa Ocidental, a CHEP faz parte do Grupo Brambles e opera no Brasil há mais de 20 anos. Seus paletes, caixas e contêineres formam a espinha dorsal invisível da cadeia de fornecimento global e as maiores marcas mundiais confiam na CHEP para ajudá-los a transportar suas mercadorias de forma mais eficiente, sustentável e segura. Como pioneira da economia circular, a CHEP criou uma das empresas de logística mais sustentáveis do mundo através do compartilhamento e reutilização de suas plataformas sob um modelo conhecido como “pooling”. O objetivo da CHEP é criar um impacto positivo no planeta e na sociedade através de cadeias de abastecimento regenerativas pioneiras. CHEP atende principalmente as indústrias de bens de consumo de rápida movimentação (por exemplo, alimentos secos, mercearia, cuidados pessoais e de saúde), produtos frescos, bebidas, varejo e a indústria de manufatura em geral. A CHEP emprega aproximadamente 11.500 pessoas e acredita no poder da inteligência coletiva através da diversidade, inclusão e trabalho em equipe. A CHEP possui aproximadamente 360 milhões de paletes, caixas e containers em uma rede de mais de 750 centros de serviço, suportando mais de 500.000 pontos de contato de clientes para marcas globais como Procter & Gamble, Sysco e Nestlé. Para mais informações sobre CHEP, visite www.chep.com. Para informações sobre o Grupo Brambles, visite www.brambles.com.
O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas – é uma organização brasileira sem fins lucrativos que trabalha pela conservação da biodiversidade do país, por meio de ciência, educação e negócios sustentáveis. Fundado em 1992, tem sede em Nazaré Paulista (São Paulo), onde também fica o seu centro de educação, a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
Presente nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e Cerrado, o Instituto realiza cerca de 30 projetos ao ano, aplicando o Modelo IPÊ de Conservação, que envolve pesquisa científica de espécies, educação ambiental, envolvimento e mobilização comunitária, conservação de habitats e da paisagem e apoio à construção de políticas públicas. Além de projetos locais, o Instituto também implementa trabalhos em diversas regiões, seguindo os temas Áreas Protegidas, Áreas Urbanas e Pesquisa & Desenvolvimento (Capital Natural e Biodiversidade).
O IPÊ é responsável pelo plantio de 6 milhões de árvores na Mata Atlântica, contribui diretamente para a conservação de seis espécies de fauna, realiza educação ambiental e capacitação para 12 mil pessoas por ano, em média. Os projetos beneficiam 200 famílias com ações sustentáveis e conhecimento sobre conservação ambiental.
Para o desenvolvimento dos projetos socioambientais, a organização conta com parceiros de todos os setores e trabalha como articulador em frentes que promovem o engajamento e o fortalecimento mútuo entre organizações socioambientais, iniciativa privada e instituições governamentais.
Saiba escolher material elétrico para proteger a casa contra incêndios e choques elétricos
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Produtos que usamos no dia a dia, os materiais elétricos – como fios e cabos, interruptores, tomadas, plugues, canaletas e eletrodutos – precisam ser fabricados com propriedades que impedem a propagação das chamas para outros locais da casa em caso de incêndios, evitando um dano maior ao patrimônio e, especialmente, às pessoas.
“Os eletrodutos corrugados, por exemplo, que ficam embutidos dentro da parede devem atender aos requisitos da norma NBR 15465, que determina a necessidade de uso de materiais com características antichamas. Mas, a certificação não é obrigatória e, por isso, o consumidor pode acabar comprando produtos que não têm essa característica”, informa André de Lima, Diretor Executivo da fábrica de materiais elétricos da Tramontina.
O que diz a norma de eletrodutos?
Também chamados de conduítes ou mangueira corrugada, os eletrodutos corrugados são tubos embutidos na parede e no teto pelo qual passam os fios e cabos elétricos que vão do quadro de distribuição aos pontos de tomada ou de iluminação. No Brasil, eles são classificados quanto à sua resistência mecânica pela ABNT NBR 15465 como:
· Eletroduto leve: tem a cor amarela e é indicado para instalações em paredes;
· Eletroduto médio: tem a cor laranja e é utilizado em lajes e pisos.
O executivo da Tramontina explica que, ambos os tipos, devem impedir a propagação de chamas e, para isso, o fabricante deve submetê-los a testes laboratoriais. “No ensaio de resistência a chamas, por exemplo, o eletroduto recebe uma chama por alguns segundos que, após removida, deve se autoextinguir em até 30 segundos”, comenta.
Ficou em dúvida sobre qual produto realmente é antichama? Além de observar se existe essa informação na embalagem, André Lima sugere uma consulta ao lojista ou ao eletricista. “Empresas como a Tramontina investem em treinamentos para que os profissionais conheçam os atributos técnicos dos produtos e tenham argumentos para melhor atender os consumidores. Por isso, consultá-los é uma boa alternativa, já que muitos conhecem os itens que mais contribuem para a integridade das instalações”, conclui.
Responsável pelo amargor e aroma, o fruto é uma das principais matérias-primas na produção de cerveja e teve um crescimento de 160% no Brasil.
Em terceiro lugar no ranking mundial dentre os países que mais produzem cerveja no mundo, o Brasil produz cerca de 15,4 bilhões de litros de cerveja anualmente, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv). Porém, até mais ou menos seis anos atrás, um dos principais ingredientes utilizados em sua fabricação, o lúpulo, responsável pelo amargor e aroma da bebida, tinha toda sua demanda importada de países como EUA e Alemanha, o que tornava o processo mais caro e com qualidade reduzida, devido ao tempo de armazenamento e transporte. Mas, isso está mudando, conforme explica Stéfano Gomes Kretzer, agrônomo especialista em Lúpulo e consultor de cultura do lúpulo, da Lúpulo do Vale.
No Brasil, a produção saltou de 9 toneladas de lúpulo, em 2020, para 24 toneladas, em 2021, conforme dados da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), um crescimento de 160%. “O mercado cervejeiro brasileiro é cada vez mais exigente e demanda insumos de qualidade, visto que estamos competindo com um mercado internacional. E o lúpulo é fundamental para indústria cervejeira do país, influenciando diretamente na qualidade final e competitividade do produto, trazendo cada vez mais valor e prestígio para a cerveja produzida completamente com matérias-primas do Brasil”, afirma Kretzer.
Dentro desse cenário de crescimento na produção, ele idealizou a Lúpulo do Vale, com a ideia de melhorar a qualidade da bebida produzida nacionalmente, prestando assessoria e consultoria aos produtores de lúpulo e as cervejarias. “Estamos apenas começando a nos consolidar com a produção nacional, ainda importamos cerca de 3.200 toneladas de lúpulo por ano, então, é de extrema importância que todo produtor, cada tonelada do que produzimos tenha excelente qualidade para conseguir ter maior aceitação do mercado e ter maior sucesso na produção da cerveja e podermos depender cada vez menos do mercado externo”, explica Kretzer.
O especialista explica que a plantação do lúpulo envolve vários detalhes técnicos, desde a implantação e desenvolvimento de plantas até a comercialização do lúpulo, não podendo haver margem para erros durante o cultivo, sob o risco de baixa produtividade e baixa qualidade, o que atrapalha na comercialização do produto final.
Produção nacional
O cultivo do lúpulo em solo brasileiro aumenta a cada dia, promovendo ganhos para os produtores, gerando maior renda e empregos. O lúpulo que temos aqui é o mesmo que temos no exterior, porém com a característica brasileira. “É o chamado ‘terroir’, termo muito utilizado quando falamos de vinhos, mas que também se encaixa no mundo da cerveja. Ele expressa, em termos qualitativos, de tipicidade e de identidade do solo onde, neste caso, o lúpulo está sendo cultivado”, explica Kretzer.
Em comparação à qualidade nacional, um dos diferenciais do produto da Lúpulo do Vale é a qualidade. “O lúpulo é fresco, com um processamento de qualidade, colhido há no máximo alguns meses e não alguns anos atrás como vem sendo a realidade nacional”, explica Duan Ceola, químico, professor e coordenador na Escola Superior de Cerveja e Malte. “O reflexo é direto tanto na característica sensorial (aroma), quanto nas características físico químicas (amargor). A parte aromática vai trazer características de frutas como as amarelas, por exemplo: maracujá, melão, mamão, frutas tropicais. Na parte físico química bastante amargor, bom e agradável. Tropicalidade é a palavra chave para o lúpulo da Lúpulo do Vale, com aromas e características físico químicas inconfundíveis”, complementa Ceola.
Dificuldades
A produção deste importante insumo para a fabricação da cerveja tem um cultivo complicado. Por isso, Ceola reforça a importância de ter um especialista ajudando neste cultivo. “Para acelerar um projeto, um especialista já passou por diversos ‘perrengues’ está certamente preparado para resolver todo e qualquer problema que possa vir a aparecer, isso pode parecer simples, mas tem um impacto direto no custo, faz o agricultor gastar menos dinheiro em relação a resolver problemas posteriores”, comenta Ceola.
Comprovando a qualidade brasileira
“Há sete anos fundamos a Besser Bier, hoje localizada em Trombudo Central, em Santa Catarina. E assim como a maioria das cervejarias, também importávamos o lúpulo a ser utilizado em nossa cerveja. Nossa parceria com Kretzer, iniciou através do instagram. Meu marido, que é químico, entrou em contato com ele, foi conhecer a plantação e os lúpulos que ele estava produzindo. A partir daí, ao invés de comprarmos um lúpulo importado de alto custo, conseguimos a mesma qualidade, com o Comet da Lúpulo do Vale, também percebemos que nossa cerveja se tornou bem lupulada e aromática, a cerveja ficou ainda melhor do que as anteriores”, conta Aline Eddinger, gerente administrativa da Besser Bier.
Sobre a Lúpulo do Vale
A Lúpulo do Vale é uma empresa de Pouso Redondo (SC), voltada para atender as demandas da cadeia produtiva do lúpulo. Com o objetivo de promover o crescimento da cultura do lúpulo no Brasil de forma economicamente viável e sustentável.
Atua na área de consultoria agrícola para produção de lúpulo, com projetos técnicos, assistência e treinamento de equipe. Com área própria de produção de lúpulo, produzindo os melhores lúpulos que o mercado cervejeiro tem direito. A Lúpulo do Vale sempre investiu em pesquisa e tecnologia, para fomentar a cultura do lúpulo de forma sólida e com muito respaldo técnico. Atualmente a Lúpulo do Vale atua em diversas regiões do país como Rio Grande Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Goiás.
Pesquisa mostra impacto humano na redução da diversidade genética da Caatinga
LabGeM e Agecom/UFRN
Fotos: Fábio Vieira – UFRN
Estudo indica a necessidade urgente de um manejo adequado da jurema-preta
A exploração madeireira é uma das principais responsáveis pela alteração na composição da vegetação, podendo causar, a longo prazo, problemas maiores, como desertificação, desconfiguração de habitat ou extinção de espécies. Nesse cenário, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) têm avaliado, nos últimos anos, ameaças à diversidade genética de espécies arbóreas com importância econômica, mas superexploradas nas florestas nativas. Entre elas está a Mimosa tenuiflora, conhecida popularmente como jurema-preta, árvore nativa do Brasil e de ocorrência natural em áreas de Caatinga.
Pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPGCFL) da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN), com apoio do Laboratório de Genética e Melhoramento Florestal (LabGeM), avaliou a diversidade genética em 15 populações naturais dessa espécie nativa distribuídas pelo estado do Rio Grande do Norte. O trabalho, fruto da dissertação de Kyvia Pontes Teixeira das Chagas, publicado na revista Genetic Resources and Crop Evolution, observou que todas as populações apresentaram baixos valores de diversidade genética, além de decréscimos populacionais significativos.
Cientista durante coleta de material
Os resultados da pesquisa indicam a necessidade urgente de um manejo adequado da jurema-preta associado a estratégias eficientes de conservação. De acordo com Kyvia, uma alternativa é a domesticação e implantação de florestas plantadas, visando minimizar a pressão de utilização de populações naturais e atender a demanda por produtos. “Além disso, por se tratar de uma espécie com propriedades medicinais, sugere-se o desenvolvimento de pesquisas voltadas para esse potencial e suas aplicações, o que pode facilitar a realização de mais estudos com finalidades conservacionistas”, explica.
Entre os objetivos dos pesquisadores estava sugerir áreas prioritárias para conservação e verificar se há ocorrência de gargalos genéticos populacionais. Isso porque, na região Nordeste, a atividade antrópica ocorre principalmente em áreas de Caatinga visando à extração e produção de lenha para consumo. Esta prática caracteriza o “corte raso” de um grande volume de espécies nativas, ou seja, supressão da vegetação por meio do corte de árvores rente ao solo, prática ilegal quando feita sem autorização dos órgãos ambientais.
OLYMPUS DIGITAL CAMERA Amostras de jurema-preta coletadas para análise
A jurema-preta possui alto potencial econômico e ecológico, principalmente para fabricação de cercas, lenha e carvão, bem como a utilização forrageira, melífera e medicinal, o que faz com que a espécie seja explorada de diversas formas e de maneira intensa em toda a região de ocorrência. Por apresentar elevado poder calorífico é, sobretudo, uma das principais fontes de abastecimento dos fornos de cerâmica vermelha.
Os pesquisadores alertam, no entanto, que os cortes rasos e as demais atividades antrópicas levam à fragmentação de áreas naturais, favorecendo o isolamento de subpopulações e reduzindo a diversidade genética. “Os indivíduos remanescentes sofrem alterações nos padrões de fluxo gênico e têm sua variabilidade e estrutura genética alteradas. Dessa forma, estudos de diversidade genética em populações florestais são necessários para compreender a distribuição da diversidade e as relações com o meio ambiente, podendo ser utilizados como base para futuras pesquisas que envolvam conservação, seleção e melhoramento de espécies”, comenta Kyvia.
Metodologia utilizada para a realização da pesquisa – Fonte: autores
De acordo com o professor Fábio Vieira, coordenador do LabGeM e orientador de Kyvia, as pesquisas realizadas no Laboratório têm como foco a conservação genética e o melhoramento das espécies florestais com relevância econômica e ecológica. O espaço de pesquisa recebe alunos de ensino médio, graduação e pós-graduação, além de pesquisadores de outras instituições. “Nossa missão é gerar informações científicas e tecnológicas na área de genética e melhoramento de espécies florestais para o Estado do Rio Grande do Norte e o Nordeste brasileiro, auxiliando na formação de novos cientistas, potenciais multiplicadores dos conhecimentos adquiridos e que possam contribuir efetivamente para a conservação, o uso sustentável e a restauração dos biomas florestais da região, especialmente no semiárido da Caatinga”, contextualiza.
Além da Kyvia, que realizou a pesquisa com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e de seu orientador, o professor Fábio Vieira, também assinam o artigo os pesquisadores Luciana Gomes Pinheiro, Fernanda Moura Fonseca Lucas, Ageu da Silva Monteiro Freire, ex-alunos do UFRN/PPGCFL, e Cristiane Gouvêa Fajardo, bolsista do Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD) da Capes/PPGCFL. LEIA NO PORTAL UFRN
OLYMPUS DIGITAL CAMERA Jurema-preta (Mimosa tenuiflora) registrada na natureza
Evidências científicas confirmam que o planeta está ficando mais quente e que as consequências do aquecimento global serão cada vez mais graves. Tempestades, ondas de calor, secas prolongadas e inundações são alguns dos fenômenos climáticos extremos que serão cada vez mais frequentes. Mesmo as projeções mais otimistas apontam riscos às vidas de milhões de pessoas nas próximas décadas e alertam para a possibilidade de extinção de centenas de espécies. Sim, é dramático!
Mas denunciar os problemas atuais não é o bastante. Precisamos avançar rapidamente na construção de modelos de desenvolvimento sustentável, que considerem o equilíbrio ecológico como condição para qualquer possibilidade de futuro. Nessa equação devemos considerar a biodiversidade e os benefícios que a natureza provê para as pessoas, o que considera as condições adequadas para uma vida digna para mais de 7 bilhões de seres humanos.
O Brasil, historicamente, tem tido uma atuação arrojada na agenda ambiental. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como um de seus princípios, houve muitos acertos do poder público e da sociedade civil organizada quanto ao dever de proteger e preservar a natureza em benefício das futuras gerações.
A criação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 1989, foi um exemplo efetivo desse compromisso constitucional. A partir da Eco-92, a histórica Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro, inúmeros foram os marcos legais estabelecidos pelo País e reconhecidos como referências internacionais. Ainda na década de 1990 podemos destacar o Programa Nacional da Diversidade Biológica, de 1994, e a Lei de Crimes Ambientais, de 1998.
Com a virada do século, vieram novos marcos, como o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), em 2000, e a Política Nacional da Biodiversidade, em 2002. A primeira delimitação das Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade foi proposta em 2004, enquanto o Painel Brasileiro de Biodiversidade (PainelBio) foi instituído em 2014. Merecem destaque também o Relatório sobre Gênero, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e Metas Nacionais, de 2016, e as Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas da Flora e da Fauna Brasileiras, que tiveram suas últimas revisões em 2014 e 2018.
Entretanto, nos últimos anos, a liderança brasileira tem seguido o caminho inverso. Além do aumento do desmatamento, são preocupantes os focos de incêndios, as invasões em áreas protegidas e as denúncias de agressões a comunidades tradicionais. Desde 2018, nenhuma nova unidade de conservação federal foi criada e, também, não houve reconhecimento de novas terras indígenas em nosso território. Além disso, notamos evidente enfraquecimento dos órgãos de fiscalização e controle, com sistemáticas reduções de quadro de funcionários, de recursos financeiros e de autonomia, resultando em evidente redução na proteção e no uso racional de nossos recursos, tanto de áreas terrestres quanto costeiro-marinhas.
Tais fatos chocam não apenas a sociedade brasileira como também a opinião pública internacional. Eles representam um revés no protagonismo internacional que o Brasil representava, o que se reflete nos posicionamentos do País nas discussões, tratados e conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre biodiversidade e clima. Mas, se nos últimos anos o “clima” no Brasil é de desconfiança em relação às políticas ambientais, seu pioneirismo na agenda ambiental revela que é possível retomar esse caminho e recuperar o tempo perdido.
É necessário retomar a criação e a implementação de unidades de conservação, cujos processos se encontram há anos prontos no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de estabelecer compromissos concretos a curto e médio prazos para a redução do desmatamento e incêndios florestais de nossos biomas e propor a imediata expulsão de madeireiros, grileiros e garimpeiros ilegais de nossas áreas protegidas.
O Congresso Nacional pode – e deve – cobrar o Executivo Federal para que tais medidas sejam priorizadas, bem como demonstrar proatividade barrando inúmeros projetos de lei que propõem retrocessos ao nosso arcabouço legal ambiental.
Uma retomada do protagonismo brasileiro também pressupõe a aprovação de leis benéficas ao meio ambiente. Um exemplo concreto seria o avanço da tramitação da chamada Lei do Mar (PL 6969/13), que cria a Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro, englobando o mar territorial, a zona costeira, as dunas e mangues, objetivando promover o uso sustentável dos recursos naturais, garantir a conservação da biodiversidade e prevenir impactos negativos a nossa costa.
Um dos princípios do PL 6969/13 é a sintonia com os acordos internacionais para a preservação do oceano e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Seria um gesto oportuno e necessário para que o Brasil proteja efetivamente sua biodiversidade marinha e fortaleça as bases para uma economia sustentável do oceano, além de mostrar ao mundo que podemos retomar a liderança nas políticas de conservação rumo a uma economia sustentável.
Mas para que esse processo de recuperação seja duradouro, mudanças mais estruturantes devem ser promovidas no País. Mudanças que levem ao fortalecimento da educação. Da educação para a autonomia, da educação emancipatória, da educação para transformação, cujo objetivo seja o desenvolvimento da visão crítica e do protagonismo social em um processo de construção de uma democracia participativa ambientalmente e socialmente justa. Essa é a chave para resgatar o Brasil do passado e promover o Brasil do futuro, superando o Brasil do presente.
Alexander Turra é professor titular do Instituto Oceanográfico da USP e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
Por Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa e membro fundador do Conselho Científico Agro Sustentável
Nas crises surgem as oportunidades. A crise é representada pela poluição dos plásticos, um dos maiores problemas ambientais do mundo atual. A oportunidade está na criação de insetos que possam degradar os plásticos e auxiliar na sua eliminação.
Os plásticos são parte integrante da economia global e do cotidiano de cada um de nós. A produção global de plástico atingiu 38 Mt em 2021, a qual deverá crescer substancialmente na presente década, enquanto a previsão para as taxas de reciclagem é que permaneçam baixas (bitly.ws/snQZ). Essa falta de reciclagem, aliada à alta durabilidade dos plásticos, tem resultado em uma ampla gama de impactos ambientais negativos (bitly.ws/snR6).
O aumento da poluição produzida pelos plásticos é um grande problema ambiental, e uma maneira de combate-la é adotar uma economia circular, na qual os materiais usados são reciclados. Um passo importante para facilitar esse processo é inventar novas abordagens para a reciclagem de resíduos plásticos em produtos de consumo desejáveis. A degradação e a conversão microbiana do plástico provavelmente desempenharão um papel considerável na construção de uma economia circular, utilizando microrganismos ou suas enzimas para reciclar resíduos plásticos.
Um dos polímeros mais prevalentes em todo o mundo é o poliestireno termoplástico durável (PS), que responde por até 10% da produção total de plástico não-fibra (bitly.ws/snRe). Entre os vários tipos de PS, a espuma é mais amplamente utilizada em produtos de consumo, sendo conhecida como isopor. Como outros plásticos, o PS persiste na natureza por décadas e pode prejudicar a vida selvagem e os seres humanos.
Biodegradação dos plásticos
Um primeiro passo para concretizar este objetivo é identificar micróbios que possam degradar o poliestireno e investigar as enzimas e vias envolvidas. O microbioma dos insetos tem se mostrado particularmente útil para a biodegradação de plásticos. Aí é que reside a oportunidade gerada pela crise. Elencaremos, a seguir, diversos estudos de biodegradação de PS utilizando insetos, na certeza que os estudos iniciais se alastrarão para outros tipos de plásticos.
Até o início do século XXI o PS era considerado recalcitrante a micróbios (bitly.ws/snRu), razão pela qual os estudos de degradação de PS focaram principalmente em processos químicos ou mecânicos. De fato, o alto peso molecular e o caráter hidrofóbico dos polímeros PS os tornam um alvo difícil para a biodegradação, por serem menos suscetíveis à hidrólise, que é a principal via de degradação natural do polímero. Mas os estudos também mostraram que a degradação abiótica inicial do PS (química ou por fragmentação) aumenta a biodisponibilidade do polímero no meio ambiente, criando superfícies ou substâncias mais expostas à biodegradação.
Nas últimas décadas, vários isolados microbianos foram relatados utilizando PS como fonte de carbono, embora em ritmo lento, em taxas que variavam consumos de 0,13 a 7% ao dia. Estudos mostraram que comunidades mistas de microrganismos, encontrados em solos e culturas, conseguiram degradar PS. Igualmente, consórcios microbianos marinhos reduziram efetivamente o peso de filmes PS, sugerindo que eles são capazes de degradar pedaços de PS intemperizados (http://bitly.ws/snRD).
Biodegradação por insetos
As pesquisas envolvendo microbiomas intestinais de insetos estão demonstrando um potencial dos mais promissores para a degradação eficiente do plástico, combinando mecanismos físicos e bioquímicos. O inseto usa a força mecânica de seu aparelho mastigador para quebrar os plásticos em pequenas partículas, facilitando sua biodegradação pela comunidade microbiana no trato digestivo.
Estudos recentes relataram que os microbiomas de insetos são capazes de biodegradar plástico. Duas cepas bacterianas, Enterobacter asburiae YT1 e Bacillus sp. YP1, isoladas do intestino de larvas da traça-indiana-da-farinha, Plodia interpunctella, foram capazes de degradar polietileno de forma eficiente (bitly.ws/snSN).
O microbioma intestinal de insetos degradadores de plástico mais bem caracterizado é o de larvas da farinha, Tenebrio molitor (bitly.ws/snSW). Suas larvas foram capazes de sobreviver tendo PS como dieta única. Da degradação de moléculas de PS de cadeia longa resultaram metabólitos despolimerizados. A maioria do PS foi convertida em CO2 (47,7%) ou expelido do organismo pelas fezes (49,2%), com apenas uma quantidade limitada (0,5%) sendo incorporada à biomassa do inseto. O gás carbônico pode ser capturado nas câmaras de crescimento de insetos e imobilizado por outras vias. O microbioma intestinal foi considerado essencial para a quebra de PS, pois as larvas da farinha, tratadas com antibióticos, perderam a capacidade de despolimerizar o PS.
Outro estudo, envolvendo uma cepa de Exiguobacterium sp. isolada de um intestino de larva-da-farinha, demonstrou a formação de um biofilme no PS e foi capaz de degradar 7,4% do PS durante um período de incubação de 60 dias. Outro estudo, investigando a degradação de PS e plásticos mistos (PE) em T. molitor, obteve taxas de biodegradação comparáveis, envolvendo as bactérias Citrobacter sp. e Kosakonia sp., que estavam associadas à degradação de PE e PS (bitly.ws/snTD.
Super vermes
Super vermes é um nome comum para as larvas do tenébrio-gigante (Zophobas morio), as quais também sobreviveram tendo PS como a única dieta (bitly.ws/snU3). As larvas converteram 36,7% do carbono PS ingerido em CO2. Assim como ocorre com T. molitor, a capacidade de degradação de PS dos super vermes foi inibida pela supressão da microbiota intestinal com antibióticos, enfatizando a importância do microbioma intestinal na degradação de PS.
Cientistas da Universidade de Queensland (Austrália) também relatam a degradação de poliestireno, com o auxílio de bactérias do microbioma intestinal do tenébrio-gigante, com 95% de sobrevivência das mesmas, alimentando-se exclusivamente de PS. O estudo foi muito profundo, sendo a primeira análise metagenômica de um microbioma de insetos associado ao plástico, revelando enorme diversidade de bactérias presentes no intestino dos insetos, e que podem estar associadas com a degradação do OS (bitly.ws/snRK).
Observa-se um avanço entusiasmante na possibilidade de usar insetos para biodegradação de plásticos, aproveitando, também, os produtos dessa degradação. Trata-se de uma oportunidade interessante para empresários que queiram investir na área, desde que políticas públicas apontem claramente para a necessidade de complementar a reciclagem de plásticos que, até o momento, não respondeu à altura ao desafio de solver a poluição causada pelos plásticos, que assola e ameaça o meio ambiente global.
O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.
O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.
Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.
A agricultura, por sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. Não podemos deixar de lembrar que a evolução da civilização só foi possível devido à agricultura. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa, assim como a larga experiência dos agricultores, seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS nas redes sociais:
Espécies de plantas atacadas por esses predadores têm flores mais masculinas, o que indica maior esforço para produzir uma descendência geneticamente diversa – Foto: Gustavo Brant Paterno
As flores são estruturas sexuais das plantas que, até onde se conhece, evoluíram com apoio de seus polinizadores mutualistas, como abelhas, borboletas e beija-flores. No entanto, estudo desenvolvido pela UFRN mostra que, ao contrário do que a ciência tem mostrado, a sexualidade das flores é, na verdade, determinada pelos insetos herbívoros: lagartas, besouros e gafanhotos que se alimentam de folhas, caule e raízes. A pesquisa demonstrou que espécies de plantas atacadas por esses predadores têm flores mais masculinas, o que indica maior esforço para produzir uma descendência geneticamente diversa. O resultado desse trabalho, liderado por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO) da UFRN e com colaboração de cientistas da Alemanha e da Suíça, acaba de ser publicado na revista Ecology Letters.
“Em vez de um achado casual, esse resultado foi, de fato, previsto pela Hipótese da Rainha Vermelha, uma teoria criada para explicar a existência do sexo”, contou Carlos Roberto Fonseca, pesquisador do PPGECO e líder da pesquisa. Essa hipótese foi proposta para explicar um mistério importante que desafia a teoria darwiniana.
Lírio de franja (Thysanotus tuberosus) observado na pesquisa – Foto: Gustavo Brant Paterno
Segundo essa teoria, os indivíduos vencedores são aqueles que transmitem mais genes para a geração seguinte. O problema é que indivíduos sexuais transmitem apenas 50% dos seus genes a cada filho e filha, enquanto os assexuais se reproduzem fazendo cópias de si próprios, transmitindo 100% de seu material genético. Assim, os indivíduos assexuais poderiam rapidamente ganhar dos sexuais na corrida evolutiva, no entanto, essa previsão contraria o fato de que a maioria dos animais e plantas utiliza o sexo para se reproduzirem. Por este motivo, postula-se que o sexo deve trazer grandes benefícios para compensar essa grande desvantagem genética inicial.
A Hipótese da Rainha Vermelha afirma que o sexo é uma arma utilizada pelas espécies hospedeiras para terem vantagem na corrida armamentista contra os seus parasitas. Quando os organismos sexuais se reproduzem, geram uma descendência que contém combinações únicas de defesas, tornando as armas de ataque dos parasitas menos eficazes. Em contraste, o arsenal de defesa dos organismos assexuais é transmitido de pai para filho praticamente sem alteração. Assim, após algumas gerações, os parasitas podem aprender a desarmar sua estrutura de defesa. “Portanto, segundo a Hipótese da Rainha Vermelha, os descendentes de indivíduos sexuais são muito melhor defendidos do que os produzidos por indivíduos assexuados”, acrescenta Carlos.
Professor José Roberto Fonseca em atividade de campo – Foto: Arquivo pessoal
Para testar a teoria, o então aluno de doutorado do PPGECO, Gustavo Brant Paterno, foi para a Alemanha coletar flores de 141 espécies de diversos ambientes, incluindo prados, florestas temperadas e vegetação alpina. No laboratório, os investigadores pesaram, separadamente, os órgãos masculino e feminino das flores, responsáveis pela produção de pólen e óvulos. Em seguida, calcularam a masculinidade da flor, definida como a proporção do peso do órgão reprodutor dividido pelo peso de ambos os órgãos sexuais. Em geral, as espécies vegetais que investem mais no órgão feminino tendem a se autofertilizar, produzindo sementes de menor diversidade genética. Ao contrário, as espécies que investem mais no órgão masculino tendem a realizar reprodução cruzada, gerando sementes geneticamente mais diversificadas.
Paralelamente, os pesquisadores Martin M. Gossner e Martin Brändle, de universidades alemãs, realizaram uma grande revisão bibliográfica com objetivo de estimar quantas espécies de insetos comem cada uma das espécies vegetais. Isto só foi possível devido ao conhecimento acumulado ao longo de vários séculos de investigação da história natural da Alemanha. Finalmente, quando os investigadores reuniram os dois conjuntos de dados independentes, provaram que a masculinidade das flores estava positivamente associada ao número de insetos herbívoros.
Gustavo Brant Paterno em atividade de campo na Alemanha – Foto: Arquivo pessoal
“O fato de os insetos herbívoros afetarem a sexualidade das flores é uma descoberta extraordinária, que traz um forte apoio à Hipótese da Rainha Vermelha. Isso realça a relevância da conservação da diversidade genética para as plantas que usamos em nossa alimentação e o perigo de reduzirmos as populações das espécies selvagens. Sem diversidade genética, todas as espécies são ameaçadas pelos seus parasitas”, disse Carlos Roberto Fonseca. “Numa época em que a humanidade está ameaçada por muitos vírus e bactérias, a Rainha Vermelha lembra-nos de que devemos estar gratos pelo nosso patrimônio multiétnico, que ajuda a trazer resistência natural contra os nossos parasitas e que são essenciais para a nossa sobrevivência a longo prazo” concluiu. LEIA NO PORTAL UFRN
lor de aranha cinza (Grevillea buxifolia) observada durante o estudo – Foto: Gustavo Brant Paterno
Plantas geram bem-estar, tranquilidade e sensação térmica agradável para ambientes internos e externos
Cuidar de plantas pode ser uma excelente atividade lúdica com benefícios para a saúde mental
Terrários e composteiras reproduzem ciclos naturais em pequenos espaços, inclusive em casas e apartamentos
Foto: Pixabay
O contato com a natureza traz uma série de benefícios para a saúde física e mental, como alívio do estresse, aumento da concentração, relaxamento corporal, incentivo ao autoconhecimento e estímulo à curiosidade. No entanto, quem vive em áreas urbanas pode ter dificuldades para acessar todos esses benefícios com a frequência ideal. Para suprir esse déficit de verde no dia a dia, é possível criar estratégias que tragam a natureza para dentro de casas e apartamentos, mesmo com pouco espaço disponível.
O professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Paulo Henrique Labiak Evangelista, lembra que muitas espécies de plantas podem ser cultivadas em calçadas, quintais, terraços, sacadas, janelas e até paredes. “As plantas trazem aparência mais agradável aos ambientes, promovendo um sentimento de tranquilidade e bem-estar. Cuidar de plantas também pode ser uma atividade lúdica importante, que contribui para melhorar a saúde mental. Em tempos nos quais os problemas psicológicos são tão desafiadores, pode ser uma atividade terapêutica muito recompensadora”, explica.
As plantas são a base da cadeia alimentar de muitas espécies de animais e, ao cultivá-las em áreas urbanas, também é possível atrair aves, borboletas, outros insetos e pequenos animais, ampliando a biodiversidade nas cidades. “Quanto mais espécies de plantas conseguirmos agregar nas áreas urbanas, por consequência teremos maior suporte alimentar para mais espécies de animais. Todos têm a ganhar com mais verde por perto”, ressalta o pesquisador.
Confira seis dicas para trazer um pouco mais de contato com a natureza para sua casa ou apartamento.
1 – Terrário
Montar um terrário ou miniterrário pode ser uma boa forma de conexão com a natureza em um espaço fechado. Geralmente criado em um recipiente de vidro, reproduz um ecossistema em equilíbrio. Evangelista explica que o espaço funciona como uma miniestufa autossustentável, que pode receber espécies de samambaia, musgos, bromélias e outras plantas que gostam de sombra e umidade. “O terrário reproduz um microclima, onde as plantas respiram, realizam a fotossíntese e mantém um ciclo de água. É muito legal observar todo esse processo, que, além de interessante para a decoração dos ambientes, praticamente não precisa de manutenção”, ressalta.
2 – Bonsai
Cultivar pequenas árvores com a técnica oriental do bonsai é outra boa alternativa. São muitas as espécies que podem ser abrigadas em pequenos jardins em casas ou apartamentos. “É uma atividade lúdica e prazerosa, que certamente pode gerar uma boa recompensa psicológica. Várias espécies podem ser utilizadas, como ipê, pinheiro, cerejeira e também árvores frutíferas como pés de jabuticaba, figo e romã”, indica o pesquisador.
3 – Muros ecológicos e paredes verdes
Existem várias opções de plantas e gramíneas que se adaptam muito bem a paredes e muros, inclusive a sacadas de prédios. As pessoas podem comprar estruturas prontas, inclusive com sistemas de irrigação, ou fazer suportes caseiros para colocar pequenos vasos na vertical. Para montar uma cerca verde em casa, o especialista sugere a ora-pro-nóbis, planta típica da América do Sul que, inclusive, é comestível. “É uma alternativa bem interessante para dar vida a vários tipos de paredes externas”, enfatiza.
4 – Terraços verdes e hortas
Utilizar o terraço de casas e prédios para cultivar plantas é uma forte tendência na América do Norte e na Europa. A ideia, que também já possui muitos adeptos no Brasil, além de trazer beleza visual para ambientes geralmente pouco atrativos, costuma gerar conforto térmico, já que a vegetação é capaz de amenizar as altas temperaturas concentradas nos telhados. Nos terraços também é possível criar hortas com espécies de verduras e legumes. “Mesmo em espaços pequenos em quintais ou sacadas de apartamentos pode-se criar pequenas hortas em vasos com temperos e condimentos”, sugere Evangelista.
5 – Composteiras
Realizar a reciclagem de resíduos orgânicos em casa é outra forma de demonstrar conexão com a natureza. É perfeitamente possível reaproveitar cascas de frutas e legumes, além de diversos rejeitos alimentares, para produzir adubo. Com estruturas relativamente pequenas e higiênicas pode-se formar um rico ecossistema para reduzir o impacto do lixo e a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.
Estimativas do Instituto de Economia Aplicada (Ipea) indicam que mais da metade do lixo doméstico é orgânico e, portanto, pode ser utilizado para produzir húmus. “Ao final do processo você terá um adubo de boa qualidade para utilizar na sua própria horta e nas plantas em geral. “É importante ressaltar que as composteiras com minhocas não emitem mau cheiro, não transmitem doenças ou oferecem qualquer risco à saúde humana. Você terá a oportunidade de acompanhar um ciclo completo de vida natural dentro de casa”, explica o professor.
6 – Plantas atrativas para abelhas e pequenos pássaros
As plantas também podem atrair abelhas, aves, entre outros insetos e pequenos animais. Algumas espécies, como a margarida e o girassol, podem abrigar abelhas nativas pequenas e sem ferrão, como jataí, mirim, mandaçaia e tubuna. É possível até ter uma pequena colmeia, formando jardins de mel dentro de casa. “As plantas também atraem pequenos pássaros, como os beija-flores. Para isso, as flores vermelhas são as mais indicadas, como bromélias, princesas-do-abismo e brincos-de-princesa”, sugere Evangelista.
O professor explica que aqueles que têm um espaço maior em casa ou mesmo a possibilidade de utilizar a calçada para o plantio, podem optar por pequenas árvores frutíferas. Palmeiras, como butiá e o jerivá, costumam atrair pássaros como o sanhaço, papagaio e periquito. “Existem palmeiras de variados tamanhos e tipos, mas no geral não são árvores grandes, que não causam danos às calçadas, produzem flores que atraem abelhas e, na fase de frutificação, são importantes para diferentes espécies de animais”, comenta o pesquisador.
O avanço da ciência cidadã
O especialista da RECN ressalta que o interesse do cidadão comum por temas ligados à ciência e à natureza está em alta. Para ele, a observação dos fenômenos naturais, o cuidado com as plantas e a preocupação real com a nossa pegada ambiental estão conectados e trazem muitos aprendizados. O movimento da ciência cidadã contempla iniciativas de observação da fauna e da flora em parques, a participação voluntária na coleta de dados para pesquisas, a produção sustentável na agricultura, entre outras iniciativas.
Muitas plataformas colaborativas e com informação de qualidade estão disponíveis atualmente para auxiliar os interessados em participar desse movimento. A gerente de Educação e Engajamento da Fundação Grupo Boticário, Thaís Machado Gusmão lembra que a natureza está mais perto do que muitos imaginam. “Podemos ter esse contato no quintal, nas plantas da sacada, na praça do bairro, nas nuvens, na praia, na chuva, ao ouvir e observar aves, enfim, em várias situações que nos cercam e, por vezes, não prestamos a devida atenção”, conta. “Essas experiências simples também contribuem para ampliar a compreensão sobre a importância do meio ambiente para a nossa vida, despertando um senso de pertencimento, que também fortalece a responsabilidade de cada um para cuidar do nosso patrimônio natural e protegê-lo”, finaliza Thaís.
Soluções baseadas na Natureza
Ampliando a escala para os espaços públicos, as plantas podem contribuir para a solução de grandes desafios urbanos, como enchentes e calor extremo. A infraestrutura verde, uma das aplicações das Soluções baseadas na Natureza (SbN), vem sendo usada com sucesso em diferentes regiões do mundo. Por meio da implantação, manutenção ou recuperação de áreas verdes em pontos estratégicos das cidades, é possível criar um sistema natural capaz de absorver a água da chuva, reduzir ondas de calor e até filtrar sedimentos do solo, melhorando a qualidade da água para o abastecimento das cidades com menores custos e mais saúde para a população.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 31 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.
Pesquisadores e profissionais do meio ambiente fazem um balanço deste ano na área ambiental e projetam o que deve mover o Brasil e o mundo no próximo ano
Por um lado, desmatamento, enchentes, seca histórica, incêndios, degradação dos biomas, ameaças aos territórios de povos tradicionais e alertas de cientistas sobre a emergência climática. Por outro, acordos entre países para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mais consciência e boas práticas entre as empresas e vozes ativas na sociedade civil mostrando a necessidade de mudanças profundas no modelo de desenvolvimento. O ano de 2021 termina com grandes desafios no campo ambiental para o Brasil e o mundo. Especialistas projetam um 2022 com obstáculos consideráveis, mas também com uma pitada de esperança para o Brasil, diante das eleições e de perspectivas de avanços em assuntos relevantes para a sustentabilidade do planeta.
“Foi um ano muito difícil para o meio ambiente e a biodiversidade brasileira, com grande expansão do desmatamento, especialmente na Amazônia, muita queimada no Cerrado, muita grilagem de terras públicas com retirada ilegal de madeira e ouro. Em Brasília, as bancadas do governo e dos lobbies do atraso aprovaram no Congresso Nacional vários projetos de lei contrários ao meio ambiente, sem levar em conta o agravamento da crise hídrica e do aquecimento global. Graças ao Poder Judiciário, que tem atuado à luz da Constituição Federal, o estrago não foi maior”, analisa Braulio Dias, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele e outros especialistas fizeram um balanço dos eventos mais marcantes da área ambiental em 2021 e traçaram algumas perspectivas para 2022. Veja a seguir:
Desmatamento na Amazônia
O ano foi marcado pela divulgação de novos recordes de desmatamento na Amazônia. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira teve aumento de 21,97% em um ano. No período da análise consolidada, que vai de agosto de 2020 a julho de 2021, a área desmatada foi de 13.235 quilômetros quadrados, a maior taxa registrada nos últimos 15 anos. O Governo Federal, que vem sofrendo forte pressão interna e externa para proteger a Amazônia, assumiu compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2028, mas foi fortemente criticado por atrasar a divulgação das informações do Inpe de forma proposital antes da COP26. “Neste tema da Amazônia, a credibilidade internacional do Brasil continuou a despencar em 2021. A decisão do governo de esconder os dados de desmatamento durante a COP26 foi a gota d’água”, frisa Braulio Dias.
Natureza e terras indígenas ameaçadas
Especialistas e pesquisadores identificaram diversos projetos de lei, decretos e Propostas de Emendas à Constituição (PEC) danosos ao meio ambiente ao longo do ano. Muitas dessas medidas avançaram e foram aprovadas no Congresso Nacional com rapidez inédita. Dentre os retrocessos estão a PEC 191/2020, que prevê a abertura de terras indígenas para mineração, hidrelétricas e agronegócio; as “leis de grilagem” (PL 2633/2020 e PLS 510/2021); e a “lei geral de licenciamento ambiental” (PL 3729/2004). “Há também as invasões de garimpeiros em terras indígenas, especialmente nas áreas Yanomami e Munduruku, com grandes consequências ambientais, além de humanas. As recentes liberações para a mineração sinalizam aberturas maiores”, pontua Philip Fearnside, também membro da RECN e do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O pesquisador também menciona o avanço da aprovação da pavimentação da BR-319, entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO). “É um dos eventos com maiores impactos no futuro na Amazônia”, salienta Fearnside.
Margens de rios em risco, população insegura
O Congresso Nacional aprovou em dezembro um projeto de lei que transfere da União para os municípios a competência para definir as regras de proteção às margens de rios, lagos, lagoas e demais cursos d’água de cidades brasileiras. O texto altera o Código Florestal e pode permitir a realização de intervenções e obras, além de facilitar a regularização de construções irregulares em Áreas de Preservação Permanente (APP). “Essas áreas devem ser conservadas, pois contribuem para a proteção da biodiversidade, ajudam a regular o microclima, protegem recursos hídricos e também oferecem bem-estar para as populações. Não faz sentido flexibilizar a legislação, gerando incertezas sobre as APPs e colocando a população em risco”, alerta André Ferretti, membro da RECN e gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.
Seca histórica no Brasil
O Brasil iniciou o período de seca na região Centro-Sul, em maio, com o menor volume de chuvas registrado nos reservatórios em 91 anos. A escassez ligou um alerta geral nas autoridades sobre os riscos de um novo “apagão” no Brasil, exigindo medidas “excepcionais” para garantir o fornecimento de energia elétrica, sobretudo com o aumento do uso das usinas termelétricas. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do País, finalizaram o mês de abril com nível médio de armazenamento de 34,7%. As chuvas nos reservatórios que asseguram o abastecimento de água nas metrópoles também tiveram menor intensidade no verão passado. No Sistema Cantareira, por exemplo, que abastece municípios da Grande São Paulo, o volume de chuvas no primeiro trimestre do ano foi o mais baixo desde o final da grave crise hídrica de 2016, que obrigou a região a utilizar o “volume morto” dos reservatórios.
Alerta vermelho sobre o aquecimento global
Em agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas publicou seu aguardado relatório, apontando a “inequívoca” responsabilidade humana no aquecimento do planeta. Considerado o mais contundente estudo sobre o tema em três décadas, o trabalho dos cientistas demonstra que as atividades humanas são responsáveis por 98%, ou seja 1,07oC do total de 1,09oC que o planeta já aqueceu desde a Revolução Industrial. O IPCC também explica que o limite estabelecido no Acordo de Paris – 1,5oC de aquecimento em relação à era pré-industrial –, provavelmente será excedido nos próximos 20 anos. Somente uma redução drástica nas emissões de gases de efeito estufa poderá fazer a temperatura média da Terra se manter dentro da meta até o final do século.
Fenômenos climáticos extremos pelo mundo
Em junho, mais de 200 pessoas, a maioria idosas, tiveram morte súbita no Canadá por causa de uma onda de calor com temperaturas que chegaram a 50 graus Celsius. Mais de 170 mortes e prejuízos de cerca de 2 bilhões de euros foram provocados por enchentes no Oeste da Alemanha, em julho. No mês seguinte, o calor intenso provocou incêndios florestais devastadores no Mediterrâneo, atingindo regiões da Turquia e, principalmente, Itália e Grécia. Enchentes históricas foram registradas na China em julho e outubro, gerando destruição, deixando milhares de pessoas desabrigadas e provocando mais de 300 mortes, além dos prejuízos materiais. No Brasil, mais de 50 cidades baianas decretaram situação de emergência em dezembro por causa de fortes chuvas, que provocaram a morte de 10 pessoas, deixaram centenas de feridos, mais de 6 mil desabrigados. No mesmo período, no Norte de Minas Gerais, as enchentes foram responsáveis por cinco mortes e cerca de 2 mil desabrigados. “A realidade confirma o que a ciência vem dizendo há muito tempo: os fenômenos estão ocorrendo com mais frequência, mais intensidade e, por vezes, fora de um período esperado. No caso dos tornados no Brasil, o mais assustador é que percorreram áreas muito maiores que o comum, chegando a 350 quilômetros de extensão”, salienta Carlos Rittl, também membro da RECN, especialista em políticas públicas da Rainforest Foundation da Noruega e ex-secretário executivo do Observatório do Clima.
COP 26 – A aguardada Conferência do Clima da ONU
Sem condições de ser realizada em 2020 por causa da pandemia, a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) ocorreu em Glasgow, na Escócia, em novembro. Cercada de grande expectativa, a reunião teve importantes anúncios de metas voluntárias dos países para “descarbonizar” a economia, mas também decepções. O Brasil comprometeu-se a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e assinou acordo, junto com outros 100 países, para reduzir em 30% a emissão do gás metano até 2030. Muitas definições, no entanto, serão tratadas apenas na COP27, em 2022. O Brasil contou com a segunda maior delegação na conferência de Glasgow, atrás apenas do Reino Unido. Além de autoridades, líderes empresariais e celebridades presentes, também houve destaque para a participação de movimentos sociais e lideranças indígenas. A jovem ativista brasileira Txai Suruí, de 24 anos, foi a primeira indígena a discursar na abertura de uma conferência sobre clima.
COP15 – a Conferência da biodiversidade
A primeira parte da 15ª Conferência das Partes sobre a Biodiversidade das Nações Unidas, a COP15, foi realizada de forma virtual de 11 a 15 de outubro. As negociações presenciais em Kunming, na China, serão realizadas em abril de 2022. Como principal resultado do evento, mais de 100 países assinaram a Declaração de Kunming, comprometendo-se a criar um novo pacto global para proteção da biodiversidade. A criação de um fundo internacional para conservação ambiental, com uma dotação inicial de US$ 233 milhões do governo da China, foi outro resultado do evento.
Início da Década do Oceano
Entre as boas notícias ambientais do ano está o início da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que entre 2021 e 2030 todos os países unam esforços para a geração e divulgação de conhecimento sobre o oceano. A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que é uma das instituições da sociedade civil representantes da Década do Oceano no Brasil, promoveu uma jornada de cocriação de soluções para o mar e as regiões costeiras. O Camp Oceano selecionou 19 propostas de todo o país para serem colocadas em prática a partir de 2022, totalizando R$ 3,7 milhões em apoio. Além disso, o primeiro Edital Conexão Oceano de Comunicação Ambiental ofereceu cinco bolsas para a produção de reportagens sobre a temática, que foram publicadas em veículos de comunicação de diferentes regiões do país, em variados formatos e plataformas.
Mudança no Ministério do Meio Ambiente
Em junho, o ministro Ricardo Salles foi exonerado do Ministério do Meio Ambiente, dando lugar a Joaquim Leite, que já ocupava uma secretaria do órgão. O ex-ministro foi alvo de operação da Polícia Federal, em maio, que resultou também no afastamento da cúpula do Ibama, por suspeita de facilitar o contrabando de madeira. A troca no comando foi recebida com um misto de alívio e baixas expectativas por ambientalistas. Salles ficou marcado por uma polêmica declaração em reunião ministerial em 2020, quando disse que a pandemia seria a oportunidade para modificar normas que seriam questionadas na Justiça, aproveitando o foco da mídia na Covid-19 para “passar a boiada” em regramentos. Com perfil mais discreto, a gestão de Leite segue a mesma linha de Salles.
Sai Trump, entra Biden
Na política internacional, o ano começou com uma grande novidade: a posse de Joe Biden, no dia 20 de janeiro, como presidente dos Estados Unidos. Com um discurso ambiental bem ensaiado, mencionando a crise do clima entre as suas prioridades, o novo mandatário recolocou os EUA no Acordo de Paris e apresentou a meta de reduzir em 50% as emissões do País até 2030, com um pacote trilionário de recuperação verde. Em abril, Biden promoveu uma cúpula de líderes mundiais sobre o clima em preparação para a COP26. Ao longo do ano, no entanto, contradições internas foram aparecendo. Impasses com senadores, inclusive do Partido Democrata, sobre incentivos à retomada verde e ao pacote de estímulo à energia limpa travaram a pauta ambiental nos Estados Unidos. O ano chega ao fim com uma série de dificuldades do novo governo em relação às negociações com o Congresso.
PERSPECTIVAS PARA 2022
Eleições no Brasil
Com mais espaço na agenda pública, pressões e interesses conflitantes internos e externos, especialistas acreditam que a pauta ambiental deve marcar presença nas campanhas de candidatos nas eleições gerais do Brasil em 2022. Além de escolher o presidente da República e os governadores, o pleito também definirá as bancadas da Câmara dos Deputados, a renovação de um terço do Senado – 27 cadeiras – e os representantes para as Assembleias Legislativas Estaduais e Câmara Distrital, no Distrito Federal. “O ano promete ser muito difícil na área política. Resta a esperança de termos alguns bons candidatos para as eleições e termos a felicidade de poder eleger governantes e legisladores competentes e comprometidos com os interesses da sociedade brasileira”, destaca Braulio Dias.
Olhos atentos à Amazônia
A política ambiental para proteger a Amazônia deve seguir atraindo a atenção da opinião pública tanto no Brasil quanto no exterior. Os relatórios periódicos de órgãos que acompanham de perto o bioma e a delicada situação das terras indígenas seguirão sob o foco da imprensa e das entidades dedicadas à causa ambiental. Caso a agenda do governo seja mantida, são esperadas pressões ao Brasil vindas a partir da perda de investimentos estrangeiros, possibilidade de boicote a produtos nacionais e até sanções comerciais de outros países.
COP27 do Clima, COP15 da Biodiversidade e Rio + 30
Entre os grandes eventos globais do próximo ano estão a COP27 do Clima, que será realizada no Egito, em novembro, com a missão de regulamentar diversos pontos do Acordo de Paris, como o mercado de carbono e outros mecanismos de apoio financeiro a países em desenvolvimento. A segunda parte da COP15 da Biodiversidade será realizada em abril, na China, com a missão de estabelecer diretrizes globais para a proteção das espécies até 2050. Outro evento relevante será o Rio + 30 Cidades, previsto para junho, para discutir o papel das mudanças climáticas mundiais nos grandes centros urbanos.
Fortalecimento da economia verde
O compromisso das empresas na proteção e conservação do meio ambiente deve seguir em alta, numa crescente conscientização sobre os impactos socioambientais de negócios econômicos. Maior fôlego para um mercado global de carbono, boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) valorizadas pelas corporações, fundos verdes com a adesão de investidores e o fortalecimento de negócios com impacto socioambiental positivo são alguns dos movimentos de mercado que devem trazer o meio ambiente para o centro do mundo corporativo em 2022.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br
De origem botânica e sustentável, Riptide apresenta como benefícios menos toxicidade e evita acúmulo de resíduos no ambiente
A Sumitomo Chemical, em parceria com a ATOM Brasil, maior distribuidora de inseticidas para o mercado de controle de pragas urbanas do país, realiza o lançamento no mercado brasileiro do Riptide, inseticida de uso profissional à base de piretrinas naturais para o controle de pragas. O produto é eficaz no desalojamento, tombamento e mortalidade de insetos voadores e rasteiros, como baratas, moscas e mosquitos.
De origem 100% botânica e sustentável, as piretrinas naturais são ingredientes ativos derivados da flor de uma espécie de crisântemo, os quais são submetidos a um processo de refinamento até alcançar a sua fórmula ideal. O Riptide conta em sua composição com 5% de piretrinas naturais, o que garante ação rápida, eficiência sobre populações resistentes de insetos e confiabilidade para tratamento em UBV, superfícies, frestas e fendas.
O produto baseado em piretrinas naturais, as quais são fotodegradáveis, evita o acúmulo de resíduos no ambiente, sendo portanto, menos poluente em comparação a inseticidas sintéticos, além de ter como diferencial em sua composição a substituição de solventes por base aquosa, assumindo todas as propriedades de um produto não inflamável e sem apresentar riscos de ocorrências de incêndios.
Outra vantagem do Riptide é o baixo potencial de causar irritabilidade em humanos e outros mamíferos. As piretrinas naturais são imediatamente metabolizadas, transformadas em compostos não-tóxicos e eliminadas pelo organismo.
O Riptide é recomendado para aplicação em indústrias alimentícias e farmacêuticas, além de áreas sensíveis, como hospitais, hotéis, restaurantes e demais ambientes que não permitem o uso de produtos residuais.
O inseticida à base de ativos botânicos, pela sua fórmula única, admite qualquer método de aplicação, de pulverizadores manuais e nebulizadores até atomizadores costais e UBV veiculares. O Riptide é comercializado em embalagem única com volume de 1 litro e a venda é restrita para instituições ou empresas especializadas.
Antes de chegar ao mercado brasileiro, Riptide já estava disponível, em outros países da América Latina, como México, Costa Rica, Guatemala e Panamá. Contudo, o potencial inseticida das piretrinas naturais é conhecido há muitos séculos, tendo sido tradicional em diversos países para o controle de insetos que causam incômodo e são transmissores de doenças, como a dengue e a malária.
Inovação e sistema de produção sustentável
O lançamento pioneiro do Riptide no mercado brasileiro integra o portfólio da Sumitomo Chemical de produtos direcionados para o Mercado Profissional (PCO), contribuindo para uma melhor qualidade de vida.
Para Shin Fujimori, Diretor da Divisão Ambiental da Sumitomo Chemical para a América Latina, o Brasil é um mercado-chave para o crescimento de ações inovadoras, sustentáveis e de responsabilidade social.
“Este produto já representa grande relevância no mundo, pelas suas funções menos residuais e menos tóxicas, e como exigência do mercado, certamente também resultará em impactos positivos no Brasil. A intenção não é eliminar o inseto a qualquer custo, e sim, com consciência ambiental, além de segurança para os aplicadores e para quem convive nos locais onde os produtos são utilizados”, conclui Fujimori.
Sobre a Sumitomo Chemical Sediada em Tóquio, no Japão, a Sumitomo Chemical é uma das principais empresas químicas do mundo. Fundada em 1913, está presente em mais de 180 países, com cerca de 32 mil funcionários. Na América Latina opera com soluções para agricultura, nutrição animal e saúde ambiental com o objetivo de promover o bem-estar oferecendo soluções sustentáveis para a produção de alimentos e a saúde da sociedade. No Brasil, a Sumitomo Chemical realiza suas atividades a partir de um escritório central, localizado em São Paulo (SP), um centro de pesquisas em Mogi Mirim (SP) e um complexo industrial em Maracanaú (CE), além de contar com unidades de distribuição e equipe técnica altamente capacitada em todo o território nacional. Firmando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, a companhia é signatária do Pacto Global e promove ações para contribuir com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que estipula metas para transformar o mundo até 2030.
Salto Morato, Reserva Natural Salto Morato, Guaraquecaba, Parana, Brasil, foto de Ze Paiva, Vista Imagens.
Foto: José Paiva.
O Paraná vive a seca mais severa dos últimos anos, submetido, desde maio, à condição de emergência hídrica. Outras regiões brasileiras estão passando por problemas semelhantes. Uma pesquisa da Agência Nacional de Águas e Saneamento revelou que em setembro as áreas de seca aumentaram em 14 dos 18 estados monitorados. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná são os estados que sofrem há mais tempo com a estiagem, apresentando pontos de seca extrema, marcados por falta de chuva e níveis dos rios extremamente baixos. No Pantanal, bioma que está sofrendo intensamente com queimadas, o volume de chuvas de outubro de 2019 a março deste ano foi 40% inferior à média de anos anteriores, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Desde o início de outubro, o Oceano Pacífico Tropical vive condições de La Niña, ou seja, um resfriamento das águas superficiais e um enfraquecimento dos ventos alísios (constantes e úmidos), o que desfavorece a precipitação de chuvas no Sul, Centro-Oeste e parte do Norte do Brasil. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), as chances deste padrão perdurar até o final do primeiro semestre de 2021 são de 70%.
Em um contexto como este, a falta de água acaba sendo inevitável, afetando não somente a população, mas, em menor ou maior grau, todos os outros setores da economia. No Paraná, levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que até o início de outubro apenas 8% da safra de soja havia sido plantada, contra média aproximada de 22% dos anos anteriores. Em São Paulo, a falta de chuva prejudica o cultivo de café e, em Santa Catarina, a safra de milho, ficando apenas em alguns exemplos.
Com o aumento da temperatura global ocasionada pela constante alta das emissões de gases de efeito estufa, especialistas do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) preveem mudanças significativas nos regimes hidrológicos em várias regiões do país. O Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste enfrentarão redução de chuvas com períodos de seca mais longos, enquanto para Sul e Sudeste a previsão é de estiagens mais severas intercaladas por períodos muito chuvosos. Essas fortes chuvas já vêm sendo observadas, como as enchentes ocorridas no início do ano em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Além dos efeitos das mudanças climáticas, crises hídricas são igualmente potencializadas pelo desmatamento. Levantamentos do INPE indicam que os “rios voadores”, correntes de ar e água que levam umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, têm perdido força diante da devastação florestal na Amazônia. Efeito direto deste fenômeno é a redução de chuvas na região do Pantanal e o consequente agravamento das queimadas, que ainda ardem na região.
A manutenção da vegetação natural nas margens dos rios e nascentes de uma bacia hidrográfica é essencial para manter a água armazenada por mais tempo em seu interior. Este último ponto ficou evidente na crise hídrica enfrentada atualmente pela Região Metropolitana de Curitiba. Os reservatórios de Piraquara I e II permaneceram com um volume satisfatório de água por um período muito maior em função da expressiva extensão de floresta nativa em seu redor. Além de manter o solo muito mais úmido, essas áreas também contribuem para a melhoria da qualidade hídrica, por atuarem como uma espécie de esponja, retendo possíveis partículas de solo que poderiam ser levadas aos rios durante fortes chuvas.
Em uma abordagem em que a própria natureza pode amenizar crises hídricas futuras, foi criado o movimento Viva Água. Este atua na Bacia do Rio Miringuava – manancial localizado em São José dos Pinhais (PR), que abastece 230.000 pessoas e várias empresas da Grande Curitiba. O objetivo é contribuir para a segurança hídrica por meio de ações de conservação e recuperação de ecossistemas naturais, além do incentivo ao empreendedorismo com impactos sociais e ambientais positivos.
O movimento é um exemplo de como a articulação da sociedade tem papel relevante na solução de crises hídricas. Juntos, organizações, produtores rurais, comunidade, poder público, iniciativa privada e universidades, agem para transformar a realidade socioeconômica e ambiental e contribuir para sua adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.
* Anke Manuela Salzmann é analista de Negócios e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
Região Sul do Brasil fica em alerta, em pleno inverno. A praga de gafanhotos se aproxima devido às temperaturas que se comportam como se estivéssemos no verão. Esse fenômeno tem muito a ver com a mudança climática, o aquecimento global, o planeta mais quente torna-se vulnerável e, tem um efeito direto no metabolismo dos insetos, neste caso, em especial, dos gafanhotos.
Um estudo publicado por uma equipe de cientistas norte-americanos na Revista Science, destacou que o clima mais quente, torna-os mais ativos e com um destaque: propensos a se reproduzir. Outro fator para levar em consideração é que se tornam mais famintos, por exemplo, um gafanhoto adulto é capaz de comer o equivalente ao seu próprio peso corporal em um dia.
Pesquisadores da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), indicam que aumentaram em 10 a 25%, os danos globais causados por pragas de insetos na produção de arroz, trigo e milho e, a consequência é a utilização cada vez maior de inseticidas para o combate. O impacto maior se dá em regiões de clima temperado onde a maioria dos grãos são produzidos. Temperaturas altas aumentam a reprodução dos insetos, com exceção dos trópicos. Mais insetos, mais venenos, comentam os autores.
É bom lembrar que os gafanhotos não são as únicas espécies que devoram as culturas, mas são os mais monitorados pelo poder de devastação que possuem. Em 2004, houve uma infestação de gafanhotos na África que causou danos nas lavouras de mais de 2,5 bilhões de dólares. Um enxame pequeno em um dia consome o que 35 mil pessoas precisam para se alimentar, devoram as lavouras, em especial de trigo, milho e arroz, e daí vem a preocupação dos agricultores da região sul em relação a aproximação dos mesmos, vindos da Argentina.
Essas criaturas são os inimigos mais antigos da humanidade, presentes em várias citações bíblicas. Se esfriar, eles desviarão a região sul, caso contrário, muitos venenos, que poderão prejudicar a biodiversidade local serão aplicados e, os impactos a curto prazo aparecerão.
Autores:
André Maciel Pelanda é professor e tutor central dos cursos de Gestão Ambiental e Saneamento Ambiental do Centro Universitário Internacional Uninter.
Rodrigo Berté é diretor da Escola Superior de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades Centro Universitário Internacional Uninter
É importante que você, enquanto dono de um negócio saiba que sua empresa vai muito além de apenas lucros e produtos de alta qualidade. Você tem um papel importante.
Além de satisfazer diversas pessoas com seus produtos, sua empresa gera empregos, movimenta a economia e, acima de tudo isso, tem uma grande responsabilidade com o meio ambiente.
Apresentado essa situação, é importante que dentro de qualquer negócio exista a sustentabilidade corporativa. Apenas medidas sustentáveis e ecológicas pode possibilitar vida longa a empresa, as pessoas e todo o planeta Terra.
A poluição emitida por indústrias causam a morte de mais de 12 milhões de seres vivos, por ano. Então, pensar em sustentabilidade dentro de uma indústria é pensar na existência a longo prazo e na qualidade de vida.
Para você ficar por dentro das melhores ações de sustentabilidade, listamos aqui algumas opções que podem ser adotadas. Vamos lá?
Seja transparente com os processos adotados
Não existe a possibilidade de uma empresa ser sustentável se ela não é transparente com seus funcionários e clientes sobre os processos adotados no empreendimento.
As pessoas costumam se apegar e ter empatia a aquilo que elas conhecem com propriedade. Então, permita que seus clientes conheça o que acontece dentro da sua empresa;
Só assim elas conheceram os valores e missão do local e, com o passar do tempo, possa se fidelizar por completo.
Troque os papéis por documentos eletrônicos
Talvez essa seja a maior dificuldade das empresas: se livrar dos documentos e papéis impressos e adotar documentação eletrônica.
Quando você usa documentos eletrônicos você consegue se livrar dos papéis, otimizar os espaços da empresa, aumentar a segurança e economizar o tempo.
E fiquem tranquilos, viu? Os documentos eletrônicos também têm legalidade jurídica. Então ele tem peso como qualquer outro documento. Então nem perca tempo com gastos desnecessários.
A gente sabe que o tempo pode destruir, aos poucos, diversos equipamentos da sua empresa né? E a infraestrutura do local está incluso nessa.
Quando a infraestrutura está danificada, o desperdício de recursos naturais viram uma realidade. Então, faça uma manutenção periódica de tudo, verificando se no local há de vazamentos de água, se as instalações elétricas estão mal feitas, além do ar-condicionado.
Busque trocar todas as lâmpadas fluorescentes pela de LED e descarte os interruptores. Em uma empresa ecológica e sustentável, o uso de sensores de presença são a melhor opção.
São dicas práticas e eficazes que podem mudar, em um curto espaço de tempo, a forma como sua empresa se porta com o meio ambiente. E isso faz total diferença, viu?
Especialista da Unicesumar defende investimentos e a volta das características naturais dos rios para enfrentar as variações climáticas
Os especialistas em urbanização são categóricos em afirmar que o cenário de enchentes, como as que atingiram cidades como São Paulo e Belo Horizonte, irá se repetir nos próximos anos, caso o poder público continue a utilizar como resposta à opinião pública as canalizações de córregos e rios.
A principal solução levantada pelos especialistas é a renaturalização de rios e córregos, que nada mais é do que a volta às características naturais do rio, procurando estabelecer um equilíbrio entre os limites e peculiaridades de um ambiente urbanizado e um ambiente mais natural.
Países como Holanda, Japão, Coreia do Sul e Alemanha já entenderam o recado e estão correndo para mudar o modelo urbano dos seus grandes centros, diz o arquiteto e professor da EAD Unicesumar, Fernando Santana. Em Tóquio, por exemplo, o governo criou grandes reservatórios capazes de armazenar bilhões de metros cúbicos de água e a sua utilização em fins não potáveis.
“Se a Holanda não tivesse desenvolvido soluções viáveis, as cidades já teriam sido tomadas pela água. O que o governo holandês propôs foi um reordenamento territorial, com o recuo nos diques de contenção, ampliando as áreas de alagamento. O governo aplicou cerca de 50% dos seus investimentos nas medidas de enfrentamento das variações climáticas, preocupados com essa realidade”, afirma Santana.
O modelo meteorológico mudou muito na última década e, segundo o professor, na pressa de se dar uma resposta ágil à população contra as enchentes, o poder público optou pela via mais rápida e não necessariamente mais barata: as canalizações e retificações.
“Com a canalização desses cursos de água, há uma diminuição da vegetação que planejamos ao redor do curso em sua proteção. Consequentemente existe um aumento da impermeabilização do solo gerado pelas construções que surgiram em loteamentos devido ao adensamento urbano”, diz.
O projeto Rios & Ruas, criado pelo geógrafo Luiz de Campos Júnior e pelo arquiteto e urbanista José Bueno, estima entre 300 e 500 os rios soterrados pela urbanização.
Já de acordo com a Superintendência de Desenvolvimento de Belo Horizonte, dos 654 km da malha fluvial do município, 208 km estão escondidos sob ruas, avenidas e construções.
Com a renaturalização, atrelada ao plano diretor das cidades, é possível promover a integração das margens dos rios e lagos, com parques lineares, áreas de agricultura. Segundo Santana, é importante que os rios sejam recuperados antes e que a mudança envolva a colaboração de engenheiros, arquitetos, gestores ambientais e a população no entorno dos córregos e rios.
“Precisamos chamar a população a assumir responsabilidade pelo meio em que vive. A preservação desses cursos deve ser abarcada pelos planos municipais e suas políticas, de modo que a população compreenda a importância enquanto estrutura urbana. Caso contrário, vamos precisar de bombas cada vez mais potentes para tirar a água das garagens de edifícios e casas”, alerta o professor da EAD Unicesumar.
Apostar em atividades e brincadeiras ao ar livre é uma alternativa que não deve ser deixada de lado, especialmente para o desenvolvimento cognitivo das crianças Créditos: Cheryl Holt/Pixabay
Manter o equilíbrio entre o tempo em frente às telas e atividades ao ar livre é essencial para o bom desenvolvimento das crianças e para que o recesso escolar se torne mais proveitoso
As férias de verão são um dos períodos mais desafiadores para pais com filhos em idade escolar. São cerca de dois ou até três meses nos quais é preciso criar atividades para entreter os pequenos. O desafio torna-se ainda maior e mais complexo para as famílias com pais que não conseguem folga no mesmo período. Embora as telas (celulares, computadores e videogames) sejam atrativos mais práticos, apostar em atividades e brincadeiras ao ar livre e em contato com a natureza é uma alternativa que não deve ser deixada de lado, especialmente para o desenvolvimento cognitivo das crianças.
Para a coordenadora do Programa Criança e Natureza do Instituto Alana e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Laís Fleury, é preciso haver equilíbrio entre a tecnologia e a vida real. “A tecnologia passou a ser uma narrativa para a criança. Os pais precisam ficar atentos se a maior parte do tempo livre está sendo tomada pelas telas, pois isso é preocupante”, afirma. Permitir que as crianças passem longos tempos em frente à televisão, celular, tablets ou videogame pode interferir em seu desenvolvimento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças de até 5 anos devem passar, no máximo, uma hora por dia em frente às telas, sendo que as menores de 1 ano não deveriam nem ter o contato inicial. O estudo aponta que o excesso de tempo em frente aos eletrônicos atrapalha o sono e diminui a incidência de atividades físicas. “A criança precisa ter uma vida equilibrada e o contato com a natureza é essencial, pois constrói um repertório de atividades e vivências reais que contribuem para a construção de um pensamento crítico, de entender que tem muita vida lá fora e ficar só na tela não é legal”, acrescenta Laís.
Envolvimento com a natureza
O contato com a natureza desde cedo é benéfico para o desenvolvimento e bem-estar da criança, com grandes chances de torná-la um adulto mais consciente e preocupado com o meio em que vive. Segundo pesquisa realizada nos Estados Unidos, pequenos que brincam e interagem com a natureza tendem a ser adultos que se importam com o meio ambiente devido às suas memórias afetivas. Além disso, se desenvolvem melhor em aspectos físicos, cognitivos, emocionais, sociais e sensoriais.
“É importante que a criança se movimente em um ambiente aberto, que possa sentir, tocar, vivenciar o natural. Assim, ela também nutre a criatividade. A criança na natureza cria o próprio brinquedo e estimula a imaginação, relacionando os elementos naturais em infinitas possibilidades”, salienta Laís.
Sugestões de atividades ao ar livre
Laís dá algumas dicas para os pais explorarem a criatividade das crianças em meio à natureza, como fazer móbiles com galhos, carimbos com folhas ou curadoria de livros relacionados à natureza. Levar as crianças para brincar em praças e parques, acampar – mesmo que no quintal de casa –, trocar o carro pela bicicleta e caminhada ou sugerir o fechamento de parte de uma rua sem movimento em determinado dia e horário para que as crianças possam usá-la com mais segurança também são boas possibilidades.
A especialista ainda destaca o GPS da Natureza, ferramenta criada pelo Programa Criança e Natureza que conta com o mapeamento de áreas verdes, parques, espaços urbanos, com filtros e sugestões de atividades. “É preciso priorizar estar ao lado de fora e as oportunidades ao ar livres para deixar as crianças mais soltas em prol do seu desenvolvimento e da conscientização sobre a importância de proteger a natureza”, finaliza.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.
Perfis em redes sociais mostram novas formas de pensar a sustentabilidade do planeta Créditos: Pixabay
O cuidado com o meio ambiente ganha força, voz e engajamento nas redes sociais
O Brasil tem 140 milhões de usuários nas redes sociais. O número do relatório Global Digital Statshot 2019 corresponde a 66% da população do País. Pessoas conectadas e que ganham voz e poder de comunicação instantâneos. Diante dessa tendência, diversos atores – entre cidadãos, organizações não governamentais e empresas – passaram a usar as redes sociais para falar de causas importantes, com o intuito de informar e conscientizar o maior número de pessoas.
Um dos maiores desafios da atualidade, a conservação da natureza é um tema que tem gerado engajamento na internet. “O mundo está em constante transformação. A forma de comunicar mudou e a preocupação e a necessidade de pensar sustentabilidade também. Por isso, ter comunicadores, embasados na ciência e que usam essas novas ferramentas, é algo essencial para a conservação do meio ambiente”, afirma o professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo, Ronaldo Christofoletti.
O professor, que é treinador de comunicação científica para o Programa Researcher Connect do British Council e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, ainda reforça a importância do uso de informação embasada, principalmente em divulgações nas redes sociais. “Essa nova comunicação pode trazer bons resultados na prática se realizada com base na ciência de qualidade que é produzida no Brasil e no mundo. É também um novo meio de fazer o conhecimento chegar até a sociedade”, afirma. E alerta: “com tanta fake news é cada vez mais importante analisar a origem da informação e usar os novos meios para a comunicação visando a melhoria da qualidade de vida e da sociedade”.
Para seguir, inspirar e repensar hábitos visando a sobrevivência do planeta, aqui estão sete perfis inspiradores. A maioria presente no Conexão Oceano, evento promovido nesta terça-feira (03), no Rio de Janeiro, com o objetivo de estruturar diretrizes para comunicar, engajar e sensibilizar a sociedade sobre a importância da conservação dos mares para áreas como economia, bem-estar, turismo e pesquisa, entre outras.
1. @onu_meio_ambiente
Com a mensagem “Pense no Planeta. Viva Simples”, a conta oficial no Instagram da ONU Meio Ambiente no Brasil traz informações e dados sobre diferentes temas ligados à conservação. O perfil ainda divulga eventos ligados ao meio ambiente e possui um link direto para a página da instituição, com reportagens sobre o tema.
2. @oceanoparaleigos
Criado pela oceanógrafa Mariana Thévenin, o perfil no Instagram é também um projeto que pretende divulgar informações científicas de maneira descomplicada, popularizando o conhecimento. A ideia é aproximar as pessoas dos oceanos e incentivar uma reflexão sobre a importância da sustentabilidade e da conservação. O perfil também traz pesquisas sobre o tema.
3. @cristalmuniz
A influenciadora de 27 anos decidiu, em 2014, que tentaria viver sem produzir lixo. A iniciativa resultou em um blog e um perfil no Instagram, o @umavidasemlixo. As postagens de Cristal trazem dicas sobre como evitar o desperdício e a produção de resíduos que não podem ser reciclados ou reaproveitados. Com suas ações, em 2018, a influenciadora ganhou o Prêmio Microinfluenciadores Digitais na categoria Meio Ambiente. No mesmo ano, a página também conquistou o 1º prêmio Lixo Zero, organizado pelo Instituto Lixo Zero Brasil.
4. @fundaçaogrupoboticário
Instituição sem fins lucrativos, a Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil. Na conta oficial no Instagram, é possível conhecer algumas das ações, editais lançados e espécies da fauna e flora do Brasil. Também são divulgadas informações sobre os mais de 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado protegidos e conservados por meio de duas reservas naturais mantidas pela instituição: a Reserva Natural Salto Morato (PR) e a Reserva Natural Serra do Tombador (GO).
5. @soniabridi
O perfil pessoal da jornalista traz várias informações sobre meio ambiente. Muitas postagens são resultado de reportagens produzidas e trazem dados sobre temas que estão ganhando destaque na mídia, como as mudanças climáticas e possíveis consequências. O perfil ainda apresenta bastidores de reportagens e curiosidades sobre as produções realizadas pela jornalista no Brasil e no mundo.
6. @umagotanooceano
Fundada pela atriz e apresentadora Maria Paula Fidalgo, a organização sem fins lucrativos trabalha para ampliar a divulgação de temas socioambientais. Com uma linguagem acessível, as postagens no perfil do Instagram trazem informações e dados sobre temas ligados ao meio ambiente e ao direito das comunidades indígenas.
7. @familiaschurmann
A família que ficou conhecida por inúmeras aventuras em alto mar é também defensora da campanha Mares Limpos, uma ação global para combater o lixo nos oceanos. As viagens são registradas no perfil oficial da família, que também traz informações sobre iniciativas de conscientização. A próxima expedição dos Schurmann está marcada para dezembro de 2019. A “Voz dos Oceanos” terá duração de um ano e meio, tem o apoio da ONU Meio Ambiente e vai fazer o registro de oceanos em várias regiões do planeta.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.
Contato com áreas naturais reduz as chances de desenvolver ansiedade, depressão e estresse Créditos: Pixabay
Pesquisas comprovam que estar em contato com áreas naturais reduz as chances de desenvolver ansiedade, depressão e estresse, além de prevenir contra doenças cardíacas
O agito dos grandes centros urbanos prejudica a saúde física e mental. As poluições sonora, visual e atmosférica somadas ao enclausuramento do dia a dia contribuem com o desencadeamento de problemas pulmonares, cardíacos e emocionais. Diante deste contexto, a ciência vem mostrando que praticar atividades ao ar livre, em contato com a natureza, é o que precisa ser incorporado na rotina das pessoas como forma de tratamento preventivo.
Pesquisadores da Universidade de Chiba, no Japão, reuniram 168 voluntários e colocaram metade para passear em florestas e o grupo restante para andar nos centros urbanos. As pessoas que tiveram contato com a natureza mostraram em geral uma diminuição de 16% no cortisol (hormônio do estresse), 4% na frequência cardíaca e 2% na pressão arterial.
Para o neurologista e psicoterapeuta cognitivo Mário Negrão, é possível notar uma melhora significativa no aparelho digestivo, nas alergias e na resistência à bactérias e infecções, mas o mais importante é a sensação de bem-estar. “Quando você coloca um indivíduo em uma cidade sem muita natureza, você está colocando-o em um ecossistema hostil, onde tudo que o rodeia é artificial. É comprovado que isso gera um impacto imenso na saúde”, relata.
Na Austrália, um estudo produzido na Universidade Deakin mostra que a natureza oferece às pessoas momentos de liberdade e relaxamento, impactando positivamente o estado mental dos indivíduos e reduzindo sintomas de ansiedade e depressão. Na Holanda, pesquisadores do Centro Médico Universitário de Amsterdã constataram que pessoas que vivem próximas da natureza reduzem em 21% as chances de desenvolverem depressão. Os benefícios também envolvem uma melhora na qualidade do sono, no desenvolvimento cognitivo, na imunidade, nos problemas cardíacos e pulmonares, além de uma redução na ansiedade, na tensão muscular e na possibilidade de desenvolver doenças como obesidade e diabetes.
Para a doutora em Ciências Florestais e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Teresa Magro, a sensação de bem-estar está relacionada também ao que fazemos no ambiente natural. “Só o fato de olhar uma paisagem, fazer um passeio em um parque ou em uma área com menos barulho, já nos dá uma sensação de relaxamento”, afirma.
No país com a mais rica biodiversidade do mundo, o contato com a natureza pode ocorrer em diferentes espaços, como parques, praças, cachoeiras e ambientes costeiros e marinhos. “Os benefícios fornecidos pela natureza – como ar puro, água, regulação microclimática, redução de partículas poluentes, relaxamento mental e físico, entre outros – e sua conexão com a saúde das pessoas devem ser vistos pela sociedade e pelo poder público como uma prioridade. Ter espaços verdes acessíveis e bem cuidados próximos da população estimula a visitação e a prática de atividades, o que resulta em indivíduos mais relaxados e produtivos”, completa a gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Leide Takahashi.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
Matéria-prima é transformada em brinquedos para playgrounds e mobiliário urbano, entre outras peças
Costumeiramente desprezados pelas grandes madeireiras por estarem fora dos padrões de mercado, galhos de árvores de madeiras consideradas nobres tornaram-se protagonistas em projetos da LAO Design e Engenharia, de Cotia (SP). Isso foi possível graças a uma parceria entre a empresa paulista e a Iiba Produtos Florestais, de Rio Branco, no Acre.
São espécies, como cumaru-ferro, garapeira e maçaranduba, cujos galhos, segundo o engenheiro mecânico George Dobré, proprietário da Iiba Produtos Florestais, podem chegar a 70 centímetros de diâmetro. “O que se aproveita é apenas o tronco, por não apresentar tortuosidades”, diz. “O que fica, porém, representa cerca de 1/3 de volume de madeira”, completa.
Essas matérias-primas vêm de uma região no Amazonas, situada às margens do Rio Purus, e são manejadas por comunidades locais, também responsáveis pelo entalhe das peças a motosserra. “Eles dominam essa ferramenta como ninguém e queremos evidenciar as marcas desse trabalho nos produtos”, diz o designer Lao Napolitano, da LAO Design e Engenharia.
“Além de nenhuma árvore ser derrubada para nos atender”, diz ele, “para evitar desperdícios, faltas e excessos, tudo é produzido de acordo com a demanda”. Mas, neste caso, a necessidade de que Napolitano comenta não é a do mercado ou da empresa, sob a qual está firmada a sociedade, mas dos locais e da própria Natureza.
“Isso significa que em vez de dizermos às comunidades o que queremos em que prazo queremos, são eles que dizem o que têm e em quanto tempo podem entregar”, explica o designer. “Como trabalhamos com materiais que são deixados para trás, dependemos da quantidade e características dessas sobras”, completa.
Além disso, ressalta o designer, é preciso respeitar a cultura e a modo de vida dos povos da floresta. “Eles não estão acostumados a prazos apertados, a agendas lotadas, correrias”. “Para eles, o tempo corre em um compasso diferente do nosso, os valores também são outros, não adianta tentar impor nosso jeito”.
Na prática, a associação comunitária informa o volume e as caraterísticas das toras que dispõem, a empresa avalia, envia a eles os projetos, para que cortem as peças, que chegam em São Paulo prontas para serem montadas. Os prazos de entrega são definidos no início da negociação, mas pelos fornecedores.
Sobre a LAO: empresaespecializada em soluções ecológicas para áreas de lazer, prática de esportes e infraestrutura urbana. Com madeira certificada e materiais reciclados, produz playgrounds, equipamentos de ginástica, bancos e estruturas de madeira, como pontes, passarelas, mirantes, deques e pergolados, entre outros.