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Blog Anselmo Santana

Mundo

Incêndio no Instituto Serum: como o acidente poderia ter sido evitado e as vidas preservadas

26 de janeiro de 2021 por Anselmo Santana Deixar um comentário

*Por Felipe Melo

Na última quinta-feira (21), um incêndio ocorreu em um andar do prédio do Instituto Serum, fabricante de vacinas contra Covid-19 na Índia, ocasionando a morte de cinco pessoas. Segundo o CEO da empresa, nem o estoque e nem o laboratório onde são produzidos os imunizantes foram afetados. Ainda não se sabe ao certo o que provocou o fogo, no entanto, é certo que em locais como este deve-se tomar medidas extras de proteção, uma vez que apresentam riscos potencializados.

Edifícios como o do caso, trazem todos ou quase todos os agravantes para o início de um incêndio, como  presença de materiais combustíveis, seja em mobiliário, equipamentos e/ou o no próprio manuseio de matéria prima; tipo de construção e o seu revestimento, comumente de algum tipo plástico devido à exigências sanitárias e limpeza (muito comum nas indústrias farmacêuticas); presença e utilização de líquidos igníferos, provenientes de matérias primas utilizadas nos processos ou dos produtos utilizados para a limpeza, , etc. Resultando, assim, em locais com alta  carga de incêndio e com alta taxa de liberação de calor.

Os motivos que ocasionaram o acidente no prédio do laboratório ainda são desconhecidos, no entanto, a combinação dos materiais combustíveis de revestimentos e manuseio com uma fonte de calor capaz de igniza-los, são fatores chave para se iniciar um incêndio. Listo alguns pontos devem ser observados e seguidos para se evitar que um incêndio se inicie:

  • Reduzir a quantidade de materiais combustíveis na ocupação e no manuseio é sempre uma ótima opção, porém muito difícil de ser aplicada, visto que são muitas vezes inerentes ao processo. O que é possível porém, importância é o cuidado com o manuseio e armazenamento de substâncias perigosas, como líquidos ingníferos e gases inflamáveis, e cuidados com as instalações. Manutenção sempre é importante, seja para utilidades, equipamentos em geral e sistemas de proteção contra incêndio;

 

  • O fogo precisa da combinação, oxigênio, material combustível e energia de ignição. Esta última pode vir de várias formas, uma instalação elétrica mal feita ou sem manutenção, como um curto circuito por exemplo, ou até mesmo um reparo em um equipamento ou estrutura que ocasione em o que chamamos de trabalho a quente, ou seja, é capaz de produzir calor e/ou faísca No caso de trabalho à quente é importante sempre que possível, evita-lo, porém nem sempre é possível, e neste caso deve-se seguir procedimentos rigorosos de isolamento de combustíveis, acompanhamento do processo e checagem mesmo após o término para assegurar que não houve geração de faíscas que pudessem ignizar algum material combustível.
  • Implantar boas medidas de proteção contra incêndio, sejam elas medidas passivas ou ativas. Gosto de dizer que todas as medidas são importantes e se complementam. Uma delas, a passiva, impede que o incêndio cresça, avance para outras áreas além da origem, permita que os ocupantes deixem a ocupação, as medidas ativas, atuam no controle e combate do incêndio, permitindo a contenção do fogo, tempo para evacuação e redução dos danos materiais e ambientais. Gosto de reforçar que um sistema de sprinkler é uma excelente opção no que diz respeito à proteção ativa, pois é comprovadamente o método de combate mais eficaz que se conhece, atua automaticamente, controlando as chamas no início do incêndio.

É fato que a ocorrência de incêndios se dá por diversos fatores e na maioria das vezes são difíceis de prever. Entretanto, medidas simples como seguir corretamente as orientações dos órgãos competentes e investir em instalação e manutenção dos equipamentos, aliada a projetos que garantem a segurança em reformas e manutenção podem preservar patrimônios e, principalmente, vidas.

Felipe Melo é engenheiro eletricista, especialista em proteção contra incêndio e sistemas de sprinklers, e presidente da Associação Brasileira de Sprinklers (ABSpk)

Sobre a ABSpk

A Associação Brasileira de Sprinklers, fundada no início de 2011, nasceu com o objetivo básico de fomentar o uso de sprinklers no mercado nacional. Sua função é promover a discussão, bem como implementar ações, no intuito de que todo sistema de sprinkler, projetado, instalado e mantido, no Brasil, seja tratado de maneira técnica, profissional e ética, uma vez que riscos à vida e ao patrimônio estão diretamente relacionados à correta implementação de equipamentos nos diversos tipos de empreendimentos e finalidades/uso da área protegida

Postado em: Notas Marcação: Mundo

Até 2030, devem faltar mais de 18 milhões de profissionais de saúde

16 de janeiro de 2021 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Para atender a necessidade do mercado de trabalho, Uninter lança três novos cursos tecnológicos na área: Instrumentação Cirúrgica, Paramedicina e Podologia

A pandemia mudou as perspectivas do sistema de saúde de diversos países. Discussões como acesso à saúde, sistema público e a falta de profissionais ligados ao setor passaram a receber mais atenção da população e dos governantes. Estima-se que até o ano de 2030, faltará mais de 18 milhões de profissionais no setor da saúde, o que representa 20% do total dos trabalhadores no mundo. Os dados foram divulgados pelo especialista britânico Mark Britnell, chefe global de saúde, governo e infraestrutura da consultoria KPMG International.

Pensando em atender a essa necessidade, o Centro Universitário Internacional Uninter, por meio da Escola Superior de Saúde, está ampliando a oferta na área de saúde. Neste ano, a instituição está implantando novos cursos semipresenciais em Curitiba: Tecnologia em Instrumentação Cirúrgica, Tecnologia em Paramedicina e Tecnologia em Podologia.

“A pandemia da covid-19 fez todos perceberem a importância do setor de saúde nas perspectivas preventiva e paliativa. Além disso, se olharmos em longo prazo temos um envelhecimento gradual da população, que consequentemente vai aumentar a demanda por profissionais da saúde”, explica Rodrigo Berté, diretor da Escola Superior de Saúde da Uninter.

Novos cursos

Em 2020, os profissionais ligados ao atendimento de emergência, como os paramédicos, passaram a trabalhar mais. Em Natal (RN), por exemplo, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) teve um aumento de 30% no número de chamadas registradas de março a abril.

O curso superior de Tecnologia em Paramedicina tem duração de dois anos e meio e aborda temas como rede de urgência e emergência; rádio, operações e comunicação; cinemática do trauma; emergências (clínicas, psiquiátrica, respiratória, cardiológica); resgate e extração veicular; resgate em áreas de difícil acesso ou alagadas.

O curso de Tecnologia em Instrumentação Cirúrgica forma profissionais para atuar na função de preparar e para fornecer e controlar equipamentos necessários para a realização de procedimentos cirúrgicos. Nos dois anos de curso, o aluno estudará disciplinas de farmacologia básica e anestesiologia e de fundamentos para a instrumentação cirúrgica de pequeno, médio e grande porte.

A Uninter também abriu o curso superior de Tecnologia em Podologia. Os profissionais formados auxiliarão na promoção da saúde por meio do cuidado com os pés, prevenindo e tratando problemas específicos, considerando ainda o ganho em estética, autoestima e qualidade de vida. O aluno estudará disciplinas de técnicas podológicas, biomecânica do aparelho locomotor, cosmetologia aplicada a Podologia, calceologia e Podologia para diabéticos.

Mais informações sobre os cursos e sobre como se inscrever para o processo seletivo podem ser consultadas no site https://www.uninter.com/graduacao-semipresencial/

40 cursos ofertados em Curitiba

Há cinco anos, a Uninter vem formando profissionais da saúde e, ao todo, oferece mais de 40 cursos de graduação a distância e semipresenciais, além de pós-graduação na área.

A estrutura sediada em Curitiba oferece aulas práticas em laboratórios físicos 100% equipados com tecnologia de ponta e profissionais atuantes no mercado; laboratórios virtuais de alta qualidade; e biblioteca virtual com mais de oito mil títulos.

Cursos gratuitos

– “Boas práticas em domicílio: Prevenção e convivência com o Coronavírus e outros microrganismos” – Os participantes conhecerão quais as medidas e as ações que as pessoas devem realizar em suas casas para evitar a contaminação e disseminação do vírus e outros microrganismos.

– “Boas Práticas na manipulação de alimentos” – Aborda diferentes itens exigidos pela legislação atual para os serviços de alimentação e auxilia os profissionais na elaboração ou atualização do seu Manual de Boas Práticas de Manipulação de alimentos, manual este, exigido pela Vigilância Sanitária.

– “Emergências Respiratórias: Ventilação Artificial” – Tem como foco atualizar acadêmicos e profissionais da área da saúde (fisioterapeutas, médicos e enfermeiros) dos conhecimentos necessários ao manejo do paciente em situação de emergência das vias aéreas.

– “Boas Práticas Farmacêuticas frente a Pandemia do Coronavírus” – tem como objetivo demonstrar aos farmacêuticos, práticas que podem ser adotadas para minimizar o risco de transmissão do coronavírus e também repassar orientações sobre a doença.

Sobre o Grupo Uninter

O Grupo Uninter está entre os maiores players do segmento educacional, e é a única instituição de ensino a distância do Brasil recredenciada com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC). Além disso, o centro universitário conquistou o conceito 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo MEC. O resultado aliado à nota máxima de seu programa de educação a distância (EAD), consolida a Uninter como a melhor instituição EAD no Brasil, à frente dos outros cinco maiores grupos educacionais que atuam na modalidade. Já formou mais de 500 mil alunos e, hoje, tem mais de 300 mil alunos ativos nos mais de 400 cursos ofertados entre graduação, pós-graduação, mestrado e extensão, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. Possui polos de apoio presencial estrategicamente localizados em todo o território brasileiro. Para saber mais acesse uninter.com

Postado em: Notas Marcação: Mundo, Saúde

Joe Biden e a política educacional norte-americana

13 de janeiro de 2021 por Anselmo Santana Deixar um comentário

A transição na administração do republicano Donald Trump para o democrata Joe Biden, que ocorrerá a partir do ano que vem, carrega um conjunto de questionamentos sobre o que podem esperar os estudantes internacionais, em relação ao acesso à educação superior nos EUA.

A expectativa dos estudantes deve estar vinculada a um conjunto de fatores de ordem doméstica e internacional. Em relação as razões de ordem interna, ainda está em aberto o grau de paralisia decisória que o governo democrata pode enfrentar pelos próximos dois anos. O fato se deve ao controle do senado, que depende de uma disputa de segundo turno no estado da Geórgia. A fotografia atual mantém esse controle aos republicanos, que detém cinquenta vagas, enquanto os democratas detêm quarenta e oito. Portanto, as duas vagas da Geórgia, caso sejam conquistadas pelos democratas permitiriam uma situação de empate, cabendo o voto decisório para a vice-presidente eleita, Kamala Harris.

Um potencial controle do senado pelos democratas, somado ao já conquistado controle da câmara dos representantes, permitiria uma capacidade decisória crucial para a possibilidade de reformas estruturais ou programas de abrangência nacional nos EUA. Sejam eles para saúde, como parece ser a prioridade, sejam para educação de base.

Já pela dimensão internacional, as relações bilaterais possuem um peso significativo nas possibilidades de acesso de cada país ao sistema educacional norte-americano. Nesse sentido, as relações entre a atual administração no Brasil e o governo Biden são o eixo estrutural de influência na costura de acordos entre ambos os países. A necessária redefinição de uma parceria estratégica entre Brasil e EUA, baseada no pragmatismo e na convergência de interesses, figura como um horizonte a ser observado para os estudantes brasileiros no exterior.

Combinando a dimensão interna e a internacional, mediante o controle das câmaras baixa e alta do legislativo norte-americano, assim como uma redefinição da relação bilateral entre EUA e Brasil, o ambiente institucional passa a permitir a implementação de projetos de interesse mútuo.

Entretanto, os primeiros dois anos do governo Biden, que encerram com as eleições legislativas de meio de mandato, estão estranguladas pelo binômio criado pela Pandemia: baixar a taxa de mortalidade versus retomar o funcionamento virtuoso da economia. Caso Biden estabeleça uma fórmula de retomada da atividade econômica, vinculada a estimular o ingresso às universidades, seja para estudantes nacionais ou internacionais, pode-se projetar programas de incentivo sendo criados no curto prazo. De fato, grande parte do eleitorado democrata é formado por imigrantes latinos, os quais depositaram os votos em um representante moderado, tolerante as comunidades de imigrantes, e potencialmente sensível as demandas desse eleitor. Entre essas, mais facilidade de acesso ao ensino superior público e privado, figura como uma das prioridades das comunidades de imigrantes.

Em síntese, Joe Biden depende do desenho de forças do legislativo, das tratativas entre Brasil e EUA no âmbito diplomático e da força da comunidade latina para um potencial direcionamento de programas de acesso mais generosos ao ensino superior norte-americano.

Autor: André Frota é professor de Relações Internacionais, Ciência política e Geografia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Postado em: Notas Marcação: Educação, Mundo

Eleições presidenciais nos EUA: consultor financeiro César Karam fala sobre os impactos para os investidores brasileiros

19 de novembro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Créditos – Foto: Divulgação / MF Press Global

Atualmente no Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas estão investindo na bolsa,  e, para o especialista, mais importante do que tentar “supor” o futuro, é estar preparado para ele

O mundo parou para acompanhar as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos. De um lado, o democrata Biden, de outro, o republicano Trump. Uma longa e acirrada disputa que, até a decisão final, que retirou o então presidente do poder, fez surgir uma série de especulações sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis. O principal deles foi em relação à economia: como as eleições nos EUA podem impactar na bolsa aqui no Brasil?

“De modo algum! Isso tudo não passa de mera suposição, de especulação. Nos preocuparmos com o que pode ou não acontecer não traz resultados concretos”, afirma o consultor financeiro César Karam.

Atualmente no Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas estão investindo na bolsa,  conforme dados da B3 (empresa que opera as negociações do mercado) e, para o especialista, mais importante do que tentar “supor” o futuro, é estar preparado para ele.

“O importante neste momento é saber quais estratégias adotar para possíveis subidas das ações, mas também saber como proceder para se proteger em caso de queda”, completa.

*Karam está disponível para falar sobre o assunto e sobre outros temas relacionados à gestão financeira.

Fotos: Acervo pessoal.

Postado em: Notas Marcação: Eleições, Mundo

A nova geografia eleitoral no Brasil e nos EUA

18 de novembro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

O calendário político brasileiro e norte-americano encerra o mês com uma nova geografia eleitoral. Os resultados expressam novas prioridades da maioria da população de ambos os países. Seja nas eleições majoritárias nos Estados Unidos, seja nas eleições proporcionais no Brasil, as novas lideranças eleitas expressam o movimento de preferências do eleitor.

A maior parte do eleitor norte-americano interrompeu a onda conservadora representada pela fração do partido republicano na figura do presidente Donald Trump. Em uma eleição disputada voto a voto, frustrar a possibilidade de um segundo mandato de Trump é um sinal de que o eleitor estratégico, situado nos estados chave, engajou-se em mudar o comando da Casa Branca para os democratas.

Em parte, esse resultado deve-se a estratégia eleitoral dos democratas de usar os votos pelo correio, como uma fórmula de facilitar o voto. Uma decisão tática que se utilizou das características do modelo de votação facultativo a favor de Joe Biden. Promover incentivos para o eleitor votar é um dos fundamentos do sucesso eleitoral nesse sistema.

Em segundo lugar, esse eleitor identificou a marca central da campanha: moderação e inclusão. Biden foi identificado por esse eleitor como o político de perfil moderado, disposto a costurar acordos e governar para toda população.  Em contraste ao perfil de ruptura e de centralização de Donald Trump.  Mas foi sobretudo das ruas, da força social da população negra, e dos movimentos que ocuparam as ruas dos EUA, após a morte de George Floyd, que o partido democrata soube incorporar para a candidatura o nome da vice-presidente e potencial presidenciável para 2024 a procuradora Kamala Harris.

Em meio ao choque exógeno da pandemia, a desaceleração econômica global e a crise humanitária deriva dos impactos desse evento. Os Estados Unidos redirecionaram os rumos da Casa Branca.

A semana seguinte foi a vez do eleitor brasileiro se manifestar. As eleições para vereadores e prefeitos no Brasil redefiniu a Geografia eleitoral dos municípios brasileiros. Um termômetro para as eleições majoritárias de 2022. Assim como o novo perfil dos cabos eleitorais, que representam a base política de deputados, senadores, governadores e presidente. O federalismo brasileiro move-se politicamente pela influência mútua, entre a força da elite política municipal e estadual. A elite municipal é a ponta do contato com o eleitor e o termômetro partidário do sistema. A elite estadual é o corpo e o cérebro desse sistema.

E qual é a nova fotografia da base municipal desse sistema político-eleitoral? Um avanço dos partidos de centro-direita, uma perda de força da direita extrema e uma reacomodação das novas forças da esquerda nos executivos municipais. O símbolo desse movimento pode ser ilustrado pelo crescimento do partido Democrata, ocupando mais de 400 prefeituras no Brasil e a perda de força do Partido dos Trabalhadores, ocupando menos de 200 prefeituras. Em 2012, esses números eram 200 e 600, respectivamente.

No caso da ascensão de novas lideranças de esquerda, o caso da disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo, que é historicamente o município com maior potencial de projetar candidatos a presidente, a candidatura de Guilherme Boulos pelo PSOL é o símbolo desse movimento.

Enfim, estabelecer paralelos entre dois países e sistemas políticos com histórias próprias, é uma tarefa controversa. Cada qual possui uma dinâmica interna própria. No entanto, a cronologia das últimas semanas impôs essa comparação. Apesar de habitarmos em territórios separados, existe um grau de interdependência, que conecta os indivíduos. Os veículos de comunicação, a mídia internacional, os fluxos migratórios, as relações comerciais, a cooperação política, as relações diplomáticas, diminuem essas distâncias e forçam o contato e os impactos. Claro, isso ocorre mais do norte para o sul. Da potência global para a potência regional.

Entretanto, encontramos paralelos. A nova Geografia eleitoral nos EUA e no Brasil representa um movimento de retorno a uma direita moderada e a formação de novas lideranças progressistas com potencial de crescimento para os anos futuros. Biden e Harris representam isso nos EUA. O espaço ocupado pelo centrão, acompanhado de lideranças progressistas com potencial de projeção nacional, como é o caso do PSOL, é o símbolo desse movimento no Brasil.

 

Autor: André Frota é professor de Relações Internacionais, Ciência Política e Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter.

Postado em: Notas Marcação: Mundo

Por que é necessário prestar atenção nas eleições dos Estados Unidos

13 de outubro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Falta menos de um mês para as eleições 2020 nos Estados Unidos. E os resultados do pleito podem impactar indiretamente os investimentos de investidores brasileiros. Se você deseja ou já investe em ações é importante prestar atenção nas eleições americanas e entender como ela pode afetar seus investimentos.

As eleições dos Estados Unidos, a maior potência do mundo, entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, podem ter impactos econômicos fortes no mercado. É preciso entender e se preparar para as possíveis consequências que a vitória de cada um dos candidatos pode trazer.

O principal ponto para ficar de olho é a volatilidade na Bolsa de Valores e isso acontecerá conforme os debates e as próximas das eleições nos Estados Unidos. Entender como isso pode lhe afetar e quanto é necessário mudar a sua estratégia de investimentos.

Como funcionam as eleições americanas

As últimas pesquisas têm mostrado uma vantagem cada vez mais expressiva de Joe Biden, mas o jogo ainda está em curso. Diferente do Brasil, o voto não é o obrigatório, em outras palavras, os candidatos precisam não só atrair eleitores como também estimulá-los a saírem de casa para votar no dia da eleição.

Para dificultar ainda mais, a eleição ocorre na primeira terça-feira de novembro e não é feriado, ou seja, as pessoas trabalharam normalmente e ainda precisam ir votar, o que pode ser mais um desestimulante. Em outras palavras, nem sempre as pesquisas refletem a lealdade dos eleitores.

Neste ponto, mesmo com Biden à frente, no ponto de lealdade ao voto, os eleitores de Trump saem na frente e isso pode fazer a diferença. Porém, mesmo com o voto dos eleitores, que decide mesmo a eleição são os delegados, representantes dos estados que definem o voto conforme a decisão da população de suas cidades.

Em todo o país são 538 delegados distribuídos de forma proporcional à população de cada estado. O candidato vencedor precisa conseguir, pelo menos, o voto de 270 delegados.

Lá ainda acontece um movimento chamado “winner takes all”, em português, o vencedor leva tudo, quando um candidato obtém a maioria dos votos no estado, ele leva o voto de todos os delegados, mesmo que o percentual em algumas cidades apontem à vitória do adversário. E isso pode fazer a diferença nos maiores estados como a Califórnia, que possui 55 delegados.

Quem o mercado prefere?

Na visão de mercado, Donald Trump é mais bem visto, em outras palavras, o mercado financeiro tende a preferir o candidato republicano. Os consultores do mercado financeiro costumam dar preferência candidatos que apoiem a liberdade econômica e favoreçam um ambiente de negócios, o que é fundamental para aumentar o lucro das empresas.

Geralmente, o partido republicano de Donald Trump sempre teve candidatos como uma visão mais a favor do mercado. Nestas eleições, um dos pontos mais intensos de debate é sobre os impostos. Trump, por exemplo, defende a redução da “Corporate Rate” (taxa corporativa) enquanto Biden sugere o aumento da taxa.

Mesmo que o mercado, em tese, prefira a vitória de Donald Trump, isso não significa que índices como o S&P 500, que representa as 500 maiores empresas dos Estados Unidos negociadas na Bolsa de Valores e que recebe o investimento de muitos brasileiros vão se valorizar com a reeleição do candidato republicano.

Para ter uma ideia, embora o mercado tenha preferido candidatos republicanos, o histórico do índice S&P 500 aponta o contrário. Um estudo do banco de investimentos LIberum, mostra que entre 1947 e 2020, o principal índice de ações do Estados Unidos cresceu 10,8%, em média, durante o governo de candidatos democratas e 5,6% em governos de republicanos.

Geralmente, os republicanos e democratas buscam estimular a economia de formas diferentes. Os republicanos buscam cortar impostos e fazer desregulações, enquanto os democratas visam incentivar o consumo, por meio da redistribuição de riquezas e políticas sociais.

Maior volatilidade dos investimentos

É comum que em época de eleições nos Estados Unidos, o mercado de ações se apresenta mais volátil para investidores. Em outras palavras, a oscilação de preços é mais acentuada em relação a outros períodos. Essa volatilidade em época de eleição é histórica.

Segundo Igor Cavaca, analista de renda variável da Warren, explica que geralmente, a volatilidade se acentua um mês antes e dura até duas semanas depois da eleição. Nesse período próximo, durante e pós-pleito, quando as pesquisas se acirram por conta de uma possível troca de poder, a volatilidade atinge o seu auge.

Por esses motivos, as eleições nos EUA são importantes para os investidores brasileiros. Acompanhar o mercado e conhecer os efeitos que o pleito nos Estados Unidos pode ter é essencial para resguardar os seus investimentos. A dica é que você conte com o auxílio de experientes consultores financeiros para não sucumbir a volatilidade provocada pelas eleições americanas.

Postado em: Notas Marcação: Eleições, Estados Unidos, Mundo

De 25 países, Brasil é o segundo menos favorável à legalização do aborto

6 de setembro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Divulgação/Ipsos

Somente 16% dos brasileiros acham que o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher desejar; média global é de 44%

O Brasil está entre os menos favoráveis em relação à prática do aborto. É o que mostra a pesquisa Global Views on Abortion, realizada anualmente pela Ipsos com 25 países de todo o globo. Dentre 1.000 entrevistados brasileiros, apenas 16% acreditam que o aborto deveria ser permitido indiscriminadamente, ou seja, sempre que uma mulher assim o desejar. A média global é de 44%.

O posicionamento do Brasil coloca o país como o mais intolerante ao aborto no ocidente, juntamente com o Peru, e como um dos três mais intolerantes no mundo inteiro, se considerarmos as 25 nações analisadas. O Peru está empatado com o Brasil também com 16% de favorabilidade à escolha da mulher. O único país com índice ainda mais baixo que o dos dois países sul-americanos é a Malásia, com 10% favoráveis à interrupção da gravidez sempre que uma mulher optar por fazê-lo.

Na metodologia do estudo, os respondentes deveriam escolher a frase mais representativa de seu ponto de vista: o aborto DEVE ser permitido sempre que uma mulher assim o desejar; o aborto DEVE ser permitido em determinadas circunstâncias, por exemplo, no caso de uma mulher ter sido estuprada; o aborto NÃO deve ser permitido em hipótese alguma, exceto quando a vida da mãe estiver em risco; o aborto NUNCA deve ser permitido, não importando sob quais circunstâncias; e, finalmente, não sei/prefiro não responder.

Enquanto 16% dos brasileiros partilham de um ponto de vista totalmente favorável em relação ao aborto, 38% creem que deve ser permitido em casos específicos, como estupros. Entre os desfavoráveis, 21% acham que não deve ser permitido em momento algum, somente se a saúde da grávida estiver em risco, já 13% não apoiam a permissão do aborto em nenhuma circunstância. Por fim, 12% dos ouvidos no Brasil não souberam ou não quiseram opinar sobre o tema.

Divulgação/Ipsos

Histórico do apoio à causa: Brasil já foi mais tolerante

A pesquisa Global Views on Abortion é realizada pela Ipsos no Brasil desde o ano de 2014 e, ao analisarmos o histórico brasileiro, nota-se que a pauta do aborto já teve ondas de maior e menor apoio, mas em 2020 voltou à marca de seis anos atrás.

Em 2014, o percentual de entrevistados opinando que o aborto deveria ser permitido (medido pela soma das respostas “o aborto DEVE ser permitido sempre que uma mulher assim o desejar” e “o aborto DEVE ser permitido em determinadas circunstâncias, por exemplo, no caso de uma mulher ter sido estuprada”) era de 53%. Em 2015, foram 52%.

No ano seguinte, houve um aumento no apoio à causa, elevando o índice para 57%, mas uma queda brusca fez com que a taxa de favorabilidade ao aborto chegasse aos 50%, em 2017. Em 2018, voltamos aos 57% e, no ano passado, o brasileiro atingiu o auge de endosso à legalização do aborto: 61%. Hoje, voltamos aos 53%. O movimento visto no Brasil no último ano reflete o declínio na curva percebido no mundo desde 2016, quando a média global era de 75%. Em 2017, o percentual caiu para 72% e, nos últimos três anos, estagnou nos 70%.

Divulgação/Ipsos

América Latina como berço do conservadorismo

Quando regionalizamos as respostas dos participantes do estudo nos 25 países analisados, são significativas as disparidades no apoio à prática do aborto. O continente europeu encabeça o ranking dos mais permissivos: 58% acham que o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher desejar e 22% são favoráveis à interrupção da gestação sob determinadas circunstâncias, totalizando 80%.

Na América do Norte, 47% são totalmente a favor e 24% em certos casos, somando 71%. No combo Ásia e Pacífico, os índices são de 43% e 28% de entrevistados, respectivamente, favoráveis ao aborto sempre e em determinadas situações, totalizando 71% também.

Os percentuais de apoio ao aborto diminuem consideravelmente na América Latina e no segmento Oriente Médio e África. No segundo, nesta região, 38% acreditam que deve ser permitido sempre que uma mulher desejar e 22% são favoráveis sob certas circunstâncias, somando 60%. Já na América Latina, a taxa de entrevistados com ponto de vista favorável ao aborto em qualquer caso cai para 26%, e em algumas situações, como um estupro, fica em 36%. O total é de 62%.

Quem são os favoráveis à legalização?

No Brasil, 55% dos homens acham que o aborto deve ser permitido, contra 52% das mulheres. Esse percentual soma as pessoas indiscriminadamente a favor e aquelas a favor sob determinadas circunstâncias. No entanto, se levarmos em conta apenas os resultados “deve ser permitido sempre que uma mulher assim o desejar”, o índice de favorabilidade é maior no sexo feminino (17%) do que no masculino (15%).

No que diz respeito à idade, os menores de 35 anos têm ponto de vista mais favorável à causa: 58% (22% acham que o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher quiser e 36% apoiam a legalização em casos específicos, como estupro). Curiosamente, a faixa de idade mais velha – de 50 a 74 anos – partilha de uma opinião ligeiramente mais a favor do que aqueles entre 35 e 49 anos.

Enquanto 51% dos entrevistados com idade entre 50 e 74 anos acham que o aborto deve ser permitido (10% apoiam indiscriminadamente e 41% sob determinadas situações), 48% daqueles de 35 a 49 anos são favoráveis à opção de a mulher abortar (12% apoiam em todos os casos e 36% em circunstâncias específicas).

Para finalizar o perfil, demonstram maior apoio à legalização do aborto os brasileiros com alto grau de escolaridade. 21% creem que deve ser permitido sempre que uma mulher o desejar e 38% apoiam a prática em casos determinados, totalizando 59%.

Entre os que possuem um nível de educação médio, 54% demonstram apoiar a causa, sendo 16% a favor indiscriminadamente e 38% em algumas situações, como estupro. Os entrevistados com grau de escolaridade mais baixo são os que menos endossam a legalização do aborto. Apenas 5% acreditam que um aborto deve ser realizado sempre que uma mulher quiser e 34% acham que deve ser permitido em alguns casos, totalizando 39%.

Considerando uma visão global, o perfil do indivíduo favorável a tornar o aborto legal é de mulheres, com idade entre 50 a 74 anos e com alto grau de instrução. A pesquisa Global Views on Abortion foi realizada na plataforma on-line Global Advisor no período entre 22 de maio e 05 de junho de 2020 com aproximadamente 18 mil entrevistados em 25 países. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 p.p..

Divulgação/Ipsos

Sobre a Ipsos

A Ipsos é uma empresa de pesquisa de mercado independente, presente em 90 mercados. A companhia, que tem globalmente mais de 5.000 clientes e 18.130 colaboradores, entrega dados e análises sobre pessoas, mercados, marcas e sociedades para facilitar a tomada de decisão das empresas e das organizações. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de marketing, comunicação, mídia, customer experience, engajamento de colaboradores e opinião pública. Os pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam publicidade e medem a opinião pública ao redor do mundo. Para mais informações, acesse: www.ipsos.com/pt-br

Postado em: Notas Marcação: Aborto, Brasil, Mundo, Pesquisa

Por quê a Ásia se tornou o epicentro de diferentes doenças?

17 de julho de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Há um alerta por parte das autoridades de saúde e meio ambiente do mundo inteiro de que a pandemia da COVID-19 não será a última e que, a sociedade deve se preparar para as próximas doenças infecciosas emergentes que estão por aparecer nos próximos anos.

Mas, nesse momento, surge o seguinte questionamento: por que boa parte das doenças pandêmicas dos últimos anos tiveram sua origem na Ásia?

Há muitas especulações quanto a isso, entretanto, os pesquisadores acreditam que esse seja um problema multifatorial.

A região asiática tem algumas peculiaridades que favorecem fortemente o surgimento de novas doenças. A primeira delas é a explosão populacional e a migração dessa população da zona rural para os grandes centros urbanos e, essa rápida urbanização proporciona uma interação física muito maior entre as pessoas favorecendo o contágio e disseminação de microrganismos como, por exemplo, o Coronavírus.

Ainda, quando a urbanização é feita de maneira não planejada, ocorre a destruição de áreas verdes e, consequentemente, a destruição dos habitats de animais silvestres favorecendo a aproximação desses animais (alguns deles podendo ser hospedeiros de vírus desconhecidos) com os animais domésticos e os seres humanos, o que também pode favorecer a dispersão das doenças zoonóticas – doenças transmitidas por animais aos seres humanos.

Vale ressaltar que regiões tropicais, como é o caso do leste asiático, por terem grande biodiversidade também carregam o ônus de terem (em maior grau) a presença de microrganismos totalmente desconhecidos para o ser humano e, o fato de nunca termos tido contato com eles, implica em não termos imunidade desenvolvida para combatê-los.

Durante a explosão do Coronavírus na cidade de Wuhan, na China, foi levantada outra questão muito importante dentro do contexto das zoonoses: o tráfico e consumo de animais silvestres que, diga-se de passagem, não é privilégio somente dessa região do planeta. No caso asiático, atrelado ao consumo de iguarias está a questão da medicina tradicional chinesa (MTC) que utiliza partes de diversos animais visando a produção de remédios para a cura de diferentes doenças.

Aqui, não pretendo fazer juízo de valores éticos ou culturais, mas apenas apresentar fatos. Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong mostrou que a primeira linha de tratamento de boa parte da população asiática é por meio da MTC que oferece tratamentos mais baratos para inúmeras doenças. No entanto, quando essas terapias não surtem efeitos para determinadas infecções mais graves e com alto potencial de disseminação, a população procura a medicina ocidental. Esse precioso tempo dispensado dificulta os tratamentos medicamentosos e favorece a proliferação dos vírus, por exemplo.

Seguindo essa linha de raciocínio, nessa região o comércio de compra e venda de animais domésticos vivos para consumo (suínos, e aves, principalmente) é muito grande contribuindo ainda mais a interação entre humanos-animais e, por consequência, a infecção por diferentes patógenos.

Muitos países asiáticos ainda têm um problema muito importante em relação à higiene de locais públicos e também em relação censura de informações o que certamente dificulta as autoridades de saúde a buscarem formas seguras de interromper o ciclo dessas doenças.

Apesar de tudo isso, vale ressaltar que o fato da rápida dispersão dessas enfermidades está relacionado muito mais aos processos de globalização que favorecem o deslocamento de pessoas, animais e objetos infectados para diferentes partes do mundo em curto espaço de tempo, do que propriamente à alguma região específica do planeta. Isso implica dizer que a situação apresentada não é privilégio de chineses ou asiáticos, mas do modo de vida em que a população do planeta se encontra.

Rodrigo Silva é biólogo, doutor em Ciências e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Internacional Uninter.

Postado em: Notas Marcação: Mundo

Por quê a Ásia se tornou o epicentro de diferentes doenças?

14 de julho de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Há um alerta por parte das autoridades de saúde e meio ambiente do mundo inteiro de que a pandemia da COVID-19 não será a última e que, a sociedade deve se preparar para as próximas doenças infecciosas emergentes que estão por aparecer nos próximos anos.

Mas, nesse momento, surge o seguinte questionamento: por que boa parte das doenças pandêmicas dos últimos anos tiveram sua origem na Ásia?

Há muitas especulações quanto a isso, entretanto, os pesquisadores acreditam que esse seja um problema multifatorial.

A região asiática tem algumas peculiaridades que favorecem fortemente o surgimento de novas doenças. A primeira delas é a explosão populacional e a migração dessa população da zona rural para os grandes centros urbanos e, essa rápida urbanização proporciona uma interação física muito maior entre as pessoas favorecendo o contágio e disseminação de microrganismos como, por exemplo, o Coronavírus.

Ainda, quando a urbanização é feita de maneira não planejada, ocorre a destruição de áreas verdes e, consequentemente, a destruição dos habitats de animais silvestres favorecendo a aproximação desses animais (alguns deles podendo ser hospedeiros de vírus desconhecidos) com os animais domésticos e os seres humanos, o que também pode favorecer a dispersão das doenças zoonóticas – doenças transmitidas por animais aos seres humanos.

Vale ressaltar que regiões tropicais, como é o caso do leste asiático, por terem grande biodiversidade também carregam o ônus de terem (em maior grau) a presença de microrganismos totalmente desconhecidos para o ser humano e, o fato de nunca termos tido contato com eles, implica em não termos imunidade desenvolvida para combatê-los.

Durante a explosão do Coronavírus na cidade de Wuhan, na China, foi levantada outra questão muito importante dentro do contexto das zoonoses: o tráfico e consumo de animais silvestres que, diga-se de passagem, não é privilégio somente dessa região do planeta. No caso asiático, atrelado ao consumo de iguarias está a questão da medicina tradicional chinesa (MTC) que utiliza partes de diversos animais visando a produção de remédios para a cura de diferentes doenças.

Aqui, não pretendo fazer juízo de valores éticos ou culturais, mas apenas apresentar fatos. Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong mostrou que a primeira linha de tratamento de boa parte da população asiática é por meio da MTC que oferece tratamentos mais baratos para inúmeras doenças. No entanto, quando essas terapias não surtem efeitos para determinadas infecções mais graves e com alto potencial de disseminação, a população procura a medicina ocidental. Esse precioso tempo dispensado dificulta os tratamentos medicamentosos e favorece a proliferação dos vírus, por exemplo.

Seguindo essa linha de raciocínio, nessa região o comércio de compra e venda de animais domésticos vivos para consumo (suínos, e aves, principalmente) é muito grande contribuindo ainda mais a interação entre humanos-animais e, por consequência, a infecção por diferentes patógenos.

Muitos países asiáticos ainda têm um problema muito importante em relação à higiene de locais públicos e também em relação censura de informações o que certamente dificulta as autoridades de saúde a buscarem formas seguras de interromper o ciclo dessas doenças.

Apesar de tudo isso, vale ressaltar que o fato da rápida dispersão dessas enfermidades está relacionado muito mais aos processos de globalização que favorecem o deslocamento de pessoas, animais e objetos infectados para diferentes partes do mundo em curto espaço de tempo, do que propriamente à alguma região específica do planeta. Isso implica dizer que a situação apresentada não é privilégio de chineses ou asiáticos, mas do modo de vida em que a população do planeta se encontra.

Rodrigo Silva é biólogo, doutor em Ciências e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Internacional Uninter

Postado em: Notas Marcação: Ásia, Doenças, Mundo

República Dominicana apresenta o sucesso das ações de combate ao coronavírus

17 de junho de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Durante webinar promovido pelo Ministério de Turismo, o destino mostrou aos operadores de turismo do mundo todo como obteve êxito na contenção da pandemia

Em um webinar organizado pelo Ministério de Turismo da República Dominicana, em parceria com a Associação de Hotéis e Turismo da República Dominicana (ASONAHORES), o destino caribenho exibiu todas as medidas tomadas pelo governo para controlar efetivamente a pandemia de coronavírus, que tornaram a República Dominicana um caso de sucesso em âmbito regional. Apresentado pelo Dr. Amado Báez, diretor executivo do Comitê Presidencial para Emergência e Gestão Sanitária, o objetivo da apresentação foi demonstrar as ações implantadas e incentivar os operadores de turismo a retomarem o início da comercialização do destino aos viajantes.

“O sucesso da resposta dominicana ao coronavírus reside em três fatores fundamentais: a integração público-privada nas medidas implementadas, o desenvolvimento estratégico e operacional em âmbito local e a implantação inteligente de soluções tecnológicas”, comentou Báez. O profissional é especialista em saúde pública, emergencial e intensiva e, como assessor presidencial em temas de saúde, coordena as ações de prevenção, tratamento e seguimento do coronavírus.

Durante o webinar, o diretor executivo mencionou que o Modelo de Valor Público em Crise, que capitaliza sinergias público-privadas do setor de saúde e outros, realizou os primeiros testes na província de Duarte, a 140 quilômetros da capital, Santo Domingo. No início da pandemia, o local registrava a mais alta taxa de contágio e mortalidade. Após 14 dias da execução do modelo, no entanto, a epidemiologia começou a mudar e, hoje, Duarte será a primeira província da República Dominicana livre do coronavírus.

“Para aqueles que estão considerando visitar a República Dominicana, eu diria que os sacrifícios que enfrentamos demonstram a seriedade com a qual o governo e o povo assumiram a contenção do vírus; e o resultado que vemos é um controle epidemiológico, o achatamento da curva e a segurança para todos os que nos visitam. Nosso sistema de saúde está perfeitamente preparado para atender qualquer eventualidade durante a viagem, relacionada ao coronavírus ou não”, acrescenta Francisco Javier García, Ministro do Turismo.

O sistema de saúde dominicano tem demonstrado sua capacidade para enfrentar o Covid-19, já que a utilização de plataformas tecnológicas e de informação evitam a sua saturação e funcionam com uma excelente resposta aos cidadãos. Além disso, por meio do Centro de Fusão de Inteligência Epidemiológica são geradas soluções que integram modelos matemáticos e inteligência artificial em processos que vão desde avaliações epidemiológicas e relatórios de testes até alocações de recursos de capacidade hospitalar.

Para isso, foi fundamental a utilização de recursos tecnológicos, como plataformas de dashboard com modelos preditivos que permitiam o mapeamento preciso usando inteligência artificial, incluindo com geoposicionamento, permitindo assim entender como avançava a pandemia em cada uma das áreas do país e conter a propagação do vírus.

Também foi desenvolvido o aplicativo COVID-RD, que permite visualizar dados sobre o vírus no país, informar sintomas e conhecer em tempo real os boletins do Ministério de Saúde Pública. Este app foi integrado a um sistema de rastreamento de contatos criado pelo Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT, da sigla em inglês), que possibilita fazer uma implantação rápida e inteligente de recursos e prevenção adequada.

Sendo assim, os turistas que desembarcarem no destino serão convidados a baixarem o app, que funcionará como um passaporte em que, por meio de um QR Code, o visitante poderá relatar sua condição e ter acesso a uma série de serviços e informação. Esta solução opcional fortalece a segurança aos viajantes e contribui para uma experiência mais tranquila.

“Como indústria hoteleira, nossa prioridade sempre foi o bem-estar daqueles que nos visitam, e continuamos reforçando nossas medidas de segurança sanitária em preparação para a reabertura ao turismo internacional a partir do próximo 1º de julho, a fim de oferecer maior tranquilidade aos visitantes”, informou Paola Ranieri, presidente da ASONAHORES.

O webinar contou ainda com a participação dos representantes da Mayo Clinic, instituição que colabora com a República Dominicana em relação a processos de qualidade e certificações em diferentes áreas, além de Maribel Rodriguez, vice-presidente do Senior del World Travel & Tourism Council, que destacou a importância das ações de controle sanitário.

 

Sobre a República Dominicana

A República Dominicana é um destino muito especial e exclusivo, reconhecido mundialmente pelas atrações inusitadas, pela rica cultura, confortos e pelo clima perfeito durante todo o ano. Facilmente acessível em voos diretos da maioria dos principais aeroportos, o país agrada celebridades, casais e famílias. De trilhas para praias desconhecidas e campos de golfe de classe mundial, na República Dominicana é possível se sentir renovado nas luxuosas e diversas acomodações, explorando relíquias antigas de séculos passados, desfrutando da comida típica e de aventuras de ecoturismo nos magníficos parques nacionais, montanhas e rios.

Rodeada pelo mar do Caribe ao sul e pelo Oceano Atlântico ao norte, a República Dominicana oferece uma variedade de esportes, atividades de lazer e entretenimento, além de experiências culturais únicas, como a dança, festas de carnaval e outras especialidades dominicanas, como charutos, rum, chocolate, café, âmbar e larimar (pedra rara e exclusiva do país). Entre a aventureira Puerto Plata, a exuberante Samaná, a histórica Santo Domingo, a ensolarada Punta Cana, a luxuoso La Romana e a alegre Barahona, há um país em que cada região tem muito a oferecer para qualquer viajante e orçamento.

Além das experiências inexploradas de costa a costa, o país também tem uma reputação mundial por seu povo caloroso e hospitaleiro. Com oito aeroportos internacionais e nove zonas ecológicas diferentes, nunca foi tão fácil ou interessante explorar a República Dominicana. Para mais informações e para começar a planejar sua viagem, visite o site oficial do Ministério do Turismo da República Dominicana em: http://www.godominicanrepublic.com/pt-br/.

Sobre a ASONAHORES

A Associação de Hotéis e Turismo da República Dominicana (ASONAHORES) é uma entidade sem fins lucrativos que agrupa a todos os players do setor privado da indústria turística no país. Realiza ações reunindo órgãos públicos e privados para impulsionar o desenvolvimento de turismo como um dos setores fundamentais da economia.

Conheça mais em www.asonahores.com e nas redes sociais Instagram e Facebook @asonahores e no Twitter @asonahores1.

Postado em: Notas Marcação: COVID-19, Mundo

Situação é catastrófica no único centro de tratamento de COVID-19 em Aden, no Iêmen

3 de junho de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

MSF apela por ajuda urgente para evitar escalada de mortes

O centro de tratamento de COVID-19 gerido por Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Aden, no Iêmen, está registrando um número muito elevado de mortes. A Organização das Nações Unidas (ONU) e os países doadores devem se mobilizar urgentemente para responder à essa catástrofe.

O centro de MSF na cidade é o único dedicado ao atendimento de casos de COVID-19 em todo o sul do Iêmen. De 30 de abril a 17 de maio, 173 pacientes foram admitidos e pelo menos 68 morreram. Muitos chegam ao centro já com sintomas da síndrome do desconforto respiratório agudo, o que torna suas chances de sobrevivência limitadas.

Também houve um grande aumento do número de enterros realizados pelo governo: foram registradas 80 mortes por dia na semana passada, enquanto antes da epidemia do novo coronavírus havia 10 mortes diárias. Outra evidência do quão preocupante é a situação em Aden é o número de profissionais de saúde em tratamento no centro – entre eles membros da própria equipe de MSF.

“O que vemos no nosso centro é só a ponta do iceberg em termos do número de pessoas infectadas e de mortes por COVID-19 na cidade”, disse Caroline Seguin, coordenadora de operações de MSF no Iêmen. “As pessoas estão chegando tarde demais ao centro, porque precisam economizar, e sabemos que muitas outras sequer chegam, elas estão morrendo em casa. É de partir o coração.”

“A ONU e os Estados doadores precisam fazer mais, urgentemente, não apenas em relação a Aden, mas a todo o Iêmen”, disse Seguin. “Os profissionais de saúde precisam ser remunerados e deve haver equipamentos de proteção individual suficientes para mantê-los seguros. O país também precisa urgentemente de mais concentradores de oxigênio. As autoridades locais precisam fazer de tudo para facilitar o trabalho de organizações internacionais como MSF, que estão trabalhando em parceria com elas para responder ao novo coronavírus, permitindo a entrada de suprimentos médicos e equipes internacionais para reforçar as equipes locais.”

Uma equipe de profissionais iemenitas e internacionais está trabalhando dia e noite para fornecer o melhor atendimento possível no centro de tratamento em Aden, que MSF administra desde o dia 7 de maio. No entanto, assim como em outros lugares do mundo, enfrentamos a alta letalidade dessa doença.

“O alto nível de mortalidade entre nossos pacientes é equivalente ao das unidades de terapia intensiva na Europa, mas as pessoas que morrem aqui são muito mais jovens do que na França ou na Itália: são majoritariamente homens entre 40 e 60 anos”, continuou Seguin.

O sistema de saúde de Aden já estava colapsado antes mesmo da chegada da COVID-19, por causa dos cinco anos de guerra no Iêmen. As autoridades não têm os meios necessários para responder adequadamente à epidemia. Não há recursos financeiros para pagar a equipe, o equipamento de proteção individual é limitado e a quantidade de testes é insuficiente; portanto, não é possível determinar o número exato de casos. Entretanto, os pacientes que estão morrendo têm os sintomas da COVID-19. Doenças como malária, dengue e chikungunya são endêmicas da cidade, mas nunca resultaram em tantas mortes em tão pouco tempo.

“Em outros lugares da cidade, hospitais tiveram que fechar ou estão recusando determinados pacientes, porque os profissionais não têm equipamento de proteção individual. Isso nos deixa extremamente preocupados com os efeitos indiretos da epidemia sobre pacientes de outras doenças”, disse Seguin.

O hospital de trauma de MSF em Aden ainda está aberto e o número de internações aumentou desde que outros hospitais começaram a fechar. Foi criado um sistema de triagem e outras medidas de proteção para manter, na medida do possível, a equipe do hospital e os pacientes em segurança. Se algum profissional começa a apresentar sintomas, é enviado imediatamente para casa para se autoisolar.

“Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance, mas não podemos enfrentar esse vírus desamparados”, disse Seguin. “Seria inaceitável se o mundo deixasse Aden e o resto do Iêmen enfrentarem essa crise sozinhos”.

Postado em: Notas Marcação: COVID-19, Mundo

A caixa de Pandora do aquecimento global: novos vírus e novas doenças estão por vir?

17 de maio de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Um grupo de cientistas norte-americanos publicou um estudo recente a partir de amostras de gelo (com mais de 15.000 anos) coletadas no Tibet (China) que está ajudando a comunidade científica a revelar as características ambientais daquela época.

Mas o que mais nos chamou a atenção sobre esse estudo foi a presença de mais de 33 populações de vírus, das quais 28 são totalmente desconhecidas. Mas você deve estar se perguntando: “se esses microrganismos estão congelados, como poderiam causar algum tipo de malefício?”. A resposta está em estudos anteriores que evidenciaram algum tipo de atividade biológica desses micróbios mesmo em baixíssimas temperaturas e que, portanto, há possibilidade de “ressuscitá-los”.

Mais uma vez, este tipo de pesquisa alerta para um tema largamente debatido na comunidade científica: as mudanças climáticas. A NASA (Agência Espacial Norte Americana) revelou em seus estudos que há um aumento considerável na quantidade de gases tóxicos na atmosfera desde a Revolução Industrial no século XVIII e XIX e que isso leva, como consequência, ao aumento da temperatura global.

Não descartando a evidência de que as variações de temperatura são eventos cíclicos naturais, há plena convicção de que as ações antrópicas (aquelas causadas pelos seres humanos) são responsáveis pela aceleração drástica desse processo, revelando que o aquecimento atual está ocorrendo aproximadamente dez vezes mais rápido que a taxa média de aquecimento da recuperação da Era do Gelo.

Pois bem. Agora vamos juntar as duas informações: mudanças climáticas e presença de microrganismos no gelo glacial de milhares de anos atrás. O que temos? De acordo com os cientistas, há duas possíveis respostas para isso. A primeira está relacionada à perda de biodiversidade (diversidade de formas de vida) microbiana devido ao derretimento do gelo, o que dificultaria as pesquisas sobre esses arquivos microbianos e sobre as condições climáticas daquela época.

A segunda, muito mais perigosa, porém não excludente da primeira, se refere à liberação desses micróbios para o ambiente em que vivemos, o que poderia (não há estudos sobre isso) levar a outras pandemias em função da periculosidade desses “novos” vírus.

Portanto, essa caixa de Pandora (com muitas coisas que ainda desconhecemos) pode ser aberta a qualquer momento caso não fiquemos atentos às evidências das mudanças climáticas que se apresentam cotidianamente por meio de diferentes formas (efeito estufa, acidificação dos oceanos, eventos climáticos extremos etc.) e que, sem a menor sombra de dúvidas, afetam nossas vidas.

Rodrigo Silva é biólogo, doutor em Ciências e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Internacional Uninter.

Postado em: Notas Marcação: Mundo, Saúde

Organização pressiona G20 pelo fim do comércio de animais silvestres

17 de maio de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

 Proteção Animal Mundial afirma que o banimento pode evitar futuras pandemias.

 A atual pandemia de Covid-19 aumentou a preocupação com a interação entre humanos e animais silvestres. O comércio e a exploração dessas espécies se tornaram um grande negócio, que aumenta o risco de contaminações por pandemias zoonóticas e ameaça à saúde da população, a economia e a biodiversidade. Por isso, a Proteção Animal Mundial – organização não-governamental que atua em prol do bem-estar animal – lança uma campanha global que pede que os líderes do G20 trabalhem para a proibição permanente do comércio de animais silvestres no mundo.

“A atual pandemia de coronavírus é uma das piores crises que já enfrentamos, contudo se a interação entre humanos e animais silvestres continuar no nível que está, certamente novas e piores crises sanitárias virão. Cerca de 70% de todas as doenças transmitidas de animais para humanos têm origem nos silvestres.  Por isso, o banimento de todo e qualquer comércio de animais silvestres é necessário e urgente”, afirma a diretora-executiva da Proteção Animal Mundial no Brasil, Helena Pavese.

As principais razões para a mercantilização em escala industrial da vida silvestre é a alta demanda pública por essas espécies, seja para alimentação, medicina tradicional, animais de estimação, entretenimento e acessórios de moda. De acordo com estimativas, o mercado de espécies silvestres rende, por ano, entre 7 e 23 bilhões de dólares.

Não é apenas pelo risco de uma doença zoonótica que a Proteção Animal Mundial pede o banimento imediato do comércio de animais silvestres. “Além dos riscos para a saúde humana, essa prática é cruel e perigosa, uma vez que, anualmente, milhões de animais são capturados. Essas espécies sofrem desde a captura, passando pelo transporte e comércio, até chegar ao público final. Além do óbvio dano aos animais e ao ecossistema, há ainda a total falta de higiene na manutenção desses animais que, por conta de todas essas mazelas, ficam mais suscetíveis a doenças e infecções que podem contaminar os seres humanos”, aponta Helena.

Em novembro deste ano, os líderes do G20 (grupo das 20 principais economias do mundo, do qual o Brasil faz parte) se reunirão em sua cúpula anual, na qual a pandemia do novo coronavírus terá um lugar central na discussão. A campanha da Proteção Animal Mundial pretende pressionar os maiores líderes globais para incluir na agenda a discussão pelo fim do comércio de animais silvestres, de uma vez por todas. Como parte do G20, o governo brasileiro tem o poder de influenciar as superpotências globais a tomarem a atitude necessária para proteger os animais, as pessoas e o planeta.

Conheça a campanha em: https://www.worldanimalprotection.org.br/peticao-g20-fim-comercio-animais-silvestres

Comércio cruel – Todos os anos, milhões de animais silvestres são capturados de seus habitats naturais para serem criados em péssimas condições no cativeiro. Onças, cobras, papagaios, iguanas, jabutis, passarinhos e uma infinidade de outras espécies são retiradas de seus pares, para ficarem trancafiados em gaiolas e servirem como bichos de estimação, sem conseguirem expressar seus comportamentos naturais, vivendo uma vida de extremo sofrimento. A exploração da biodiversidade do Brasil é intensiva, anualmente são registrados mais de 290 mil novos animais nos sistemas legalizados, e estimativas apontam para mais de 38 milhões de animais silvestres retirados ilegalmente da natureza.

O crescimento do turismo global intensificou o comércio de dezenas de milhares de animais silvestres, que são usados ​​para entretenimento, aonde ficam aprisionados e sofrem abusos. Na Tailândia, aproximadamente 11 milhões de pessoas pagam anualmente para assistir aos elefantes realizarem truques, enquanto 46 milhões pagaram para ver golfinhos em delfinários (maioria dos casos) pelo menos uma vez nos últimos 4 anos. Em Manaus/AM, 94% das excursões oferecem a oportunidade de tocar ou segurar um animal silvestre para fotos, o que reforça o mesmo ciclo de captura, cativeiro e crueldade com os silvestres.

Há ainda a demanda de animais pela medicina tradicional, que tem consequências devastadoras para muitas espécies, com maior foco em ursos, que são escalfados e cultivados para terem sua bile arrancada. A crueldade e as más condições de confinamento deixam esses animais suscetíveis a doenças, que podem ser transferidas para pessoas próximas. Na América do Sul, um número crescente de onças-pintadas tem sido caçadas e mortas na Amazônia, para que partes de seus corpos sejam usadas para produzir “remédios” da medicina tradicional.

“Há anos, o comércio em escala industrial de animais silvestres gera alguns bilhões de dólares. Contudo, agora estamos todos pagando o preço por essa prática. Essa pandemia – que não é a primeira – não tem relação apenas com animais sendo vendidos para o deleite dos seres humanos. É muito maior que isso. Trata-se de ganância e mercantilização de espécies em todos os níveis. Se aprendemos alguma coisa com essa situação, é que precisamos deixar os animais selvagens onde eles pertencem, na natureza. Todos temos a responsabilidade de mudar nosso comportamento e atitudes em relação aos animais, que podem salvar as vidas de milhões de pessoas, animais e nossas economias”, finaliza Helena.

Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)

A Proteção Animal Mundial move o mundo para proteger os animais por mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as vidas dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para melhor. Para mais informações acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br.

Postado em: Notas Marcação: Animais, Mundo

“Nada será como antes e a estrada não será a mesma”, afirma filósofo sobre o mundo pós covid-19

28 de abril de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário
Fotos de:  Reprodução / MF Press Global 

O filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu aponta que a pandemia do covid-19 será um agente de transformação para a sociedade de maneira irreversível

A pandemia do coronavírus trouxe profundas transformações em curtíssimo prazo ao nosso modo de vida e costumes. Desde que a ameaça do covid-19 se tornou real, vivemos em uma sociedade que está tomada por inseguranças e medo. Mas afinal, como tudo deve ficar daqui pra frente?

O filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu acredita que, seja qual for o caminho que a Humanidade decida seguir, uma coisa é certa: a estrada não será a mesma: “a caminhada da nossa espécie faz-se por estradas que nos colocam constantemente à prova. Todos os grandes eventos do mundo têm a capacidade de nos mudar. Cada guerra, cada pandemia, cada episódio climático, são frutos que produzimos para uma evolução necessária. Num dia tudo está normal, no outro tudo desaparece. E, quando abrimos a porta, o mundo que nos espera já não é mais o mesmo. É a força da impermanência nos mostrando que somos mortais.”

Covid-19 pode moldar o mundo

Segundo o estudioso, a pandemia que vivemos neste exato momento é mais um desses acontecimentos que têm o poder de mudar e moldar o nosso mundo: “É um desses momentos que traz à superfície o melhor e o pior da humanidade.É um desses momentos em que o homem é invadido e dividido por sentimentos duais. Vivemos provavelmente a maior mudança presenciada por esta geração.”

Abreu também salienta que devido a quarentena e a redução do ritmo de atividades e da rotina, a humanidade tem se dado conta de prioridades e de onde tem investido seu tempo: “e o mais assustador de tudo é que entendemos que nos falta tempo. Tempo para viver, para decidir, e estruturar. Vivemos numa sociedade imediatista, onde tudo deve ser decidido no agora, na emergência que a situação acarreta. A sociedade que reclama da falta de tempo, efetivamente não o tem agora. Nossas vidas estão estagnadas. O mundo que não dormia é agora obrigado a adormecer enquanto a batalha ocorre no silêncio das cidades vazias, silêncio apenas quebrado pelo som das sirenes que nos adoecem no medo e no pânico que nos assola a alma de aflição”.

Clausura e incertezas da quarentena

O filósofo também salienta que na clausura das nossas casas resta-nos o pensamento, muitas vezes voltado para o pior: “imaginar quantos dos nossos vão sucumbir a essa crise, mas sempre com aquela esperança de que a humanidade não irá perecer. Contudo quando isto acabar mudanças serão inevitáveis. Há uma fenda aberta entre o que fomos e o que seremos.”

Para Abreu, culturalmente, politicamente, economicamente e globalmente haverá um antes e um depois do covid-19: “O mundo conectado em rede, a era da informação, do acesso rápido aos conteúdos, o mundo global que quando posto à prova teve que se recolher. A ameaça criou novamente barreiras. As fronteiras voltam a reerguer-se e cada um se sente infinitamente mais seguro na diminuição da escala. Ora, temos a certeza de que não estamos divididos em países e distrito, a nossa cidade, a nossa freguesia, a nossa casa. Somos todos habitantes de um mesmo planeta. Mas para nos salvarmos e salvarmos os outros temos que reconhecer a nossa individualidade.”

Novos caminhos profissionais, sociais e econômicos

Em sua reflexão, o filósofo aponta que podemos repensar formas mais libertadoras e mais rentáveis de trabalho e renda: “As empresas vão descobrir que o home office pode ser uma ótima opção para a nova era e para o momento atual da economia mundial. A distribuição do investimento terá que ser repensada. Afinal um sistema de saúde saudável é mais necessário do que equipamentos de guerra. Essa constatação já é um caminho a se seguir! Vivemos acima de tudo uma experiência social alargada.”

Por fim, Abreu aponta para uma transformação irreversível em nível mundial como consequência da pandemia do covid-19: “Seja qual for o caminho que a Humanidade decida seguir, uma coisa é certa: a estrada não será a mesma.”

Postado em: Notas Marcação: COVID-19, Mundo

Saiba o que muda com a suspensão do green card emitido pelos Estados Unidos

25 de abril de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

*Daniel Toledo

Definitivamente, a economia mundial está sofrendo e tentando respirar com a ajuda de aparelhos, assim como os pacientes nas UTIs tentando se livrar do coronavirus. E esse mal, segue bagunçando outros setores, e pegou em cheio quem está se preparando para mudar de país.

Para deixar o cenário ainda mais polêmico, no começo da semana o presidente americano Donald Trump soltou um tweet a respeito de uma provável suspensão na emissão de vistos para imigrantes. É preciso lembrar que estamos em um ano eleitoral e ele fará absolutamente tudo para se reeleger e manter essa imagem de superprotetor e guardião.

Assim como orientei a todos que me procuraram, afinal somos um escritório que atua no segmento de direito internacional e seria compreensível receber uma verdadeira enxurrada de mensagens, esse “decreto”, ao qual ele se refere, seria algo de forma unilateral, que não passaria pelo congresso, suspendendo temporariamente os vistos de imigrantes, que concorrem diretamente com o trabalho dos americanos, especialmente aqueles que eles não gostam de fazer.

E foi o que se confirmou. Nesta quarta-feira, o posicionamento do presidente mudou e ele não vai mais suspender a emissão de vistos de trabalho temporários. A decisão deve ter sido baseada no apelo dos setores da indústria e agricultura, que teriam que lidar com mais um impacto, a falta de capital humano.

Serão afetados os vistos que tragam conflito direto com o interesse da recolocação dos americanos no mercado de trabalho.  Boa parte dessas categorias não exige que os empregadores sejam responsáveis pelo deslocamento de trabalhadores nos Estados Unidos. Além disso, a introdução de residentes permanentes adicionais, segundo o documento divulgado pela casa branca, pode comprometer ainda mais o sistema de saúde.

A medida impacta diretamente as seguintes situações: quem não possui um visto de imigrante válido, emitido até o dia 22 de abril, data  da proclamação, e qualquer solicitante que não possua um documento de viagem oficial, como um visto,  carta de transporte, uma folha de embarque apropriada ou um documento antecipado de liberdade condicional, enviado em qualquer data posterior que permita ele ou ela para viajar para os Estados Unidos e buscar entrada ou admissão.

Estão fora desta determinação qualquer residente permanente legal dos Estados Unidos, estrangeiro que pretende ingressar no país com visto de imigrante como médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde; realizar pesquisas médicas ou outras pesquisas destinadas a combater a disseminação do COVID-19, conforme determinado pelo Secretário de Estado, pelo Secretário de Segurança Interna ou por seus respectivos representantes; e qualquer cônjuge e filhos solteiros com menos de 21 anos de idade de qualquer estrangeiro que esteja acompanhando ou seguindo para se juntar ao estrangeiro.

O programa de visto de investidores imigrantes EB-5 continua operando sem qualquer alteração, assim como E2 e L1.  Além dos vistos P, green card para cônjuges e a maioria de processos consulares estão mantidos normalmente.  Aqueles que já possuem autorização de trabalho, tiveram seus direitos resguardados. Os vistos de habilidades extraordinárias, serão analisados individualmente.

Qualquer estrangeiro que seja cônjuge de um cidadão dos Estados Unidos ou que tenha menos de 21 anos e seja filho de americanos, ou um adotado em potencial que pretenda entrar no país, de acordo com as classificações de visto IR-4 ou IH-4.

Quem pretende entrar nos Estados Unidos de acordo com um Visto Especial de Imigrante na classificação SI ou SQ, sujeito às condições que o Secretário de Estado possa impor, e qualquer cônjuge e filhos de tal indivíduo.

Vale lembrar que isso já aconteceu anteriormente, logo depois da crise de 2008, quando ocorreu uma grande taxa de desemprego e uma quebra enorme na economia americana. O presidente quis preservar os empregos dos americanos, e obviamente uma forma de fazer isso é impedindo que outros empregados, de outras nacionalidades, passem a trabalhar no seu país. Foi uma decisão temporária e depois voltou ao normal.

 *Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 64 mil seguidores    https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.

Postado em: Notas Marcação: Economia, Mundo

Nos EUA, indicadores continuam ruins, mas mercado dá sinais de amadurecimento

17 de abril de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Por Ernani Reis, da Capital Research

O Banco Central norte-americano divulgou na tarde desta quarta-feira (15) o relatório conhecido como Livro Bege. Nele, o Federal Reserve (Fed) reportou as atuais condições econômicas nos 12 distritos cobertos pelo órgão. Apresentado sempre duas semanas antes de cada reunião do FOMC, espécie de Copom dos EUA, o relatório tem peso importante na decisão sobre as taxas de juros de curto prazo.

De acordo com o relatório, “a atividade econômica contraiu-se brusca e abruptamente em todas as regiões dos Estados Unidos como resultado da pandemia de Covid-19.” As indústrias mais atingidas foram as de lazer, hotelaria, varejo e bens essenciais, em reflexo às medidas de distanciamento social e fechamento obrigatório. Na contramão, os produtores de alimentos e produtos médicos relataram forte demanda, mas enfrentaram atrasos na produção devido às medidas de prevenção de infecções e interrupções na cadeia de suprimentos.

Assim como deve acontecer no Brasil, o setor de energia vem sofrendo com preços baixos, investimentos reduzidos e queda nos resultados, já a demanda por empréstimos está alta, tanto de empresas que acessam linhas de crédito quanto de famílias que refinanciam as hipotecas. Todos os distritos relataram perspectivas altamente incertas entre os contatos comerciais, esperando que as condições piorem nos próximos meses.

O Livro Bege foi acompanhando mais de perto pelos investidores dessa vez porque o Federal Reserve vinha dando alguns sustos no mercado. O anúncio vem na esteira de uma série de medidas de emergência anunciadas pelo BC americano para reduzir os efeitos da pandemia na economia. Entre as mais enérgicas o lançamento de US$ 2,3 trilhões em empréstimos e a redução da taxa de juros para quase zero (0% – 0,25%) no dia 15 de março.

Dessa vez, no entanto, o quadro pintado pelo Federal Reserve não foi tão feio e o mercado não reagiu tão mal. Isso porque, apesar da piora registrada em quase todos os setores nos 12 distritos, o mercado já parece estar mais calejado e tem reduzido bastante a volatilidade nos últimos dias, o que indica que já está mais preparado para aguentar os principais solavancos. Os dados dos pedidos de seguro-desemprego, divulgados na manhã desta quinta-feira (16), são melhores do que os da semana passada e a expectativa do anúncio de Donald Trump sobre uma possível reabertura da economia também ajudaram a acalmar os ânimos.

Além disso, para ajudar as empresas a manterem as portas abertas, o Fed inclui a sinalização de que financiará a compra de alguns tipos de títulos de alto rendimento emitidos por empresas que receberam grau de investimento antes do início da crise, mas que foram rebaixadas desde então. O que não deixa de ser interpretado como um bom sinal pelos principais players do segmento.

De qualquer forma, apesar de todos os esforços, a produção industrial dos Estados Unidos recuou 5,4% em março, registrando as quedas mais expressivas desde janeiro e fevereiro de 1946, respectivamente. Os dados confirmam o cenário de recessão e indicam uma recuperação lenta da economia norte-americana, o que torna o desafio para os países emergentes ainda maior.

Sobre a Capital Research

A casa de análises Capital Research pertence ao grupo Red Ventures, que conta com um portfólio de empresas digitais nas indústrias de educação, saúde, home service e serviços financeiros. A startup tem como missão entregar conteúdo relevante aos seus usuários, como é o caso da Carteira Capital, que faz recomendações para investidores de perfil conservador, moderado e agressivo. Por meio de uma plataforma intuitiva e simples, o usuário pode contar com conteúdo de qualidade como newsletters, relatórios, cursos online e as próprias carteiras específicas de produtos de investimentos como a “Carteira de Ações”, a “Carteira de Renda Fixa” e a “Carteira de Fundos Imobiliários”.

Postado em: Notas Marcação: Economia, Mundo

“Já que vamos ter que remontar boa parte da economia mundial, vamos remontar direito”

14 de abril de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário
O mundo não será mais o mesmo após a pandemia do novo coronavírus. Isso é fato, mesmo havendo quem negue essa realidade – aqueles que acham que a Terra é plana, por exemplo. A questão, agora, é: qual mundo vamos reconstruir? Como moldaremos a economia? Como se comportará a sociedade? Como as mudanças climáticas serão tratadas?
Certo é que precisamos construir um mundo novo tendo como base a ciência e as pesquisas. Elas nos apontam o caminho, pois nos mostram o alto preço que pagamos pelos erros cometidos no passado. O alto valor de subsídios aos combustíveis fósseis no Brasil, por exemplo, deve urgentemente ser revisto. Mais de R$ 85 bilhões foram concedidos à indústria fóssil brasileira em subsídios no ano de 2018.
É tempo de recomeçarmos. E não se pode recomeçar sem levar em conta que vivemos uma emergência climática e que os combustíveis fósseis são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas e sua aceleração nos últimos tempos. Por que não pensamos, então, em uma sociedade carbono neutro? Por que não planejamos economias e cidades que caminhem em direção ao carbono zero?
Esse debate passará, necessariamente, pelo Congresso Nacional. E já tem parlamentar atento ao assunto. O deputado federal Felipe Rigoni (PSB/ES) está otimista com a possibilidade de iniciativas para transição energética avançarem no mundo pós-covid-19. Ele acredita que, por força do mercado, que busca investimentos em projetos sustentáveis, esse otimismo é justificável.
Rigoni é autor de um projeto de lei que obriga empresas de capital abertos a publicarem estimativas de emissão de gases do efeito estufa (GEE).
Além disso, o parlamentar afirma que está “conduzindo um estudo para entender quanto há de fato de isenção de impostos para combustíveis fósseis, mas já sabemos que é muito. E eu gostaria de inverter essa lógica. Se existe um mercado no qual o Brasil pode ser pioneiro e líder mundial é o mercado de energia limpa”.
A população precisa participar desse debate. Afinal, o futuro das próximas gerações dependerá de como vamos nos posicionar a partir de agora. Vamos aprender com os erros do passado? Vamos insistir nos erros e seguir incentivando a indústria fóssil?
Postado em: Notas Marcação: Meio Ambiente, Mundo

Instituto Brasil África organiza webinar para tratar sobre o avanço do COVID-19 na África

11 de abril de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

O Instituto Brasil África promove, no próximo dia 13 de abril, o webinar “Cooperação Econômica diante do COVID-19: Impactos e reações à pandemia na África”. O encontro será transmitido no YouTube (https://www.youtube.com/user/ibrasilafrica) às 14h e será centrado no avanço do novo coronavírus no continente africano.

O webinar vai contar com a participação do presidente do IBRAF, João Bosco Monte, da ex-Ministra de Relações Exteriores da Guiné-Bissau, Maria Nobre Cabral, o ex-Vice-Presidente e Chefe de Redução da Pobreza e Gestão Econômica do Banco Mundial, Otaviano Canuto, e do Secretário Executivo do Conselho de Segurança Alimentar do Senegal, Jean Pierre Senghor.

O debate será centrado no avanço da COVID-19 na África, que tem causado temor inclusive na Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os temas, serão apresentadas as medidas que já estão sendo tomadas, os possíveis impactos e como lidar como estes.

Com o webinar, que será em inglês, o IBRAF pretende reunir empresários, jornalistas, parceiros e o público em geral que se interesse por questões relacionadas ao continente africano.

Atualmente, a África conta com mais de 10.000 casos confirmados do novo coronavírus divididos em 53 de seus 54 países – apenas o Lesoto não registrou nenhum. A África do Sul, uma das principais economias da região, lidera o ranking com mais de 1.700 casos. O link para o webinar será disponibilizado nas redes sociais do Instituto Brasil África.

Serviço
Webinar “Cooperação Econômica diante do COVID-19: Impactos e reações à pandemia na África”
Data: 13/04, às 14h

https://www.youtube.com/user/ibrasilafrica

Postado em: Notas Marcação: COVID-19, Mundo

Donald Trump poderá ditar a escolha de Bolsonaro

4 de abril de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Conforme amplamente noticiado, o presidente dos EUA, Donald Trump, premido pela pressão e instinto de sobrevivência política, cedeu e ampliou até 30 de abril as instruções de isolamento motivadas pelo Covid-19.

Donald Trump poderá ditar a escolha de Bolsonaro

 

Conforme amplamente noticiado, o presidente dos EUA, Donald Trump, premido pela pressão e instinto de sobrevivência política, cedeu e ampliou até 30 de abril as instruções de isolamento motivadas pelo Covid-19.

Por seu turno, o presidente Bolsonaro até momento próximo, ainda proclamava pela retomada das atividades econômicas, advogando pelo chamado isolamento vertical, com o afastamento apenas de idosos e grupos de riscos do contato social.

Todavia, a vontade de Bolsonaro sofreu, como sofre, forte resistência de prefeitos, governadores e até mesmo do Poder Judiciário, quando este foi provocado a se manifestar.

Mesmo alertado pelo ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que o isolamento vertical poderia conduzir a trágica imagem de caminhões do exército transportando caixões com milhares de mortos pelo vírus, Bolsonaro não retrocedeu.

Porém, o risco político de sua postura poderá ceder a partir da decisão de Trump. A escolha do presidente estadunidense deixará Jair Bolsonaro isolado no âmbito global, o que já ocorre internamente, salvo o apoio de costume do séquito de bolsonaristas que pouco ajuda para melhor a racionalidade das decisões.

Bolsonaro já possuía a imagem amplamente desgastada no cenário internacional, especialmente na Europa, situação inaugurada pelas queimadas na Amazônia  de 2019 agravada agora por sua posição antagônica ao que ocorre no  resto do mundo, e especialmente ilustrada pela tragédia europeia no combate ao Covid-19.

O risco de Bolsonaro é imenso, seja no âmbito político interno, como internacional; e há, inclusive, quem avente a possibilidade futura de denunciá-lo ao Tribunal Penal Internacional.

O vice-presidente Mourão manifestou-se  recentemente sobre encontrar-se um caminho do meio, o que deve ser considerado por Jair Bolsonaro não só como uma saída honrosa, mas como uma possibilidade de controlar o processo de retomada, neutralizando, por ora, vozes que pedem por sua renúncia, impedimento ou outros problemas futuros em sede internacional.

A escolha é esta, pois milhares de mortes destruirão qualquer pretensão do presidente que responderá solitariamente por sua decisão. Em outro sentido, se ouvir seus técnicos da saúde e boa parte do mundo, poderá compartilhar o provável caos econômico com governadores e demais administradores, inclusive poderá citar Donald Trump como paradigma.

É certo que ninguém pode afirmar o que pensa Jair Bolsonaro, porém não será improvável que replique as medidas de Donald Trump.

Sobre Cassio Faeddo: Advogado. Mestre em Direitos Fundamentais. MBA em Relações Internacionais – FGV SP

Postado em: Notas Marcação: Mundo, Política

MSF pede que solicitantes de asilo aos EUA tenham acesso à saúde na epidemia da Covid-19

27 de março de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Because of COVID-19 MSF has increased its activities in the camp with more comprehensive care staff. Also, the organization has been in touch with immigration and health authorities to have a better understanding and plan of action to be prepared in case a COVID-19 patient is detected.

Cerca de 2 mil pessoas vivem em campos improvisados na fronteira norte do México com EUA. Situação de vulnerabilidade agrava riscos de infecção pelo coronavírus.
MSF

Para Médicos sem Fronteiras, acesso aos serviços de saúde é medida mais eficaz do que fechar as fronteiras, de onde migrantes e refugiados são enviados para Matamoros, no México

A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu nesta quinta-feira (26/03) que a decisão do governo dos Estados Unidos (EUA) de bloquear os processos de pedido de asilo e fechar a fronteira com o México, com a justificativa para impedir a propagação da pandemia do coronavírus, representa uma ameaça à saúde e à segurança das pessoas que buscam proteção internacional nos EUA e são forçadas a voltar ao México.

Desde sábado (21/03), equipes de MSF presenciam transferências de pessoas oriundas do México e da América Central, obrigadas a retornar dos Estados Unidos para a cidade mexicana de Matamoros na fronteira norte e, na sequência, encaminhadas de ônibus para o sul do país. Para MSF, é alarmante o envio sistemático e obrigatório de pessoas repatriadas dos EUA para a região sul mexicana, sem planos de contenção ou estratégias de mitigação de impactos humanitários da medida.

“Usar a Covid-19 como argumento para evitar suas obrigações internacionais em relação a refugiados e migrantes é não apenas inaceitável, mas também contraproducente em termos de controle de surtos“, diz Isabel Beltrán, coordenadora médica de MSF no México e na América Central. “Esses tipos de medidas são desnecessárias e desproporcionais porque discriminam e estigmatizam um segmento da população e impedem que as pessoas que sofrem violência tenham acesso a um sistema de proteção e segurança“.

A organização, que tem experiência na resposta a surtos, esclarece que as medidas de saúde pública funcionam quando protegem todas as pessoas e fracassam quando populações vulneráveis como migrantes não são incluídas.

Como MSF destacou em outras ocasiões, as políticas de imigração dos EUA e implementadas pelo México, como o chamado Protocolo de Proteção aos Migrantes (MPP), põem em risco a vida das pessoas que são forçadas a esperar no México pela decisão do pedido de asilo nos Estados Unidos. A organização ressalta que essa população está presa em um limbo jurídico e social perigoso e a situação de vulnerabilidade agrava riscos de infecção em relação à Covid-19.

Enquanto a pandemia continua a se espalhar, MSF vem monitorando as necessidades de saúde do México, enquanto organiza sua resposta para manter e expandir os abrangentes serviços médicos prestados no país. No entanto, as equipes de MSF estão preocupadas com o impacto da Covid-19 em um contexto em que as pessoas não têm acesso regular a serviços médicos e vivem em condições precárias que facilitam a propagação do coronavírus.

“Aumentamos nossas atividades médicas em Matamoros devido à falta de atendimento abrangente dentro do campo, onde vivem cerca de 2 mil solicitantes de asilo. Prestamos serviços de saúde física e mental e atividades de promoção da saúde. Apesar desses esforços, é claro que é impossível implementar adequadamente medidas de prevenção de infecções, como desinfetar espaços públicos, lavar as mãos com frequência e distanciar-se dos outros, em um local onde famílias inteiras dormem juntas em uma única barraca“, diz Beltran.

Embora MSF amplie e reforce o combate à Covid-19 para alcançar pessoas em situação de maior vulnerabilidade, a organização também se solidariza com a população local. Assim, MSF pede aos governos dos EUA e México que assumam a responsabilidade de garantir o fornecimento de medidas mais inclusivas na resposta à pandemia e ampliação do atendimento médico, principalmente para pessoas que correm maior risco de contrair a doença, como migrantes e requerentes de asilo.

“A maior preocupação das pessoas agora é a incerteza sobre o seu futuro. Eles não têm escolha a não ser dormir em espaços superlotados que não permitem as medidas preventivas necessárias. Estamos cientes dos desafios monumentais que a pandemia acarreta e, por esse motivo, é necessário que os atores médicos coordenem ações que incluam essas populações em seus planos de prevenção e, se necessário, em suas medidas de contenção“, afirma o médico Marcelo Fernández, coordenador-geral de MSF no México.

 

Sobre Médicos Sem Fronteiras

Médicos Sem Fronteiras é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica. Oferece ajuda exclusivamente com base na necessidade das populações atendidas, sem discriminação de raça, religião ou convicção política e de forma independente de poderes políticos e econômicos. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos.

Postado em: Notas Marcação: Mundo
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