O luto materno: uma jornada social de dor e resiliência
Ana Carolina Galvão – Assistente Social Casa Durval Paiva – CRESS/RN 3731
A perda de uma filha ou um filho é uma experiência devastadora, que desafia os limites da compreensão humana. Quando uma mãe enfrenta o luto, embarca em uma jornada social única, marcada por desafios, tristezas profundas e uma resiliência extraordinária.
A expectativa construída de que os pais devem enterrar seus filhos vai contra a ordem natural das coisas, tornando a perda ainda mais difícil. Mães enlutadas, frequentemente, enfrentam sentimentos de vazio, culpa, raiva e uma sensação avassaladora de perda e desespero.
O estigma social, muitas vezes, contribui para o isolamento da mãe enlutada. As expectativas culturais podem pressioná-la a esconder sua dor, como se o luto fosse algo a ser superado rapidamente.
No entanto, a realidade é que o luto materno é um processo longo e complexo, sem um cronograma predefinido. É fundamental que a sociedade compreenda a necessidade de oferecer apoio contínuo.
Nos anos de atuação, enquanto assistente social na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, a resiliência das mães enlutadas é encorajadora! Muitas, encontram maneiras de homenagear a memória de seus filhos e filhas, transformando a dor em ações positivas.
É imperativo que a sociedade se mova para uma compreensão mais profunda e compassiva do luto materno. Educação, sensibilização e destaque para as histórias dessas mães, constituem-se como ações que podem contribuir para a construção de uma rede de apoio mais sólida.
Assim, ao reconhecer a complexidade do luto materno, nós, profissionais sociais, podemos e devemos criar um ambiente social, que permita às mães enlutadas trilharem sua jornada com dignidade, respeito e, eventualmente, esperança de cura.