DOCUMENTÁRIO PODE SER O PRIMEIRO FILME DIRIGIDO POR CINEASTA INDÍGENA A REPRESENTAR BRASIL NO OSCAR
“Mãri hi – A Árvore do Sonho” acaba de ser selecionado para a pré-lista do IDA Awards, a grande porta de entrada para o Oscar
“Excepcional, impactante e revelador”
Walter Salles
O documentário “Mãri hi – A Árvore do Sonho” pode ser o primeiro filme dirigido por cineasta indígena a representar o Brasil no Oscar. O curta do diretor Yanomami Morzaniel Ɨramari venceu o “É Tudo Verdade”, festival classificatório reconhecido pelo Oscar, e disputa uma indicação à maior premiação do cinema na categoria de curta-documentário.
O curta estreou internacionalmente no Sheffield Doc Fest no Reino Unido e conquistou diversos prêmios nacionais como Melhor Fotografia e Especial do Júri, no 51º Festival de Gramado 2023 (Brasil). Foi exibido na Mostra Cinema de Inclusão do 80º Festival de Veneza, no Festival Internacional de Cine de Valdivia (Chile), e classificado para a restrita pré-lista da International Documentary Association (IDA) Awards. Dentre os 25 filmes selecionados pela IDA para a categoria documentário de curta-metragem, doze são dos Estados Unidos e treze de outros doze países. Mãri hi é o único representante brasileiro na lista.
“O filme vai ajudar a fazer com que não-indígenas conheçam o povo Yanomami, conheçam as nossas imagens e comecem a pensar junto com os Yanomami para defender a terra e melhorar a saúde do nosso povo. Espero que todos possam defender o povo Yanomami, nos ajudar a viver em paz, livres de invasores e com boa saúde”, afirma Ɨramari.
Walter Salles, diretor de Central do Brasil, filme indicado em duas categorias ao Oscar (Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Montenegro) classificou o filme de Ɨramari como “excepcional, impactante e revelador”: “Em um brilhante curta-metragem que merece ser considerado para um Oscar, Morzaniel Ɨramari revela como os povos da floresta sonham o mundo. Falamos muitas vezes de diversidade, mas nem sempre a reconhecemos. ‘Mãri-hi’ é a prova viva de que a diversidade pode se ampliar no cinema. A câmera muda de mãos e é agora empunhada por um diretor Yanomami de um raro talento, que nos oferece um reflexo ao mesmo tempo agudo e singular de seu povo. Espero que a Academia abrace esse filme tão único”.
“Mãri hi” conta com a participação do líder mundialmente reconhecido Davi Kopenawa Yanomami e foi realizado na casa coletiva de Watorikɨ, na região do Demini, na Terra Indígena Yanomami (TIY), situada entre os Estados de Roraima e Amazonas. Produzido pela Aruac Filmes em coprodução com a Hutukara Associação Yanomami e produção associada da Gata Maior Filmes, o curta integra o projeto “A Queda do Céu”, que conta com a produção de um longa-metragem livremente inspirado na obra homônima de Davi Kopenawa e Bruce Albert, dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. “Mãri hi” é o terceiro filme de Morzaniel Ɨramari. O cineasta Yanomami produziu o curta “Casa dos espíritos” (2010), eleito Melhor Filme pelo júri popular na Mostra Aldeia SP (2014), e o longa “Urihi Haromatimapë – Curadores da terra-floresta”.
“Mãri hi” será exibido com outras produções brasileiras qualificadas para o Oscar, como “Retratos Fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor”, “Aquarius”, “Bacurau”), “Incompatível com a Vida”, de Eliza Capai, e “Big Bang”, de Carlos Segundo, nos cinemas da Academia em Los Angeles durante o 15th Hollywood Brazilian Film Festival, que ocorre entre 6 e 11 de novembro.
Festivais e Prêmios
Prêmios:
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É Tudo Verdade 2023 (Brasil) – Prêmio de Melhor Documentário Brasileiro de Curta-Metragem
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51º Festival de Gramado 2023 (Brasil) – Prêmio de Melhor Fotografia e Prêmio Especial do Júri
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Festival Guarnicê de Cinema 2023 (Brasil) – Prêmio de Menção Honrosa
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30º Festival de Cinema de Vitória (Brasil) – Prêmio de Melhor Contribuição Artística
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22ª Goiânia Mostra Curtas (Brasil) – Prêmio de Melhor Filme
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30º FIC VALDIVIA – Festival Internacional de Cine de Valdivia (Chile) – Menção Especial do Júri de Curta-Metragem Latinoamericano
Festivais:
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80 Festival de Veneza – Mostra Cinema da Inclusão em colaboração com Isola Edipo e Giornata Degli Autori (Itália)
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Sheffield DocFest 2023 (Reino Unido) – Estreia Internacional
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30º FIC VALDIVIA – Festival Internacional de Cine de Valdivia (Chile)
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34º Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum (Brasil)
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24º FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás (Goiás, Brasil)
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12ª Mostra Ecofalante de Cinema (São Paulo, Brasil)
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22ª Goiânia Mostra Curtas (Goiás, Brasil)
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Olhar Film Festival – Festival de Cinema Internacional Amazônida (Pará, Brasil)
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2° Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba (Santa Catarina, Brasil)
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17º Festival Taguá de Cinema (Brasília-DF, Brasil)
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V Fronteira – Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental (Brasília-DF, Brasil)
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FICASC – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra Catarinense (Santa Catarina, Brasil)
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5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte (Manaus, Brasil)
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Cine Casarão Festival (Brasil)
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World of Film International Festival Glasgow (Escócia)
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MOSTRA XIV: Brazilian Film Festival (EUA; Brasil)
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27º Forumdoc.Bh Festival do Filme Documentário e Etnográfico (Brasil)
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KANUA – Festival Flotante de Cine Amazónico (Equador)
Mostras
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ATL (Acampamento Terra Livre) 2023 – (Brasília-DF)
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Mostra de Cinema Nórdico (Brasília-DF, Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil)
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Mostra Povos Originários da América Latina (São Paulo, Brasil)
Exposições de arte contemporânea
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The Shed – The Yanomami Struggle Exhibition (NY, EUA)
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MUAC – The Yanomami Struggle Exhibition (Cidade do México, México)
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Triennale di Milano – Siamo Foresta Exhibition (Milão, Itália)
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35ª Bienal de São Paulo (São Paulo, SP)
Biografia do Diretor – “Mãri hi – A árvore do sonho”
Morzaniel Ɨramari é um cineasta Yanomami, nascido em 1980 na aldeia Watorikɨ, região do Demini da TI Yanomami, no estado do Amazonas, Brasil. Trabalhou como Coordenador de Comunicação na Hutukara Associação Yanomami (Boa Vista) e foi formado em 2010 no projeto Pontos de Cultura Indígena – Vídeo nas Aldeias. Trabalha como intérprete, tradutor, cineasta e documentarista. Seus filmes circularam por diversos festivais e mostras no Brasil e no Mundo. Em 2010, dirigiu o curta “Casa dos espíritos”, vencedor do prêmio de Melhor Filme, segundo o júri popular, na Mostra Aldeia SP, em 2014. Em 2014, dirigiu o filme longa-metragem “Urihi Haromatimapë – Curadores da terra-floresta”, que ganhou o prêmio de Melhor filme Mostra competitiva do festival Forumdoc.BH No seu mais recente filme “Mãri hi – A Árvore do Sonho” (2023), Morzaniel assina a direção e montagem e foi filmado com o grande xamã, líder indígena Yanomami e presidente da Hutukara Associação Yanomami Davi Kopenawa Yanomami e produzido pelos diretores Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha.
Ficha Técnica
Direção Morzaniel Ɨramari
Com Davi Kopenawa Yanomami
Direção de Fotografia e Câmera Morzaniel Ɨramari
Produtores Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem Morzaniel Ɨramari, Rodrigo Ribeiro-Andrade, Julia Faraco e Carlos Eduardo Ceccon
Edição de Som Waldir Xavier
Mixagem de Som Guilherme Lima de Assis
Som Direto Marcos Lopes da Silva e Morzaniel Ɨramari
Color Grading e Finalização Caio Lazaneo
Desenhos Originais Ehuana Yaira Yanomami
Tradutores Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo Silva e Morzaniel Ɨramari
Supervisão Geral Davi Kopenawa Yanomami e Dário Vitório Kopenawa Yanomami
Responsável Formação Audiovisual Yanomami Marília Garcia Senlle
Produção Executiva Heloisa Jinzenji
Coordenação de Produção Margarida Serrano
Coordenação Financeira Tárik Puggina
Gerente de Projeto Lisa Gunn
Produtoras de Impacto Marília Garcia Senlle e Carolina Ribas
Produção Aruac Filmes
Coprodução Hutukara Associação Yanomami
Produção Associada Gata Maior Filmes
Apoio ISA – Instituto Socioambiental