Em “Umbanda para iniciantes”, Pai Rodrigo Queiroz apresenta um relato histórico desta fé brasileira e oferece um tour imersivo aos que desejam compreender a religião
No Brasil, o dia 15 de novembro é lembrado pelo feriado da Proclamação da República. Mas, para os umbandistas, a data tem outro significado expressivo. Neste dia, em 1908, o Caboclo das Sete Encruzilhadas se manifestou em Zélio Fernandino de Moraes pela primeira vez, dando origem a religião que soma mais de 4,2 milhões de praticantes, segundo pesquisa Datafolha, publicada em 2020.
Com o objetivo de levar ao público geral informação, conhecimentos e práticas sobre a manifestação religiosa, Rodrigo Queiroz, fundador e presidente do Instituto Cultural Aruanda, lança Umbanda para iniciante. Publicada pela Citadel Grupo Editorial, a obra oferece um tour imersivo pelos sagrados espaços e apresenta um relato histórico do nascimento da religião. É um verdadeiro compêndio para aqueles que desejam conhecer a religião, os orixás e as práticas mediúnicas.
O autor, que também é sacerdote, explica no livro o que é e como acontece a gira, o propósito da manifestação dos espíritos, quem são os orixás, a cultura, as tradições e a história da umbanda. De acordo com Rodrigo Queiroz, a obra é a porta de entrada ao universo prático, teórico e filosófico da religião.
FICHA TÉCNICA Título: Umbanda para iniciantes Autores: Rodrigo Queiroz Editora: Citadel Grupo Editorial ISBN: 978-6550472474 Dimensões: 13.5 x 1 x 21 cm Páginas: 176 Preço: R$ 52,90 Onde comprar: Amazon
Sobre o autor: Rodrigo Queiroz é fundador e presidente do Instituto Cultural Aruanda (2004), criador e diretor da primeira plataforma de ensino online da religião, Umbanda EAD (2006), médium ativo desde 1996 e sacerdote. Filósofo de formação, especialista em Psicologia Positiva, une os conhecimentos científicos do desenvolvimento humano com as pesquisas e vivências mediúnicas de terreiro. Atua como mentor pessoal de sacerdotes de umbanda pelo mundo e orienta pessoalmente milhares de médiuns ativamente em diversos países, aplicando seus saberes e validando uma nova e organizada maneira de viver e espalhar a umbanda por meio da sua comunidade online Confraria Umbandalogia.
Sobre a editora: Transformar a vida das pessoas. Foi com esse conceito que o Citadel Grupo Editorial nasceu. Mudar, inovar e trazer mensagens que possam servir de inspiração para os leitores. A editora trabalha com escritores renomados como Napoleon Hill, Sharon Lechter, Clóvis de Barros Filho, entre outros. As obras propõem reflexões sobre atitudes que devem ser tomadas para quem quer ter uma vida bem-sucedida. Com essa ideia central, a Citadel busca aprimorar obras que tocam de alguma maneira o espírito do leitor.
Quer chegar na prova de Ciências Humanas e Linguagens ainda mais preparado? Reunimos estratégias que vão ajudar você
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova que gera ansiedade e expectativas em milhões de estudantes todos os anos. E, com o primeiro dia do Enem se aproximando, é crucial estar bem preparado para as questões das disciplinas de Ciências Humanas e Linguagens. Para ajudar nessa missão, reunimos valiosas estratégias baseadas nas orientações do especialista, o professor Paulo Jubilut, para que você encare a prova de forma mais tranquila e confiante.
No primeiro dia do Enem, que acontece domingo (5), os estudantes enfrentarão as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, e a tão temida Redação. São 90 questões e uma proposta de redação para serem resolvidas em um período que se estende por 5 horas e meia, com a possibilidade de sair após 2 horas de prova.
Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia):
Analise os contextos e relacione diferentes fatores do espaço geográfico, pois as provas não costumam cobrar conteúdos muito específicos.
Preste muita atenção ao comando da questão, pois é ele que deve nortear a resposta, mesmo que as alternativas sejam relacionadas ao conteúdo.
Inicie a leitura da questão pelo comando e interprete os elementos visuais, como imagens, gráficos e mapas, que podem ser diferenciais para seu desempenho.
História:
Foque no período ou contexto histórico trabalhado no texto da questão e atente-se a datas, eventos e acontecimentos descritos.
Identifique mudanças, permanências e grupos no poder no contexto histórico, mesmo que essa informação não esteja explicitamente no texto.
Reconheça o argumento presente no texto e se o autor defende uma ideia ou faz alguma crítica.
Em questões com mais de um texto, avalie se eles concordam ou discordam entre si, para responder adequadamente ao enunciado.
Filosofia:
Conheça a linha do tempo da Filosofia, dividida em períodos como Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea.
Leve em consideração que a Filosofia exige pensamento crítico, não apenas memorização.
Leia o comando da questão antes do texto, para relacionar corretamente o conteúdo do texto com o que é solicitado no enunciado.
Sociologia:
Distinga análise sociológica de senso comum, pois a última pode levar a respostas incorretas.
Foque nas teorias e conceitos das questões, baseando-se nos subsídios fornecidos pelos textos.
Relacione as ideias sociológicas aos fenômenos que permeiam as relações sociais.
Assim como em Filosofia e História, leia o comando da questão antes de mergulhar no texto.
Português e Literatura:
Leve em conta o comando do enunciado para saber se é necessário ler o texto na íntegra, um trecho ou nada.
Identifique alternativas absurdas que não correspondem ao comando e elimine-as.
Se estiver com dificuldades em achar a alternativa correta, leia o texto. Caso ainda não consiga, volte à questão posteriormente.
Nas questões de Literatura, preste atenção às palavras-chave e busque características relacionadas ao movimento literário mencionado.
Língua Estrangeira:
Quando o enunciado contém palavras ou expressões entre aspas, localize-as no texto, pois podem ser cruciais para responder à pergunta.
As palavras entre aspas (palavras-chave) são fundamentais para entender o comando da questão e para relacionar-se com as alternativas.
Com essas dicas, você estará melhor preparado para enfrentar as questões do primeiro dia do Enem e aumentar suas chances de sucesso. Boa sorte!
Serão três encontros e as inscrições gratuitas já estão abertas
Ilustração original de Carybé, gravura em água-forte, 1956-1957, livro “Macunaíma o herói sem nenhum caráter”, Mário de Andrade, Cem Bibliófilos, Coleção Ema Klabin.
A Casa Museu Ema Klabin promove o minicurso O Brasil esquecido no olhar de grandes escritores: Maxacalis, Guaranis, Tupis, Tupinambás. Serão três encontros virtuais, nos dias 19 e 26 de abril e 3 de maio, das 19h às 21h, pela plataforma zoom, as inscrições já estão abertas no site da instituição.
Ministrado por Ana Beatriz Demarchi Barel, doutora em Letras pela Université Paris III Sorbonne Nouvelle, o minicurso tem como objetivo explicitar como o indígena, com sua cosmovisão, aparece no imaginário de artistas e escritores de origem europeia ou indígena.
A pesquisadora lembra que a temática indígena percorre boa parte da produção literária brasileira, desde a carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro texto a eleger o Brasil como personagem principal, passando por importantes relatos de viajantes sobre o seu encontro com os indígenas, autores românticos, modernos, pós-modernos e contemporâneos.
Nos encontros serão abordados textos que transitam entre a historiografia, a etnologia, o gênero epistolar e a ficção de autores como: Ferdinand Denis, Gonçalves Dias, Adèle Toussaint-Samson, Alfredo Taunay, Mário de Andrade, Cassiano Ricardo, Antonio Callado e Ailton Krenak, entre outros.
Mesa-redonda
No dia 6 de maio de 2023, das 10h às 13h, a Casa Museu Ema Klabin também promove uma mesa-redonda presencial e com transmissão ao vivo, com as presenças de especialistas que, em suas áreas de atuação, refletem sobre as condições em que vivem os povos indígenas no Brasil. A mesa-redonda Vozes de Pindorama: diferentes olhares e histórias sobre os povos indígenas do Brasil contará com as presenças do escritor e ativista indígena Ailton Krenak; da escritora, roteirista e atriz Rita Carelli; do cineasta e indigenista Vincent Carelli e a mediação de Ana Beatriz Demarchi Barel. Com intérpretes de Libras, o evento receberá a comunidade indígena Guarani da aldeia Kalipety a convite da casa museu.
Esta iniciativa conta com o patrocínio da Klabin S.A.
Serviço
Minicurso: O Brasil esquecido no olhar de grandes escritores: Maxacalis, Guaranis, Tupis, Tupinambás
quartas-feiras, 19 e 26 de abril e 3 de maio de 2023
*Como em todos os nossos eventos gratuitos, convidamos quem aprecia a Casa Museu Ema Klabin e pode contribuir para a manutenção das nossas atividades a nos apoiar com uma doação voluntária via pix: 51204196000177.
Direito Internacional é o nome dado ao conjunto de fundamentos que rege a sociedade internacional, composta por Estados, Organizações Internacionais e indivíduos, com os Estados sendo o elemento central da sociedade internacional.
Ao longo do século XX, o Direito Internacional passou a se destacar entre os demais ramos jurídicos, tendo grande influência sobre a vida humana no geral. Porém, temos uma diferenciação que deve ser feita entre Direito Internacional Público e Privado.
O primeiro lida com questões relacionadas às normas que devem ser seguidas nas relações entre países, enquanto que o segundo trabalha com questões ligadas às particularidades que venham a ser convenientes para mais de um país.
Comparativamente, isso é tão importante para um advogado quanto a instalação de um Aquecedor a gás dentro de um ambiente frio. Ficou curioso e deseja compreender melhor sobre o tema? Então, vem com a gente!
História e evolução do Direito Internacional
Para entender a evolução que o Direito Internacional teve no último século, é importante entender o contexto histórico em que o mesmo surgiu, bem como o progresso que veio tendo ao longo do tempo.
No século V, temos o surgimento do chamado Feudalismo, sistema que predominou na Europa entre a idade média entre os séculos V e XV, tudo isso em meio a decadência do Império Romano e a invasão dos povos bárbaros, no qual o que estava em vigor era o sistema de territorialidade das normas.
Neste período, nenhum senhor consentia com qualquer manifestação de poder estranho em seu território, o que fez com que o Feudalismo fosse preponderante para que o conceito de territorialidade e propriedade fosse estabelecido. Neste sistema, o indivíduo que dependia do senhor de terras não podia recorrer à sua lei pessoal, dependendo das leis do feudo.
Mas, a partir do século XIV, ocorreu a diminuição da servidão dos camponeses em relação aos senhores feudais, até o desaparecimento das instituições jurídicas feudais. Nessa época, o Direito era restrito às relações entre senhores e servos, prevalecendo a dependência de homem para homem, com o fraco sempre sendo preterido em favor do mais forte.
Ainda, a religião representava um papel importante na Idade Média, já que toda a relação entre reinos, soberanos e a sociedade dependia do julgamento do Papa, considerado o representante de Deus na Terra. Assim, normas de cunho religioso eram impostas em quaisquer conflitos que viessem a surgir neste período.
Durante o Feudalismo, as relações eram sempre de feudo para feudo, pensando sempre em estabelecer e concluir negócios; porém, por outro lado, estrangeiros não tinham direitos, pois estes não poderiam participar da religião, portanto, as leis da cidade não existiam nem valiam para os mesmos.
Durante o século XIX, tivemos uma evolução maior do Direito Internacional, com a criação de instituições pensando em regular transações entre países, assim como a proclamação da Doutrina Monroe e a primeira Convenção de Genebra. Outras iniciativas semelhantes ocorreram neste período, com as citadas acima sendo as principais.
Já no século XX, o conceito de Direito Internacional se aprofundou e se consolidou com o surgimento da Sociedade das Nações, que eventualmente se tornaria a Organização das Nações Unidas (ONU), pensando na necessidade de acompanhar o intercâmbio internacional que era crescente. Com a Segunda Guerra Mundial, o Direito Internacional evoluiu mais do que os outros ramos jurídicos, influenciando a vida humana mais do que nunca.
Enfim, vemos que, assim como um Sistema De Som Ambiente, precisamos ficar atentos às mudanças e oscilações ao longo do tempo e dos ambientes em questão.
O Direito Internacional atualmente
Hoje, o ramo do Direito internacional público encontra-se em um período de ampla expansão, sendo o ramo do direito que determina cada um dos direitos e deveres dos Estados em suas relações mútuas, visando sempre promover a paz, a justiça e o desenvolvimento socioeconômico dos Estados.
No fim das contas, é como se usasse um Torquímetro Digital para ‘apertar’ e ‘reforçar’ cada uma das leis que estão em curso atualmente.
Vale reforçar que as distinções entre o Direito internacional Público e Privado, não se confundem: o Direito internacional Público, se privatiza ao passo que o Direito Internacional Privado se politiza. Assim, temos dois ramos distintos que, ao mesmo tempo, estão inteiramente relacionados.
Com toda a globalização instaurada, isso deve ser olhado com cuidado por setores tão distintos quanto os de Impermeabilizante Para Laje, e-commerces, etc.
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Hambúrguer foi inventado na Alemanha e popularizado no mundo pelos Estados Unidos
Hoje é comemorado o dia mundial do Hambúrguer e no Brasil esse dia é levado bem a sério. Quem não gosta de um bom hambúrguer? Seja o tradicional ou até mesmo o Vegano, o prato é um sucesso no mundo. Mas você sabe qual a história dessa iguaria?
Embora muitos pensem que o hambúrguer tenha sido inventado nos Estados Unidos, na verdade surgiu na Alemanha por volta do século 17 quando a europa estava sendo invadida pelas tribos Tártaros em que os guerreiros tinham o costume de moer carne ruim para ficar mais saborosa.
Com o passar dos anos os Alemães adquiriram o mesmo hábito e criaram o que era chamado de ‘’Hamburg Steak’’ (Bife de Hamburgo), porém com carnes de melhor qualidade. Com o sucesso na Alemanha, logo o bife de hamburgo chegou aos Estados Unidos e em 10904, na feira mundial de Saint Louis, capital de Missouri, foi apresentada oficialmente esta iguaria ao público americano, que tornaria-se depois um símbolo do país e um dos pratos mais populares do mundo.
No Brasil, o hambúrguer só chegou oficialmente em 1952 com a inauguração da primeira lanchonete da rede Bob’s no país, fundada pelo tenista americano Robert Falkenburg (campeão de Wimbledon) no Rio de Janeiro e não demorou para que outras unidades se espalhassem por todo o Brasil liderando o mercado por alguns anos até a chegada do Mcdonald’s em 1979, importante difusora do prato no país e no mundo.
Com o passar dos anos, outras empresas internacionais se estabeleceram no Brasil, criando uma ampla concorrência em que o marketing tornou-se mais importante do que a própria qualidade dos produtos, iniciando então a demanda por hambúrgueres de maior qualidade. Nesta nova demanda nasceram milhares de hamburguerias espalhadas por todo país e também novas redes nacionais especializadas.
A maior parte do mercado brasileiro de hambúrgueres pertence a empresas estrangeiras, no entanto o país torna-se cada vez mais referência internacional pela qualidade de produtos ‘’premium’’, uma categoria acima de produtos como McDonald ‘s e Burguer King por exemplo. Com as redes sociais e a viralização dos conteúdos de ‘’food porn’’, o consumidor está cada vez mais exigente e quer consumir hambúrguer com o mesmo requinte que de apreciar um prato feito por um chefe por exemplo e não consumir em automático como acontece nas empresas internacionais tradicionais.
Atualmente entre as empresas de hambúrguer criadas no Brasil mais famosas estão as redes Madero, Bullger, Cabana, B Burguer e a nova rede Eai Burguer que pode se tornar uma representante brasileira de hambúrguer no mundo com a primeira franquia de fast food premium do Brasil no exterior através da nova rede que surgiu no interior de São Paulo em 2020 e está se espalhando pelo país todo e vai iniciar operações internacionais em breve.
O Eai Burguer se tornou uma das mais famosas redes brasileiras, com conteúdos divulgados pelas principais páginas das redes sociais, revistas, sites e jornais como G1 e Jornal de Brasília. A rede atrai centenas de influenciadores digitais, artistas e produz conteúdos virais com seus super hambúrgueres bem elaborados.
Versão brasileira do Hambúrguer Premium é bem estruturada e leva ingredientes como Catupiry empanado, bacon, cebolas e molhas especiais, além de várias combinações dignas de Food Porn.
Primeiro Bobs no Brasil no Rio de Janeiro.
Primeiro Mc Donalds do Brasil na Rua Hilário Gouveia em Copacabana em 1979 (Foto: O Rio Antigo)
Plataforma Grabr permite que brasileiros adquiram produtos importados com preços mais justos e acessíveis
A última segunda-feira de maio é uma das maiores datas de vendas e promoções nos Estados Unidos. O Memorial Day é muito comparado à Black Friday, lançando promoções e descontos em itens de decoração, eletrônicos, roupas, acessórios e alimentos. Quem é brasileiro também pode aproveitar a data para comprar no país americano sem sair de casa, importando pela Grabr, app de compra de produtos do exterior que conecta os compradores a viajantes no mundo todo.
O feriado americano é, na verdade, uma homenagem do governo a todos os militares das Forças Armadas dos Estados Unidos que morreram em serviço. Mas nos últimos anos o destaque do dia ficou para promoções de até 50% em produtos vendidos por grandes lojas como Amazon, Ebay, Sephora e Walmart.
Usando o aplicativo Grabr, é possível oferecer a um viajante uma recompensa para que ele traga o produto desejado até o Brasil. Basta se cadastrar na plataforma e criar o pedido, informando os produtos desejados, o valor da recompensa que se está disposto a pagar e os dados da entrega. Depois, basta aguardar que um dos membros participantes do app que esteja nos Estados Unidos entre em contato para combinar os detalhes da entrega da compra.
É importante lembrar que o viajante só recebe os valores do produto e da recompensa após o comprador receber sua encomenda em mãos. A Grabr está disponível para download na App Store, para Iphones, e no Google Play, para Androids.
Sobre a Grabr
Criada em 2015 em São Francisco – EUA pelos russos Daria Rebenok e Artem Fedyaev, a Grabr está presente em 120 países. No Brasil, onde atua desde 2017, possui 750 mil usuários entre compradores e viajantes.
A ideia surgiu para facilitar o acesso da comunidade de usuários a seus produtos favoritos, sem a necessidade de se deslocar. Para o viajante, é uma forma segura de fazer renda extra e ainda se conectar a outras pessoas.
O IHGRN passou a publicar, em parceria com o professor e historiador Henrique Lucena, vídeos gravados em locais históricos de Natal, a fim de disseminar informações sobre o patrimônio local e a importância do IHGRN na edificação dos espaços. A série, intitulada “Cultura, Memória e História”, terá a duração de 10 episódios com periodicidade quinzenal e já lançou materiais gravados na Fortaleza dos Reis Magos e na praça André de Albuquerque. Estes e os próximos vídeos podem ser conferidos no Instagram do Instituto (https://www.instagram.com/ihgdorn/).
Henrique Lucena é o idealizador da série e a assessora e fotógrafa do IHGRN, Maria Simões, ingressou no projeto como produtora. Também participam desta iniciativa o diretor de imagem Claybinho Moura e a historiadora Clara Minervino.
Estreia da série foi gravada durante visita à Fortaleza dos Reis Magos. (Foto: Maria Simões)
Para a produtora Maria Simões, o ingresso neste trabalho possibilitou a criação de um material de fácil acesso a todos os usuários do Instagram. A intenção é aperfeiçoar o trabalho, pensando e planejando de forma contínua. Para ela, ver e ouvir um professor totalmente engajado com a causa é uma ótima forma de enaltecer a existência e fomentar a preservação do patrimônio.
“A série surgiu da necessidade de movimentar as redes sociais do IHGRN, possibilitando a diversos públicos o acesso ao conhecimento sobre o que a instituição representa e sua importância para a sociedade”, conta o historiador Henrique Lucena. Para o professor, a série tem papel na construção da memória e do patrimônio potiguar e ao mesmo tempo evidencia a relevância do Instituto na edificação dos espaços, da memória e da identidade norte-rio-grandense.
Sobre o idealizador
Henrique Lucena é mestre em História, professor e historiador. Lucena é sócio efetivo do IHGRN e dedica-se à educação e produção de conteúdo voltado para a internet, tratando de temas históricos.
O Instituto – 120 anos
Fundado em 1902, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte completou 120 anos em 2022. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense, e publica a sua revista desde 1903, sendo a mais antiga em circulação no Rio Grande do Norte.
A Universidade quer repensar, redescobrir e reescrever o conteúdo da história do país
A Unafro, Universidade Livre de Sociologia e Comunicação Afro Brasileira, vai ministrar dois novos cursos em EAD (ensino à distância). Com o objetivo de enriquecer a sua plataforma pedagógica, protagonizando mais uma etapa de inserção de estudantes de minorias excluídas do ambiente acadêmico, e da capacitação para o mercado de trabalho.
Os cursos que já estão com inscrições abertas para a primeira semana de abril e têm duração de 03 a 05 semanas. Serão ministrados por dois mestres e professores que se debruçaram em suas pesquisas para trazer à tona as falas silenciadas, apagadas e ocultadas do processo de construção do país. O objetivo ressaltar a cultura africana e o protagonismo do negro na academia.
O curso, Teatro experimental do Negro e a Censura em São Paulo, terá duração de 04 semanas no período de 5 de Abril a 2 de Maio, com 02 aulas semanais. Para a idealizadora do conteúdo, Ms. Eliane Almeida, é importante valorizar personagens que fizeram parte do Teatro Experimental do Negro (TEN), liderado por Abdias Nascimento e que teve grande influência polítca para o cenário da época. O TEN tem um legado que fortalece a luta antirracista até os dias de hoje.
Já o curso, Tebas – a Lenda, o Homem e a Alegoria, terá a duração de 03 semanas no período de 4 de Abril a 24 de Abril, com 01 aula semanal. Segundo o professor Abílio, Tebas foi o arquiteto negro cuja influência na estrutura arquitetônica da cidade de São Paulo foi apagada e neste curso iremos estudar a partir deste personagem fundamental para entender as experiências práticas de cidadania autônoma, espaço urbano e disputas concretas e simbólicas que fazem parte da cidade.
A Unafro tem como objetivo criar espaços educativos que possam conectar pessoas de formas independentes, criativas e libertárias dentro de uma ação pedagógica antirracista. A visão afro e indígena estão no centro do marco didático da instituição, indicando formatos de ensino e aprendizagem que são sistematicamente marginalizados ou esquecidos nas instituições de educação formal.
Fundada em 2020, a Unafro quer criar espaços para construir novas narrativas a partir de um sistema educacional decolonial de repensar, redescobrir e reescrever essa sociedade em que vivemos, movendo para a frente com consciência da importância ancestral e histórica que nos permite ousar em pensar em futuros possíveis, como a prática Sankofa nos ensina.
As inscrições estão disponíveis pelo site da Universidade (Universidade Afro – brasileira | Unafro) e têm desconto para as minorias étnicos raciais. Além disso, o curso oferece certificado ao fim do processo.
As pessoas possuem costumes diversos, cada qual tem uma peculiaridade e aprende de diferentes formas. Os anos escolares seguem seu rumo e o tão almejado diploma universitário que se pretende conquistar é meta na vida de muitos. Motivos? Vários. Talvez seja uma exigência da corporação que representa, meta estabelecida no passado, avanço na carreira, atividade professoral e muito mais.
Entender o contexto em que se encontra uma pessoa é necessário, e saber onde, como, e quando atuar é primordial para o avanço na carreira. As histórias se fazem presentes nas disciplinas acadêmicas e com características diferentes, baseadas em questões políticas, religiosas, etc., sempre visando uma hegemonia do relato e dando luz ao acontecimento. Que tal questionar nosso intelecto e descobrir o que foi encoberto? A religião colabora com o crescimento de uma nação e qual sua influência? Em questões brasileiras, como tudo começou? Afinal de contas, quem descobriu o Brasil? Qual o motivo da vida ser tão diferente na América do Norte, Central e Sul? Nos livros de história aprendemos que o Brasil foi descoberto em 1500, por Cabral. Este quando aqui chegou, encontrou os indígenas ocupando a terra. Então, como estes índios chegaram aqui? São muitas teorias para o fato e não se sabe ao certo.
Primeiramente, o marco do descobrimento da América fica com Colombo em 1492, posteriormente em 1500, Cabral descobre o Brasil. Fica a interrogação: mas a terra não é a mesma? Qual o motivo de dois descobridores. E como entender a questão? Cartas náuticas copiadas dos chineses.
Um fato recebe destaque e talvez, mudasse toda a trajetória deste país quando no Brasil chegou o chinês Hong Bao, em 1421, com as enormes embarcações chinesas, maiores que às embarcações portuguesas que se pareciam com pequenas canoas, tamanha disparidade e fragilidade das naus europeias. A história é contada no livro “1421 – o ano em que a China descobriu o mundo”, escrito por Gavin Menzies que faleceu este ano, especificamente em 12 de abril de 2020. Menção especial para esta visita? Os chineses viajaram para descobrir o mundo e aqui vieram para fazer comércio.
Pensando em questões brasileiras, caso os chineses tomassem posse da terra que de fato descobriram, como seria a nação brasileira na atualidade? Teríamos os princípios confucionistas difundidos na população, seríamos uma república como a China é na atualidade? Quais seriam os desdobramentos ocorridos nestes 500 anos e os impactos sofridos. Questões a responder dentro do nosso imaginário, entender o cenário econômico, religioso e cultural da época e se a hegemonia chinesa de fato impregnaria nesta nação. Descobrir em nossa mente o que está encoberto e proceder de forma acurada os princípios que possuímos em nosso intelecto, constituem premissas básicas, cada componente em uma nação entenderá seu papel na sociedade.
A educação é uma ferramenta primordial ao desenvolvimento de todos e os governantes através das leis, fazer com que a população possua seu acesso garantido a este acervo, assim, a nação crescerá amparada e com uma governança pautada na boa ética e justiça.
Autor: José Carlos Moraes é mestre em Teologia, professor da área de Humanidades na Licenciatura em Ciências da Religião do Centro Universitário Internacional Uninter.
Foi com grande alegria que os profissionais da área de História receberam, no último dia dezoito de agosto, a notícia da aprovação da lei 14.038/20, que regulamenta a profissão de historiador. Trata-se de uma longa reivindicação que vem sendo discutida desde muitos anos e que, recentemente, tornou-se polêmica em virtude do veto presidencial ao projeto desta lei (PL 368/2009), de autoria do senador Paulo Paim. Após consulta pública, o Senado Federal aprovou este projeto de lei por unanimidade o qual, contudo, esbarrou no veto do Poder Executivo em abril deste ano. A justificativa foi a de que o projeto seria inconstitucional e feria o livre exercício da profissão.
Equivocadamente, setores da sociedade passaram a considerar a regulamentação da profissão uma tentativa de controle ideológico e cerceamento à liberdade de expressão, evocando o artigo 5º da Constituição Federal, inciso XIII, que garante o “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão”. No entanto, o mesmo artigo é claro ao afirmar que o exercício da profissão é livre, desde que “atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Longe de limitar a liberdade de expressão, regulamentar a profissão de historiador significa reconhecer que a produção do conhecimento histórico não pode ser obra de amadores ou aventureiros, sob o risco de se processarem graves dados à memória histórica. Fazer História (com H maiúsculo) significa dedicar-se ao estudo do passado com amparo científico, seguindo princípios longamente estabelecidos pela comunidade acadêmica e que dão validade às análises resultantes dos processos de investigação. Sendo assim, o trabalho do historiador é orientado por regras e princípios que o tornam algo diverso de simples opiniões ou de um mero acúmulo de informações. O historiador, como qualquer cientista, formula hipóteses, ampara-se em evidências (as chamadas fontes históricas) e usa métodos específicos de análise e tratamento de fontes cujo intuito é afastá-lo do perigo de distorções históricas ou de produzir análises meramente especulativas. Partindo do cruzamento de evidências, da investigação dos limites e valores de suas fontes e de um incessante trabalho de crítica e leitura, o historiador refuta ou comprova suas hipóteses para, então, redigir os resultados de pesquisa. Estes, para que sejam validados, precisam passar pela aprovação da comunidade científica, em bancas de mestrado, doutorado e pareceristas de revistas indexadas. É um trabalho longo e exaustivo demais para ser resumido a meras opiniões.
Em termos práticos, a lei significa o reconhecimento social e profissional dos historiadores e afeta todos os níveis, incluindo a Educação Básica. O artigo 4º da Lei 14038/20 prevê como uma das atribuições dos historiadores o exercício do “magistério da disciplina de História nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio”, assegurando o exercício deste ofício àqueles portadores de um diploma de curso superior, mestrado ou doutorado em História, desde que cumprida a exigência de licenciatura prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Ainda de acordo com o mesmo artigo, entidades que prestam serviços em História precisarão manter, “em seu quadro de pessoal ou em regime de contrato para prestação de serviços, historiadores legalmente habilitados”, abrindo possibilidades de contratação para os profissionais do campo.
Por estes motivos, a regulamentação da profissão do historiador é uma vitória histórica. Em uma era de disseminação de negacionismos históricos disfarçados de revisionismo e verdades absolutas, é um alívio saber que o exercício da atividade está assegurado, a partir de agora, aos profissionais dotados das competências e habilidades técnicas que o ofício exige. A regulamentação do trabalho do historiador era uma necessidade urgente não apenas para a produção acadêmica e intelectual, mas fundamental para contribuir com a melhora da qualidade da educação ofertada em nosso país. A contratação de profissionais sem habilitação específica na área para ministrar conteúdos de História pode minar de forma permanente nossa relação com o passado, impedindo que possamos agir de forma mais consciente sobre nossa realidade presente e perspectivar o futuro de forma construtiva.
Maria Thereza David João é doutora em História Social e professora da área de Linguagens e Sociedade do Centro Universitário Internacional Uninter.
Antonio Djalma Braga Junior, doutor em Filosofia, é professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo
*Antonio Djalma Braga Junior
Recentemente assistimos uma série de protestos que resultaram em derrubadas de estátuas e depredação de monumentos históricos que homenageiam personagens e símbolos de uma cultura preconceituosa, machista, racista, colonizadora, ditatorial e escravagista. Foi o caso da estátua de Cristóvão Colombo, decapitada em Boston; do mercador de escravos Edward Colston, jogada em um rio, em Bristol; do rei Leopoldo II da Bélgica, vandalizada durante os protestos em Bruxelas. Esses casos não são isolados e imagens como essas tem percorrido o mundo, sobretudo após o recente episódio do caso George Floyd nos EUA.
Defensores de protestos como esses argumentam que derrubar e vandalizar esses monumentos é descolonizar o presente; é cicatrizar as feridas do passado; é resgatar o senso de justiça com os que tanto sofreram e continuam sofrendo por conta de uma cultura etnocêntrica como essa. Mas tais protestos podem ser considerados legítimos? Eles são eficientes em ressignificar as feridas de um passado cruel e desumano?
Um primeiro cuidado que precisamos ter ao responder a essas questões é em relação às simplificações que o senso comum insiste em fazer com coisas que não são simples. Essa discussão não deve se resumir a concordar (ou não) com a derrubada de estátuas. O ponto central aqui deve ser a preocupação com os problemas sociais e culturais que ainda vivenciamos por conta de personagens históricos como os que estão na pauta dessa discussão e que foram homenageados em monumentos públicos. O que eles fizeram deve ser condenado pela história e os seus símbolos opressores devem ser apagados do presente de uma vez por todas. Mas, como fazer isso?
Desde os tempos mais antigos, as sociedades parecem ter a necessidade de criação de símbolos que ajudem no processo de significação do mundo e de si mesmo. A criação desses símbolos sempre foram fundamentais para que houvesse uma cooperação social mais sofisticada entre os povos. Da mesma forma, a derrubada desses símbolos tem a intenção de produzir seu efeito contrário.
Todavia, quando a derrubada desses símbolos é feita com o uso de violência, vidas inocentes se perdem pelo caminho. Quando Moisés exigiu a destruição do bezerro de ouro, incitou os hebreus a colocarem suas espadas sobre a coxa e ordenou que matassem seus irmãos, vizinhos, amigos, e aquele dia três mil homens foram mortos. Quando os nazistas começaram a queimar livros que tratavam dos símbolos da cultura judaica, acabou com o saldo de 6 milhões de judeus mortos. Ou seja, quando uma sociedade começa a derrubar estátuas de forma violenta, vidas serão destruídas em seguida. Será que agora, com os protestos pelo mundo em respeito ao assassinato de George Floyd, será diferente? Creio que não.
Por isso, sou a favor da remoção desses monumentos, desde que seja realizada por vias democráticas, fazendo uso das leis e da infraestrutura de um Estado de Direito consolidado, para criarmos as condições de libertação desse passado obscuro e cruel. Somente assim conseguiremos, de fato, cicatrizar as feridas que tanto causa sofrimento ainda hoje em nossa sociedade, sem prejuízos de vidas inocentes.
*Antonio Djalma Braga Junior, doutor em Filosofia, é professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo.
Jornalista Rodolfo Milone conta a importância das medidas tomadas na época
(Crédito: Divulgação)
O governo do caçador de marajás, quem nunca ouviu isso? Essa frase é imputada a Fernando Collor, ex-presidente do Brasil, entre 15 de março de 1990 e 29 de dezembro de 1992. O primeiro presidente eleito por voto democrático após mais de 20 anos de ditadura. Em eleição “solteira” e com mais de 22 candidatos, ele foi o escolhido pela população brasileira com 35 milhões de votos.
Sua primeira medida foi a mais bombástica de todas, um dia depois de assumir a presidência, Collor tentava conter 84% de inflação ao mês, a principal medida foi o congelamento da caderneta de poupança dos brasileiros e uma pausa no overnight durante 18 meses. Segundo a super ministra Zélia Cardoso, o restante seria devolvido, em 12 parcelas iguais, a partir de 16 de setembro de 1991, acrescidas de correção monetária e juros de 6% ao ano. Doce ilusão!
Grandes medidas
Apesar disso, o Governo Collor conseguiu aprovar grandes medidas como a reforma de estrutura de Estado e também dois planos de estabilização econômica em um curto período. O ex-presidente enfrentou cartéis poderosos, principalmente o agrícola e o industriais. Os indicadores econômicos melhoraram muito, por exemplo as reservas internacionais chegaram em US$ 23,7 bilhões, houve superávit das contas públicas, graças ao não pagamento da dívida externa do país. Vale lembrar que esse foi um dos grandes motivos para o êxito do Plano Real, que aconteceriam anos depois.
A dívida externa caiu e nesse ínterim Collor abriu o Brasil para o mundo, ele trouxe um ar de modernidade e trouxe grandes empresas, investidores e dinheiro estrangeiro. Olhou a importância do meio ambiente, pois fez inúmeras demarcações de terras indígenas e trouxe a Rio 92 para o Brasil. Collor fez rodar o SUS, de acordo os moldes da constituição de 1988; inovou criando a Lei Rouanet; criou o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), e teve papel importante na criação do Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Trouxe a Argentina para o seu lado, uma “amizade” estremecida. Inseriu o Brasil na conjuntura internacional, aboliu o cheque ao portador, fez reforma administrativa com o fechamento de ministérios, autarquias e empresas públicas e deu o pontapé inicial para o processo de privatização de estatais.
Queda
O governo já não ia bem na parte econômica e no ano de 1992, Pedro Collor, irmão do presidente, fez denúncias gravíssimas a Revista Veja. Ele falou por diversas vezes dos planos de PC Farias e que ele era um testa de ferro para várias operações ilegais no governo. Isso caiu como uma bomba no planalto e enfraqueceu muito a situação de Collor no comando do Brasil.
Depois de alguns dias veio o depoimento de Eriberto, que era o motorista de Ana Acioli, secretária do presidente da República, depois afirmaria à CPI que PC Farias bancava as despesas da família de Fernando Collor. Como a polêmica reforma na Casa da Dinda. E partiu da mão do motorista o cheque que, com assinatura de PC, compraria o famoso Fiat Elba. O testemunho levou à colheita de uma prova concreta e fundamental para a queda de Collor pelo processo de impeachment.
Considerações Finais
Sem dúvida nenhuma o governo Collor combinou modernidade com atraso. Ele venceu os principais caciques da política brasileira, porém em um partido nanico e sem estrutura partidária. Suas relações sempre foram bélicas com os parlamentares, nunca foi criado um canal de comunicação, tirando a sua amizade com o PFL de Antônio Carlos Magalhães. Sempre com muita soberba e arrogância, na época chegou até a desdenhar da CPI. Nunca fez uma grande composição política. Vale lembrar, que ele reduziu o número de ministérios e colocou somente conhecidos dele. A CUT, que sempre foi articulada pelo PT, teve papel fundamental para sempre pressionar Collor no governo também. Sem contar que todas suas medidas enfraqueceram o grande empresariado, logo todos abandonaram ele no meio do caminho. Sem contar toda a corrupção do seu governo.
Não devemos nos esquecer de alguns pontos, todas as suas benfeitorias no comando do Brasil e de que ele era apenas um jovem de 40 anos no comando do Brasil, com toda a sua “pompa” a flor da pele. Após 30 anos de tudo isso, Collor em post no twitter, diz se arrepender de seu plano, que “confiscou” o dinheiro da população. “Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos”, concluiu o ex-presidente.
Rodolfo Milone, Jornalista, 29 anos, com expertise na área da saúde, tecnologia, viagem, política e educação. Tem mais de quatro anos de experiência no segmento e em assessoria de imprensa. Já atuou em frente de diversas empresas conceituadas no mercado, como Plugin Bot, Criteo, CET, ABAV, Pró- Saúde e entre outras.
* Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo. Divulgação
Daniel Medeiros*
Em 1720, um jovem português do Minho, radicado na região das minas gerais com milhares de outros em busca de uma vida melhor, indignado com a cobrança abusiva de impostos, incitou uma revolta contra as chamadas casas de fundição, que obrigavam os mineradores a entregar o ouro para ser derretido e cobrado o quinto, “quinto dos infernos”, como era comum dizer. Seu nome era Filipe dos Santos e lembramos dele pela forma cruel e brutal pela qual foi punido pela insolência de levantar a voz contra as autoridades. Seus braços e pernas foram amarrados a quatro cavalos e seu corpo foi despedaçado diante do olhar atônito de seus conhecidos da então pequena vila de Vila Rica. Era o preço da rebeldia, da coragem de dizer que ninguém fazia nada pelos colonos e que a riqueza que ali se produzia só alimentava a ambição de poucos enquanto todos os outros ficavam à sua própria sorte. Ou azar.
Noutra década de 20, agora em 1820, jovens liberais portugueses amotinaram-se contra a ingerência estrangeira e contra a situação estranha de serem uma monarquia de rei ausente, já que D. João estava no Brasil há mais de uma década. O movimento começou na cidade do Porto e se espalhou pelo pequeno país, instituindo uma Monarquia Parlamentar, constitucional, nos moldes da Inglaterra. Eram os últimos ecos dos tempos revolucionários europeus, que tiveram na Revolução Francesa seus melhores dias. A Revolução do Porto, como ficou conhecida, foi o passo decisivo para o desenrolar de acontecimentos que levaram o Brasil à independência, pelas mãos do jovem um tanto afoito e inexperiente D. Pedro de Alcântara.
Mas a mais agitada década de vinte de todas foi a do século XX. Os jovens dessa época eram empolgadíssimos e queriam mudanças, na esteira da indústria, dos automóveis, da eletricidade, do crescimento urbano. Queriam buzinas e fumaça, queriam progresso e queriam ter uma identidade mais definida de quem somos nós, afinal, os brasileiros. Os inimigos eram os casacas, os passadistas, os arautos do atraso, com suas políticas de votos contados e com seus versos de rimas empoladas e sonolentas.
Alguns jovens pegaram em armas e com armas quiseram desentortar o Brasil. Outros pegaram as penas e com as penas queriam reescrever o Brasil. De tudo isso ficou a imagem borrada de um país que esquece Filipe dos Santos, comemora a semana da Pátria achando que D. Pedro era algum tipo de general e nem sabe que os jovens com armas dos anos vinte foram os que, quarenta anos depois, tomaram o poder e nos afundaram na mais longa ditadura da história. Com o apoio de muitos dos rapazes das penas, embora, felizmente, nem todos.
Em julho de 1925 saiu o primeiro dos três números da revista modernista mineira, mineiramente chamada apenas de “A Revista”. No manifesto de abertura, sem assinatura, mas escrito por um já conhecido poeta e cronista de Itabira que ainda não lançara livros, dizia: “No Brasil, ninguém quer obedecer (…) Há mil pastores para uma só ovelha. Por isso mesmo, as paixões ocupam o lugar das ideias, e , em vez de se discutirem princípios, discutem-se homens. Fulano está no governo, pois então vamos derrubar Fulano! E zaz! Metralhadoras, canhões, regimentos inteiros em atividade…”
Eram os idos do presidente mineiro Artur Bernardes e o país vivia o seu mais longo período de Estado de Sítio. Os outros jovens, os armados, depois de duas tentativas fracassadas, começavam uma marcha pelo interior tentando levantar o povo contra os casacas, os carcomidos, os passadistas. O futuro não podia esperar. A Nação precisava ser salva. Por Filipe dos Santos, por Tiradentes, diziam, empolgados. Acabaram criando gosto por essa coisa de intervir e colocar ordem e não pararam mais. Filipe dos Santos foi pra galeria dos “subversivos” e Tiradentes – que era militar – e D. Pedro foram entronizados na galeria dos “amantes da Pátria”.
O manifesto de Drummond, chamado “Para os céticos”, termina assim: “Contra esse opressivo estado de coisas é que a mocidade brasileira procura e deve reagir, utilizando as suas puras reservas de espírito e coração. Ao Brasil desorientado e neurótico de até agora, oponhamos o Brasil laborioso e prudente que a civilização está a exigir de nós. Sem vacilação, como sem ostentação. É uma obra de refinamento interior, que só os meios pacíficos do jornal, da tribuna e da cátedra poderão veicular. Depois da destruição do jugo colonial e do jugo escravagista, e do advento da forma republicana, parecia que nada mais havia a fazer senão cruzar os braços. Engano. Resta- nos humanizar o Brasil.”
É fato que Drummond trabalhou com o ditador Vargas e deu uns pitacos animados pela deposição de Jango. Não ficou de braços cruzados. Mas depois teve a dignidade de se redimir. Humanizou-se. Resta o Brasil.
* Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo.
Jornalista Rodolfo Milone conta como esse plano salvou a economia
(Crédito:IG Economia)
Em 1994, o Brasil era Campeão do mundo de futebol, o piloto Ayrton Senna tinha falecido em acidente automobilístico, os países da América do Sul criaram o Mercosul, e o nosso país vivia uma das maiores recessões da história. Ná época, Fernando Henrique Cardoso, Ministro da Fazenda, no governo Itamar Franco, criou um plano que mudou a história nacional.
Tudo começou em 1993, no segundo semestre, a equipe era composta por vários nomes de relevância internacional, como Pedro Malan, Edmar Bacha, Persio Arida, André Lara Resende e Gustavo Franco. Eles tinham a missão de criar um modelo que terminasse com a instabilidade econômica que assolava o Brasil. E no dia 1 de julho de 1994, há exatos 26 anos, o real tornou-se a moeda brasileira. O plano econômico colocava fim na hiperinflação no país, depois de um período de grandes dificuldades econômicas para todos os brasileiros.
Importante dizer que outros governos tentaram combater a inflação galopante nos anos anteriores. Em 1986, Sarney tentou implementar o Plano Cruzado, já no Governo Collor, entre 1990 e 1992, vieram os planos Bresser, Verão, Collor 1 e 2. Todos muito traumáticos, que efetivamente não trouxeram nenhum resultado.
A criação do plano trouxe várias melhorias para o país, como Equilíbrio fiscal, desindexação da economia, modernização do setor industrial brasileiro e redução das tarifas de importação. Logo chegaram resultados que trouxeram o poder aquisitivo para a população, graças a queda de juros e na ampla abertura de crédito.
Na minha opinião, o Plano Real foi o melhor dos planos adotados até hoje no nosso país. Vale lembrar, que a população miserável do país reduziu drasticamente. Além disso, as classes C, D e E foram muito beneficiadas. Elas começaram a ter acessibilidade a produtos que antes eram disponíveis somente para as classes mais altas. Contudo, o país teve maior credibilidade no cenário mundial e durante muitos anos conseguiu terminar com um crescimento razoável dentro das suas possibilidades.
Rodolfo Milone, Jornalista, 29 anos, com expertise na área da saúde, tecnologia, viagem, política e educação. Tem mais de quatro anos de experiência no segmento e em assessoria de imprensa. Já atuou em frente de diversas empresas conceituadas no mercado, como Pró-Saúde, Plugin Bot, Criteo, CET, ABAV, Pró- Saúde e entre outras.
Kiusam durante entrevista para a revista Vogue em que fala sobre identidades menos tóxicas em livros infanto-juvenis. Mylena Saza
Doutora em Educação e Mestre em Psicologia Escolar pela USP examina as consequências do fim da escravidão para a população afro-brasileira.
“Ao traçar uma linha do tempo pensando nos negros que chegaram no Brasil a força, violentamente escravizados, conseguimos perceber que existe uma sistemática em termos de ações em que os grilhões, as máscaras de flandes, os chicotes, as balas, as espingardas, as garruchas e os revólveres sempre estiveram apontados para negros e negras e assim continua sendo com novas roupagens e cada vez mais estilizadas, mas sempre fundamentados em suas bases racistas” é assim que começa a análise da escritora Kiusam de Oliveira sobre um dos capítulos de terror da história do Brasil, os 350 anos de escravidão. Para ela, esta data é um engodo, e não há como não fazer uma leitura extremamente crítica, porque ele nos jogou diretamente ao precipício.
Kiusam de Oliveira autora dos livros Omo-Oba: Histórias de Princesas (Mazza Edições, 2009) com ilustrações de Josias Marinho, O mundo no Black Power de Tayó (Editora Peiropolis, 2013) e O mar que Banha a Ilha de Goré (Editora Peiropolis, 2015) ambos com ilustrações de Taisa Borges e O Black Power de Akin (Editora de Cultura, 2020) com ilustrações de Rodrigo Andrade, realizou uma análise histórica em que disseca os fatores políticos e sociais daquele período no qual resultou na conjuntura em que vivemos.
A Lei Áurea é também conhecida tecnicamente como Lei Imperial n.º 3.353 em que culminou com a extinção da escravidão no Brasil em 1888. Este diploma legal após 132 anos ainda produz debates sob a luz das decisões políticas em que envolviam milhões de negros e negras residindo no país e as consequências destas escolhas. O Estado brasileiro daquele período tratou 350 anos de escravidão com apenas dois artigos, o que demonstra a falta de diligência quanto a população alforriada, como por exemplo, no primeiro artigo da Lei Áurea em que diz “Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil” e como no segundo artigo em que diz “Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.”
Para a escritora, Doutora em Educação na área de concentração Cultura, Organização e Educação pela USP o ato em que encerrou o período escravista no Brasil tem sentido desumano, pois assim os negros eram entendidos, mas não só: o caráter político desta ação está também, no extermínio da população negra, por não pensar políticas públicas voltadas ao acolhimento de tantos negros e negras de diversas idades. O que torna a decisão de abolir a escravidão no Brasil da maneira que fora posta, mais que perversidade, a além de um tipo de política que hoje conhecemos conceitualmente como necropolítica. “Eu especificamente afirmo que a abolição tal e qual ela se deu também deveria ser considerada um crime de lesa-humanidade, porque nos jogou no abismo que nos encontramos até hoje, em que há um descaso total com negros e negras que constituem esse país. A abolição do jeito em que ela se deu, pode ser considerada uma outra etapa da necropolítica, isto é, política em que o Estado decide quem deve e pode morrer em uma sociedade: a abolição pautada em apenas dois artigos jogou a população negra da época, no abismo da loucura e da miséria, pensando exatamente em seu extermínio”.
Tratar três séculos e meio de escravidão com uma lei abolicionista em que em seu rolamento não há um conjunto de normas e diretrizes, em que pensem políticas públicas de inserção ou uma rede de proteção, a milhões de negros e negras que só conheciam até aquele momento, a vida em cativeiro confirma o diagnóstico da literata. A partir deste cenário, podemos constatar que os representantes políticos da época também desenvolveram políticas de Estado voltadas à mudança da fotografia demográfica do país. O Brasil além de literalmente dar um pedaço de terra, depois de cinco anos de trabalho nas fazendas, a imigrantes europeus, incentivou o embranquecimento da população por meio de uma educação eugenista.
Podemos observar traços da perspectiva eugênica na sociedade daquele período, como por exemplo em trecho de um texto publicado em 1911 pelo antropólogo brasileiro João Baptista Lacerda em que diz o seguinte: “A população mista do Brasil deverá ter pois, no intervalo de um século, um aspecto bem diferente do atual. As correntes de imigração europeia, aumentando a cada dia mais o elemento branco desta população, acabarão, depois de certo tempo, por sufocar os elementos nos quais poderia persistir ainda alguns traços do negro.”
Para Kiusam, as políticas de subvenção em que incentivaram os imigrantes europeus, inclusive a terem filhos em território brasileiro, são face de um regime de extermínio em que contribuiu com a política de embranquecimento do país, enquanto para negros e negras, não haviam estas políticas de auxílio. “Os descendentes de africanos no Brasil não tiveram a oportunidade de se integrarem ao novo modelo econômico estabelecido: deram duro e construíram esse país por três séculos e meio sem a menor possibilidade de receberem, em troca, um pedaço de terra nos territórios onde trabalharam arando e cultivando o solo, dotando as infâncias brancas de dengos e muita sensibilidade, revolucionando as tecnologias no país, uma vez que estamos falando de pessoas oriundas do continente africano, O Berço da Humanidade. Portanto, os africanos aqui chegaram dominando técnicas que fundamentam, até hoje, as engenharias civil, elétrica, de produção, ambiental e muito mais”.
Em 1933 é lançado o livro Casagrande e Senzala, em que este teve alcance positivo na sociedade daquele período, pautando e intensificando a narrativa de democracia racial. No livro é apresentado um modelo de Brasil como uma espécie de harmonia entre povos. Florestan Fernandes, sociólogo, em seus estudos em São Paulo, mostrou que na verdade o brasileiro tinha um tipo muito particular de racismo, “o preconceito de ter preconceito”, o que significa um estado de negação, em que o indivíduo tem dificuldade de reconhecer, a reprodução de um discurso ou de um comportamento preconceituoso.
Perguntado à Kiusam como o Estado brasileiro poderia desenvolver estratégias e políticas públicas em que seja fomentada a mudança de mentalidade racial no país, a escritora é enfática em sua resposta: “Eu não acredito em mudanças que venham de cima para baixo, deslegitimando os conhecimentos e os anseios da população. As mudanças devem se dar num processo dialógico, de trocas entre os governos municipal, estadual e federal e quando isso não acontece, as mudanças deverão se dar de baixo para cima, isto é, através das manifestações populares. O povo… sempre o povo! Todos os processos de conquistas no campo da política se deram a partir da mobilização da população, não o contrário”.
Então, se a transformação do ideário social brasileiro depende de uma mobilização coletiva, todas as esferas da sociedade têm a responsabilidade de contribuir para com a mudança da mentalidade quanto às relações raciais no país. A escritora busca por meio de sua produção literária colaborar com um novo Brasil menos preconceituoso e mais igualitário.
Em seu novo livro O Black Power de Akin (Editora de Cultura, 2020) com ilustrações de Rodrigo Andrade, Kiusam conta a história em que qualquer negro ou negra poderá se identificar. O livro traz a narrativa da influência da ancestralidade na vida de um jovem negro ou de uma jovem negra, para a autoafirmação enquanto indivíduo. E a pertinência desta temática, não se dá somente pela importância constitutiva do assunto, mas também por fazer parte, de maneira inerente da vida de Kiusam, a começar por seu nome de origem Iorubá, idioma da família linguística nígero-congolesa e que significa Rainha da Noite.
Práticas antirracistas inclusive na literatura é a forma em que Kiusam também exerce a sua militância e o seu ativismo dentro do movimento negro ao qual esta pertence: o Movimento Negro Unificado (MNU). As lutas são processuais e as vitórias são demoradas. Em 2009, a escritora lançou seu primeiro livro em que este rompeu com o paradigma da representação de princesas com a estética eurocêntrica – Omo-Oba: Histórias de Princesas (Mazza Edições, 2009) com ilustrações de Josias Marinho. Estampando por meio de uma técnica com a tinta preta, princesas negras retintas logo na capa da obra contribuiu também com o debate sobre colorismo no Brasil e a importância da representação heterogênea de negras e negros na mídia.
“Eu atuo no campo infantil até hoje porque eu acredito nas crianças. A criança tem o poder de transformar a forma de ser e pensar de qualquer pessoa, inclusive das próprias mães e pais. Que nós, educadoras e educadores utilizemos nossos conhecimentos científicos e de preferência, afrorreferenciados, para promover práticas antirracistas, em prol dos direitos humanos, para que a criança, desde cedo, aprenda a valorizar a diversidade compreendendo que é no diverso que encontraremos respostas fundantes e criativas para absolutamente tudo o que nos cerca. A diversidade nos salva” finaliza Kiusam.
Kiusam de Oliveira não abdicará de sua responsabilidade enquanto formadora de pensadores. Professora e escritora, sabe os desafios que surgirão em meio à ebulição social no Brasil. E sem esquecer que 132 anos representam ao menos três gerações de distância, o que é muito pouco, mas torna a luta edificante.
Sobre Kiusam de Oliveira
Nascida em Santo André, grande São Paulo, aos 14 anos ingressou no Colégio IESA para cursar Magistério de 2o Grau. Logo após, foi para a Fundação Santo André cursar Pedagogia, com habilitações em Administração Escolar e Orientação Educacional. Para qualificar-se fez lato-sensu em Metodologia do Ensino Superior e, na sequência, na USP habilitou-se em Deficiência Intelectual e Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e Doutorado em Educação, ambos pela USP.
Atua como professora há mais de 25 anos, tendo dedicado grande parte deste período à Educação Especial e à formação de profissionais de Educação no município de Diadema/SP, implantando a lei 10.639/03 e ocupando funções de gestão pública. Desenvolveu também, ao longo de anos, atividades formativas para educadores e profissionais de todas as áreas juntamente às instituições públicas e privadas, com temáticas relacionadas à diversidade de gêneros, questões étnico-raciais e afins.
Leitora contumaz e escritora, desde pequenina foi incentivada por sua mãe, que colocava nos bolsos dela bloquinhos de notas e lápis, para ela registrar o que visse pela frente. Sua mãe era uma associada do Círculo do Livro e a deixou escolher um livro pela primeira vez. Sua escolha? Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Sua segunda escolha? Os Sertões, de Euclides da Cunha. Ousada! E ela tinha apenas 10 anos.
Entre diversas atividades desenvolvidas desde a infância, iniciou ballet clássico aos seis anos; arte que seguiu estudando por 18 anos sequentes, tendo se tornado professora ainda adolescente, para turminhas de baby class. Estudou com Madame Toshie Kobayashi, Alfredo Valderrama, Vânia Motta, Joyce, Lennie Dale, entre outros nomes importantes desta categoria.
Aos 16 anos, teve seus primeiros contatos com a dança-afro, na Escola de Samba Unidos do Peruche. De 2000 a 2007 montou a “Corte dos Orixás” do Bloco Afro Ilu Obá de Min, em São Paulo e começou a ministrar a oficina Ará Ayó: Dançando e Cantando com os Orixás, em São Paulo e em todo o país. Também a partir daí, foi se aprofundando em danças-afro-brasileiras. Desde 2007 integra como bailarina e coreógrafa o show Tecnomacumba, de Rita Benneditto.
A partir de 2009, iniciou uma sequência de lançamentos literários, com grande repercussão nacional e internacional. Suas obras foram premiadas por diversas frentes: com o livro Omo-Oba-Historias de Princesas, altamente premiado e que em 2019 completou 10 anos de sua primeira edição.
Prêmio ProAC Cultura Negra 2012 (O Mundo no Black Power de Tayó) e elencado no ranking dos dez livros mais importantes do mundo, em direitos humanos, pela ONU, entre outros. Até o ano de 2019, a multi-artista dedicou-se também às atividades acadêmicas, tendo se mudado para o Espírito Santo para lecionar na Universidade Federal do Espírito Santo. Após um longo jejum e retornando ao eixo Rio-São Paulo, assinou em janeiro de 2020 contratos para quatro novos e aguardados lançamentos literários, estando dois deles previstos para o primeiro semestre: O Black Power de Akin (março de 2020), pela Editora de Cultura e O Mundo de Tayó em Quadrinhos (junho de 2020), pela Companhia das Letrinhas
Combater a propagação de uma epidemia nunca foi tarefa fácil. Se analisarmos o que acontece hoje em dia, não é difícil imaginar o esforço gigante feito em outras épocas. Segundo a arqueóloga portuguesa Joana Freitas se analisarmos como combatiam o alastramento das doenças em séculos passados podemos ficar surpreendidos com as semelhanças.
“Ao analisarmos dados e documentos que se referem a outros surtos epidêmicos ao longo da história verificamos que algumas medidas que tomamos hoje eram as usadas à data para reprimir o avanço das doenças. Em diversas alturas o isolamento, a quarentena e o estabelecimento de cordões sanitários foram uso recorrente.”
Estas medidas eram aplicadas e replicadas em muitos países do mundo. A realidade que vivemos hoje em dia não é novidade.
” Havia cuidados, as pessoas tinham consciência de que se não travassem um surto no seu início seria muito difícil não evitar uma catástrofe. Temos variados exemplos além dos referidos acima. Em Portugal,por exemplo, já no século 15 existia um controlo sanitário das embarcações. Embora incipiente demonstrava a clara noção dos pontos que podiam ser rastilhos de uma epidemia. Mais tarde,os barcos teriam mesmo de ficar em quarentena para que houvesse certeza que tanto marinheiros como mercadorias não seriam um veículo de transporte para convidados indesejados.”, explica Joana Freitas.
Ainda segundo a arqueóloga, “as próprias linhas que delimitavam cidades, uma muralha ou estrutura semelhante funcionavam como cerco sanitário. Há inclusive documentos que atestam que em algumas cidades era exigido que apresentassem uma declaração da sua boa saúde, garantindo que não estivera em nenhum lugar exposto a alguma doença nos 30 dias anteriores antes de ser autorizado a entrar.”.
A realidade que vivemos com a pandemia de covid-19 é nova para nós mas não é nova para o mundo.
“Como costumo dizer, ciclicamente o ser humano lida com situações desta natureza. A história é boa professora. As medidas de hoje foram as medidas de ontem. Mesmo algumas como o fecho de fronteiras entre países ou o esforço para diminuir as pessoas que circulavam. Não é nova a noção de que quanto mais pessoas estiverem em contato umas com as outras maior será a dimensão do surto.”, explica.
Ainda segundo a arqueóloga, ” já no combate a outras pestes, verifica-se um esforço de deixar circular apenas quem era indispensável. Trabalhadores agrícolas, forças de segurança como exército ou marinha, padres e madres que muitas vezes auxiliavam nas práticas da medicina, padeiros e vendedores de alimentos. Como vemos embora com séculos de diferença a realidade é bastante semelhante.”, conclui.
Joana Freitas, formada em arqueologia pela Universidade do Porto e pela Universidade Autónoma de Barcelona, tem por áreas de estudo a pré-história e a evolução da espécie humana. Membro e sócia da CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, com sede em Portugal e unidades no Brasil e na Holanda.
De entre dezenas de trabalhos de campo de diversas épocas, os mais importantes foram os trabalhos e estudos nos lugares calcolíticos de Foz Côa. Desenvolve ainda trabalhos nas áreas da arquitetura de terra e a sua presença no desenvolvimento humano.
Arqueóloga Joana Freitas fala das mudanças que poderão ter após o coronavírus
A pandemia de covid-19 está a despertar o interesse da população para as epidemias que já assolaram a humanidade.Hoje ou no passado, covid-19 ou qualquer outra pandemia, a humanidade ciclicamente foi posta à prova.
Contudo há uma que é considerada a mais letal de todas elas, a gripe espanhola. A arqueóloga portuguesa Joana Freitas traça o panorama geral desta pandemia.
“Há cem anos atrás uma pandemia generalizada assolou o globo até às suas partes mais recônditas. Não era uma época fácil, sobretudo no continente europeu onde a primeira grande guerra já contabilizava o seu quarto ano. O clima de guerra, de fome, de doença, de frio e de falta de condições generalizada mostrou ser um ambiente propício ao alastramento da gripe pneumônica, mais conhecida por gripe espanhola. Os seus danos foram de tal ordem que o surto matou mais gente do que os quatro anos de guerra. O grau de contágio era tão avassalador que os últimos estudos apontam que uma em cada três pessoas foi infetada. Seguindo a demografia da época isso contabilizaria cerca de 500 milhões de pessoas. Deste total entre 50 a 100 milhões viriam a falecer. Percentualmente cerca de 5% da população mundial pereceu.”, refere Joana Freitas.
Como é possível imaginar, esta pandemia espalhou o terror numa sociedade que vivia ainda em clima de guerra e em que a morte fazia parte do quotidiano.
“Nunca antes uma pandemia tinha feito um número tão extenso de baixas e o mundo não teve capacidade de lhe fazer frente. O número de mortos crescia de dia para dia, amontoados nas casas, nos hospitais, nas ruas. Faltavam caixões e lugares de enterro, faltava sobretudo dignidade na hora da morte de depois dela.”, explica a arqueóloga.
O mundo está em alteração. Novos contextos políticos internos e internacionais estão em formação. Há um novo mundo que se forma não só pelo contexto de guerra mas pelo contexto pandémico. Joana Freitas explica alguns desses pontos:
“O mundo que surge depois da 1ª Guerra Mundial é também fruto desta pandemia.
Curiosamente esta gripe atacava os mais jovens e saudáveis, os mais velhos pareciam escapar sem que se conhecesse a causa. Demograficamente este fator era catastrófico. A população jovem é a força braçal, é o condimento necessário à criação das novas gerações e o mundo estava a perder parte dela.
Globalmente a sociedade releva agora novas formas de pensar. Nem tudo o que acontecia ao Homem eram atos de Deus e era necessário estar no controlo das situações. A ciência começa a fazer avanços, os cuidados de saúde em sistemas incipientes desenvolvem-se mas, especialmente, há melhoras significativas a nível sanitário e de higiene.”
Concluindo, Joana Freitas refere que temos sempre que levar em consideração a época em que ocorrem os acontecimentos e o papel que a história tem em todo o processo de compreensão das epidemias que assolam a humanidade.
“No entanto, temos de ter em consideração a época em que ocorre. Por muitos esforços que fossem feitos os mecanismos de proteção e de tratamento eram insuficientes em relação com a complexidade do surto. Vantajosamente, e contrariamente ao que ocorre hoje em dia, a velocidade de propagação do vírus a nível global foi mais demorada. Realidade essa justificada por uma rede de transportes que não é sequer comparável à que possuímos cem anos depois.
No entanto, e segundo as palavras de L. Spinney, especialista nesta matéria há algo que parece caracterizar a humanidade: “a história demonstra que gostamos de reagir em vez de prevenir”.
É o efeito do esquecimento coletivo. Assim que ultrapassamos uma situação danosa a sociedade tende a esquecer rapidamente e, ciclicamente vê-se obrigada a lidar com o mesmo tipo de questões. O papel da história é exatamente esse, impedir que o esquecimento seja total.”.
RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA ESPECTACULAR, O FILME DE PIERRE SCHÖLLER CONTA COM OS NOMES EXPRESSIVOS DA JOVEM GERAÇÃO DE ATORES DO CINEMA FRANCÊS E PROPÕE UMA REFLEXAO VIBRANTE E ATUAL SOBRE O NASCIMENTO DAS REVOLUÇÕES. ESTREIA EM 28 DE NOVEMBRO
Filmado em cenários históricos e autênticos de Paris e arredores, o longa-metragem “A Revolução em Paris” faz uma imersão nos três primeiros anos da Revolução Francesa, de 1789 a 1793, desde a tomada da Bastilha até a decapitação do Rei da França Louis XVI, trazendo questionamentos: “Como se chega em três anos à execução de uma figura que foi, durante vários séculos, tão sagrada e intocável? Como emerge a liberdade? Como nasce a consciência política? E uma resposta: a força da esperança do povo movido pelo lema “A liberdade ou a morte”.
Especialista de cinema político, o diretor e roteirista Pierre Schoeller coloca no centro da trama histórias íntimas de mulheres e homens da periferia parisiense, transformados pela História em heróis anônimos. Com destaque para as mulheres, protagonistas dos momentos mais importantes desse período, o filme cruza seus destinos com os de figuras históricas da revolução francesa: Robespierre, Danton, Saint-Just ou Marat, filmados na jovem Assembleia Nacional onde nasceram os textos mais importantes e sempre atuais sobre a liberdade e os direitos humanos.
“A Revolução Francesa está na origem da República e dos direitos constitucionais. Embora 1789 pareça muito distante, liberdade, igualdade e fraternidade não são palavras vazias. Ecoam até hoje nas consciências. Vivemos em um mundo em crise de valores, em que esses direitos são seguidamente violados e isso reflete nas pessoas, no conjunto da sociedade. E tudo isso, a desigualdade, a exclusão, a violência social, possibilita uma gama infinita de histórias”, afirma Pierre Schœller.
Com estreia nacional em 28 de novembro, “A Revolução em Paris” teve exibição exclusiva no país, durante a décima edição do Festival Varilux de Cinema Francês e contou com a presença do diretor Pierre Schœller – sendo o filme mais assistido não apenas desta edição como também dos dez anos de evento: 20.751 espectadores. Apresentado também em seleção oficial na Mostra di Venezia, “A Revolução em Paris” foi um dos filmes franceses recentes de maior orçamento de produção, com cerca de 17 milhões de euros, o que permitiu reconstituir cenas históricas em cenários autênticos nas ruas de Paris. O trailer está disponível em https://youtu.be/tIJ7LB2IePA
O longa levou sete anos para sua realização, passando pelas fases de pesquisa, roteiro, produção e filmagem. Mais de cem atores estavam muitas vezes presentes em cena. Segundo Schœller, “foi um trabalho longo e meticuloso. A maioria das cenas conta com iluminação com luz natural e tochas. O figurino teve seus trajes principais produzidos com tecidos franceses e trazidos da Índia e da Itália”, ressalta.
O trabalho de som do filme é essencialmente direto, onde o espectador também é convidado a entrar em cada cena pela percepção sonora. A atmosfera das ruas de Paris em 1789, as explosões e os estrondos da primeira Assembleia Nacional refletem o borbulhar dos primeiros dias da Revolução. As músicas e as letras faziam parte da cultura política da época. Com exceção de pequenos trechos, improvisados, todas as canções são originais. Ainda segundo o diretor, a energia das mulheres com o seu canto ‘à capela’ ampliava a eficácia das cenas e surgiam em momentos cruciais para a composição da história.
NO CENTRO DA TRAMA, O POVO. COM A PRESENÇA MARCANTE DAS MULHERES
Durante os primórdios da revolução, o povo parisiense começa a imaginar outra existência. Uma maneira única de inventar uma cidadania, valores tão fortes quanto a igualdade, a soberania, a insubordinação que séculos e séculos de poder os haviam recusado e, a partir de então, uma nação inteira constrói uma nova sociedade. Para construir um afresco humano o longa-metragem vai além do horizonte político e narra uma revolução à altura dos homens, dos debates ideológicos. E, ao colocar as pessoas dos subúrbios – especialmente as mulheres – no centro dos acontecimentos, com discussões políticas e sociais, a trama retribui à Revolução Francesa seu rosto popular e contemporâneo.
Com intuito de oferecer grande destaque aos personagens do povo, liderados pela jovem Françoise, interpretada pela atriz Adèle Haenel, o longa mostra seus personagens em torno da oficina do fabricante de vidro, no Faubourg Saint-Antoine. Outro cenário recorrente se passa na Assembleia Nacional, local de discursos, e que reabilitou o pensamento político da época e estabeleceu pontes entre o povo e a Assembleia, onde a Revolução nasceu, há 230 anos, data comemorada em 2019.
A trama destaca a onipresença das mulheres, que se fazem ouvir no coração da muito jovem Assembleia Nacional de Versalhes, em todas as datas importantes, desde o despertar da revolução. Com personagens de coragem natural e inalienável, a história coloca o fio da história nas mãos do mais alto escalão de atrizes francesas da atualidade – Adèle Haenel (Françoise) Céline Sallete (Rainha Audu), Julia Artamonov (Pauline Léon), Noémie Lvovsky (Solange), Taïra Borée (La Vieille Gabrielle) e Emma Stive (a jovem Clémence).
A Marcha de Mulheres em Versalhes, realizada em outubro de 1789, marca o primeiro grande evento feminino aos olhos de todos – deputados, nobreza e burguesia de Paris. O feito foi a irrupção de mulheres na cena política, que provocou também um evento impensável para a época: o rei e a rainha deixariam Versalhes para voltar à Paris. É um ponto de grande virada na revolução porque, pela primeira vez, mulheres jardineiras, lavadeiras, vendedoras e artesãs, promoviam a erupção da energia popular no coração do poder francês. “Eu realmente queria filmar o surgimento de uma consciência política, uma liberdade nascente, intoxicante e envolvente. Desde o início do projeto, sempre desejei que a coragem, a diversidade de sensibilidades, a esperança e o entusiasmo dessas mulheres ressoassem no filme”, ressalta o diretor.
No núcleo masculino, destaque para o ator Laurent Lafitte, que dá vida ao o rei Luís XVI; Olivier Gourmet, que interpreta o personagem Tio, que é artesão e dono da oficina de vidros; Gaspard Ulliel, no papel do jovem Basile. Louis Garrel vive o papel do jovem idealista Robespierre, que gradualmente constrói sua figura inflexível. O ator Niels Schneider, por meio de uma aliança muito especial de juventude, ousadia política e encanto, interpreta Saint-Just. Pierre-François Garel deu amplitude e densidade a um personagem menos conhecido, mas muito importante em sua época, o advogado Barnave, um dos 89 jovens oradores mais brilhantes.
A Assembleia Nacional também esteve no centro do longa como um dos cenários mais importantes. O Salão de Manège, que abrigava o órgão e suas figuras, foi palco de todas as mudanças vividas pelo povo que se emancipava de seu rei. Dia após dia, a cidade bateria no ritmo do que era dito por lá, ou se contradizia. Através dos discursos de Robespierre, Marat, Barnave, Saint-Just e representantes do povo, o público tem a oportunidade acompanhar intervenções e, assim, entender as questões que agitavam a população da época.
Na primavera de 1789, os reformadores queriam salvar o reino e, para isso, foi necessário reformar o imposto, mas, ao fazê-lo, deveriam tocar a soberania e redefinir a cidadania, a igualdade, a unidade de poder. E, ao avançar rapidamente, um amplo consenso nacional emerge para dar uma constituição ao país. No ápice da revolução e para salvar o prédio da Assembleia, os deputados preservam a inviolabilidade do rei contra o sentimento popular. É o início da queda do rei e sua corte, bem como o nascimento da República e a necessidade política de um julgamento do traidor Luís XVI.
“Como um espetáculo guiado por uma preocupação de fidelidade às fontes, esse filme é um ensaio que leva a despertar a reflexão sobre a ideia de revolução, sobre sua atualidade.” Thomas Sotinel, Le Monde
“Essa superprodução francesa reivindica com força a verdadeira filiação cinematográfica, cuja mãe é a fotografia e o pai, o teatro.” Pierre Eisenreich, Positif
” O protagonismo feminino, com as mulheres reivindicando o seu lugar na Revolução, e se colocando na linha de frente, também é outro ponto positivo da condução de Schoeller”. Leonardo Ribeiro, Papo de Cinema
Junho de 2019
“Schoeller estabelece um comentário importante sobre o que resta de participação popular na política contemporânea, relembrando as estratégias democráticas utilizadas por coletivos de séculos para enfrentar as forças opressoras do sistema”. Bruno Carmelo, Adorocinema
Junho de 2019
A REVOLUÇÃO EM PARIS
Un peuple et son roi
De Pierre Schoeller
Com Gaspard Ulliel, Adèle Haenel, Olivier Gourmet, Louis Garrel, Izïa Higelin, Noémie Lvovsky, Laurent Lafitte
2018 – Drama histórico – 2h01
Distribuição no Brasil: Bonfilm
Classificação indicativa: 16 anos
Sinopse: Em 1789, sob o reinado de Luís XVI, o povo francês rebela-se contra a monarquia e exige uma transformação na sociedade baseada nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Un Peuple et Son Roi cruza os destinos de homens e de mulheres comuns com figuras históricas. No meio da história, há o destino do rei e o surgimento da República.
Sobre o diretor
Pierre Schoeller começa sua carreira como roteirista para o cinema e a televisão. Em 2008, dirige seu primeiro filme para o cinema, “Versailles”, com 130 mil espectadores e duas indicações ao César, de Melhor Ator para Guillaume Depardieu, e de Melhor Primeira Obra. Com seu segundo longa-metragem, “O Exercício do Poder”, Schoeller chega ao sucesso e atrai mais de 500 mil espectadores, com o apoio de uma crítica entusiasta. O filme é selecionado em Cannes na prestigiosa categoria Um Certo Olhar. Pierre Schoeller conseguiu conjugar uma exigência artística e um assunto profundo com um sucesso de público. O Exercício do Poder também suscitou o interesse da Academia do César, dessa vez com oito indicações, e três estatuetas recebidas: Melhor Som, Melhor Roteiro, e Ator Coadjuvante para Michel Blanc. Em setembro de 2018, lança seu terceiro longa-metragem, “A Revolução em Paris”, filme ambicioso, com um orçamento de 16,9 milhões de euros, que trata da Revolução Francesa.
Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês e Festival Ópera na Tela, projeções de filmes ao ar livre em uma tenda no Rio de Janeiro, em São Paulo, e em cinemas de todo Brasil. Este ano, já foram lançados nos cinemas “Asterix e o Segredo da Poção Mágica”, “Amor à Segunda Vista” e “Meu Bebê”.
Data comemorada em 13 de julho teve como marco o concerto beneficente Live Aid, que este ano completa 34 anos, e contou com a participação de artistas lendários como Queen, Rolling Stones, Led Zeppelin e Black Sabbath
No dia 13 de julho, é celebrado o Dia Mundial do Rock, pois nessa data, em 1985, foi realizado o concerto beneficente Live Aid, que ocorreu simultaneamente nos estádios Wembley, em Londres, e John F. Kennedy, na Filadélfia. O megaevento, que este ano completa 34 anos, foi organizado pelos cantores e compositores Bob Geldof e Midge Ure, com objetivo de levantar fundos para combate à crise humanitária na Etiópia.
Em cada cidade, mais de 20 atrações que se apresentaram tiveram grande simbologia e importância. “Dada a grandeza do evento, os dois shows foram importantes para chamar a atenção da mídia para o problema de fome no país africano. Em Londres, o público foi de 72 mil pessoas, já na Filadélfia foi de 100 mil”, conta Ciro Visconti, coordenador da primeira e única pós-graduação em Rock do Brasil pela Faculdade Santa Marcelina.
As performances dos artistas demoraram cerca de 10 horas em cada um dos dois palcos e foram transmitidas via satélite para cerca de 150 países, alcançando aproximadamente 1,5 bilhão de espectadores. “O show de 21 minutos do Queen no Live Aid foi eleito como a melhor performance de um artista na história do Rock em uma votação entre artistas, produtores e jornalistas da indústria fonográfica, que ocorreu em 2005, batendo outras consagradas apresentações de artistas, como a de Jimi Hendrix (1969), Sex Pistols (1976), David Bowie (1973) e Rolling Stones (1969)”, comenta Visconti.
Ainda de acordo com o professor, o show da banda Queen, no Live Aid, é considerado o grande destaque, visto que o evento também contava também com bandas clássicas, como Led Zeppelin, Black Sabbath e The Who. “Na época, haviam artistas que estavam liderando as paradas, como Dire Straits (com Money For Nothing) e U2 (com Sunday Bloody Sunday). Além disso, a icônica performance da banda Queen foi reproduzida quase integralmente no filme Bohemian Rhapsody (2018)”, complementa.
As bandas e artistas que se apresentaram no estádio Wembley, em Londres, foram: Status Quo, The Style Council, The Boomtown Rats, Adam Ant, Ultravox, Spandau Ballet, Elvid Costello, Nik Kershaw, Sade, Sting (participação de Phill Collins), Howard Jones, Bryan Ferry (participação de David Gilmour), Paul Young, U2, Dire Straits, Queen, David Bowie, The Who, Elton John, Paul MacCartney e Band Aid.
Já no estádio John F. Kennedy, na Filadélfia, se apresentaram: Bernard Watson, Joan Baez, The Hooters, Four Tops, Billy Ocean, Black Sabbath, Run-D.M.C, Rick Springfield, REO Speedwagon, Crosby, Stills and Nash, Judas Priest, Bryan Adams, The Beach Boys, George Thorogood and The Destroyers, Simple Minds, Pretenders, Santana, Ashford & Simpsons, Madonna, Tom Petty and the Heartbreakers, Kenny Loggins, The Cars, Neil Young, The Power Station, Thompson Twins, Eric Clapton, PhillCollins, Led Zeppelin, Crosby, Stills, Nash & Young, Duran Duran, Patti LaBelle, Hall & Oates, Mick Jagger, Tina Turner, Bob Dylan e USA for Africa.
O gênero é contemplado pelos estudos da pós-graduação em Rock, da Faculdade Santa Marcelina, que analisa o estilo musical por meio de três pilares: teoria, história e prática. O curso, inédito no Brasil, aborda a aprofundada pesquisa acadêmica já desenvolvida internacionalmente sobre o Rock.
Sobre a Pós-graduação em Rock
Mesmo que o Rock seja um dos gêneros mais conhecidos da música popular e que existam inúmeros músicos e bandas do gênero espalhados por todos os continentes, sua pesquisa acadêmica é, embora vigorosa, relativamente recente. Essa demora em constituir uma pesquisa específica gerou uma defasagem nos cursos superiores de música, especialmente no Brasil, onde são mais direcionados aos gêneros de música instrumental, como o Jazz, o Fusion e a Música Instrumental Brasileira. Isso ocorre porque as ferramentas e técnicas desenvolvidas nas pesquisas destes gêneros instrumentais, seja no campo da harmonia, morfologia, análise, rítmica, história. Prática de bandas, etc., não são adequadas à canção, a modalidade de composição mais comum ao Rock ou a seus subgêneros. O curso pretende não apenas abordar e divulgar pela primeira vez no país e em português a aprofundada pesquisa acadêmica desenvolvida em universidades internacionais especialmente para o gênero Rock, como também ampliar esta pesquisa ao aplicar suas ferramentas também ao Rock produzido no Brasil e na América Latina, destacando suas semelhanças e diferenças em relação ao Rock inglês e americano. Esta ação também abre a oportunidade de verificar a influência que o Rock exerce sobre determinados artistas de diferentes gêneros e de movimentos de música brasileira, como a Tropicália e o Clube da Esquina.
Sobre a Faculdade Santa Marcelina
A Faculdade Santa Marcelina é uma instituição mantida pela Associação Santa Marcelina – ASM, fundada em 1º de janeiro de 1915 como entidade filantrópica. Desde o início, os princípios de orientação, formação e educação da juventude foram os alicerces do trabalho das Irmãs Marcelinas. Em São Paulo, as unidades de ensino superior iniciaram seus trabalhos nos bairros de Perdizes, em 1929, e Itaquera, em 1999. Para os estudantes é oferecida toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento intelectual e social, formando profissionais em cursos de Graduação e Pós-Graduação (Lato Sensu). Na unidade Perdizes os cursos oferecidos são: Música, Licenciatura em Música, Artes Visuais, Licenciatura em Artes Plásticas e Moda. Já na unidade Itaquera são oferecidas graduações em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Tecnologia em Radiologia.
No ano passado tivemos a quase destruição do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Até setembro de 2018, era um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. E, nessa semana, assistimos à destruição de boa parte da catedral de Notre-Dame, um dos símbolos de Paris, capital francesa, e o monumento histórico mais visitado da Europa. Lembremos também da quantidade de museus, bibliotecas dos países em guerra que são destruídos por bombas ou saques. A história viva morre aos poucos.
Temos muitas leis, decretos e resoluções que garantem a segurança e proteção. Exemplo é a Resolução 2347, adotada pelo Conselho de Segurança da ONU, que protege o patrimônio cultural. No Brasil, desde 1937, existe o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cidadania que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. O Iphan tem como objetivo proteger e promover os bens culturais do País para as gerações presentes e futuras. Será que não estamos apenas “contando” a história e esquecendo de criar nos estudantes o desejo de conhecer para amar os tempos que nos antecederam?
Não somos frutos apenas do hoje, temos uma bagagem cultural, política, econômica e religiosa que nos acompanha durante séculos. O futuro depende do presente e do passado; se destruímos nossos monumentos, cometemos um “pecado social” contra às gerações futuras.
As tragédias que destroem nosso patrimônio cultural deixam cinzas e uma escuridão sem igual. Cada cidadão tem por dever cuidar de sua história e do seu patrimônio, não apenas deixar para o Estado ou jogar a culpa no outro. Trata-se de um compromisso individual, é participação cidadã e política. Que as instituições educacionais trabalhem mais para formar excelentes acadêmicos e virtuosos cidadãos de valores, preservando a memória viva da humanidade.
José Carlos Pereira é Diretor do Colégio Marista Criciúma (SC)