Um vazamento em rede de 150 milímetros identificado pela Caern na tarde desta quinta-feira (25) na cidade de Florânia, acarretou na suspensão do abastecimento de quatro bairros: Flores, Mandacaru, Passagem das Flores e Centro. A previsão da companhia é de que o serviço seja concluído até o final da tarde desta sexta-feira (26), com normalização em até 48 horas após religado o sistema.
Localizada na região da Serra de Santana, Florânia realiza nos dias 9 e 10 de janeiro o seu primeiro Festival de Cinema, o Cine Fest Flores. A produção do evento está a cargo da Jota Filmes, com suporte do Ponto de Cultura “Baú de Arte e Cultura”.
O Cine Fest Flores irá exibir 10 produções, entre curtas e médias metragens, entre os quais “O Resgate de Valentim na Toca do Cangaço” e o documentário “A Família Giffoni no Seridó Potiguar”.
Todos os filmes foram produzidos na cidade, envolvendo artistas e técnicos do próprio município. As exibições acontecem no pátrio da Igreja Matriz, na quarta (09) a partir das 19 horas, e quinta (10), com início às 20h.
Artistas movimentam o audiovisual em Florânia há mais de dez anos
A produção audiovisual em Florânia remonta ao ano de 2018, quando artistas da cidade coordenados pelo historiador Josimar Tavares aproveitou o projeto dos Pontos de Cultura e fundou o Baú de Arte e Cultura, com o objetivo de fomentar as produções audiovisuais na cidade. Em 2018 foi produzido o longa-metragem “Feliciana e os Cabeços do Sertão”, que venceu o prêmio de melhor Fotografia no Curta Nordeste, realizado em Natal, em 2010.
O diretor e cineasta Jota Júnior, que tem registro formal na ANCINE, coordena o Núcleo Cinematográfico em Florânia que conta com a participação de artistas e voluntários comprometidos com a realização dos filmes, como Júnior Galdino, Cizzim, Nininha Silva, Hayllane, Fenelon, Célia Maria, Domingos Toscano, Leonardo, Kleydson, Jokaefe, Alexia, entre outros.
“O 1º Festival de Cinema de Florânia será o ponto culminante dessa jornada de 10 anos, na qual um grupo de artistas abnegados e comprometidos driblam as parcas condições de produção para levar ao público as emoções que caracterizam e encantam na sétima arte”, afirmou Jota Júnior.
Serviço:
Evento: Cine Fest Flores – 1º Festival de Cinema de Florânia
Quando? Quarta-feira (09) a partir das 19h; Quinta-feira (10), a partir das 20h.
Onde? No Pátrio da Igreja Matriz, em Florânia (RN)
Edivan Gaudino encontrou o fóssil no leito um rio e estranhou o formato da pedra que parecia ter dentes
Fotos: Cícero Oliveira
Edivan Gaudino encontrou o fóssil no leito um rio e estranhou o formato da pedra que parecia ter dentes
Por Marina Gadelha
Em meio à paisagem da zona rural de Florânia, município da região Central do Rio Grande do Norte a 216 quilômetros de Natal, capital do estado, algo de diferente chamou a atenção do adolescente Edivan Gaudino Neto, 16 anos. Ele percebeu no leito de um rio uma suposta “pedra” com formato inusitado, como se tivesse dentes. Em casa, o garoto comentou com a irmã Ana Karollina Santos Silva, de 12 anos. Coincidência ou não, Karollina estudava sobre dinossauros na escola e constatou a possibilidade de ser restos mortais daqueles seres. Não se tratava de um “dino”, como pensaram, mas sem querer, os irmãos descobriram um fóssil pré-histórico do mastodonte, animal semelhante ao elefante atual, que viveu há mais de 10 mil anos nas Américas do Norte e do Sul. A confirmação veio por meio de profissionais do Museu Câmara Cascudo (MCC), após expedição nos dias 12 e 13 de agosto ao local, para o reconhecimento da espécie.
Informada sobre a descoberta pelo arqueólogo Astrogildo Cruz – responsável pela primeira análise dos vestígios, juntamente com o arqueólogo e professor de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Orlando Figueredo –, a equipe do MCC coletou “fragmentos da defesa (presa de marfim) e da mandíbula com os dentes molares do animal e transportou-os para o Museu, em Natal, onde fizeram a limpeza e estudos complementares”, conta o biólogo da Instituição, Wagner de França Alves. “O proprietário da terra me procurou para avaliar se aquilo poderia ser um fóssil. Diante do potencial dos vestígios levei as fotos da peça ao MCC”, detalha Astrogildo Cruz.
Equipe do MCC coletou fragmentos da das peças e transportou-os para Natal onde foram feitos estudos complementares
Restos mortais do mastodonte já foram encontrados no Rio Grande do Norte e em quase todos os estados brasileiros, exceto no Tocantins, mas no município de Florânia é a primeira vez. A cidade já é conhecida por seus sítios arqueológicos, onde são encontrados vestígios de povos pré-históricos e históricos. Agora, ganha relevância, também, para a Paleontologia, ciência que estuda as formas de vida passadas por meio dos seus fósseis.
De acordo com a diretora do MCC, Maria de Fátima Ferreira dos Santos, a novidade expande a distribuição geográfica de fósseis no Estado. O mastodonte e outros animais de grande porte, como preguiças gigantes e tigres dentes de sabre, já foram descobertos em outros municípios potiguares, entre eles São Rafael, Nova Cruz, Apodi, Rui Barbosa, Montanhas e Antônio Martins. “Temos interesse de retornar a Florânia para coletar o que ficou da peça exposta e investigar a existência de outras espécies, como normalmente ocorre nos depósitos fossilíferos”, ressalta.
Contribuição científica
Fátima Ferreira explica que a descoberta é muito importante para o conhecimento científico, pois proporciona a observação de outras nuances como a causa da morte dos animais, patologias que os tenham acometido e os processos envolvidos na fossilização. Para tanto, o MCC possui um setor de Paleontologia e dispõe de laboratório e reserva técnica, que abrange metodologias de coleta de amostras e dados em campo para embasamento e organização das coleções científicas. Os projetos desenvolvidos no setor são atividades acadêmico-científicas para alunos dos cursos de Geologia e Ciências Biológicas da UFRN. Já o acervo serve como objeto de pesquisa para monografias, dissertações e teses.
Museu Câmara Cascudo é o maior do estado e acervo pode ser apreciado na área de exposição
A Instituição da Rede Universitária de Museus da UFRN (RUMUS), explica que o MCC também dispõe dos setores de Etnologia – para estudo dos povos e culturas – e Arqueologia – para estudo das formas de vida em períodos geológicos passados. O acervo do maior museu do Estado pode ser apreciado na área de exposição, onde os visitantes são apresentados a carapaças e ossos de tatu, defesas de elefantes, ossos de preguiças, entre outras peças milenares até de tempos muito distantes, como fósseis de invertebrados que viveram há 65 milhões de anos.
Serviço
Museu Câmara Cascudo (MCC) – Endereço: Av. Hermes da Fonseca, n. 1398, Bairro Tirol.
Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9h às 16h; aos sábados, das 13h às 17h.
Aberto ao público, com entrada gratuita.
Telefones: (84) 3342 4912; 3342 4914.
Um fóssil do pré-histórico mastodonte foi encontrado em uma fazenda do município de Florânia, na região Central do Rio Grande do Norte, a 216 quilômetros da capital potiguar. Na última sexta-feira, 12, a equipe do Museu Câmara Cascudo (MCC) foi ao local para o reconhecimento e “já coletou fragmentos da defesa (presa de marfim) e da mandíbula com os dentes molares do animal, transportados a Natal para limpeza e estudos complementares”, afirma o biólogo da instituição, Wagner de França Alves.
O mastodonte se assemelha ao elefante atual e viveu há cerca de 10 mil anos nas Américas do Norte e do Sul. Fósseis da espécie já foram encontrados em quase todos os estados brasileiros, exceto no Tocantins, e são registrados pela primeira vez em Florânia.
A descoberta se deu graças ao adolescente Edivan Gaudino Neto e sua irmã Ana Karollina Santos Silva, de 16 e 12 anos, que encontraram os vestígios no leito de um rio e avisaram ao pai Edmilson Galdino, vaqueiro da fazenda. O dono da propriedade acionou o arqueólogo Astrogildo Cruz, o qual realizou a primeira análise juntamente com o também arqueólogo e professor de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Orlando Figueredo.
Ao identificar o potencial dos vestígios, os profissionais entraram em contato com a paleontóloga e diretora do MCC, Maria de Fátima Ferreira dos Santos, que organizou a expedição para Florânia e confirmou a existência do fóssil. A instituição da Rede Universitária de Museus da UFRN possui um setor de paleontologia que abrange metodologias de coleta de amostras e dados em campo para embasamento e organização das coleções científicas.