Pedagoga, Georgya Corrêa, discorre sobre o período pandêmico e dá dicas de como proporcionar uma volta saudável
Após quase 2 anos sem aulas presenciais, algumas escolas no Brasil começam a se preparar para o retorno à normalidade, mesmo que ainda com limitações relacionadas à pandemia de covid-19. De acordo com a Dra. Nusheen Ameenuddin, pediatra da Mayo Clinic e Janice Schreier, terapeuta clínica da Mayo Clinic Health System, em La Crosse, Wisconsin, o período de crise sanitária foi mais danoso para as crianças do que se imagina.
A terapeuta conta que apenas em 2021 houve um aumento de mais de 30% nas ocorrências de saúde mental nas salas de emergência. Nesse contexto, a diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural, Georgya Corrêa, acredita que a volta presencial pode ajudar a melhorar o quadro emocional dos mais novos. “Para a criança o adequado é brincar junto, rolar no chão, abraçar umas às outras e ter essa espontaneidade. A pandemia não possibilitou mais essa troca, ficou tudo mais isolado”, explica.
Para o retorno presencial, a pedagoga alerta para as diferenças de características entre as pessoas. “Existem crianças mais introspectivas, que podem ter dificuldades de relacionamento e outras que são super ativas, que podem ser um pouco mais ansiosas. Essas diferenças podem preocupar os pais por não saberem como a criança vai reagir, então tanto um grupo quanto o outro precisam ser bem orientados pelos pais e bem acolhidos pela equipe de educadores”, detalha.
Georgya chama atenção que este é um momento de atenção redobrada dos educadores sobre questões sócio emocionais. “É importante lembrar que as crianças estavam muito tempo sem esses relacionamentos e devemos priorizar essas interações. Há também uma preocupação muito grande sobre a falta de conteúdos, mas é necessário dar um tempo para que haja uma readaptação”, aconselha a pedagoga.
Em casa, de acordo com Georgya Corrêa, os pais têm um papel fundamental de conscientização quanto a adoção das medidas de segurança contra a covid-19. “Também é essencial passar confiança, falar para a criança que vai dar tudo certo e confiar nos adultos que estarão cuidando dela na escola para que se sinta mais segura”, pontua.
Sobre a Teia Multicultural
Reconhecida pelo MEC como uma instituição que lidera o processo de desenvolvimento a partir da educação, a Teia Multicultural é também integrante do Movimento de Inovação na Educação. É uma escola inclusiva, que respeita o tempo de aprendizado de cada aluno e já recebeu, inclusive, menção honrosa no desafio Edumission pela inovação no modo interdisciplinar de ensino.
Sandra Fernandes da Costa – Coordenadora Pedagógica Casa Durval Paiva
A família é a instituição social mais importante para o desenvolvimento do sujeito, sendo seguida pela escola. Com isso, observa-se que, em conjunto com a família, a escola exerce um papel importantíssimo na formação integral da identidade pessoal e social do aluno.
No processo de adoecimento do paciente com câncer, a participação da escola não é menos importante, pois, através do olhar sensível do professor, ele pode se tornar um agente multiplicador do diagnóstico precoce do câncer, antes, durante e após o tratamento.
Antes, sinalizando para a família possíveis sinais e sintomas, que persistam por mais de sete dias, em busca de uma investigação médica mais detalhada. Durante, mediante o afastamento do aluno, por orientação médica em razão do tratamento, quando trabalha em parceria com a classe hospitalar/domiciliar, contribuindo com o envio da declaração de matrícula, garantindo o vínculo escolar do paciente, e de atividades, como livros, avaliações e testes. Dessa forma, incluindo-o no processo educacional e resgatando a rotina escolar da vida anterior à doença, minimizando os prejuízos causados pelo afastamento.
Após o tratamento, a contribuição se dá, através da parceria firmada entre a família, a escola e a Classe Hospitalar/Domiciliar, que visam facilitar e acolher o aluno no processo de reinserção escolar, a fim de que a criança ou o adolescente seja visto como aluno capaz de ser reinserido e respeitado, dentro das suas individualidades.
Falar da escolarização do aluno com câncer, não se refere, unicamente, ao sentido tradicional da produção do conhecimento sistematizado, mas a escola como um lugar representativo da infância, sendo ela, parte integrante da vida do estudante. Especialmente, no processo de adoecimento, haja vista, que pode ajudá-lo a perceber-se mais incluso.
Por esse motivo, a Casa Durval Paiva vem desenvolvendo ações junto à profissionais de saúde e educação, a fim de desmistificar o estigma do câncer, junto à sociedade. Buscando trabalhar a importância do vínculo escolar para o paciente com câncer, em busca do diagnóstico precoce, pois isso representa o resgate de uma responsabilidade social de todos os envolvidos no atendimento, seja ele voltado para educação ou saúde, garantindo os direitos básicos de crianças e adolescentes em desenvolvimento social.
Aula de “ética na internet” busca conscientizar crianças e adolescentes sobre os riscos implícitos do meio digital
O avanço das tecnologias, a disseminação do uso das redes sociais e o mundo virtual de forma geral já são parte integrante da vida de todos os seres humanos na idade contemporânea, inclusive as crianças. Nesse contexto, problemas que outrora já eram grandes como o bullying, acabam por encontrar um novo ambiente fértil para crescerem e se propagarem.
Por isso, a escola Teia Multicultural promove aulas de ética na internet para ajudar as crianças a lidarem com obstáculos implícitos presentes no meio digital. “Frequentemente recebemos alunos muito machucados emocionalmente, provenientes de outras escolas. Além de todo tipo de dificuldade que as crianças podem enfrentar em suas relações com seus pares, os adolescentes ainda são prejudicados pelas redes sociais, que além de serem extremamente viciantes, mexem profundamente com a autoestima das pessoas”, explica Lucas Briquez, diretor administrativo da Teia Multicultural.
Para a arte educadora e youtuber Gabi Cywinski o primeiro passo para combater o cyberbullying é a identificação. “Eles criam duas contas. É nas contas fakes que o cyberbullying está acontecendo normalmente. Então, o primeiro passo é ensinar a usar a internet de uma forma consciente, empática e saudável. A gente faz isso destrinchando cada termo da internet e colocando os alunos para criarem em cima desses termos. Assim, eles mesmos podem visualizar o bullying e chegar em alguém para falar não só do que eles estão passando, mas do que colegas possam estar passando também”, opina.
De acordo com a educadora, lidar com o cyberbullying é um trabalho de equipe realizado entre escola, família e alunos. “Os pais também precisam ter educação socioemocional, porque se os adultos não estiverem preparados para os baques que virão, iremos apenas piorar a situação”, explica Cywinski.
De acordo com Briquez, a escola busca promover uma educação personalizada e que chame atenção dos alunos. “É comum que as pessoas tenham facilidade em aprender sobre aquilo que já gostam, e a partir do momento que uma criança percebe que tem facilidade de aprender algo fica muito mais fácil trazermos outros conhecimentos para ela. É muito difícil para qualquer pessoa estar em um lugar onde ela não é levada a perceber nenhuma qualidade própria”, pontua.
Sobre a Teia Multicultural
Reconhecida pelo MEC como uma instituição que lidera o processo de desenvolvimento a partir da educação, a Teia Multicultural é também integrante do Movimento de Inovação na Educação. É uma escola inclusiva, que respeita o tempo de aprendizado de cada aluno e já recebeu, inclusive, menção honrosa no desafio Edumission pela inovação no modo interdisciplinar de ensino.
Pedagoga Marianna Canova dá dicas para entender o estilo de aprendizado da criança e qual a melhor linha de ensino para ela
Poucas escolhas são tão importantes quanto a escola do filho. Quem pesquisa entre várias opções e leva em consideração os aspectos pedagógicos – e não apenas o financeiro e a proximidade de casa –, pode acabar entrando em parafuso com as nomenclaturas e promessas semelhantes entre instituições de ensino.
Para a jornalista e professora Renata Freire Rocha Duarte, a pesquisa para matricular o filho no ensino fundamental envolveu o acolhimento, o estímulo à autonomia e criatividade e, é claro, a adequação ao orçamento da família. Mesmo com esses critérios, várias escolas pareciam boas candidatas.
“Foi um processo que levou dois meses, e no final precisei de orientação profissional. Sentei com a pedagoga da escola de educação infantil e ela me ajudou a entender o estilo de aprendizado do meu filho e o que as escolas realmente oferecem no aspecto pedagógico e humano”, ela relembra.
A pedagoga Marianna Canova, que realizou essa consultoria, explica que o encaminhamento adequado das crianças com quem ela convive traz grande satisfação. “Queremos ter certeza de que nossos alunos vão para uma escola que os receba de forma respeitosa. Nosso desejo é evitar que as famílias imaginem uma coisa e, depois do início das aulas, tudo seja diferente e a criança não se adapte e não aprenda.”
Diretora do Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil, Marianna é autora do e-book “Qual a melhor escola para o meu filho? Guia para os pais”, disponível online (veja abaixo no serviço). No livro e em conversas que mantém com os pais tanto da escola quanto em assessoria prestada a toda a comunidade de Curitiba, ela busca esclarecer a diferença entre escolas tradicionais, construtivistas, sociointeracionistas, Montessori, Waldorf, Freinet, entre tantas outras linhas.
“Em Curitiba, são nove tipos de metodologia, e vemos que muitas escolas se divulgam como sociointeracionistas, linha respaldada pelo psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) pela qual o meio social favorece o processo de aprendizagem. Considero isso fantástico, uma escola que permita a interação inteligente entre crianças e em que a aprendizagem vem pelo meio do outro. Porém, na prática vemos que, em muitas escolas, as crianças não têm interação e o material didático vem todo pronto, sem espaço para a escuta da criança. É uma contradição”, alerta a profissional.
Para ela, as famílias precisam ter certeza de que o perfil de aprendizagem do seu filho se encaixa com a metodologia da escola – e com seus ideais de pais.
“Se a criança é teórica, e vai para uma escola mais livre, talvez se sinta deslocada. Já se é mais ativa e criativa, e vai para uma escola que bloqueia isso, pode-se perder seu potencial de desenvolvimento.”
Ela salienta que não existem escolas “ruins”, e sim aquelas que se encaixam com o perfil da família. “Se você entende como seu filho aprende, irá buscar um espaço que desenvolva esse potencial.”
Para Renata, a expectativa de encontrar uma “escola perfeita” traz um peso desnecessário. “Quero deixar uma dica aos pais”, ela enfatiza. “A escola precisa falar a mesma língua de vocês, tanto na comunicação com a criança quanto com vocês, e ainda na disciplina empregada e nas avaliações. E nada impede que a escolha seja revista nos anos seguintes para, eventualmente, mudar de instituição”, sugere.
SERVIÇO
E-book “Qual a melhor escola para o meu filho? Guia para os pais”
Consulte também o atendimento de orientação para a escolha da escola realizado com toda a comunidade de Curitiba!
Sobre a escola: O Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil já formou muitas gerações. Desde 1980 instalado no Alto da XV, em Curitiba, acolhe crianças de 4 meses a 6 anos, com uma proposta pedagógica diferente. Por acreditar que todo mundo nasce um pequeno cientista curioso, investe em projetos que partem das próprias crianças, incentivando a descoberta com o uso de diferentes temas e materiais. Sobretudo, traz o cuidado com cada aluno de maneira completa, desde uma alimentação bem saudável até os aspectos cognitivo, social, emocional e funcional.
Na escola, há crianças que sentem como um turbilhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo: são lápis e borracha que insistem em ficar no chão, papéis amassados que voam, ruídos nos corredores, o vento bagunçando as árvores, os carros buzinando, colegas de classe disputando atenção e um adulto falando coisas que o aluno não sabe, o tempo todo. Esses são os dilemas na vida de quem tem TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Apesar de serem bem comuns, esses detalhes do cotidiano são grandes desafios para a criança com TDAH. Os resultados logo aparecem: notas baixas, conversas paralelas e/ou não saber o que foi falado durante a aula, ter sentimentos confusos e misturados emocionalmente, além de usar o ambiente escolar para brincadeiras emocionantes.
Também é comum a criança receber punições dos pais quando eles não correspondem com resultados satisfatórios na escola. Por sua vez, os profissionais da educação também punem o aluno que não cumpre regras na sala de aula: quando não ficam quietos, andam e incomodam outros alunos ou interrompem a aula a todo momento.
A tendência dos pais e dos professores é advertir e irritar-se com eles, perdendo a paciência até chegar ao castigo. Isto leva a uma rejeição em sala de aula, na escola, entre os amigos e, às vezes, até na própria família. Os pais não entendem, trocam de escola e tudo se repete.
O sentimento da criança com TDAH é de impotência. Quando percebem que se esforçam ao máximo, mas normalmente com muitas falhas, desistem de tentar, ficam com baixa autoestima, ansiedade e passam a se desinteressar pelos estudos.
Cada pessoa tem uma expectativa, mas não podemos exigir de quem tem TDAH que atendam o que esperamos dele. Há uma diferença. Por exemplo, não é que ele não queira fazer do seu jeito ou como a sociedade espera. Ele não consegue atender esta satisfação. Porém, pode-se fazer de outra maneira, usando sua criatividade e habilidade para cumprir o necessário para seguir em frente.
Quando pais e professores utilizam o reforço positivo, ou elogios diante de progressos e pequenas conquistas, promove-se a autoestima e a pessoa com o transtorno passa a superar as dificuldades indo por outros caminhos que até então ninguém pensou em ir, mas que o levará por experiências positivas, com bons resultados.
Mesmo não tendo notas brilhantes em todas as matérias, as crianças com TDAH que tiverem boa autoestima, com muita motivação e incentivo apresentarão resultados satisfatórios, mesmo que estes sejam regulares no seu ponto de vista. O conjunto vale mais do que a própria obra!
É bom lembrar que não é uma questão de inteligência. Há comprovação científica de que quem tem TDAH pode ter inteligência normal ou até acima da média. A diferença é seu grande talento! O incentivo e o estímulo são a melhor ferramenta para o sucesso!
(*) Margarete Chinaglia é autora dos livros “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA” e “Transtorno do Déficit de Atenção- TDA, sob o ponto de vista de uma mãe”, Margarete é pesquisadora sobre o tema e mãe de uma jovem com TDA. Além disso, é formada como farmacêutica bioquímica e atua em gestão hospitalar.
Iniciativa visa instruir crianças e jovens sobre habilidades importantes para o mercado de trabalho
Mais de 100 estudantes de baixa renda estão recebendo, gratuitamente, curso de empreendedorismo em escolas públicas. A iniciativa é fruto de parceria entre a organização estudantil Students For Liberty Brasil (SFLB) e a Secretaria Municipal de Educação e Esportes de Pedras, Pernambuco, primeiro estado a receber o curso.
O projeto nacional, que atinge estudantes do Ensino Fundamental II e da Educação de Jovens e Adultos, é liderado por Giovanni Justino, Coordenador estadual do SFLB e líder da frente “Liderança nas Escolas”, que visa impactar estudantes do ensino fundamental e médio.
O curso de empreendedorismo, que aborda temas como “O que é economia?”, “Liderança e influência social” e “Princípios de venda e captação de recursos” será lecionado até outubro deste ano, em formato online.
Seu objetivo é instruir crianças e jovens sobre habilidades importantes para o mercado de trabalho e sobre princípios liberais. A iniciativa faz parte da campanha “Brasil Empreende” do SFLB.
O grupo pretende expandir a experiência para outros municípios, tanto de Pernambuco, quanto dos demais estados brasileiros, visando capacitar mais de mil jovens até o final de 2021.
Presente no Brasil desde 2012, a organização é um braço do Students For Liberty, a maior organização estudantil em prol da liberdade do mundo, presente em 110 países. A organização sem fins lucrativos tem como propósito educar, desenvolver e empoderar a próxima geração de líderes da liberdade.
Não tem como falarmos sobre a importância do vínculo escola X aluno, sem falarmos sobre afetividade, a qual está muito presente na vida da criança, independente de sua origem, gênero ou classe social, e tem seu significado atribuído apenas a ações como carinho, amor e amizade, porém, a afeição vai além desses conceitos. É fundamental que haja no ambiente de estudo, a presença de sentimentos afetivos entre professores e alunos.
O educador deve estar preparado a assumir uma postura amigável e receptiva para com seus alunos, caso contrário, eles não se sentirão estimulados e com interesse em aprender, o que resultará em prejudicar não só a eles próprios, mas também aos demais colegas, no momento que estes passam a comportar-se com indisciplina, dificultando o bom andamento das atividades e aulas.
O professor não é somente um mediador do conhecimento, é visto, também, como um modelo pelos seus alunos, por isso é imprescindível que transmita uma imagem verdadeira e comprometida com o aprendizado dos alunos. Ele não ensina apenas assuntos referentes ao currículo, suas ações transmitem valores e condutas, as quais ultrapassam o conteúdo das disciplinas. Partindo-se desse pressuposto, surge a necessidade do professor rever suas atitudes, no intuito de refletir se sua ação pedagógica é afetiva e se está contribuindo positivamente ou não, para a evolução da aprendizagem.
Sabe-se que o processo de aprendizagem deve ocorrer em um ambiente estimulante, em que o aluno se motive a aprender, ou seja, deve se sentir bem no ambiente escolar. Num universo com essa característica o professor poderá trabalhar de forma que o aluno não se sinta oprimido, o que é muito bom, pois a opressão é um dos fatores que interferem negativamente no aprendizado, impondo obrigações ao educando e coibindo o prazer e a motivação de aprender.
O sujeito central do processo educacional é o aluno, o qual tem por direito expresso na Constituição Federal uma educação de qualidade e isso cabe não apenas às instituições de ensino, como também à perspectiva própria de cada educador, cujo objetivo é conduzir o aluno na trajetória do desenvolvimento integral.
Portanto, a necessidade da presença afetiva nas relações sociais, principalmente quando se diz respeito à relação entre professor e aluno é essencial, pois como diz Paulo Freire “não há educação sem amor […] Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar.”
Maria Zélia Dias Miceli é educadora do Colégio Santa Amália, em São Paulo, instituição mantenedora da Liga Solidária, organização social sem fins lucrativos.
E como era antes? Como a escola entendia a relação com a família? E como as famílias se relacionavam com os processos de aprendizagem de seus filhos? A relação entre escola e família poderá ser um dos legados positivos para o pós-covid-19, afinal, todos devem concordar que vivemos um momento de mudanças significativas e de muitas adaptações, seja no campo educacional, das relações ou dos espaços de convivência entre pais e filhos.
Temos uma valiosa oportunidade de pensar em tudo isso que estamos vivenciando. Identificamos novos caminhos e novas possibilidades de estar mais próximos, de realizar um trabalho muito mais afinado no que se refere à educação dos nossos filhos. Ao mesmo tempo, será muito importante ter a clareza e a resiliência para, quando isso tudo passar, não esquecermos de tudo que aprendemos. Não devemos – e não podemos – voltar ao ponto de antes, a ser os mesmos e desperdiçar o que essa “crise” nos ofereceu em termos de mudanças nessas relações.
Educar sempre esteve no escopo dessas duas instituições: família e escola. Afinal, elas sempre tiveram o mesmo objetivo: preparar os filhos para o mundo. A própria palavra traz isso em seu significado: educar vem do latim educare ou educere, que significa ‘conduzir para fora’, ou seja, dar condições para que nossas crianças e jovens sejam seres humanos felizes e capazes de exercer sua cidadania. Se queremos a mesma coisa, precisamos fazê-la juntos!
De um lado, a família, que traz o significado de amor, acolhimento, sustento e transmissão dos valores que fazem parte das suas crenças. Do outro, a escola, terreno fértil do aprender, espaço de desenvolvimento, da descoberta, do respeito às diferenças e oportunidades de convivência em sociedade. Partes de um todo que se complementam, se fortalecem naquilo que é essencial na vida das crianças: preparação para o mundo.
E como unir e alinhar tudo isso? Será que é possível? Trazendo essa reflexão para o momento atual da pandemia, de ensino remoto ou híbrido, essa união e parceria mais do que nunca se fez presente e tornou-se realidade. A escola entrou nos lares e fez um chamado às famílias, quase uma convocação! Na verdade, família e escola entenderam que o momento pandêmico forçou uma nova forma dessas duas instituições se relacionarem. Relação mais próxima e sinérgica, que há muito tempo se desejava. Pais, filhos e escola agora caminham juntos, lado a lado, em uma construção de um processo de aprendizagem que ganhou novos olhares, novos significados, novos formatos.
Nunca se falou tanto em engajamento nas atividades escolares e, ao mesmo tempo, em distanciamento social. Dois opostos que se intensificam e ressignificam diariamente. Pais e filhos hoje sentam juntos para fazer a tarefa de casa, lêem e interpretam os textos, ampliam e discutem os conteúdos que estão sendo abordados, trocam ideias sobre o que entenderam nas aulas, sentem as dúvidas e o prazer indiscutível de aprender juntos. Isso tudo em uma medida muito maior de como acontecia antes.
Apesar de tantas dificuldades e desafios, o fato é que isso está permitindo além de uma aproximação com a escola, conhecendo-a bem mais de pertinho, identificar e entender melhor como o filho se torna aluno. Isso é fantástico! Para qualquer educador, isso é genuíno e nos enche de esperança e desejo de que tudo que estamos experimentando, mesmo numa situação tão incomum, não será esquecido ou desaprendido. São muitos os desafios enfrentados, tanto por professores quanto por familiares de alunos, mas tenho certeza de que essa caminhada trouxe ganhos valorosos para escola e para a família, e nada será como era antes.
Claudia Saad é gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.
Assim como Thomas Edison, o pequeno Romeu Gutvilen é mais um gênio incompreendido no universo das escolas ‘comuns’ que não estão preparadas para estes alunos.
Créditos – Foto: Divulgação
Século XIX, Ohio, Estados Unidos: O jovem Thomas Edison foi expulso da escola primária porque seu professor definiu que ele tinha “cérebro oco” e era incapaz de aprender. Com o apoio de sua mãe, aquele resolveu esquecer a opinião do professor e viver sua própria vida. E o mundo agradece até hoje por isso, pois, como não é segredo para ninguém ele se tornou um dos maiores gênios que a humanidade já conheceu.
Século XXI, Rio de Janeiro, Brasil. O pequeno Romeu Gutvilen, com apenas seis anos de idade e superdotação reconhecida por especialistas do ramo de renome internacional, é expulso da escola em que estuda. Sua mãe, Rachel, conta que “eles preferiram ‘se livrar’ dele, pois eu era a chata que queria que eles o entendessem melhor. Ele reclamava das contas chatas de matemática. Além disso, como ele era bolsista, parece que eu não deveria ‘incomodar'”, denuncia.
Da mesma forma que aconteceu com o gênio Edison, mais uma vez a incompreensão das escolas diante de um aluno superdotado é alvo de questionamentos e debates. De acordo com sua mãe, a ex-bailarina do Faustão, Rachel Gutvilen, no primeiro momento o jovem foi bem aceito na escola. “A proprietária da escola até revelou que já teve alunos superdotados e queria fazer algo diferente para lidar com o Romeu”. Ela achou que ia ser a solução, mas não foi bem o que aconteceu.
“Pulamos um ano letivo com o consentimento dela. Mas, para Romeu, aquelas contas nas aulas de matemática eram tão fáceis que isso o entediava. Procurei a coordenação para falar sobre isso, mas não tinha o retorno deles. Até que, dois meses depois de Romeu estar na escola, pude perceber que ele não foi desafiado, devido à sua inteligência superior. Tudo que a dona da escola prometeu não aconteceu. Vi que ele estava tendo aulas como as outras crianças. Exemplo disso é que ele fazia os exercícios mais rapidamente que seus colegas, e, com isso, ficava o tempo livre brincando em sala. Quando argumentei isso, enfim tive a primeira posição deles, que foi colocá-lo como ajudante da professora, mas não acredito que isso sirva para estimular um aluno como ele”, detalha Rachel.
Logo, diante deste cenário, ela percebeu que a escola não estava conseguindo dar o suporte necessário ao Romeu. Foi aí que a situação complicou: “Fui chamada de chata e eles não quiseram me ouvir. Parecia que tanto eu quanto Romeu estávamos sendo uma espécie de incômodo para eles. Além disso, como era bolsista, isso poderia até tentar me intimidar e me silenciar. Com o tempo, a situação ficou insustentável, e a solução encontrada por eles era convidar meu filho a se retirar da escola, mas na verdade eles não tiveram capacidade de ensiná-lo”, lamenta Rachel.
Ao conhecer a história do gênio norte-americano, Rachel se emocionou com o relato que ele fala de sua mãe: “Eu sou o resultado do que uma grande mulher quis fazer de mim”. É este o desejo que ela nutre para que um dia Romeu possa dizer o mesmo à ela. “A mãe dele não mediu esforços para que o filho tivesse todo o aprendizado necessário, e deu todo o suporte a ele para desenvolver seu potencial. E é isso que quero para o Romeu, pois ele está passando pela mesma situação que Edison”, decreta.
Diante do que aconteceu com o filho, Rachel Gutvilen acredita que uma definição de Sigmund Freud explica os sentimentos que tem vivido nos últimos dias: “Quando não somos capazes de entender alguma coisa, procuramos desvalorizá-las com críticas. Um meio ideal de facilitar nossa tarefa”.
Palavra do especialista
Segundo o PhD, neurocientista, neuropsicólogo e especialista em superdotação, Fabiano de Abreu, tal situação envolvendo Romeu Gutvilen relembra inclusive uma situação pessoal que viveu no período acadêmico. “O caso dele me fez lembrar do passado, quando no secundário, fui convidado a me retirar da escola, ou seja, quase expulsão. A questão é a falta de compreensão, valorização e vontade. Avalie países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e como eles tratam os superdotados. Por isso são desenvolvidos, pois mentes brilhantes são bem aproveitadas para o desenvolvimento. E ainda pegam superdotados de outros países, como exemplo dos indianos”, detalha.
Hoje, membro da Mensa, que é uma associação das pessoas com mais alto QI do mundo, Abreu orienta como a educação brasileira pode se adequar à superdotados, como Romeu: “O Brasil precisa de escolas especiais, não são escolas normais que dizem ter uma educação especial e sim escolas especiais. Precisa apostar nos talentos seja do cérebro, do esporte, de ambos, talentos que possam incentivar outras pessoas e melhorar o país.”
Apaixonado por xadrez, Romeu já tem a sua participação confirmada no campeonato brasileiro e pan-americano da categoria no próximo mês de julho. Será uma oportunidade para este fenômeno de apenas seis anos de idade colocar mais uma medalha em seu vasto currículo, mesmo tão precoce.
Candice Almeida, professora de Redação do Colégio Positivo e assessora pedagógica de Redação no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo. Divulgação
*Candice Almeida
Já virou lugar-comum dizer que a pandemia obrigou as escolas a se reinventarem. Ocorre que lugar-comum – frase ou dito banal, sem originalidade – não significa necessariamente erro. De fato, é possível aproveitar a crise como oportunidade e fazer do limão uma limonada; só para completar o rol de chavões.
A suspensão das aulas presenciais não só oportunizou uma amostra aos pais do que é ensinado na escola – e de como seria uma vida em homeschooling –, mas também fez com que eu, professora, pensasse na minha história escolar e no que realmente importa na educação.
Ou, para ser menos pretensiosa, aquilo que eu verdadeiramente gostaria de ter aprendido na escola. Para além da leitura dos clássicos (que, sim, é essencial para a formação), para além da história do Brasil e dos nomes dos afluentes, tantas outras coisas teriam facilitado minha vida se caso eu tivesse aprendido na fase escolar.
Pois então, se eu tivesse “a caneta na mão”, alteraria o currículo escolar. Na minha escola, todo mundo aprenderia que Diadoriam era mulher guerreira demais para muito homem; que coração esmagado desamassa; que Machado de Assis é mesmo um gênio, mas poderia ter sido mais crítico ao racismo; que soneto de Fidelidade pode ser cantado no ritmo do hino nacional; que a juventude é poderosa; que mascar chiclete ajuda a resolver equação do 2o grau; que eu não estava gorda; que os elogios têm de ser lembrados, mas as ofensas não; que é uma delícia cantar bem alto; que livro e terapia deveriam ser itens da cesta básica de todo brasileiro; que compartilhar conselhos é uma forma de generosidade; que geometria não euclidiana é mesmo desnecessária para a vida; que Euclides da Cunha teve uma vida pessoal tão ou mais interessante que suas obras; que não importa se Capitu traiu ou não traiu Bentinho; que Madalena era de esquerda e Paulo Honório, de direita; que Hannah Arendt é um ótimo repertório para meu texto; que responsabilidade é o primeiro passo da alteridade; que Macabéa é a total representação do povo brasileiro; que Vilela era sim feminicida; que o medo não educa; que bater é diferente de amar; que a letra de Anos Dourados veio bem depois da melodia; que educar é ouvir e estimular as pessoas a serem quem elas são; que futebol explica muito sobre o brasileiro; que máscaras evitam não só vírus, mas também o bafo matinal.
Estudei em colégio de freiras que não aceitava meninos. Naquela época, muitos dos temas eram tabus. Só como professora pude entender os meandros do conhecimento, a ponte entre língua e história. E hoje percebo que, assim como os poetas e artistas, professores trazemos ao dia a dia nossa face. Nosso pacto sempre foi com o aprendizado, e as medidas sanitárias estão no pacote. Nada menos carismático para um professor do que fazer da câmera seu palco. No entanto, nós, pessoas que vivem de fazer espetáculo hodiernamente para crianças e adolescentes, entendemos que ficar em casa seria celebrar a vida e respeitar a ciência.
Queria ter aprendido na escola que desprezar o conhecimento é quebrar a empresa. No caso, agora, um país.
*Candice Almeida, professora de Redação do Colégio Positivo e assessora pedagógica de Redação no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo.
**Artigos de opinião assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do Colégio Positivo.
Com o retorno gradual das aulas presenciais, pais e responsáveis começam a se questionar: será que meu filho teve um bom aproveitamento do ano letivo de 2020? Seria a retenção escolar a melhor solução para que as crianças tenham mais tempo para aprender e assimilar os conteúdos passados? Diante da situação atípica do processo de ensino na pandemia, a recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE) é de que se evite a reprovação nas escolas, contudo a melhor solução é levar o dilema para um diálogo entre responsáveis e equipe pedagógica.
Na ânsia de não prejudicar o conhecimento de um filho, muitas famílias acabam optando pela retenção escolar sem levar em consideração o que esse atraso pode significar. Refazer o ano vai ser positivo ou vai apenas reforçar um fracasso que esse aluno teve? Se for uma dificuldade pequena, a criança pode recuperar com aulas de revisão. Já um problema significativo, que vai comprometer os próximos anos, pode exigir mais do que a repetição de ano, mas sim o acompanhamento de um psicopedagogo ou psicólogo.
Foto: Priscilla Fiedler
Ainda que nem todos os estudantes tiveram acesso de forma igualitária ao ensino remoto, o momento pede uma maior confiança por parte da família no professor regente. Afinal, mesmo com os desafios das aulas online, este educador acompanhou a evolução da criança durante o período e está capacitado para fazer uma avaliação assertiva sobre seu desempenho escolar.
Sabemos que a defasagem é realidade. Entretanto, as escolas já estão pensando em estratégias para que os alunos mais afetados pela pandemia possam, ao longo do tempo, desenvolver tudo aquilo que lhes é de direito sob a ótica curricular, com aulas de reforço no contraturno e um planejamento intensivo dos conteúdos. Como especialista, a retenção não me parece a melhor opção, mas a decisão final cabe à família e à coordenação pedagógica.
*Ana Regina Caminha Braga é psicopedagoga especialista em Gestão Escolar e Educação Especial.
Small children with face mask back at school after covid-19 quarantine and lockdown, writing.
Créditos – Foto: Divulgação / MF Press Global
Advogado, especialista em advocacia tributária e membro do partido Novo, Lucas Rodrigues, defende a volta às aulas presenciais e acredita que o retorno vai impactar positivamente em outros setores
O retorno às aulas presenciais é um assunto discutido desde o começo da pandemia no Brasil, em março de 2020. Com a necessidade do isolamento social, adultos e crianças tiveram que remanejar a rotina e transformar a sala de casa em sala de aula.Porém com as implicações que a aula online traz – instabilidade de conexão, falta de concentração e interesse dos alunos, impossibilidade de interação, sobrecarga dos pais e responsáveis, entre outros – o retorno às escolas de maneira presencial tem se tornado mais urgente a cada dia.
Com tanta pressão por parte de pais e alunos e cobranças por parte do corpo docente, neste mês, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, anunciou que prevê a retomada das aulas presenciais no ensino estadual para março deste ano. O anúncio divide opiniões.
“O retorno às aulas presenciais é fundamental para que outros setores funcionem. Pais e responsáveis estão assumindo o papel de professores e deixando de lado as obrigações com o trabalho, ou, em alguns casos, acumulando as duas funções. Por outro lado, professores estão sobrecarregados por exercerem profissão de modo virtual”, pontua o advogado, especialista em advocacia tributária e membro do partido Novo, Lucas Rodrigues.
Para a retomada prevista para o dia 3 de março, o especialista em direito defende que medidas sanitárias mais rígidas sejam adotadas para não colocar em risco a saúde da população.
“Não podemos esquecer que ainda estamos na pandemia e, por isso, precisamos manter os cuidados para evitar ao máximo a contaminação da Covid-19”, alerta. “A volta às aulas presenciais deve acompanhar esse pensamento: muito cuidado, higiene, distanciamento e prevenção. Deste modo, as coisas começam a voltar ao normal, sem colocar em risco a segurança das pessoas”, finaliza.
Estudantes, famílias e educadores podem aproveitar o mês de janeiro para organizar materiais escolares e ampliar a consciência de todos para viver de forma mais equilibrada com o meio ambiente
O mês de janeiro é o período de organização dos materiais escolares para o novo ano letivo. A ansiedade de conhecer a nova turma, os professores ou a escola deixam de lado lições que podem marcar a aprendizagem dos estudantes para a vida toda.
Se por um lado o ano de 2020 mostrou uma nova realidade educacional diante de um distanciamento social necessário, por outro lado, a experiência liderada por diferentes formas de ensinar e aprender, a partir de um contexto mediado por ferramentas tecnológicas, pode refletir em aprendizagens.
Pensando nisso, a Mercur, fabricante de materiais escolares, organizou a sua campanha de educação deste ano a partir do tema “Aprender para a Vida”. A intenção da empresa é reforçar que a educação é um processo contínuo com reflexos que vão para além da sala de aula.
Nessa perspectiva, é possível transformar o contato com as listas de materiais escolares em uma oportunidade de crescimento e aprendizagem, tanto para estudantes como para as famílias. Para a Pedagoga que atua na Mercur, Márcia Murillo, trata-se de um convite que incentiva a olhar para o que sobrou e não desprezar esse material que muitas vezes se torna “velho”. É uma forma de cuidar o que temos hoje, pensando no que pode durar muito mais tempo, enfatiza.
A seguir, reunimos algumas dicas pensadas pela empresa para ressignificar o que já se tem, dar novos usos aos materiais e contribuir com a preservação do planeta.
Aprender para a vida é evitar o desperdício
A Mercur acredita que toda escolha tem impacto no mundo de forma positiva ou negativa. Para evitar o desperdício, a sugestão é reaproveitar canetas, lápis de cor e outros materiais de desenho e/ou escrita. São itens que podem ser limpos e reaproveitados. Esta limpeza pode ser realizada com álcool e uma flanela. Lápis podem ser apontados e canetinhas ou marcadores secos podem receber algumas gotas de álcool de limpeza ou água para voltar a funcionar.
O mesmo pode ocorrer com o giz de cera. Existem muitas técnicas que ensinam a reaproveitar o material. Basta separá-los por cor, colocar em formas de silicone ou metal e levar ao forno. O tempo de derretimento depende do tamanho dos pedaços de giz. Geralmente, entre 3 e 7 minutos é suficiente. Quando estiver totalmente derretido, retire do forno e aguarde esfriar.
Mochilas e estojos podem ganhar desenhos e bordados. Trata-se de uma forma diferente de dar uma cara nova a antigos materiais. O mesmo pode ser feito utilizando bótons que comuniquem algo que o estudante gosta.
Aprender para a vida é saber de onde as coisas vêm
É importante verificar se a matéria-prima usada no material escolar é renovável. Dê preferência a estes produtos ou aos feitos com material reciclado pós-consumo. Assim você ajuda a diminuir os impactos negativos no meio ambiente. Procure também buscar informações sobre os fabricantes para ter certeza que cuidam bem de seus funcionários, da comunidade e do meio ambiente. Não deixe de observar se o produto é atóxico e se possui o selo do Inmetro para garantir a saúde e a segurança dos estudantes. Conhecer a história dos produtos e seu processo de fabricação é um excelente momento de aprendizado para todos. Além de ser uma oportunidade de conscientização sobre escolhas que podemos começar a ter sobre diferentes produtos.
Buscar soluções criativas é um exercício
A customização de materiais escolares pode ser uma maneira de reaproveitar itens que seriam descartados. Trata-se de uma forma de personalização, que pode ter traços de identidade bem próprios. Experiências comprovam que materiais feitos pelas crianças e adolescentes passam a ter outro valor, sobretudo sobre o senso de cuidado e de protagonismo, já que serão peças únicas. Capas de cadernos podem contar com fotos, recortes de revista e desenhos ou ainda é possível encapá-los com tecido e cola. Já as folhas limpas de cadernos velhos podem ser unidas às de outros cadernos e transformadas em uma nova encadernação. Sobras de folhas de cadernos também podem virar blocos de rascunhos e anotações diversas, além da possibilidade de se criar capas coloridas e personalizadas para os mesmos.
O reaproveitamento dos materiais impacta positivamente no meio ambiente. Se for mantida uma rotina de cuidados, será possível manter os materiais em ordem, evitando desperdícios. Além da redução de gastos, ter uma atitude consciente reflete em todo o mundo que nos cerca, muito além dos muros da escola.
Volta às aulas Mercur
Com uma série de produtos voltados à área da Educação, a Mercur realiza anualmente uma campanha de Volta às Aulas. Atentando para o contexto da pandemia, a campanha de 2021 está propondo uma reflexão sobre os ensinamentos que vão além da aprendizagem técnica, das fórmulas ou dos materiais carregados na mochila: é necessário aprender para a vida. Nesse sentido, seus materiais de comunicação buscam causar essa reflexão e incentivar o consumo consciente e responsável.
Quem desejar adquirir os produtos, pode encontrá-los nas papelarias de todo o país, ecommerce ou na própria loja online da Mercur.
Borrachas Retangular Color: Aprender para a vida é valorizar e dar espaço às diferenças
Com frases que estimulam reflexões sobre diversidade, instigam diálogos sobre cooperação e incentivam o recomeço.
Feitas com borracha natural, renovável na natureza.
Faz rolinhos ao apagar, gerando menos sujeira
Borracha Record: Aprender para a vida é saber de onde as coisas vêm
Feita com látex das árvores seringueiras, se regenera na natureza e ajuda a manter as florestas em pé/protegidas
Borrachão longo e curto: Aprender para a vida é entender as necessidades de todos
Mais pesada, ajuda a estabilizar os movimentos/Formato que torna a pega mais confortável para quem tem dificuldades de segurar objetos.
Nome em libras e escrita de sinais.
Apaga áreas maiores.
Colas: Aprender para a vida é evitar o desperdício
Bico aplicador mais fino para colar sem sujeira/desperdício.
Frascos que encaixam na mão, facilitando o uso.
Lavável e atóxica, feita à base d’água.
Colagem eficiente, melhor aderência.
Fita corretiva 12m: Aprender para a vida é encarar o erro como uma etapa do caminho.
Cobertura instantânea para uma correção mais rápida.
Período de matrículas se estende pelo mês de janeiro, enquanto houver vagas, para atender crianças do Nível IV até o 5º ano do Ensino Fundamental
O Serviço Social do Comércio (Sesc RN), instituição do Sistema Fecomércio, está com uma oportunidade para os estudantes da região Seridó. Neste mês de janeiro, a Escola Sesc Caicó mantém aberto o período de matrículas dos novos alunos para ano letivo de 2021.
A unidade atende crianças do Nível IV até o 5º ano do Ensino Fundamental e as vagas são limitadas. As aulas presenciais serão retomadas neste ano cumprindo protocolos de biossegurança devido a pandemia da Covid-19. As orientações serão repassadas aos pais ou responsáveis no ato da matrícula.
O ensino de qualidade e o custo benefício são algumas das vantagens encontradas nas escolas Sesc. Outra marca, é o conjunto de atividades que abrange processos formativos voltados à educação básica e complementar, ao progresso no trabalho e à educação permanente. O Programa Educação leva conhecimento na perspectiva de contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e autônomos.
Digital composition of a school girl raising finger in classroom
Embora muitos ainda tentem ignorar, a desigualdade racial e o racismo ainda estão enraizados na sociedade e também nas escolas brasileiras. A proximidade do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, convida à reflexão do tema, embora seja importante deixar claro que o racismo no Brasil não se restringe apenas à população negra. Apesar de inúmeros esforços no sentido de fazer da Educação um caminho para eliminar essa desigualdade entre brancos e negros (ou pessoas de qualquer outra etnia), a realidade mostra que isso ainda está longe de ser alcançado. “A Educação é um pilar essencial na formação de crianças e jovens que não discriminam pessoas pela cor da pele e, por isso, as escolas precisam entrar nesse debate e trabalhar para criar em seus ambientes uma cultura antirracista”, afirma a assessora de História do Sistema Positivo de Ensino, Marcella Albaine Farias da Costa.
De acordo com ela, para avaliar o papel das escolas nesse debate e como elas estão desempenhando esse papel, é preciso, antes de mais nada, entender que o currículo escolar é um espaço de disputa e seleção. “Os livros didáticos, incluindo os de História, respondem às demandas de um tempo e, portanto, apresentam mudanças e transformações que são gradativas, parte de um processo. Falar da luta antirracista hoje demanda de nós fazermos uma crítica à perspectiva eurocêntrica, a valorização da Europa no centro dos processos de ensino e aprendizagem em História. E é preciso trabalhar outras narrativas, outras histórias que, por muito tempo, estiveram silenciadas”, explica Marcella.
Para a especialista, existem inúmeras formas de se trabalhar o combate ao racismo. Entre elas, discutir a inserção do negro na sociedade e como essa mesma sociedade o acolhe. Para isso, podem ser analisados e trabalhados diversos dados como, por exemplo, a relação entre raça e indicadores socioeconômicos, e também sobre violência. Os números mostram que, no Brasil, a população negra é a principal vítima de homicídio, com os negros tendo 2,7 mais chances de serem mortos do que os brancos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Podemos também trabalhar com abordagens que ofereçam pontos positivos a esse processo educativo, como, por exemplo, a valorização da música, da produção científica, dos negros e negras que contribuíram – e muito – para a História do nosso país. É importante por exemplo, destacar a literatura infanto juvenil como uma valiosa ferramenta, por meio de contos africanos, que vão nos ajudando a dar sentido à produção desse conhecimento”, descreve.
Estudiosos do assunto defendem que as crianças precisam aprender História por meio de lentes antirracistas. Não basta apresentar a elas o papel da supremacia branca ou a simples existência do racismo. É preciso que esse conhecimento seja abordado e trabalhado de forma a desenvolver nos alunos o senso crítico, a capacidade de reflexão e o ímpeto de buscar a justiça social. O aprendizado socioemocional, que oferece às crianças as ferramentas para gerenciar e expressar seus sentimentos, é fundamental nesse trabalho. Psicólogos que estudam o desenvolvimento infantil alertam para o fato de que crianças entre dois e quatro anos já podem começar a apresentar preconceitos raciais. “Ainda na Educação Infantil é possível identificar comportamentos que repetem algumas das mesmas atitudes racistas dos adultos”, revela Marcella.
E esse aprendizado deve ser iniciado o quanto antes. A educadora explica que, com crianças pequenas, é preciso apenas tomar o cuidado de não utilizar literaturas que apresentem situações de racismo, mesmo que de forma subliminar. Diferente da abordagem no Ensino Fundamental e Ensino Médio, onde tais obras com conteúdos racistas podem incentivar o senso crítico. “É na infância que temos uma introdução ao universo dos conceitos. A luta antirracista precisa ser ensinada de forma correta para que as crianças aprendam desde cedo”, reforça.
Nos Estados Unidos, a morte de George Floyd por um policial branco em Minneapolis, no final de maio, deu início ao que pode ser o maior movimento social da história americana. Não faltam exemplos de casos brasileiros que, assim como o episódio americano, suscitam indignação e mobilização da sociedade, ocupando as primeiras páginas dos noticiários e viralizando na internet. Em 2013, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu após ser detido por policiais militares na porta de sua casa, em uma favela no Rio de Janeiro. De acordo com a Justiça, ele foi torturado e morto por policiais e seu corpo nunca foi encontrado. Em julho deste ano, um policial pisou no pescoço de uma mulher negra de 51 anos, durante uma confusão de rua, em São Paulo. Também neste ano, um motoboy foi vítima de racismo, ao tentar realizar uma entrega num condomínio de luxo.
“Episódios tristes e trágicos de nosso cotidiano costumam dar voz para a indignação de uma parcela da população. E essas vozes precisam ser ouvidas e compreendidas nas suas demandas e amplificadas. As faculdades têm realizado eventos para o desenvolvimento profissional de educadores; vários professores nas escolas Brasil afora têm feito trabalhos que apontam no sentido de permitir esse tipo de reflexão. Precisamos somar esforços que demonstrem que esse debate é presente, é contemporâneo e diz respeito a todos nós”, completa.
A educadora reforça que somente por meio da Educação será possível ajudar crianças e jovens a desenvolverem a consciência de si mesmos e se somarem aos esforços da luta antirracista. “Para ajudar professores nessa tarefa, podemos nos apropriar também das mídias digitais. Existem hoje aplicativos, como por exemplo Passados Presentes, que são excelentes recursos que podem e devem atuar a favor do trabalho realizado em sala de aula. E esse é um esforço para os professores de todas a áreas de conhecimento, não apenas do professor de História. É algo que deve ser trabalhado em todas as áreas de conhecimento”, finaliza.
Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversos componentes, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltados à educação.
Parceria entre Microsoft e Sistema Positivo de Ensino vai garantir o acesso às funcionalidades do Office para mais de 500 mil alunos em todo o Brasil
O Sistema Positivo de Ensino acaba de anunciar uma parceria com a Microsoft a fim de, juntos, apoiarem o avanço tecnológico da Educação. O objetivo é ajudar a formar futuros profissionais. A parceria vai levar ferramentas da empresa de tecnologia para mais de 500 mil alunos de 1800 escolas em todo o país. Pelo acordo, professores e estudantes de escolas conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino, passam a ter acesso ao Office 365 Educacional da Microsoft, a fim de que possam realizar as atividades escolares que vêm sendo conduzidas de forma on-line. Recursos como Teams, OneNote, Word, Excel, PowerPoint, Outlook contas de e-mail e o One Drive, para compartilhamento de arquivos, poderão ser usados e integrados à plataforma que o Sistema Positivo de Ensino já possui e oferece, o Positivo ON.
O CTO (diretor de Tecnologia) do Sistema Positivo de Ensino, Jones Madruga de Souza Junior, afirma que a pandemia trouxe novas necessidades para o universo escolar. “Oferecer recursos dessa natureza nunca foi algo pensado pelas escolas, o que fazia com que professores e alunos, em casos esporádicos, improvisassem maneiras de trabalhar conteúdos de forma virtual. Com a suspensão das aulas presenciais e a necessidade de migrar todo o ensino e aprendizado para o ambiente on-line, ficou claro o desafio que teríamos que vencer: oferecer a professores e alunos recursos e ferramentas que facilitem o processo de aprendizagem”, destaca.
Madruga afirma que tais recursos, integrados à plataforma que as escolas já possuem, vão facilitar a vida de professores e alunos, que passam a ter um ambiente virtual mais organizado para trabalharem. Com a parceria, as ferramentas serão oferecidas gratuitamente para as escolas conveniadas do Sistema Positivo de Ensino.
“Com a pandemia, ficou ainda mais clara a necessidade de digitalização do sistema educacional do país e a parceria com o Sistema Positivo de Ensino é uma das nossas iniciativas a fim de apoiar alunos, professores e as equipes escolares para que tenham mais acesso a plataformas de colaboração que auxiliem na aprendizagem no dia a dia, seja no modelo remoto, híbrido ou mesmo no ensino presencial”, afirma Vera Cabral, diretora de educação da Microsoft.
Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversos componentes, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltados à educação.
Com o crescimento da educação bilíngue e a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Plurilíngue, essa modalidade de ensino vem ganhando cada vez mais destaque. Um levantamento da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi) mostrou que, desde 2014, esse mercado já cresceu mais de 10%. Como comprovar se uma escola tem, de fato, condições de formar alunos bilíngues? O que define uma escola bilíngue? De forma objetiva, pode-se dizer que se trata de uma instituição que organiza a grade curricular e o currículo acadêmico entre dois idiomas e para todos os segmentos de ensino. Mas, em um sentido mais amplo, inúmeros aspectos devem ser levados em consideração pelos pais na hora de fazer a escolha de uma escola bilíngue para o filho.
O assunto já foi tema de discussão entre professores, gestores escolares e outros profissionais ligados à área, tornando-se também pauta do Conselho Nacional de Educação (CNE). Em julho deste ano, o CNE homologou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Plurilíngue, que regulamentam o ensino bilíngue no Brasil, apontando caminhos e definições importantes para uma parcela dos diferentes públicos que compõem a educação brasileira em escolas públicas e privadas. O documento, que aguarda homologação do Ministério da Educação, estabelece o que é uma escola bilíngue, dentre outros pontos como carga horária e formação de professores, e quais outras possibilidades podem ser implementadas caso uma instituição queira ofertar aos alunos currículos de e em inglês.
O segundo episódio do PES Talks, programa inspirado no TED Talks promovido pelo PES Language Program, aborda os motivos para a criação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a oferta de Educação Plurilíngue; o que vem a ser uma Escola Bilíngue e como programas bilíngues e escolas com carga horária estendida podem se organizar após essas diretrizes. O encontro, on-line, traz a participação do presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação Bilíngue, Ivan Siqueira, e acontece no próximo dia 03, pelo canal do PES no YouTube.
Serviço:
PES Talks – Diretrizes Curriculares para a Educação Plurilíngue
Você já parou para observar como as pessoas, os ambientes e as relações se transformam com o passar do tempo? Ao contemplar ao seu redor, certamente verificará que as ruas do bairro ganharam outras casas, assim como a cidade inseriu outros monumentos históricos e criou parques ou espaços de socialização.
De igual modo se deu com o uso da tecnologia, em que os objetos foram adquirindo novas funcionalidades e hoje temos o mundo ao toque de uma tela, situação essa inimaginável para muitas pessoas em décadas anteriores. Nessa perspectiva de evolução e transformações relevantes também seguiram outros setores, como a política e a própria educação.
Nesse cenário contemporâneo, a sociedade precisou se adaptar, promovendo uma junção de ações que auxiliassem a rotina de todos, e é justamente nesse movimento de modernização que a mulher é percebida como fundamental. Anterior a esse processo, em sua maioria, elas eram educadas ao lar, a proteção e administração familiar, bem como a educação dos filhos, porém, essa condição educacional ficou para trás e, como resultado, temos uma sociedade capitalista repleta de mulheres atuantes.
A partir dessa condição social e mercadológica, a escola de educação infantil, sobretudo o atendimento em período integral, ficou em evidência, conforme o Art. 29. Da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
A escola então, é percebida pelas mães e familiares não somente como um local que obrigatoriamente a criança precisa frequentar, mas, um ambiente extensivo a própria casa e família, ou seja, a escola cuidando e auxiliando na educação integral – em tempo e aspecto – permitindo que a mãe atue em sua profissão.
Nessa perspectiva, a escola de educação infantil – creches e pré-escolas – exercem uma função social que vai além da formação das crianças. Entretanto, a sociedade precisa reconhecer a primeira etapa de escolarização de uma criança como fundamental, tanto na construção do sujeito como nos serviços prestados no âmbito social e que, diretamente, promovem interferências que vão além dos muros escolares.
Autoras:
Kellin Inocêncio é mestre em educação e professora do Centro Universitário Internacional Uninter.
Gisele Cordeiro é doutora em educação e coordenadora da área de Educação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.
Embora muitos ainda tentem ignorar, a desigualdade racial e o racismo ainda estão enraizados na sociedade e também nas escolas brasileiras. A proximidade do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, convida à reflexão do tema, embora seja importante deixar claro que o racismo no Brasil não se restringe apenas à população negra. Apesar de inúmeros esforços no sentido de fazer da Educação um caminho para eliminar essa desigualdade entre brancos e negros (ou pessoas de qualquer outra etnia), a realidade mostra que isso ainda está longe de ser alcançado. “A Educação é um pilar essencial na formação de crianças e jovens que não discriminam pessoas pela cor da pele e, por isso, as escolas precisam entrar nesse debate e trabalhar para criar em seus ambientes uma cultura antirracista”, afirma a assessora de História do Sistema Positivo de Ensino, Marcella Albaine Farias da Costa.
De acordo com ela, para avaliar o papel das escolas nesse debate e como elas estão desempenhando esse papel, é preciso, antes de mais nada, entender que o currículo escolar é um espaço de disputa e seleção. “Os livros didáticos, incluindo os de História, respondem às demandas de um tempo e, portanto, apresentam mudanças e transformações que são gradativas, parte de um processo. Falar da luta antirracista hoje demanda de nós fazermos uma crítica à perspectiva eurocêntrica, a valorização da Europa no centro dos processos de ensino e aprendizagem em História. E é preciso trabalhar outras narrativas, outras histórias que, por muito tempo, estiveram silenciadas”, explica Marcella.
Para a especialista, existem inúmeras formas de se trabalhar o combate ao racismo. Entre elas, discutir a inserção do negro na sociedade e como essa mesma sociedade o acolhe. Para isso, podem ser analisados e trabalhados diversos dados como, por exemplo, a relação entre raça e indicadores socioeconômicos, e também sobre violência. Os números mostram que, no Brasil, a população negra é a principal vítima de homicídio, com os negros tendo 2,7 mais chances de serem mortos do que os brancos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Podemos também trabalhar com abordagens que ofereçam pontos positivos a esse processo educativo, como, por exemplo, a valorização da música, da produção científica, dos negros e negras que contribuíram – e muito – para a História do nosso país. É importante por exemplo, destacar a literatura infanto juvenil como uma valiosa ferramenta, por meio de contos africanos, que vão nos ajudando a dar sentido à produção desse conhecimento”, descreve.
Estudiosos do assunto defendem que as crianças precisam aprender História por meio de lentes antirracistas. Não basta apresentar a elas o papel da supremacia branca ou a simples existência do racismo. É preciso que esse conhecimento seja abordado e trabalhado de forma a desenvolver nos alunos o senso crítico, a capacidade de reflexão e o ímpeto de buscar a justiça social. O aprendizado socioemocional, que oferece às crianças as ferramentas para gerenciar e expressar seus sentimentos, é fundamental nesse trabalho. Psicólogos que estudam o desenvolvimento infantil alertam para o fato de que crianças entre dois e quatro anos já podem começar a apresentar preconceitos raciais. “Ainda na Educação Infantil é possível identificar comportamentos que repetem algumas das mesmas atitudes racistas dos adultos”, revela Marcella.
E esse aprendizado deve ser iniciado o quanto antes. A educadora explica que, com crianças pequenas, é preciso apenas tomar o cuidado de não utilizar literaturas que apresentem situações de racismo, mesmo que de forma subliminar. Diferente da abordagem no Ensino Fundamental e Ensino Médio, onde tais obras com conteúdos racistas podem incentivar o senso crítico. “É na infância que temos uma introdução ao universo dos conceitos. A luta antirracista precisa ser ensinada de forma correta para que as crianças aprendam desde cedo”, reforça.
Nos Estados Unidos, a morte de George Floyd por um policial branco em Minneapolis, no final de maio, deu início ao que pode ser o maior movimento social da história americana. Não faltam exemplos de casos brasileiros que, assim como o episódio americano, suscitam indignação e mobilização da sociedade, ocupando as primeiras páginas dos noticiários e viralizando na internet. Em 2013, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu após ser detido por policiais militares na porta de sua casa, em uma favela no Rio de Janeiro. De acordo com a Justiça, ele foi torturado e morto por policiais e seu corpo nunca foi encontrado. Em julho deste ano, um policial pisou no pescoço de uma mulher negra de 51 anos, durante uma confusão de rua, em São Paulo. Também neste ano, um motoboy foi vítima de racismo, ao tentar realizar uma entrega num condomínio de luxo.
“Episódios tristes e trágicos de nosso cotidiano costumam dar voz para a indignação de uma parcela da população. E essas vozes precisam ser ouvidas e compreendidas nas suas demandas e amplificadas. As faculdades têm realizado eventos para o desenvolvimento profissional de educadores; vários professores nas escolas Brasil afora têm feito trabalhos que apontam no sentido de permitir esse tipo de reflexão. Precisamos somar esforços que demonstrem que esse debate é presente, é contemporâneo e diz respeito a todos nós”, completa.
A educadora reforça que somente por meio da Educação será possível ajudar crianças e jovens a desenvolverem a consciência de si mesmos e se somarem aos esforços da luta antirracista. “Para ajudar professores nessa tarefa, podemos nos apropriar também das mídias digitais. Existem hoje aplicativos, como por exemplo Passados Presentes, que são excelentes recursos que podem e devem atuar a favor do trabalho realizado em sala de aula. E esse é um esforço para os professores de todas a áreas de conhecimento, não apenas do professor de História. É algo que deve ser trabalhado em todas as áreas de conhecimento”, finaliza.
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Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversos componentes, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltados à educação.
Closeup of accountant counting on calculator and working with table Crédito: divulgação
Novo imposto aumentaria custos das instituições de ensino particulares, que já sofrem com evasão e inadimplência, por conta da pandemia
A alíquota de 12% proposta para o novo imposto federal que pretende substituir o PIS/Cofins pode fazer com que a tributação final sobre o consumo no Brasil seja a maior do mundo. O novo imposto, chamado de Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), teria uma alíquota única de 12%. O Projeto de Lei 3.887, de 2020, apresentado pelo Poder Executivo à Câmara dos Deputados, no final de julho, provoca severos efeitos na vida orçamentária das famílias de 15,5 milhões de estudantes brasileiros, devido ao aumento nos valores das mensalidades das escolas particulares.
De acordo com o professor de programas de MBA nas áreas Tributária, Contábil e de Controladoria da Universidade Positivo, Marco Aurélio Pitta, o setor de ensino básico terá impactos importantes, pois escolas que estão no regime do lucro real ou lucro presumido dificilmente terão condições de manter os atuais preços de mensalidades escolares. “O repasse de preços parece ser inevitável e deve ser entre 7,8% e 11,2%, podendo variar a depender das alíquotas atuais de ISS de cada município e possíveis créditos da CBS sobre custos e despesas de cada organização”, explica.
Os impactos da reforma tributária na educação não param por aí. Instituições filantrópicas de ensino básico também serão afetadas com o aumento da CBS, pois não estão contempladas com a isenção do novo imposto. Instituições de Ensino Superior que destinam vagas gratuitas para a população de baixa renda, por meio do PROUNI, também terão que tributar a CBS. Livros e materiais didáticos, que hoje possuem alíquota zero para o PIS e COFINS, não terão mais esse benefício. “E para piorar, o Governo estuda mudanças no imposto de renda pessoa física, que inclui a retirada da possibilidade de dedução de gastos com educação na declaração de ajuste anual dos brasileiros que possuem filhos em escolas privadas”, reforça Pitta.
A educação particular desonera o Estado em R$ 225 bilhões/ano de gastos, além de gerar 1,7 milhão de empregos, sendo 800 mil professores em regime formal. Atualmente, 15,5 milhões de estudantes estão matriculados nas instituições de ensino particular brasileira, sendo que mais de 81% estão nas classes C, D e E, contando com uma renda familiar per capita de R$ 3.135,00. Outros 41% estão nas classes D e E, com uma renda de até R$ 1.045,00. “O fato de haver aumento de mensalidades por conta da reforma tributária promete gerar uma sobrecarga para o Estado, gerando a migração de boa parte dos alunos das escolas particulares para as escolas públicas”, alerta o especialista.
Além disso, segundo ele, o aumento nas mensalidades no cenário atual pode decretar o fechamento de centenas de escolas, que ainda lutam para sobreviver com as consequências da crise da pandemia, como evasão, migração para o setor público, e altíssimo índice de inadimplência, que, segundo dados da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), passou de 9% para 35% por conta da pandemia.
Sobre a Universidade Positivo
A Universidade Positivo é referência em ensino superior entre as IES do estado do Paraná e uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta, mais de 400 mil m² de área verde no câmpus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A instituição conta com três unidades em Curitiba (PR) e uma em Londrina (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de Graduação, centenas de programas de especialização e MBA, sete programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam mais de 3.500m². Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em www.up.edu.br