Falta menos de um mês para as eleições 2020 nos Estados Unidos. E os resultados do pleito podem impactar indiretamente os investimentos de investidores brasileiros. Se você deseja ou já investe em ações é importante prestar atenção nas eleições americanas e entender como ela pode afetar seus investimentos.
As eleições dos Estados Unidos, a maior potência do mundo, entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, podem ter impactos econômicos fortes no mercado. É preciso entender e se preparar para as possíveis consequências que a vitória de cada um dos candidatos pode trazer.
O principal ponto para ficar de olho é a volatilidade na Bolsa de Valores e isso acontecerá conforme os debates e as próximas das eleições nos Estados Unidos. Entender como isso pode lhe afetar e quanto é necessário mudar a sua estratégia de investimentos.
Como funcionam as eleições americanas
As últimas pesquisas têm mostrado uma vantagem cada vez mais expressiva de Joe Biden, mas o jogo ainda está em curso. Diferente do Brasil, o voto não é o obrigatório, em outras palavras, os candidatos precisam não só atrair eleitores como também estimulá-los a saírem de casa para votar no dia da eleição.
Para dificultar ainda mais, a eleição ocorre na primeira terça-feira de novembro e não é feriado, ou seja, as pessoas trabalharam normalmente e ainda precisam ir votar, o que pode ser mais um desestimulante. Em outras palavras, nem sempre as pesquisas refletem a lealdade dos eleitores.
Neste ponto, mesmo com Biden à frente, no ponto de lealdade ao voto, os eleitores de Trump saem na frente e isso pode fazer a diferença. Porém, mesmo com o voto dos eleitores, que decide mesmo a eleição são os delegados, representantes dos estados que definem o voto conforme a decisão da população de suas cidades.
Em todo o país são 538 delegados distribuídos de forma proporcional à população de cada estado. O candidato vencedor precisa conseguir, pelo menos, o voto de 270 delegados.
Lá ainda acontece um movimento chamado “winner takes all”, em português, o vencedor leva tudo, quando um candidato obtém a maioria dos votos no estado, ele leva o voto de todos os delegados, mesmo que o percentual em algumas cidades apontem à vitória do adversário. E isso pode fazer a diferença nos maiores estados como a Califórnia, que possui 55 delegados.
Quem o mercado prefere?
Na visão de mercado, Donald Trump é mais bem visto, em outras palavras, o mercado financeiro tende a preferir o candidato republicano. Os consultores do mercado financeiro costumam dar preferência candidatos que apoiem a liberdade econômica e favoreçam um ambiente de negócios, o que é fundamental para aumentar o lucro das empresas.
Geralmente, o partido republicano de Donald Trump sempre teve candidatos como uma visão mais a favor do mercado. Nestas eleições, um dos pontos mais intensos de debate é sobre os impostos. Trump, por exemplo, defende a redução da “Corporate Rate” (taxa corporativa) enquanto Biden sugere o aumento da taxa.
Mesmo que o mercado, em tese, prefira a vitória de Donald Trump, isso não significa que índices como o S&P 500, que representa as 500 maiores empresas dos Estados Unidos negociadas na Bolsa de Valores e que recebe o investimento de muitos brasileiros vão se valorizar com a reeleição do candidato republicano.
Para ter uma ideia, embora o mercado tenha preferido candidatos republicanos, o histórico do índice S&P 500 aponta o contrário. Um estudo do banco de investimentos LIberum, mostra que entre 1947 e 2020, o principal índice de ações do Estados Unidos cresceu 10,8%, em média, durante o governo de candidatos democratas e 5,6% em governos de republicanos.
Geralmente, os republicanos e democratas buscam estimular a economia de formas diferentes. Os republicanos buscam cortar impostos e fazer desregulações, enquanto os democratas visam incentivar o consumo, por meio da redistribuição de riquezas e políticas sociais.
Maior volatilidade dos investimentos
É comum que em época de eleições nos Estados Unidos, o mercado de ações se apresenta mais volátil para investidores. Em outras palavras, a oscilação de preços é mais acentuada em relação a outros períodos. Essa volatilidade em época de eleição é histórica.
Segundo Igor Cavaca, analista de renda variável da Warren, explica que geralmente, a volatilidade se acentua um mês antes e dura até duas semanas depois da eleição. Nesse período próximo, durante e pós-pleito, quando as pesquisas se acirram por conta de uma possível troca de poder, a volatilidade atinge o seu auge.
Por esses motivos, as eleições nos EUA são importantes para os investidores brasileiros. Acompanhar o mercado e conhecer os efeitos que o pleito nos Estados Unidos pode ter é essencial para resguardar os seus investimentos. A dica é que você conte com o auxílio de experientes consultores financeiros para não sucumbir a volatilidade provocada pelas eleições americanas.