Início do inverno e retomada das aulas presenciais exigem manter os cuidados na prevenção e no tratamento de ambas as doenças
São Paulo, 14 de julho de 2021 – Com a chegada do inverno e o retorno gradual às aulas presenciais pelo país, as crianças ficam mais suscetíveis às doenças respiratórias, especialmente a gripe. Mas como diferenciá-la de Covid-19 em plena pandemia?
“As doenças respiratórias causadas por vírus geralmente apresentam um quadro clínico inicial muito semelhante: febre, que pode ser alta ou baixa no início, dores pelo corpo, dor na cabeça, na garganta, falta de apetite e às vezes diarreia e náusea. As crianças ficam mais irritadas, ou mais molinhas, principalmente quando vem a febre. Portanto, por estes indícios, pode ser tanto gripe quanto Covid-19”, explica a pediatra Ana Escobar, professora livre docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Neste caso, a recomendação da especialista é fazer o teste para detectar se há a presença do novo coronavírus no organismo. Isso porque a Covid-19 pode apresentar sintomas bem característicos em adultos, como tosse mais seca e a perda do olfato e do paladar, mas, em crianças, são mais difíceis de identificar.
“O teste deve ser feito a partir do terceiro dia de sintomas. Neste período e até sair o resultado, é importante que a criança, assim como qualquer pessoa com suspeita de Covid-19, mantenha o isolamento, inclusive dos familiares”, afirma a médica.
Como tratar os pequenos?
A Dra. Ana Escobar faz as seguintes recomendações nos casos de Covid-19 e de gripe em crianças:
• Consulte o pediatra e siga as instruções médicas;
• Permaneça em isolamento social. O ideal é que a criança tenha contato apenas com quem está cuidando dela, que também deve se prevenir com o uso de máscara e higiene das mãos;
• Mantenha os ambientes ventilados para diminuir a quantidade de vírus no ar;
• Não mande os filhos para a escola até que tenham recebido alta médica;
• Mesmo após a cura da criança, a família toda deve continuar seguindo as medidas sanitárias enquanto durar a pandemia, com o uso correto de máscaras, higiene das mãos, ambientes arejados e distanciamento social, evitando aglomerações para prevenir novas contaminações.
Neste cenário, também é fundamental cuidar do equilíbrio emocional dos filhos. “As crianças devem manter uma rotina que envolve escola, tarefas domésticas e momentos de lazer. Mais importante: reservem um momento da família como, por exemplo, a hora do jantar, para conversar; sem telas, sem celulares, onde todas possam se colocar e falar abertamente”, conclui a especialista.
Clínico geral e imunologista parceiro da Care Plus esclarece dúvidas sobre as diferentes formas e mutações do vírus Sars-CoV-2
Após mais de um ano e quatro meses de pandemia da Covid-19, diversas variantes apareceram, oriundas das mutações do vírus no código genético. Conforme as variantes são detectadas em um país ou região, as atenções se voltam para tentar decifrá-las, entendendo como se comportam no corpo humano, quais são os principais sintomas e reações às vacinas já existentes.
Atualmente, quatro variantes distintas circulam na sociedade, algumas concentradas em determinada região, e outras não. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante Alfa foi identificada no Reino Unido, a Beta na África do Sul, a variante Gama no Brasil e a última descoberta, variante Delta, identificada na Índia.
Eduardo Finger, clínico geral e imunologista parceiro da Care Plus, explica um pouco mais sobre as quatro variantes descritas acima e a importância das vacinas para a prevenção do contágio.
Variante Alfa: segundo estudos, a Alfa tem transmissibilidade até 50% maior que a outras linhagens, mas isso não quer dizer que seja a mais perigosa. Segundo o dr. Eduardo, estudos sobre maior risco de hospitalização e mortalidade não estão confirmados, mas acendem um alerta para a importância da vacinação, diante da efetividade das vacinas oferecidas atualmente contra essa variante;
Variante Beta: descoberta na África do Sul, é uma variante que preocupa pela resposta imune, podendo ocorrer casos de reinfecções, além de taxa alta de transmissibilidade. “Estudos apontam que as vacinas da Pfizer e Janssen são eficazes contra a Beta, entretanto esse não deve ser um impeditivo para tomar alguma outra vacina disponível, já que essas análises estão em andamento e estudos de eficácia são constantes”, alerta o imunologista;
Variante Gama: também com altos índices de transmissibilidade, é a variante que assustou os brasileiros nos últimos meses, levando ao pico das internações em março e abril. Finger explica que a variante possui boa resposta às vacinas disponíveis no Brasil, por isso é imprescindível que as pessoas busquem a vacina no posto mais próximo e se atentem à data da segunda dose;
Variante Delta: os estudos estão voltados para a performance dessa variante no organismo, por ser a descoberta mais recente, mas já é de conhecimento científico que é altamente contagiosa. As vacinas Pfizer e AstraZeneca tem eficácia comprovada contra a mutação, e outros testes estão em andamento em relação às outras vacinas.
“Sendo a variante Alfa, Beta, Gama ou Delta, o vírus continua circulando e é mais que necessário manter os procedimentos sanitários e de segurança, independentemente se o indivíduo já tomou a vacina e, principalmente, quando outros membros da família ainda não tomaram. O uso da máscara precisa continuar sendo um hábito imprescindível, assim como a higiene das mãos e o distanciamento entre as pessoas, em lugares abertos e fechados. Somente dessa forma, a imunidade ao vírus será alcançada”, completa o profissional.
Sobre a Care Plus
A Care Plus faz parte da Bupa, que tem presença em mais de 190 países. Há mais de 29 anos, fornece soluções de saúde premium, por meio de uma ampla gama de produtos (medicina, odontologia, saúde ocupacional e medicina preventiva). É a principal operadora de saúde no Brasil em seu nicho de mercado, atendendo a mais de mil empresas e cerca de 112 mil beneficiários.
Laboratório, que já oferece diagnóstico para Covid-19 com autocoleta, acaba de lançar teste de anticorpos neutralizante para pessoas que já foram infectadas ou vacinadas; coleta da amostra de sangue poderá ser feita no laboratório ou pelo próprio paciente
Laboratório da DNA Consult, em São Carlos-SP
O laboratório de biotecnologia DNA Consult acaba de anunciar o lançamento de seu novo produto: o Covid Imuniza, um teste que consegue identificar anticorpos neutralizantes de Covid-19. O exame é destinado a pessoas que foram infectadas diretamente ou àquelas que já tomaram as duas doses da vacina contra o vírus. O novo teste poderá ser coletado pela amostra de sangue tanto no laboratório, como pelo próprio paciente em sua casa.
Diferentemente do exame de RT-PCR ou PCR em Tempo Real, que identificam o vírus ativo, o teste de anticorpos neutralizante consegue detectar a resposta imunológica do paciente que já teve contato com vírus, seja por infecção natural ou vacina. O Covid Imuniza também difere dos diagnósticos sorológicos que só reconhecem anticorpos, mas não conseguem identificar a capacidade destes anticorpos barrarem a entrada do vírus no corpo do paciente.
“O teste de RT-qPCR detecta infecção aguda. Os testes existentes atualmente (IgG e IgM) para detecção de anticorpos contra SARS-CoV-2 detectam a presença de anticorpos com ação indireta ao vírus, mas não são capazes de distinguir anticorpos com função direta no vírus. Já o teste COVID Imuniza identifica o anticorpo anti-spike, cuja função é impedir que o SARS-CoV-2 penetre na célula e causa a infecção”, explica o Prof. Dr. Euclides Matheucci, diretor científico e co-fundador da DNA Consult.
O exame de anticorpos neutralizante já é aprovado pela ANVISA e FDA (dos EUA) e vem como mais uma ferramenta de controle da disseminação do vírus. Ainda sim, é importante manter as normas de restrição e isolamento. “O teste de anticorpos neutralizantes, assim como outros testes para Covid-19, não deve ser interpretado como indicação de certeza de imunidade ao vírus, mas uma potencial imunidade”, assegura Matheucci.
“O distanciamento social não está associado à resposta imunológica do indivíduo, mas ao poder de transmissão da variante e estágio de evolução da infecção. O teste Covid Imuniza avalia quantitativamente a presença de anticorpos específicos, não a presença do vírus e estágio de infecção, não sendo possível correlacionarmos esse resultado com a taxa de transmissão do paciente. Independente do resultado do exame, um teste de diagnóstico deve ser realizado para identificar a presença do vírus e, em caso positivo, o distanciamento e afastamento devem ser respeitados”, completa o professor.
A coleta da amostra de sangue poderá ser realizada diretamente no laboratório em São Carlos-SP, ou em domicílio com profissional parceiro mediante agendamento prévio nas cidades de São Carlos e São Paulo. Para mais conforto e segurança, existe a possibilidade de autocoleta com agendamento de entrega do kit e envio da amostra ao laboratório com o serviço de delivery, também nas cidades de São Carlos e São Paulo. Depois que a amostra chega no laboratório, o prazo de entrega do resultado é de 6 dias.
O exame é oferecido a empresas e convênios parceiros do laboratório e será disponibilizado aos clientes finais a partir de 14 de junho. Para planos de saúde e grupos corporativos, os valores do exame poderão ser negociados e consultados diretamente com a DNA Consult.
A DNA Consult é uma empresa de biotecnologia que trabalha com genética molecular, criada em 1998 na cidade de São Carlos-SP.
A partir de resultados das análises genéticas oferecidas, é possível identificar a condição clínica do paciente e oferecer tratamentos específicos, além de contribuir para a prevenção de doenças. Para atuar, a empresa possui todas as certificações e habilitações da ANVISA, Vigilância Sanitária e Instituto Adolfo Lutz.
Projeto EMBRAPII com startup baiana já está sendo utilizado no transporte público de Salvador. Filtro anti-covid vai aumentar a proteção coletiva em ambientes fechados a baixo custo
Com a retomada gradual das atividades presenciais ao ambiente de trabalho, aumenta a preocupação em relação ao risco de contágio da Covid-19, principalmente em ambientes sem ventilação com maior risco de transmissão do vírus. Diante desta necessidade, a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) investiu no projeto da startup Salvar para o desenvolvimento de um filtro para ar-condicionado capaz de eliminar 99,9% de carga viral em ambientes fechados. O equipamento já sendo utilizado em diversas empresas, escolas e instituições baianas e, agora, também em uma linha de ônibus de Salvador.
A iniciativa é uma parceria da empresa Loygus e a Unidade EMBRAPII – Senai Cimatec, que desenvolveu o protótipo de filtro reutilizável para ser instalado em aparelhos de ar-condicionado. A solução atua como barreira no fluxo de ar para reter nanopartículas que tenham tamanhos próximos aos de agentes virais. Com a retenção, é possível evitar que estas partículas se espalhem pelo o ambiente por meio da ventilação artificial.
Atualmente, os modelos de ar-condicionado disponíveis no mercado possuem diferentes tipos de filtros, cada um com seu nível de eficiência, mas apenas atuando como barreira mecânica a poeiras ou partículas maiores suspensas no ar.
Segundo a pesquisadora Bruna Machado, do Senai Cimatec, esta solução vai suprir uma demanda da indústria, já que os equipamentos comerciais não retêm nanopartículas com essas características. “Esse projeto terá um grande impacto para evitar a disseminação de diferentes partículas virais, incluindo o SARS-CoV-2, e dessa forma atuar como uma importante barreira para reduzir contaminações em diferentes ambientes e promover maior segurança para as pessoas”, afirma.
Outro ponto de destaque do projeto é a facilidade para ser implementado na linha de produção e escalável para os diversos modelos de aparelhos de ar-condicionado já existentes, quesitos fundamentais diante do cenário de pandemia.
Sobre a EMBRAPII
A EMBRAPII é uma organização social que tem contrato de gestão com o Ministério da da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Educação (MEC), e Saúde (MS). Em seis anos de operação, totaliza R$ 1,7 bilhão em investimentos em inovação com mais de 1.200 projetos. Em seu modelo operacional, os valores dos projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) são divididos entre a instituição, as Unidades EMBRAPII (centros de pesquisa credenciados) e a empresa demandante.
Queixa é comum de pacientes após infecção. Fátima Tubini, especialista em dermatologia, explica possíveis relações
É comum dúvidas sobre os cuidados que devem ter com os cabelos, se devem cortar ou deixá-los presos, em razão da pandemia. Para a população em geral, ainda não existem estudos que comprovem efeitos diretos do Coronavírus sobre os cabelos.
Diversas pessoas relatam a perda de cabelo após terem sido infectadas pelo Covid-19, mas o que muitos querem saber é se a doença desenvolve ou não a queda. Porém, até o momento, não existem estudos concluídos para responder à pergunta ou esclarecer os motivos desse fato.
Com a pandemia mais acelerada, a dermatologista Fátima notou um aumento de pacientes pós-covid na busca por tratamentos capilares. “Existia um número recorrente de pacientes que já tratavam perda capilar, tanto homens quanto mulheres, predominando as mulheres. Mas hoje, o número de pacientes que procuram tratamento por causa dessa perda com relação à doença causada pelo coronavírus, aumentou e vem se tornando frequente”, revela.
Devido a fata de resultados científicos, a perda de cabelo que acontece pós-covid ainda é um mistério. Estudos preliminares feitos por pesquisadores dos Estados Unidos, México e Suécia estima-se que essa condição aparece em 25% dos pacientes com covid longa.
Com à falta de informação, a dermatologista ressalta que diversas hipóteses também são motivo da queda de cabelo. Mas muitas dessas perdas correspondem com doenças que já são conhecidas, como:
– Alopecia que abrange a repentina perda de cabelo do couro cabeludo e que pode ocorrer em homens e mulheres de todas as idades. “A doença faz com que o cabelo caia em grandes quantidades e em determinadas áreas, deixando visível o couro cabeludo. Inúmeros fatores estão envolvidos com o desenvolvimento dessa doença, como fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos que também podem desencadear ou agravar o quadro”, ressalta a especialista.
– Eflúvio telógeno: Uma condição que está associada a eventos que podem acontecer a três meses antes da queda, esse é o tempo para a doença se “preparar” e começar a desenvolver a queda. “Os eventos mais associados à queda são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, entre outros”, revela Tubini.
“Nestes dois casos temos situações que podem remeter a pandemia e a própria infecção do Covid-19, que, atualmente estão sendo os casos que mais aparecem em meu com consultório”, explica a especialista.
Sobre Fátima Tubini
Referência em cuidados e tratamentos dermatológicos, a Dra. Fátima Tubini atua na área da dermatologista há quase 20 anos. Com ampla experiência, a especialista é graduada em Ciências Médicas e possui o título de Especialista em Dermatologia concedido pela AMB e Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Aguardado pela população, por já ter sido anunciado pelo prefeito de Caicó, Dr. Tadeu, no início da semana, foi publicado nesta quarta-feira, 26, e entra em vigor nesta quinta-feira, 27, o Decreto Nº 874, DE 26 DE MAIO DE 2021, com o objetivo de conter o avanço da Covid-19 em Caicó, com duração de 14 dias.
“A necessidade de publicação de um novo decreto em Caicó, é decorrente do aumento de casos ativos, do aumento de ocupação nos leitos clínicos e de UTI no Hospital Regional Telecila Freitas Fontes e a baixa cobertura vacinal contra a Covid-19”, declarou o prefeito de Caicó, Dr. Tadeu, que está cumprindo agenda administrativa em Brasília. O decreto, inclusive, é assinado pelo prefeito em exercício, Toinho Santiago. Outro ponto preocupante que surgiu esta semana, foi a falta de capacidade de geração de novos leitos, conforme informou o Comitê de Especialistas da Secretaria Estadual de Saúde, SESAP, para enfrentamento da pandemia.
Para a procuradora adjunta do município, Maria Alice Pereira, a população precisa entender que as atividades essenciais e não essenciais, que não serão fechadas com o decreto, terão que voltar a colocar em prática as medidas sanitárias, já publicadas em outros decretos: “os proprietários dos estabelecimentos terão que oferecer o álcool 70%, garantir o distanciamento, exigir o uso da máscara. Essas medidas haviam sido relaxadas e precisam ser novamente adotadas e, agora, quem não cumprir, corre o risco de pagar multa e até ter o estabelecimento fechado. E não é isso que queremos”, explica a procuradora.
“As atividades na Ilha de Santana, pelo novo decreto, continuam sendo permitidas, mas somente de máscara”, afirma Alice. Outro ponto que gera sempre muita polêmica é a abertura de bares: “os bares poderão ficar abertos até às 22 horas, estendendo até às 23 horas para organização do local”, pontua a procuradora do município.
Outra coisa que Alice lembra é que continua proibido, pelo decreto estadual, ingestão de bebida alcoólica em lugares públicos, entre 22h e 5h da manhã: “é o toque de recolher já preconizado pelo estado. Aquelas turmas que gostam de beber em praça pública ou calçada não é permitido, podendo somente dentro de suas casas ou nos horários permitidos de bares e restaurantes”, informa. As festas em casas de lazer estão suspensas.
Outra novidade que vem o decreto é quanto às quatro entradas de Caicó: “duas serão fechadas, a de Jucurutu e a de São José. As entradas de Jardim de Piranhas e de Jardim do Seridó ficarão abertas com barreiras sanitárias”, afirma a procuradora.
“Há uma alta incidência nas cidades circunvizinhas. Em Caicó a situação está mais ou menos controlada. Mas as cidades no entorno, há um grande aumento dos casos e, por isso, os transportes coletivos e individuais só poderão trazer pessoas que venham trabalhar, estudar ou ir para consulta médica. E isso terá que ser comprovado. Nos próximos 14 dias só poderá vir a Caicó quem tiver uma justa causa”, detalha Alice Maria.
Quanto à aplicação das penalidades para quem desobedecer o decreto, a procuradora é clara: “há mais de um ano as pessoas estão cientes das medidas a serem adotadas, então a Vigilância Sanitária estará lado a lado com as forças de segurança para aplicar multa e, se houver reincidência, interditar o estabelecimento. Com um detalhe: se houver desobediência e for aplicada uma segunda multa, esta será dobrada”, adverte e finaliza Alice Maria, procuradora adjunta do município de Caicó.
Upset woman in protective medical mask sits in hospital corridor. Increase in number of cases and deaths from coronavirus concept
De acordo com estudo norte-americano, mais da metade das pessoas infectadas relatam sintomas de depressão
Embora a ciência tenha respondido diversas questões, ainda restam muitas dúvidas sobre a Covid-19. De acordo com estudos médicos, entre 20% e 70% dos pacientes infectados apresentam sintomas neuropsiquiátricos – como ansiedade, alterações cognitivas, déficit de atenção, depressão, comportamento psicótico e ideação suicida – por vezes, de forma duradoura.
“Segundo um artigo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) em março deste ano, mais da metade das pessoas infectadas pelo coronavírus relataram depressão. Essa observação reforça a importância de compreender se este fenômeno é um efeito da covid-19 ou simplesmente o estresse em lidar com a pandemia, além de um quadro agudo da doença, ou ainda um somatório de ambos”, explica a psiquiatra, doutora em Medicina e coordenadora do Centro de Estudos da Holiste Psiquiatria, Fabiana Nery.
Para explicar os sintomas e consequências psiquiátricas e neurológicas da Covid-19, a psiquiatra receberá o neurologista e neurofisiologista, Victor Mascarenhas, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, para um debate online que será transmitido ao vivo no Instagram da Holiste Psiquiatria e em seu canal do Youtube, nesta quarta-feira (26), às 19h30.
Os especialistas vão detalhar quais as consequências da Covid para a saúde mental e responder as questões trazidas pelo público. Para mais informações, acesse o site: https://holiste.com.br/
SERVIÇO O que: Live da Holiste
Tema: Sintomas e consequências psiquiátricas e neurológicas da Covid-19
Quando: 26 de maio (quarta-feira), às 19h30
Onde: Instagram (@holistepsiquiatria) e Youtube (youtube.com/user/EspacoHolos)
Sobre a Holiste
A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, que atua há 20 anos no mercado baiano. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), ambas unidades localizadas no bairro da Pituba.
A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br.
Médico especialista em cirurgia vascular e endovascular, Robert Guimarães esclarece cinco fatos sobre a trombose pós-covid
A trombose é a formação de um coágulo no sangue que obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo e pode afetar diversos locai a depender do quadro clínico, sendo mais identificado nos membros inferiores.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia (SBAVC), 39% dos médicos atenderam pacientes com trombose como sequela da infecção pelo coronavírus. Como principais sintomas, o paciente pode sentir dores, inchaços, sensações de queimação, limitações dos movimentos e entre outros.
Com os avanços na medicina a respeito do Covid-19, fica cada vez mais claro que a doença se inicia no sistema respiratório e depois desloca-se para outras partes do corpo. O médico especialista em cirurgia vascular e endovascular Robert Guimarães, esclarece as principais dúvidas.
Porque o Covid-19 ajuda no desenvolvimento da trombose?
A infecção por Covid-19 aumentar o risco de trombose vascular, causando anormalidades na coagulação do sangue que desenvolve uma inflamação na parede dos vasos sanguíneos. Isso faz com que haja uma formação de coágulos de sangue e, consequentemente, a trombose.
Em alguns casos é possível ter sinais da doença?
Após o Covid-19 alguns pacientes apresentaram fadiga, dor muscular e níveis elevados de enzimas musculares, que podem estar relacionados à inflamação e danos musculares causados pelo vírus. Quando há suspeita de trombose pós infecção, o ultrassom Doppler é o exame mais indicado, por ser rápido e menos invasivo.
Como são os tratamentos da trombose pós-covid?
O procedimento realizado é o mesmo da trombose desenvolvida por outras causas, com uso de anticoagulantes ou, dependendo do estado do paciente, procedimento cirúrgico para desobstruir a veia afetada.
É possível ter complicações depois do tratamento?
É chamado de síndrome pós-trombótica, uma complicação que pode ocorrer após o tratamento da trombose, que atinge em torno de 20 a 50% dos casos. Os sintomas podem variar entre os indivíduos desde um inchaço leve dos membros, dor, fadiga e até a formação de úlceras/ lesões na pele. Geralmente se manifestam dentro de 3 a 6 meses, mas podendo ocorrer em até 2 anos ou mais.
É possível evitar a Trombose?
Há medidas não farmacológicas como, evitar imobilização prolongada realizando pequenas caminhadas, evitar o sedentarismo realizando atividades físicas, beber bastante água, parar de fumar, desenvolver uma alimentação equilibrada e uso de meias elásticas quando indicada pelo médico.
Em alguns casos, quando há um risco maior de trombose, faz-se tratamento com medicamentos anticoagulantes de forma profilática que vão ajudar na redução da viscosidade do sangue.
Sobre Robert Guimarães
Robert Guimarães é um cirurgião vascular e endovascular com ampla experiência no tratamento endovascular de aneurisma de aorta. Membro da Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular (ESVS) e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Atua em diversos hospitais como Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Alemão Osvaldo Cruz, dentre outros.
Há muito tempo se sabe da influência que os alimentos exercem em nossa imunidade. De fato, as vitaminas e sais minerais encontradas nos mais variados tipos de alimentos são fundamentais para o equilíbrio e manutenção da saúde. Mas você sabe como fortalecer um dos órgãos mais importantes do corpo? O intestino é um dos principais órgãos do corpo humano, sendo responsável tanto pelo bom funcionamento do cérebro (por isso chamado de 2º cérebro), mas também pelas nossas defesas, também chamada de imunidade. Por causa desta última, a saúde intestinal vem se tornando prioridade no combate ao coronavírus. Mas como isso acontece?
Diversos tipos de bactérias vivem naturalmente no nosso organismo desde que nascemos. O saudável desenvolvimento do nosso sistema imunitário depende intimamente da diversidade da microbiota intestinal, antigamente conhecida por flora intestinal. Ou seja, se houver pouca diversidade bacteriana, haverá baixa imunidade e consequentemente mais chance contrairmos doenças em geral, incluindo COVID-19.
Segundo uma recente revisão publicada na Vírus Research, os probióticos (um concentrado de bactérias intestinais) agem diretamente no vírus ligado à infecção respiratória e inibe a ligação desse vírus ao receptor da célula hospedeira. Os lactobacilos, por exemplo, são capazes de bloquear a fixação de partículas virais às células humanas. Na infecção por SARS-CoV-2, as células T auxiliares e os macrófagos (uma célula de defesa do organismo e que atua no sistema imunológico) iniciam a liberação descontrolada de citocinas. Essa tempestade de citocinas leva a uma forte síndrome do desconforto respiratório agudo associada à inflamação. Assim, a suplementação de probióticos se mostra útil promovem ações anti-inflamatórias para redução da carga viral pulmonar.
Um intestino em desequilíbrio, também chamado de “disbiótico” pode criar um ambiente inflamatório que o novo coronavírus pode adorar. A replicação viral no intestino determina um aumento exponencial da carga viral na mucosa digestiva, levando a uma perda da integridade da barreira intestinal e uma forte produção de citocinas pró-inflamatórias. A inflamação pode desencadear uma reação imunológica descontrolada. A ação dos probióticos é tão ampla, que foram usadas cepas de lactobacilos nasais com efeitos imunoestimulante como adjuvantes para a vacinação intranasal contra SARS-CoV-2.
Se o microbioma está por trás da prevenção e do combate de incontáveis doenças, seria imprescindível que os médicos soubessem e orientassem seus pacientes a produzirem seus próprios probióticos caseiros também chamados de fermentados.
Na prática, a produção e consumo de alimentos probióticos são mais simples e baratos do que imaginamos. Vale destacar que qualquer alimento pode ser fermentado, nome que se dá ao processo bioquímico da privação de oxigênio por determinado tempo.
Por isso, ensino o passo a passo de como fazer o probiótico fácil, barato seguro e eficaz na sua própria casa. Trata-se de um potente anti-inflamatório que pode salvar vidas não só evitando o Covid, mas também criando saúde em geral. Aqui, pode-se usar cebolas, repolho, rabanete, cenoura ou o vegetal que preferir.
Passo a passo:
Use um pote de vidro com tampa que vede bem;
Limpar bem o pote com água quente;
Escolher um vegetal cru e limpá-lo bem com água corrente;
Picar de forma que caiba no pote de vidro;
Acomodar bem o vegetal dentro do pote para que caiba mais;
Adicionar água com sal MARINHO neste pote até o topo (de forma que o vegetal fique totalmente submerso e não tenha ar). Basta que a água esteja levemente salgada, não precisa colocar muito sal;
Deixar o pote vedado por 2 semanas em ambiente fresco e sem sol, como na pia da cozinha. Dica: abrir e fechar o pote rapidamente todos os dias ou a cada 2 dias para evitar que o pote exploda. É recomendável abrir dentro da pia e mantê-lo em uma bandeja, pois, às vezes, pode respingar pela pressão gerada pelo processo de fermentação.
Depois de aberto, o probiótico ou fermentado (são sinônimos) dura 6 meses dentro da geladeira. O difícil é não acabar antes disso, de tão gosto que fica, seja misturado na salada ou mesmo puro. Fermentação é probiótico, e o nome já diz: pró-vida!
Pedro Schestatsky é médico e autor do Best-seller Medicina do Amanhã
Referência
Dhar D, Mohanty A. Gut microbiota and Covid-19- possible link and implications. Virus Res. 2020 Aug;285:198018.
Com mais de 14 milhões de casos confirmados e quase 400 mil mortes no Brasil, mesmo com mais de um ano de pandemia, continuam surgindo novas – e preocupantes – descobertas sobre os efeitos causados pela Covid-19. Uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros, publicada na revista Ocular Immunology and Inflammation Journal, aponta que a doença pode causar sérias lesões vasculares nos olhos, comprometendo a retina de forma irreversível. O estudo estima que o problema pode afetar até 20% dos pacientes que contraíram a doença de forma mais severa.
As lesões na retina podem sinalizar problemas mais graves, como trombose, por exemplo, que são típicos de doenças inflamatórias infecciosas e que podem ser causadas pelo coronavírus. Porém, ainda não se sabe exatamente como ocorre o desenvolvimento desses problemas, conforme explica o médico oftalmologista especialista em retina e professor de Oftalmologia no curso de Medicina da Universidade Positivo, Carlos Moreira Neto. “Não é possível sabermos se as lesões são causadas pelo coronavírus ou pela reação inflamatória que o vírus ocasiona, no entanto, o principal sintoma é a perda de visão, normalmente de forma súbita. Por isso, os sintomas devem ser avaliados com urgência, para que tenhamos o diagnóstico correto”, alerta.
O professor também chama atenção para outro problema ocular causado pela Covid-19, mas que não tem ligação com as lesões na retina. “É importante saber que o coronavírus pode causar conjuntivite e a lágrima torna-se um meio de transmissão, mas é preciso saber diferenciar esses dois problemas – a conjuntivite pode ser uma manifestação da doença, e as lesões na retina são consequências dela – e podem causar alterações visuais, inclusive a perda da visão, o que é muito mais complexo”, explica.
Sobre a Universidade Positivo
A Universidade Positivo é referência em ensino superior entre as IES do estado do Paraná e uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta, mais de 400 mil m² de área verde no câmpus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de Graduação, centenas de programas de especialização e MBA, sete programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam mais de 3.500m². Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em universidade.up.edu.br/
Com o início do programa de imunização da Covid-19, foi levantada a questão sobre possíveis reações da vacina em pacientes que fizeram preenchimentos com ácido hialurônico. Isso porque foram relatados dois casos de um efeito adverso entre mais de 30 mil voluntários que tomaram a vacina da Moderna (mais informações sobre o estudo podem ser encontradas nesse artigo: Efficacy and Safety of the mRNA-1273 SARS-CoV-2 Vaccine | NEJM). Essa reação é conhecida como edema tardio intermitente persistente (ETIP) e nada mais é que uma resposta local caracterizada por inchaço onde foi aplicado o preenchimento. Apesar de ser uma possibilidade real, é importante ressaltar que é muito raro e, quando acontece, o ETIP é facilmente controlado com o uso de uma enzima que dissolve o ácido hialurônico, a hialuronidase.
Não podemos esquecer também que toda e qualquer vacina pode gerar reações adversas, tendo em vista que é um material viral injetado no corpo para trazer a imunidade”, explica o CEO da Academia da Pele, uma startup criada para revolucionar e democratizar o processo de autocuidado, Dr. Eduardo Kanashiro.
Para tranquilizar a população, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) soltou uma nota oficial reforçando as chances mínimas dessa reação e ressaltando que não é nada novo ou fora do que descreviam estudos feitos em 2017 nos quais o edema poderia ser devido não só a vacinas em geral, mas também a processos inflamatórios das vias aéreas, periodontais, entre outros.
“É fundamental esclarecer que não há motivos para pacientes que fazem uso de ácido hialurônico evitarem a vacina. A probabilidade de reações é muito baixa e, mesmo quando ocorrem, geralmente são leves e rapidamente controladas. A imunização é essencial para controlar a pandemia e vale lembrar que vacinas sempre podem dar reações adversas, independente de procedimentos estéticos. Diante de qualquer sintoma, um médico deve ser procurado imediatamente”, completa Dr. Eduardo.
Sobre a Academia da Pele Primeira healthtech brasileira criada para democratizar o autocuidado e trazer soluções no mercado de estética e saúde da beleza. Fundada pelo Cirurgião Plástico, Dr. Eduardo Kanashiro, tem sete unidades em São Paulo e está em constante expansão. O aplicativo está disponível para Android e iOs.
Médico pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (UNILUS), com residência em Cirurgia Geral pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), Cirurgia Plástica pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e Cirurgia Crânio Maxilo Facial pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Além da Academia da Pele, o Dr. Eduardo também é fundador da Clínica Due e foi Investidor Anjo e board advisor da MedRoom, startup brasileira focada no desenvolvimento de aplicações para treinamento em saúde com realidade virtual, vencedora do BIG Starter 2017 com o melhor jogo de educação e finalistas no Serious Games Showcase & Challenge 2017, vendida recentemente para o Grupo Anima.
O médico também pertence à associação de investidores anjo BR Angels, formada por mais de 100 CEOs e empreendedores de grande relevância nacional e internacional.
Há um ano, a pandemia transformou os hábitos e a vida de toda a humanidade. Pessoas em casa, isoladas, passaram este período distante da família e dos amigos. Em meio à tantas perdas e a um cenário quase que catastrófico, é preciso compreender que pequenos gestos podem fazer a diferença, orienta Dra. Hellisse Bastos.
Um ano de pandemia no Brasil. Fase em que tantas vidas foram perdidas, esperanças desfeitas, e tantas desilusões tomaram conta da sociedade. Em meio a tudo isso, é preciso entender como funciona este vírus que tem provocado tanto estrago por todo o mundo.
“Sim, está todo mundo amedrontado achando que o vírus é um bicho de sete de cabeças, que é um monstro que veio para destruir a humanidade, por exemplo. Mas, é preciso primeiramente simplificar para tentar entender e compreender o que cada um de nós pode fazer para reverter isso”, pondera a médica dermatologista Dra. Hellisse Bastos.
Antes de mais nada, o que é vírus? Dra. Hellisse explica: “É uma molécula inorgânica, ou seja, não é considerado um ser vivo e não possui um metabolismo. Ele é somente uma partícula inanimada que possui um material genético chamado RNA. Ao entrar em nosso organismo, ela precisa de uma célula hospedeira para depositar seu material genético e se replicar”. Com isso, ela reforça, “depende muito das condições do nosso organismo para saber como será a reação diante daquele elemento que ‘invadiu” o corpo”, explica.
É neste momento que as atenções devem estar focadas: a situação do organismo da pessoa que acabou de entrar em contato com o vírus. “É aí que devemos ficar atentos para buscar o que faz um organismo ativar o sistema imunológico inato, assim ele possa ficar em alerta e destruir aquele ser estranho (vírus) que entrou nele”, destaca a médica. “Se a pessoa estiver com as melhores condições de saúde, o vírus não conseguirá se replicar em seu corpo”, ressalta.
Mas, o que fazer para ter a saúde em dia? A Dra. Hellisse reforça a necessidade e a importância de “ter hábitos de vida saudáveis e um equilíbrio de vitaminas e minerais no organismo. Hoje, já se sabe que quando a pessoa tem principalmente, as vitaminas D , C e outros micronutrientes em níveis ótimos adequados a longo prazo, ela terá o sistema imunológico mais eficiente”.
Por outro lado, sabemos que a obesidade é um fator de risco e é fundamental “controlar o excesso de açúcar e evitar os alimentos denominados ‘junk foods’, que além de causarem inflamações crônicas persistentes são as grandes causadoras da obesidade”. Pois é, Dra. Hellisse Bastos lembra que estes quilos a mais “é uma doença séria que faz com que o organismo fique inflamado, o que deixa a pessoa vulnerável a ter outras doenças”, enfatiza a médica.
Por isso, é tempo de se mudar a visão equivocada que a sociedade adquiriu sobre a obesidade: “É uma enfermidade que deve ser encarada como uma doença e não da forma discriminatória que ainda existe, como a se pessoa optasse por livre e espontânea vontade um direito de ser obesa. Na verdade, não é nada disso que acontece”, explica. “Este excesso de peso deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar formada por médico, nutricionista, educador físico e outros, por exemplo. Hoje além da equipe multidisciplinar para ajudar no processo de melhora do estilo de vida, temos procedimentos para ajudar a diminuir o ganho de gordura visceral, abdominal e no corpo como um todo, o que pode ajudar muito a pessoa a manter o sistema imunológico bem protegido, além de melhora da saúde , disposição, bem estar e autoestima ” reforça Dra. Hellisse.
Não é segredo para ninguém que a pandemia obrigou ao isolamento social e o distanciamento físico, mas, mesmo assim é fundamental que a pessoa mantenha seus hábitos saudáveis, mesmo neste cenário de tamanha dificuldade em buscar alternativas: “A pessoa deve focar em mudar o estilo de vida, fazer a suplementação de micronutrientes adequados para manter-se sempre saudável e praticar atividades físicas”.
Com essas dicas, Dra. Hellisse Bastos explica que o vírus não terá menos êxito na batalha contra o corpo: “Se ele aparecer e tentar formar a doença as chances de gravidade serão menores. É isso que as pessoas precisam saber, ou seja, mesmo com este cenário difícil, se a saúde estiver bem cuidada o vírus não vai causar estes grandes danos”, finaliza.
Ação civil pública foi movida em conjunto pelo MPRN e Defensoria do Estado
O Governo do Estado e o Município de Natal devem se abster de incluir ou modificar a ordem dos grupos prioritários de vacinação contra Covid-19 sem prévia autorização do Ministério da Saúde (MS). Trata-se de uma determinação judicial obtida em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e pela Defensoria Pública, visando ao cumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19 pelo Estado e Município.
Na ADPF 754, o Supremo Tribunal Federal decidiu que eventual alteração na ordem dos grupos prioritários só pode ser realizada pelo Ministério da Saúde e com apresentação de critérios técnico-científicos, epidemiológicos e índices de vulnerabilidade social. As doses são remetidas pelo Ministério da Saúde em quantitativos pré-definidos para os grupos indicados no Plano Nacional de Imunização, de forma que a alteração pelo Estado ou Município poderia prejudicar os grupos da fase 1 (idosos de 60 anos e mais institucionalizados, pessoas com deficiência de 18 anos de idade e mais institucionalizadas, trabalhadores de saúde, idosos de 75 anos e mais, quilombolas, indígenas, comunidades ribeirinhas) e 2 (idosos de 60 anos de idade e mais) que se encontram em processo de imunização.
A decisão ainda expressa que o Estado e o Município precisam divulgar amplamente na imprensa e em suas mídias sociais que a vacinação dos profissionais/trabalhadores de saúde contempla apenas aqueles que estão com vínculo ativo e efetivamente prestando serviços nos estabelecimentos públicos ou privados de assistência à saúde, vigilância à saúde, regulação e gestão à saúde ou nos serviços de interesse à saúde definidos pelo Ministério da Saúde (ILPIs, casas de apoio e cemitérios), uma vez que devem ser imunizados, no grupo prioritário, apenas os profissionais/trabalhadores de saúde que estejam efetivamente “envolvidos na resposta pandêmica nos diferentes níveis de complexidade da rede de saúde”.
Na ação civil pública, o Ministério Público e a Defensoria Pública não pleitearam a suspensão da vacinação dos profissionais/trabalhadores de saúde, mas apenas a adequação ao disposto no Plano Nacional de Imunização e no Ofício nº 57/2021 do Ministério da Saúde, uma vez que devem ser priorizadas a manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e efetivamente comprovada a maior exposição a risco de contaminação pelo coronavírus, não bastando apenas ter registro ativo em conselho de classe ou ter formação profissional em uma das profissões classificadas como de saúde.
Determinação para o Município do Natal
Para o Município de Natal, a ordem da Justiça é que não vacine as pessoas que não possuam vínculo ativo e que não estejam nos serviços de assistência à saúde, vigilância à saúde, regulação e gestão à saúde (estabelecimentos públicos ou privados de saúde) ou nos serviços de interesse à saúde expressamente elencados pelo Ministério da Saúde (cemitérios, casas de apoio e instituições de longa permanência). Também não deve vacinar pessoas do grupo de profissionais/trabalhadores de saúde autônomos com base apenas em autodeclaração e sem a apresentação do registro ativo no conselho de classe respectivo, devendo exigir, nesse caso, a apresentação de no mínimo três contratos de prestação de serviços de assistência à saúde ou três declarações de pacientes atestando a prestação/contratação dos serviços ou notas fiscais de prestação de serviços de assistência aos pacientes ou contrato de vinculação a planos de saúde privados.
Também está proibida a imunização, no grupo prioritário, de profissionais de saúde que, mesmo sendo habilitados em áreas de saúde, desempenham atividades exclusivamente acadêmicas, como professores ou pesquisadores (excetuados os que trabalham rotineiramente em laboratórios e hospitais) ou acadêmicos e estudantes da área técnica em saúde que não estejam em estágio hospitalar, em atenção básica, clínicas e laboratórios sem a apresentação de declaração do serviço de saúde ao qual esteja vinculado (o documento deve conter a indicação do curso da área de saúde e do local do estágio).
Igualmente fica vedado vacinar: profissionais/trabalhadores de saúde de áreas administrativas dos serviços de assistência à saúde, vigilância à saúde, regulação e gestão à saúde ou dos serviços de interesse à saúde que não exerçam atividade laboral com exposição ao risco, ainda que intermitente, de contaminação pelo coronavírus; trabalhadores de saúde do sistema funerário, do Instituto Médico Legal (IML) e do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) que não tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados
Outra medida imposta pela Justiça ao Município de Natal é que proceda a retenção de cópia de toda documentação comprobatória dos profissionais/trabalhadores de saúde para fins de fiscalização e auditoria.
O Município deve também complementar a autodeclaração do grupo dos profissionais/trabalhadores de saúde de modo que a pessoa que vai se imunizar declare, sob as penas da lei, o serviço de saúde ao qual está vinculada e o local de prestação deste, o tempo de exercício da atividade funcional/laboral, não sendo suficiente a mera apresentação de registro ativo em conselho de classe.
No que se refere à vacinação dos idosos, o Município deverá concluir, no prazo máximo de 30 dias, a aplicação da Dose 1 aos idosos acamados/domiciliados que ainda não foram imunizados e que estejam cadastrados no sistema eletrônico disponibilizado pela SMS/Natal ou em listas apresentadas pelos Distritos Sanitários e Unidades Básicas de Saúde de Natal; manter a estratégia de vacinação para os idosos acamados/domiciliados que se encontrem na mesma faixa etária e estejam registrados em listas dos Distritos Sanitários e Unidades Básicas de Saúde; estabelecer estratégias de vacinação em locais distintos, para os idosos e demais grupos prioritários.
A decisão judicial determina ainda que o Município deve ampliar os postos de vacinação para as Unidades Básicas de Saúde/Distritos nas áreas de maior vulnerabilidade social; aplicar, nos postos de vacinação, os protocolos sanitários de prevenção e controle da Covid-19, como forma de evitar a exposição das pessoas dos grupos prioritários a risco; obedecer às recomendações dos fabricantes das vacinas quanto ao intervalo de aplicação das doses para todos os grupos prioritários, como forma de evitar a perda ou redução da eficácia da primeira dose aplicada.
Há um ano que todo o Brasil vem enfrentando a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Sentimentos como incerteza e ansiedade tomam conta da maior parte das pessoas. Com o número crescente dos casos e figuras públicas perdendo suas vidas por conta da Covid, muitas acabaram desenvolvendo transtornos compulsivos e de ansiedade.
Os especialistas na área chegaram até a criar um novo termo para esses transtornos: “coronafobia”. Segundo a psicóloga Raissa Nóbrega, da Hapvida, a “coronafobia” é desenvolvida em virtude de algum ato, de forma desordenada e desproporcional ao momento vivido. “A pessoa acaba adotando comportamentos exagerados e compulsivos, lavando a mão de hora em hora ou criando um pânico ao pensar que precisa sair de casa”, explicou Raissa.
A psicóloga ainda alerta que, caso esses transtornos não tenham um acompanhamento correto , podem ser agravados , chegando a um quadro depressivo. Segundo estudos preliminares, em virtude da pandemia, muitas pessoas têm aumentado o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e substâncias lícitas ou desenvolvido um quadro de estresse.
“É provável que pessoas as quais tenham um quadro de ansiedade sofram mais com tudo isso. O que estamos percebendo é um aumento no número de pessoas apresentando sintomas de ansiedade como de depressão”, pontuou.
RECOMENDAÇÃO
Uma saída para o problema, na avaliação da especialista , é transformar essa nova realidade que estamos vivendo, a exemplo do uso de máscaras e álcool em gel, algo comum ao dia a dia. “As pessoas precisam entender que para diminuir o número de casos, cada pessoa precisa focar no seu cuidado pessoal diário, e na saúde física e mental. E também ter o cuidado com a higiene pessoal; como chegar em casa e trocar de roupa, limpar os objetos da rua, para assim manter a nossa segurança e de nossos familiares”, recomendou.
Em Boletim Epidemiológico emitido pela SESAD, nesta terça-feira, no município volta a constar caso ativo da doença
Levantamento divulgado pelo Portal G1 Rio Grande do Norte, nesta terça-feira (6), aponta São José como integrante de grupo formado por 11 municípios do Estado que até o momento não registraram mortes causadas pelo novo coronavírus. Os demais componentes da lista são: Bodó, Frutuoso Gomes, Galinhos, Jardim de Angicos, Lucrécia, Pedra Preta, Riacho de Santana, Santana do Seridó, Timbaúba dos Batistas e Vila Flor.
Em comum, todos os 11 municípios têm população menor que 5 mil habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020. Com população de 4.665 habitantes, a maior entre as 11 cidades, São José do Seridó registrou até o momento 377 casos de COVID-19. Duas dessas cidades, no entanto, atualmente, têm óbitos em investigação, que podem ou não confirmar a causa da morte por COVID-19: Lucrécia tem uma morte sendo investigada e Timbaúba dos Batistas tem três. Assim, os dois municípios podem sair dessa lista, caso haja confirmação de vítimas da doença.
“Estes dados nos alegram, pois mostram o resultado de nosso trabalho e de toda nossa equipe da saúde no combate a pandemia. Quando iniciamos nossa gestão o município chegou a ter 40 casos da doença, porém com o trabalho de conscientização feito por nossas equipes da vigilância sanitária, com a edição de quatro decretos por parte de nossa gestão, com a chegada das vacinas e com o reforço dado pela publicação de decretos estaduais, estamos conseguindo superar a COVID-19”, destacou o prefeito de São José do Seridó, Jackson Dantas, lembrando que o município passou seis dias sem nenhum caso ativo da doença; entre 30 de março e 05 de abril.
BOLETIM
A Prefeitura de São José do Seridó (PMSJS), através da Secretaria de Saúde (SESAD), volta a comunicar a população local sobre a situação epidemiológica de COVID-19 no município. Desta vez, os dados são referentes a esta terça-feira (6).
Os casos notificados chegaram ao patamar de 1001. Existem oito casos suspeitos e os confirmados somam 377. Ao todo são 616 casos descartados. Não há pacientes em situação de internação e não há nenhum caso de óbito.
No município existe apenas um infectado pela COVID-19; este segue em tratamento domiciliar. O número de munícipes recuperados soma 376. Existem 26 pessoas sendo monitoradas no momento. Casos monitorados são de pessoas que tiveram algum tipo de contato com terceiros que testaram positivo para a COVID-19.
André Gonçalves Zipperer, advogado, doutor em Direito, pesquisador da USP (Getrab), é professor da pós-graduação em Direito do Trabalho da Universidade Positivo. Divulgação
André Gonçalves Zipperer*
Em 1969, o economista Harold Demsetz escreveu um artigo denominado “Informação e eficiência: um outro ponto de vista” (tradução livre), no qual acusava seu colega Kenneth Arrow de adotar, em outro estudo, o que chamou de a “abordagem do Nirvana”. No artigo, o professor Demsetz cunhou a expressão “Falácia do Nirvana” para se referir a quem adota o ponto de vista do nirvana, ou mundo perfeito, para criticar o mundo real de alternativas reais.
Tal falácia cria uma falsa dicotomia que apresenta uma opção que é, obviamente, vantajosa. Essa solução é, ao mesmo tempo, completamente impossível. Aqui, a palavra nirvana é utilizada no contexto do Budismo, ou seja, um estado permanente e definitivo de beatitude, felicidade, plenitude e perfeição.
Assim sendo, ela ignora que qualquer proposta de possível melhora para determinado problema é, frequentemente, preferível em detrimento de uma outra solução que sequer possui meios de se concretizar. Via de regra, o interlocutor que se utiliza deste tipo de subterfúgio assume que, se uma ação não é a perfeita para um problema, ela não terá serventia. Ao utilizar a falácia do nirvana existe uma desqualificação de uma oposição à sua ideia, pois ela sempre será imperfeita.
Uma retórica próxima à falácia do nirvana é a falácia da solução perfeita, ou seja, a rejeição de todas as alternativas porque nenhuma delas atende os objetivos perfeitamente. Ela surge quando o interlocutor se recusa a pensar em termos de mudanças marginais (via de regra por conveniência ou por algum tipo de atitude egoística), comparando alternativas residuais com alternativas idealizadas, cuja perfeição é inatingível.
Essa retórica tem dominado as discussões em tempos de necessário afastamento social, segundo a popular postulação falaciosa: “estes movimentos de fechamentos do comércio e afastamento social não vão funcionar porque ainda vai existir contato no transporte coletivo ou no supermercado, não importa o que se faça.” A “falácia do ônibus lotado”.
A sua refutação é que a erradicação completa do contato e da aproximação social não é o resultado esperado. O objetivo é a redução desse fato ao se evitar o contato que não seja absolutamente necessário. Esses argumentos de senso comum quase sempre acompanham a postulação egoística para a aglomeração social que convenha ao interlocutor. Seja praia, bar, evento ou qualquer outro que lhe interesse.
A “falácia do ônibus lotado” também serve, com as devidas adaptações de linguagem, para inibir outras soluções marginais, como circulação restrita em certos horários, limite de frequência e outras – todas elas desservindo a uma solução porque sempre existirá… o ônibus lotado.
Sem entrar no mérito da infâmia que é comparar a utilização de única forma de transporte possível a um trabalhador que busca a sobrevivência a um momento de festa – a pretexto de encontrar uma justificativa ao segundo fechando os olhos aos efeitos coletivos de suas ações particulares – a atitude, além de egoísta (em direção à essência da maldade humana como Saramago procurou mostrar em “ensaio sobre a cegueira”), também mostra a apelação a uma alternativa que obviamente não é viável, a proibição do uso de transporte público ou o fechamento dos mercados, ou seja, a refutação da alternativa real em razão do não atingimento do ideal, como explicava Demsetz.
E, antes fosse somente uma falácia de senso comum a justificar atitudes dentro do interesse que caiba ao interlocutor, o discurso é usado para justificar atos que podem causar danos às pessoas, atos esses que são convenientemente abstraídos porque sempre vai haver um outro tipo de contato.
O momento requer empatia e cuidado. Em um mundo infestado de informações – verdadeiras, falsas, úteis, inúteis – no qual as pessoas parecem ter perdido o receio de construir discursos que causem dano a outros, desde que encontrem justificativa para isso, consciência, bom senso e responsabilidade são itens de primeira ordem.
*André Gonçalves Zipperer, advogado, doutor em Direito, pesquisador da USP (Getrab), é professor da pós-graduação em Direito do Trabalho da Universidade Positivo.
Mutações do vírus faz com que ele seja mais agressivo ao organismo e órgãos vitais
Há um ano os brasileiros estão enfrentando as mudanças impostas pelo novo coronavírus e de lá para cá, cerca de 11,5 milhões foram infectados e quase 280 mil perderam a vida no país em decorrência da pandemia. Após as festas de final de ano o contágio aumentou consideravelmente e passado período de carnaval, mesmo com a folia cancelada em todo o país; não foi diferente. Com isso, novas variantes estão se espalhando rapidamente pelo Brasil, atingindo cada vez mais pessoas e dificultando o trabalho de médicos e cientistas.
Um estudo divulgado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da região amazônica indica que a carga viral no corpo de indivíduos infectados com a P.1 pode ser até dez vezes maior. A P.1 é a variante brasileira do vírus, com mutações que tornam o coronavírus mais contagioso e mais resistente aos anticorpos, o que pode aumentar o número de casos e reinfecção da doença. Em Minas Gerais, novas variantes do vírus estão sendo investigadas
Segundo o cardiologista Augusto Vilela, a segunda onda do vírus requer cuidado redobrado, principalmente dos pacientes que apresentam comorbidades. “A pessoa que não apresenta problemas de saúde tem maior probabilidade de ser contaminada pelo vírus, devido a sua mutação e presença no organismo. Não podemos mais mensurar quem tem mais ou menos chance de ser contaminado. Pacientes que apresentam problemas cardíacos, diabetes e obesidade, por exemplo, devem ter um cuidado ainda maior, pois os efeitos do coronavírus no organismo estão sendo mais danosos, elevando as probabilidades do agravamento do estado de saúde do paciente e posteriormente, podendo levar à morte”, alerta.
Embora a vacina seja uma realidade, números divulgados pelas secretarias estaduais de saúde mostram que até o dia 01/03, 6.770.596 brasileiros receberam pelo menos a primeira dose; o que equivale a 3,2% da população. “A vacina não anula o uso de máscara e demais protocolos de prevenção que a população está orientada a seguir. A conscientização precisa ser de todos, independente da idade ou fator de risco. Com as mutações que o vírus vem sofrendo, dificilmente conseguiremos traçar quem tem mais ou menos chance de ser contaminado e para vencermos a pandemia, é preciso mais conscientização e entendimento quanto a gravidade do coronavírus”, completa o médico.
Impacto do coronavírus nos rins levou a um aumento nos procedimentos de diálise e hemodiálise durante a pandemia Créditos: Freepik
Rins estão entre os órgãos mais afetados pelo coronavírus; transplante é alternativa em casos de insuficiência renal crônica
Além das complicações no sistema respiratório, os rins também podem ser afetados pela Covid-19. Em casos mais graves da doença, pacientes podem apresentar complicações severas, principalmente diabéticos e com hipertensão, necessitando de hemodiálise ou diálise para recuperar a função dos rins, órgãos responsáveis por filtrar e eliminar as toxinas presentes no sangue.
De acordo com o nefrologista do Hospital Universitário Cajuru, Alexandre Bignelli, o impacto do coronavírus nos rins levou a um aumento nos procedimentos de diálise e hemodiálise durante a pandemia. “A Covid-19 pode afetar direta ou indiretamente os rins causando insuficiência renal. Nos pacientes que já têm algum grau de deficiência renal pode complicar, levando a falência definitiva e aumento da mortalidade, principalmente nos pacientes que já estão em diálise”, afirma Alexandre.
Uma ampla pesquisa conduzida pelo Centro de Estudo, Pesquisa e Inovação (CEPI) dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em parceria com a PUCPR, já havia indicado que a Covid-19 é uma doença vascular. E que os mecanismos da lesão do vírus nos vasos do pulmão também podiam ser encontrados nos vasos do coração e dos rins. As complicações podem ser ainda mais severas em pacientes que apresentam quadro de diabetes e hipertensão. Esse é o caso do economista José Augusto Rakssa, de 67 anos, que ainda tem a obesidade como terceira comorbidade. José ficou internado na UTI do Hospital Marcelino Champagnat por complicações da Covid-19. A filha do economista, Francine Costa Rakssa, conta que o pai não tinha problemas no rim até ser infectado pelo vírus. “Mesmo com diabetes e hipertensão, ele não tinha nenhum quadro renal antes de ser infectado pela Covid-19. Mas depois de ter contraído o novo coronavírus, ele precisou fazer diálise e até teve uma parada cardíaca por causa das complicações. Mas, graças ao trabalho de todos os médicos, ele se recuperou bem”, conta.
O coordenador do serviço de Nefrologia do Hospital Marcelino Champagnat, Rafael Weissheimer, explica que ainda não existe um medicamento específico para lesão renal. “Ainda não sabemos exatamente se os achados principais da chamada ‘necrose tubular aguda’ são resultantes das complicações causadas pelo novo coronavírus ou das doenças preexistentes que o paciente já tinha. É do nosso conhecimento que manter as doenças crônicas controladas é fundamental para evitar a piora no quadro da Covid-19”, avalia
Após 80 dias na UTI, José está em casa, se recupera bem das sequelas pós-Covid e não entrou para as estatísticas de pacientes com diabetes e hipertensão que tiveram perda total das funções dos rins. Segundo Alexandre, cerca de 70% dos pacientes que têm falência renal e acabam precisando de um transplante apresentam essas comorbidades. “Quando o rim tem uma taxa de filtração de 15 ml por minuto, ou seja, quando os rins estão abaixo de 15% da sua capacidade, é indicado o transplante renal por ser uma situação irreversível, considerada uma doença renal crônica”, afirma.
Esse foi o caso da fotógrafa Priscilla Fiedler que aos 40 anos precisou de um transplante renal, ainda antes da pandemia. Ela conta que sempre mantinha uma vida social ativa e não apresentava nenhum quadro de saúde preocupante. “Eu nunca senti nenhum sintoma ou dor. Nem pressão alta ou diabetes eu tinha. Até que, com 40 anos, eu comecei a sentir falta de ar. Foi quando eu fiz exames e a médica me levou às pressas para o hospital”, afirma.
A fotógrafa apresentava um quadro grave de insuficiência renal e precisou fazer diálise no Hospital Universitário Cajuru três vezes por semana durante 6 meses. Priscilla conta que o diagnóstico foi um choque, mas a melhor notícia chegou um dia após o seu aniversário. “No começo foi difícil, mas sempre mantive a positividade. Um dia depois do meu aniversário o médico me ligou para dizer que tinha um doador compatível para que eu pudesse fazer o transplante dos rins. Eu corri para o hospital. Foi o melhor presente que eu poderia ganhar. Hoje, três anos depois, a minha qualidade de vida é outra! Continuo me cuidando, evitando alimentos gordurosos e fazendo atividade física. Mas, desde que recebi o transplante, sou uma nova pessoa”, comemora.
Doação de órgãos
O Paraná é o Estado com maior taxa de captação de doador falecido do país, chegando a 40 doadores por milhão. Na maioria dos estados, a doação é abaixo de 15 doadores por milhão. O Hospital Universitário do Cajuru também é referência em transplante no Paraná pelos resultados positivos. A sobrevida do enxerto e do paciente fica entre 90% a 97%. As doações de rim podem ser feitas de duas formas, tanto paciente falecido por morte cerebral, quanto doador vivo com compatibilidade.
Para os pacientes com doenças renais, a orientação é continuar com os procedimentos como diálise e hemodiálise mesmo durante a pandemia. Além disso, é necessário manter o uso de medicações, seguindo as indicações do médico responsável e, em qualquer sintoma gripal, informar à equipe médica.
Sobre o Hospital Universitário Cajuru
O Hospital Universitário Cajuru é uma instituição filantrópica com atendimento 100% SUS. Está orientada pelos princípios éticos, cristãos e valores do Grupo Marista. Vinculado às escolas de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), preza pelo atendimento humanizado, com destaque para procedimentos cirúrgicos, transplante renal, urgência, emergência, traumas e atendimento de retaguarda a Pronto Atendimentos e UPAs de Curitiba e cidades da Região Metropolitana.
A arqueóloga Joana Freitas tem vindo a analisar o contexto epidêmico em termos de mudança social, acreditando, numa primeira etapa, que alguma mudança ia ocorrer.
“Tendo decorrido cerca de sete de meses desde o início da pandemia, escrevia que as ilusões sobre possíveis aprendizagens se iam desvanecendo. Esta pandemia que começou por ser entendida como um ponto de ruptura, como algo que anunciava um novo normal, uma paragem forçada que nos daria refletir; rapidamente se perdeu pelas expectativas.”, refere Joana Freitas.
Trilhavam-se os primeiros desafios epidêmicos e, como refere a própria, talvez por ingenuidade ou por alguma réstia de esperança pensou que o mundo ia finalmente mudar de paradigma. Se pouco acreditava nisso no final do ano, neste momento não tem qualquer dúvida: “não mudou, não quer sequer mudar e o que mudou foi para pior.”, refere.
O esquecimento dos ensinamentos passados parece ser recorrente no percurso da humanidade.
” A nossa sociedade, ainda mais depressa do que o normal, revelou que a sua capacidade de “esquecer” se processa de forma muito veloz. A vontade de voltar à velha rotina rapidamente matou a esperança do nascimento de uma nova consciência coletiva. Arranjamos todos os meios para nos adaptarmos e dessa forma possamos retomar os velhos hábitos. Vivemos num mundo doente mas que parece querer continuar nele. Vivemos a pandemia da covid-19 e outras em simultâneo, principalmente de egoísmo e ignorância.”, referiu a arqueóloga em setembro passado.
Um ano depois do início da covid-19, Joana Freitas refere que “tem a noção absoluta que falhamos mais uma vez. Ao mundo e a nós próprios. Falhamos com a mudança necessária, falhamos com a aprendizagem. Apenas não falhamos com o egoísmo e com o esquecimento. Mais uma vez.”, concluí.
Contribuindo com o enfrentamento da pandemia da covid-19, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) iniciou há um ano uma força-tarefa para auxiliar o estado na realização de testagem. Nesta terça-feira, 30 de março, o Instituto de Medicina Tropical (IMT-UFRN) alcançou um total de 100.305 exames, sendo 92.180 somente do tipo RT-PCR (swab).
Entre as diversas ações desenvolvidas pela UFRN, a realização dos testes para diagnóstico da covid-19 é uma iniciativa que conta com o trabalho voluntário de servidores e estudantes de vários setores da Universidade, como o IMT, Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Escola Multicampi de Ciências Médicas do RN (EMCM), Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), além do apoio do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).
Para o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, as ações desenvolvidas pela instituição reforçam a missão social das universidades públicas. “Reiteramos o compromisso da UFRN em apoiar nosso estado no enfrentamento da pandemia. Durante o último ano, diversas iniciativas foram realizadas em benefício da população. Isso é fruto da dedicação da comunidade universitária, que vem atuando de forma voluntária com espírito de solidariedade”, considera o gestor.
Na mesma perspectiva, a diretora do IMT-UFRN, Selma Maria Bezerra Jerônimo, considera que o esforço realizado nos últimos 12 meses é uma resposta da academia, que vem trabalhando de forma multidisciplinar. Um exemplo é a parceria com o Instituto Metrópole Digital (IMD), que criou um sistema de banco de dados para facilitar o acompanhamento das informações coletadas e para dar visibilidade rápida aos resultados dos testes laboratoriais.
“Esse sistema foi rapidamente aprimorado e continua em modificação, permitindo que os serviços de saúde tenham os resultados em menos de 24 horas, chegando inclusive a serem liberados em menos de 10 horas. Com isso, o RN é um dos poucos estados onde o acesso aos resultados dos exames tem essa agilidade, principalmente, nos serviços públicos”, opina Selma Jerônimo. Leia mais.