Dor de cabeça e no corpo, congestionamento nasal e sintomas que se assemelham aos de uma gripe forte. Foi isso que a aposentada Beatriz de Fátima, de 58 anos, sentiu ao ser infectada com covid-19 por volta do dia 9 deste mês. Moradora de Brasília, ela engrossa os dados do último boletim InfoGripe, publicado semanalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que alerta para o crescimento de casos de Covid-19.
O aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à Covid-19 é observado nos estados do Sudeste e Centro-Oeste do país, com destaque para Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Desde o início da pandemia, o Brasil teve mais de 37 milhões de casos confirmados, e acumula mais de 705 mil mortes.
Incidência nas cidades
Segundo dados do Ministério da Saúde, as cidades com maior número de casos de covid-19 acumulados são o Rio de Janeiro (1.347.957), seguido por São Paulo (1.187.714) e Brasília (914.263). As mesmas capitais são as com maior número de mortes, com diferença que São Paulo (45.309) teve mais casos fatais que o Rio (38.351), e neste quesito Brasília (11.895) quase empata com Fortaleza (11.877).
Algumas cidades registraram menos de 50 casos no sistema do Ministério da Saúde desde o início da pandemia. É o caso de Boa Vista do Gurupi, no Maranhão (16), Pedro Teixeira, em Minas Gerais (25) e Sebastião Barros, no Piauí (29). Junto com a cidade mineira Pedro Teixeira, algumas outras também não registraram nenhum óbito, como Flor do Sertão, em Santa Catarina, e Novo Tiradentes, no Rio Grande do Sul.
Moradora de Brasília, a terceira cidade com mais casos registrados, Beatriz descobriu a doença por meio de um teste de farmácia, e acredita que não ter tomado as doses de reforço da vacina fez com que tivesse sintomas mais intensos. “Foram três dias bem ruins, dois dias com crise mais intensa. Daí eu fiquei em isolamento social e doméstico por nove dias, repeti o teste, deu negativo, e aí eu voltei à vida normal. Eu não tomei as doses de reforço da Covid, eu só tomei três doses. Eu acho que foi até por isso que eu tive esses sintomas tão fortes”, relata.
Vacinação
O diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, reforça a percepção de Beatriz, e explica que tomar a vacina ajuda a evitar complicações. “A vacina protege contra formas graves da doença, evita que a pessoa evolua para formas que demandem por exemplo internação, intubação, ventilação mecânica, e sem contar que diminui o risco de a pessoa morrer”, explica.
Segundo dados do Vacinômetro do Ministério da Saúde, já foram mais de 517 milhões de doses de vacina monovalentes aplicadas, e 29 milhões de doses bivalentes. Desta última, a taxa de cobertura vacinal no país está em 16,23%. Apenas São Paulo e Distrito Federal já imunizaram mais de 20% da população. Entre os estados que menos vacinaram estão Roraima, Mato Grosso e Rondônia, em que apenas 7% da população tomou a dose bivalente.
O vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, o médico infectologista Estevão Portela Nunes, reforça a importância de completar a imunização, especialmente os grupos mais vulneráveis. “Quem está com vacinação incompleta, principalmente quem não tomou a bivalente esse ano, principalmente se forem pessoas de maior risco, então pessoas acima dos 60 anos, com comorbidades, pessoas com grau de imunossupressão, essas pessoas têm que vacinar. Porque certamente protege muito em relação a formas graves”, recomenda.
Infectados devem se isolar
A Covid-19 vem perdendo força, contudo, ainda é importante ter cuidado em casos de infecção para evitar a disseminação do coronavírus, que tem novas variantes, como explica o infectologista Julival Ribeiro. “O vírus da covid continua circulando no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil. Nós estamos com a variante chamada EG5, conhecida como Éris. Ela é altamente transmissível, entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, ela não tem o impacto de outras variantes em relação às pessoas serem hospitalizadas e mesmo vir a óbito”, diz.
A recomendação para quem apresenta sintomas da doença é retomar o uso da máscara ao procurar uma Unidade de Saúde. Independente da variante, é importante ficar isolado, como detalha o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti. “Se a pessoa apresentar sintomas gripais e confirmar Covid-19 e não estiver evoluindo para formas graves, o isolamento é de sete dias. Se a pessoa no quinto dia fazer um segundo teste e esse segundo teste for negativo, ela pode sair do isolamento neste quinto dia”.
A melhor forma de prevenção contra complicações da Covid-19 é a imunização. Neste ano, o Ministério da Saúde estendeu a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12 anos de idade. Para ter acesso à vacina é só procurar o posto de saúde mais próximo.
O Ministério da Saúde recomenda que crianças de 3 e 4 anos de idade tomem uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Em nota técnica, a Pasta orienta a utilização do imunizante da Pfizer para reforçar a proteção desta faixa etária contra a doença. No entanto, nos casos de indisponibilidade da vacina da Pfizer, a CoronaVac pode ser utilizada novamente. Mesmo quem perdeu o prazo recomendado, deve procurar um posto de vacinação
A nota técnica destaca que a vacinação com doses de reforço evita infecções graves pela doença, hospitalizações, síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e óbitos, além de complicações e condições pós Covid-19. O reforço é recomendado às crianças que completaram o esquema vacinal primário, isto é, receberam a primeira e a segunda dose da vacina CoronaVac. O uso emergencial do imunizante em crianças de 3 a 5 anos de idade foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho de 2022.
“Após a observação de eficácia e segurança de países que recomendaram a dose de reforço das vacinas contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos e diante do cenário epidemiológico ainda incerto em relação aos casos de covid-19, bem como, evidências demonstrando redução da resposta protetora do esquema de 2 doses para a variante Ômicron nesta população, há de se considerar a recomendação da dose reforço para crianças de 3 e 4 anos de idade que receberam duas doses da vacina CoronaVac”, diz a nota técnica.
O infectologista do Hospital das Forças Armadas (HFA) Hemerson Luz destaca que a evolução do coronavírus é diferente quando comparadas pessoas vacinadas e não-vacinadas. Ele explica que o vírus precisa encontrar “brechas” para continuar se desenvolvendo, o que acontece em grupos que não foram devidamente imunizados.
“O objetivo do reforço da vacina contra a covid-19 em crianças é protegê-las contra os casos mais graves e óbitos. A maior parte das crianças internadas com síndrome respiratória grave tem origem na covid-19. Estudos indicam que a vacina de reforço aumenta os níveis de anticorpos neutralizantes aumentando a eficácia e as defesas contra a doença”, afirma o especialista.
O Ministério da Saúde afirma que os quadros de Covid-19 em crianças e adolescentes costumam ser mais leves que em adultos. Entretanto, isso não significa que essa faixa etária esteja isenta de apresentar formas graves e letais da doença. Segundo a Pasta, 850 óbitos de SRAG foram registrados em 2022 nesta parcela da população.
Desde fevereiro de 2020, quando o primeiro caso foi identificado no país, até o final de 2022, mais de 56 mil crianças e adolescentes foram hospitalizados com Covid-19. Mais de 3,5 mil óbitos de SRAG por covid-19 nesta faixa etária foram registrados. Hemerson Luz ressalta a importância da vacinação.
“Vivemos um momento de esfriamento da pandemia, porém ela não acabou. A vacina vai conter o surgimento de casos mais graves, diminuir a disseminação e proteger as pessoas que pertencem ao grupo de risco”, pontua.
Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que, nos primeiros dois anos da pandemia, foram registradas duas mortes de crianças de até cinco anos por dia no Brasil, causadas pela Covid-19. Segundo a Fiocruz, até janeiro de 2023 apenas cerca de 39% da população infantil de 3 a 11 anos finalizaram o esquema vacinal no país. Sueli Souza, técnica em enfermagem e mãe do Davi, de 5 anos, defende a vacinação e afirma que o pequeno vai tomar a dose de reforço.
“Eu acho muito importante a vacinação contra a Covid porque ela reduz a transmissão da Covid, reduz os casos da doença. Eu vacinei com a primeira e segunda dose, ele não teve nenhuma reação. E eu acho importante. Irei vaciná-lo porque acho muito importante vacinar nossos filhos”, afirma.
Desde o início da pandemia, o Brasil registrou 36.932.532 casos da doença e 697.674 óbitos foram confirmados.
O novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo Alvim, discursa, durante a cerimônia de transmissão de cargo, no Auditório Renato Archer, na sede do Ministério.
A Spin-tec, a primeira vacina contra a Covid-19 desenvolvida com tecnologia e insumos totalmente nacionais, começou a ser testada em humanos. O imunizante foi desenvolvido no centro de tecnologia de vacinas, da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz .
O governo federal investiu 16 milhões de reais nos estudos para a produção do imunizante brasileiro. A produção também contou com recursos do governo do estado. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, comenta a iniciativa que conta com parceria pública e acadêmica.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
Um dos piores sintomas do COVID também é o mais incompreendido: Dr. Fabiano de Abreu Agrela discorre sobre a névoa cerebral, ainda pouco compreendida, mas que se assume preocupante
A névoa cerebral é um distúrbio da função executiva que torna as tarefas cognitivas básicas difíceis. É como não conseguir entender, interpretar o básico e perceber que parece que perdeu a sua inteligência. É como se a pessoa não enxergasse nada, nem mesmo aqueles pensamentos que eram sonhos ambulantes de um cotidiano.
De acordo com o Pós PhD Neurocientista Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a névoa cerebral não está diretamente ligada à ansiedade ou depressão, sendo consideradas outras razões, fatores adjacentes como a Covid-19. Conforme ele, essa névoa também é constatada em pacientes com HIV, epiléticos após convulsões, pacientes com câncer/cancro que experimentam a quimioterapia cerebral, pessoas com fibromialgia e algumas outras doenças crônicas.
“Esta faz parte do critério diagnóstico da Encefalomielite Miálgica/Síndrome da Fadiga Crônica (ME/CFS). Uma das razões está no região frontal do cérebro, parte relacionada ao foco atencional, comprometida segundo estudos, assim como na recuperação da memória, mas também em todo o circuito que participa do processo cognitivo. A névoa é, também, um tipo de inflamação que ocorre no líquido cefalorraquidiano. Pessoas com Covid que apresentaram maiores sequelas cerebrais apresentaram inflamação e também grandes níveis de citocinas no líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal, relação entre o sistema imunológico e o sistema nervoso”, argumentou.
Fabiano explica que o líquido cefalorraquidiano (LCR) atua como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal, outra função é fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos.
Ainda conforme ele, há também a participação dos astrócitos, células da glia que trabalham como suporte neuronal e estão relacionadas aos processos de memória. Ao ser infectado pelo vírus da Covid-19, danifica a barreira hematoencefálica, modificando a sua permeabilidade. “Ao parasitar o nervo olfativo, o caminho percorrido pelo vírus termina no cérebro afetando o tecido cerebral invadindo as células”, discorreu.
Fabiano explica que os principais sintomas da névoa cerebral estão:
– Redução na velocidade de raciocínio, aprendizagem e resolução de problemas;
– Dificuldade de concentração e para finalizar uma tarefa;
– Lapsos de memória recente (como não lembrar onde deixou o carro, datas, senhas…).
Também conforme o neurocientista, o programa/tratamento para pacientes neste caso incluem:
– Terapias para tratar os sintomas;
– Técnicas para ajudar os pacientes a lidar;
– Estratégias para gerenciar as atividades diárias;
“A maioria das pessoas com névoa cerebral não é tão severamente afetada e melhora gradualmente com o tempo. Alguns casos, demoram e outros pode não recuperar 100%”, finalizou.
Rebeca Almeida e José de Paiva Rebouças – Agecom/UFRN
Fotos: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN
O Brasil já registra mais de 685 mil mortos pela covid-19 e mais 34,5 milhões de infectados. No momento mais crítico da pandemia, ouvíamos notícias de milhares de mortes por dia e sentíamos esse drama na pele com a perda de familiares, amigos ou conhecidos. Depois da vacina, que demonstrou resultados logo nas primeiras doses, com maior eficiência após as doses de reforço, o índice de óbitos diminuiu significativamente, a ponto de os órgãos de saúde flexibilizarem as medidas de biossegurança. Hoje são raras as pessoas que andam de máscara ou comentam sobre o coronavírus no seu dia a dia. Acontece que ainda não foi decretado o fim da pandemia e muita gente continua morrendo todos os dias no mundo e no Brasil.
De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa, formado pelo G1, O Globo, Extra, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e UOL, a quantidade de mortos pela doença tem diminuído peremptoriamente, mas a média móvel nacional ainda é de 79 óbitos por dia. No dia 7 de setembro, por exemplo, a média era de 94 óbitos apurados. Em agosto, era 128. Contudo, ainda que a redução seja representativa, se considerarmos o último índice observado (79 mortes/dia) e multiplicarmos por 30 (referente a um mês), chegamos a mais de 2.300 mortes em consequência do vírus.
Diante disso, uma das questões a que se deve dar foco é: quem são essas vítimas? A infectologista Eveline Pipolo Milan, professora do Departamento de Infectologia da UFRN e médica no Hospital Giselda Trigueiro, referência para doenças infectocontagiosas no RN, explica que as principais vítimas são pessoas não vacinadas ou parcialmente vacinadas com 1 ou 2 doses e pessoas portadoras de sérias comorbidades descontroladas, como doenças cardiovasculares, renais e diabetes. “O que vemos hoje é que esse perfil de paciente, quando contrai covid, descompensa a doença ou doenças de base e, muitas vezes, vai a óbito mais pelo agravamento daquela doença que já era descontrolada e que se agravou pela covid”, complementa.
O RN é um dos 15 estados em queda de novos casos, segundo o levantamento do Consórcio de Veículos de Imprensa. Ion de Andrade, médico epidemiologista e professor e pesquisador da Escola de Saúde Pública do RN, explicou que a prevenção segue três fases: a prevenção primária, que consiste em evitar que as pessoas adoeçam, a prevenção secundária, que é o fornecimento de tratamento adequado caso a pessoa tenha sido contaminada, e a prevenção terciária, que é a reabilitação do paciente.
Ion alerta que, apesar da situação, o Brasil não definiu o quantitativo de leitos críticos que deve permanecer aberto para o caso de repique da covid, ou seja, o que deve ficar disponível caso venha a subir a média de casos e mortes. Se isso acontecer, mesmo com a experiência adquirida durante esses dois anos, as medidas adotadas seriam feitas de maneira improvisada.
“Há muitas questões que não estão dadas, mas que foram respondidas para outras doenças que são base para o funcionamento do SUS, como a aids e a tuberculose. Hoje a OMS (Organização Mundial de Saúde) já atestou a eficácia de alguns medicamentos para o controle de casos graves de covid, porém: esses medicamentos estão disponíveis? Se a pessoa adoecer, ela irá poder se tratar de maneira fácil? Além disso, ainda há a questão do diagnóstico, que se tornou muito fácil por causa dos testes de farmácia, mas a nossa população pobre tem acesso? Ela pode, tão facilmente quanto as pessoas de renda mais alta, se diagnosticar? Portanto, do ponto de vista da prevenção, ainda estamos muito atrás”, coloca o médico.
Na visão do especialista, estamos vivendo os ganhos da imunização, o que significa que os casos de covid que continuam acontecendo são, na maioria, casos leves, que não levam a internamentos ou óbitos. “A proporção de casos graves e caso totais se tornou muito menor em função da vacinação, portanto isso sublinha a importância da adesão. Essa é a principal ferramenta, hoje, para nós termos a covid-19 sob certo controle, comparativamente ao que foi nos anos anteriores quando as vacinas não estavam disponíveis” indica.
Eveline confirma que o número de casos, internações e óbitos foi caindo ao longo do tempo graças, principalmente, às vacinas aplicadas. Ion de Andrade também compartilha do mesmo pensamento e explica que, se olharmos os gráficos dos óbitos, a quantidade diminuiu muito, assim essas mortes se tornam menos visíveis à população porque atingem um número menor de pessoas. “Enquanto atualmente são centenas, elas já foram muitos milhares, portanto a magnitude não é a mesma, mas ainda é uma doença muito impactante quanto ao número de óbitos. É importante que se saiba que a covid veio para ficar e vai demorar muito para que isso seja uma página virada, o vírus continua circulando e pessoas continuam morrendo” finaliza.
Média móvel
A média móvel de casos é calculada a partir da soma da quantidade de casos registrados em sete dias consecutivos e a divisão dessa quantidade por sete. Já a variação de casos é realizada levando em conta a variação da média móvel dos últimos 14 dias. Ambos os cálculos são feitos para todo o Brasil, ajudando a visualizar o panorama geral de cada local. Esses cálculos são necessários para o repasse mais preciso de informações para a população e para as unidades de saúde dos estados.
A média móvel é um cálculo criado para repassar à população o número de casos de covid-19 após o começo da pandemia, feito pelo Consórcio de Veículos de Imprensa, como resposta à decisão do governo de restringir, a partir de junho de 2020, os dados sobre a covid-19. Com essa forma de calcular, é possível ver com mais clareza os estados que estão em alta, em queda e estáveis em relação aos novos casos do coronavírus.
Memória
Os primeiros casos de pacientes com coronavírus foram confirmados em 31 de dezembro de 2019 na China e, após análise da OMS, foi constatado o vírus e a nova doença, nomeada de covid-19. Logo depois da descoberta do vírus, ele rapidamente se espalhou pelos cinco continentes e causou milhões de mortes pelo mundo. No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado no dia 26 de fevereiro de 2020 pelo Ministério da Saúde (MS). No dia 27, o então ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta, realizou uma coletiva de imprensa afirmando que o protocolo adotado pelo Ministério não seria alterado, explicando que não seria possível fechar fronteiras. “É uma gripe. Como todo vírus, a medida de melhor controle é por etapas, é termos agilidade (no diagnóstico)”, afirmou durante a coletiva.
No dia 22 de janeiro de 2020, foi ativado no Brasil o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o novo coronavírus (COE Covid-19), estratégia prevista no Plano Nacional de Resposta às Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde. Com muita cautela, o governo criou passos para monitorar o vírus, mas demorou a tomar medidas de segurança reais para a população. Eveline Pipolo destacou a rápida propagação da doença. “Todo agente infeccioso de transmissão respiratória tem essa tendência de propagação rápida. Daí a necessidade, diante da ameaça de uma pandemia, da implementação urgente de medidas enérgicas nas fronteiras”, relatou.
De acordo com ela, as medidas preventivas no Brasil demoraram muito para serem estabelecidas. “Lembro nitidamente quando Itália e Espanha se tornaram o epicentro da doença, um grupo de amigos meus encontrava-se de férias na Espanha. Eu os orientei a permanecerem em quarentena de 14 dias quando voltassem ao Brasil, mesmo que estivessem assintomáticos. Na época, tínhamos pouquíssimo acesso aos testes. Pois bem, meus amigos seguiram minhas recomendações, mas eles relataram que não foi dada nenhuma orientação na aeronave nem nos aeroportos por onde passaram. Perceba que, se medidas de bloqueio tivessem sido tomadas de forma precoce, o vírus não teria se propagado tanto”, relembra.
O papel da UFRN
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) teve papel importante na luta contra a covid-19 no RN. Seus pesquisadores participaram das ações de combate ao novo vírus desde a preparação do primeiro protocolo de atendimento para casos suspeitos, assim como na realização de testes, no primeiro momento da pandemia, auxiliando o estado a atender uma demanda crescente e necessária. Foram mais de 100 mil exames, a maioria custeada com recursos próprios ou por meio de parcerias institucionais, realizados pelo Instituto de Medicina Tropical (IMT/UFRN), com auxílio de diversas outras unidades acadêmicas. A Universidade teve participação significativa, ainda, em várias ações e pesquisas envolvendo o desenvolvimento de vacinas e outras alternativas de imunização da doença.
A UFRN colaborou também com a produção de álcool 70%, com o teleatendimento, confecção de máscaras, e a elaboração de uma série de medidas e material didático ou informativo para auxiliar as pessoas a compreenderem a realidade pós-covid-19. O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) desenvolveu uma série de ferramentas digitais fundamentais para o acompanhamento dos casos e do próprio tratamento. Além disso, foram inúmeros os profissionais que assumiram a linha de frente, atuando dentro e fora dos hospitais universitários. Parte significativa do trabalho da UFRN neste período tem sido registrada em seu portal institucional e concentrada no Hotsite Coronavírus.
Haverá nova onda?
O repique da covid assombra a população, porém, Ion de Andrade afirma que uma nova onda só poderia acontecer, com a gravidade que aconteceu no início, se a imunização perdesse sua capacidade de proteção. “Se a imunidade viesse a cair e as pessoas precisassem ser novamente vacinadas, de forma que esses dois componentes remeteriam à adesão da população a uma nova rodada de vacinação, caso viesse a ser necessário, e futuramente à adoção de novas políticas restritivas”, diz.
O médico complementa que a população vive mais tranquila depois de comprovado que pessoas vacinadas apresentam a doença de forma mais leve. Ele elogia os laboratórios que disponibilizaram o fármaco por serem honestos em dizerem que a proteção não era total. “Elas protegem, em média, 95% das formas graves da doença, mas significa que 5% dos doentes podem estar imunizados e desenvolver formas graves. Mesmo assim, a covid se torna menos agressiva aos olhos da população” pontua o médico.
Ion explica ainda que, mesmo que 5% seja um número baixo, enquanto o vírus circular de maneira intensa, há sempre pessoas contraindo a doença, mesmo vacinadas, e evoluindo para formas graves, principalmente se houver uma parcela que ainda não aderiu à vacinação, já que ainda não foi apresentada tecnologia que previna 100% dos casos graves.
A rapidez com que os imunizantes foram elaborados criou receio em parte da população, principalmente com o espalhamento de informações invalidadas pela OMS. O Brasil, que é referência mundial, participou ativamente das pesquisas para elaboração de vacinas, desde a Coronavac, do Instituto Butantan, até a Oxford-Astrazeneca que contou com a colaboração de sete pesquisadores nossos que ajudaram na realização dos testes. Além de ser testada na África do Sul e no Reino Unido, cerca de dez mil brasileiros foram voluntários no estudo duplo-cego. A professora Eveline Pipolo, que também integra o Centro de Pesquisas Clínicas (CePCLIN), integrou esse trabalho, colocando Natal e o Rio Grande do Norte entre os protagonistas.
“Em agosto de 2020, eu fui contactada pela doutora Sue Ann Costa Clemens, líder do Brasil nos estudos relacionados à vacina da Oxford. O estudo já havia sido iniciado nos centros de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, mas era necessário ampliar o número de voluntários envolvidos, então ela nos identificou e, em 15 dias, nos organizamos para dar início a esse estudo. Ele incluiu 1.534 pessoas, que foram acompanhadas até o início de 2022. A pesquisa começou no nosso centro, na CePCLIN, em setembro e, em janeiro, já tínhamos o resultado do êxito da vacina e a aprovação em caráter emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o início da vacinação”.
Eveline conta que o estudo foi um grande desafio, pois a equipe nunca havia participado de algo tão robusto, com a participação de tantos voluntários e em tão pouco tempo. “Com mais de 100 pessoas envolvidas, estava sentido uma satisfação e orgulho enorme por participar do estudo de uma vacina concebida, planejada e criada por uma universidade de renome mundial, a Universidade de Oxford. Nos enche de satisfação saber que fizemos parte de algo tão grande. Foram meses de trabalho árduo, com pouquíssimo contato com a família. A gente começava a trabalhar às 7h e, muitas vezes, chegávamos em casa às 22h”, compartilha a infectologista.
Além do destaque nesse processo, Natal ainda foi responsável por outra medida durante o período pandêmico. O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) elaborou a Plataforma ADA para Integração da Pesquisa Clínica no Brasil. A ferramenta cataloga e integra os voluntários imunizados para o maior controle de aplicação do imunizante no período de testes nos centros responsáveis no Brasil. Na solenidade realizada para comemorar a criação do ADA, Esaú Custódio, diretor do Centro de Pesquisa Integrada do Hospital do Servidor, no Rio de Janeiro, pontuou a importância da criação do site. “Todos os centros de pesquisa no país estavam procurando uma solução para o problema. Levamos a demanda ao LAIS no dia 1º de outubro e, no dia 26, todos os voluntários que participaram dos estudos no nosso centro estavam devidamente cadastrados”, explicou. LEIA NO PORTAL UFRN
Assim como precisamos fazer ogerenciamento de resíduos para conquistarmos a chance de um futuro com menos poluição e prejuízos, também devemos cuidar de doenças como ansiedade e depressão, que aumentaram após a pandemia.
São muitas preocupações com possíveis aumentos nas condições de saúde mental, tanto que 90% dos países onde essa pesquisa foi feita, incluíram a saúde mental e o apoio psicológico em seus planos referentes à COVID-19. Quer entender melhor sobre o tema? Então, vem com a gente!
Vários fatores de estresse
Uma das principais explicações para o aumento é o estresse sem precedentes causado pelas condições referentes ao isolamento social. Além disso, as pessoas não podiam ir trabalhar, se juntar com seus parentes ou ir para festas, shopping center etc.
Solidão, medo da morte e sofrimento são preocupações recorrentes. Coloque nesta balança a crise econômica que, atualmente, levou nosso país de volta ao índice de miséria da ONU. E quem poderia ajudar está mais preocupado com decisões particulares.
Entre os profissionais de saúde, a exaustão tem sido um importante gatilho para o pensamento derrotista. Desta forma, é correto dizer que um tratamento humanizado é tão fundamental quanto a manutenção predialnum condomínio.
Jovens e mulheres são os mais atingidos
Há diversas pesquisas que corroboram o quão abrangentes foram os impactos do COVID-19 na saúde mental e nos serviços. Os mais afetados foram os jovens e as mulheres.
Os dados também sugerem que pessoas com transtornos mentais pré-existentes não parecem ser desproporcionalmente vulneráveis à infecção por COVID-19.
No entanto, quando essas pessoas são infectadas, elas estarão mais propensas a sofrer hospitalização, agravamento das doenças que chegam atreladas ao COVID e morte, em comparação com aquelas que não têm transtornos mentais.
Quando há indícios de psicoses e jovens com transtornos mentais, fique atento, pois estão particularmente em risco.
Lacunas no cuidado
Esse aumento no número de pessoas com ansiedade e na depressão coincide com graves interrupções nos serviços de saúde mental, deixando enormes lacunas no atendimento daqueles que mais precisam.
É correto afirmar que, além de aparatos mais ‘corriqueiros’ (como oxigênio, macas etc.), durante grande parte da pandemia, os serviços para condições mentais, neurológicas e de uso de substâncias foram os mais interrompidos entre todos aqueles considerados essenciais. A própria OMS (Organização Mundial da Saúde) notou este quesito.
Muitos países também relataram dificuldades nos procedimentos contra câncer, chegada de medicamentos para certas enfermidades etc. Comparativamente, é como se um responsável pelo projeto de instalações elétricasnão tivesse a metragem nem a planta do ambiente a ser trabalhado.
No final de 2021, por exemplo, a situação melhorou um pouco, mas hoje muitas pessoas continuam incapazes de obter os cuidados e o apoio que precisam para essas doenças.
Não podemos fechar os olhos para isso, pois tem a ver com necessidade pública. No fim, pagamos impostos (e não é pouco), para termos o mínimo de dignidade.
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Covid, uma palavra nunca ouvida antes, quem dirá sentida. Sintomas desconhecidos, tratamento, como fazer? Será que teremos sequelas? São muitas perguntas e quando junta SARS-CoV-2, Coronavírus, a cabeça vai a mil, é tudo a mesma coisa? Tem o mesmo significado? Ainda surgem as variantes, Delta, Omicron, Mu, Lambda, não conseguimos acompanhar.
O COVID-19 (coronavírus) é uma doença infecciosa, causada pelo vírus SARS-CoV-2, então, assim começamos a esclarecer. E o que a variante? É um termo utilizado para as alterações genéticas em um agente infeccioso, fazendo com que tenha uma maior capacidade de transmissão e/ou infecção, muitas vezes, com uma resistência maior, afetando assim o sistema imunológico. Seus sintomas, geralmente, são os mesmos do original, porém com mais mutações.
A variante Delta existe desde 2020, ela é bem mais transmissível, equivalente a transmissão da catapora, infectando de 8 a 9 pessoas contactantes. A Ômicron é a mais nova variante, tem uma maior capacidade de transmissão, que requer mais cuidados e usos dos EPI ‘S e lavagens das mãos.
Todas elas, independentes da variante Mu, Lambda, Alfa, Beta ou gama, todas elas requerem cuidados e estudos. Pouco se sabe sobre a Covid -19, que abarcou o mundo, muitas vidas foram ceifadas, mais de 616 mil mortes, só no Brasil, e pouco se sabe ainda sobre essa doença, que se modifica cada vez mais.
Os médicos/cientistas estão estudando e não estão conseguindo dar conta das mutações sofridas, é preciso que a população tenha consciência e permaneça mantendo o distanciamento, usando máscaras, higienizando as mãos e se vacinando, porque, independente das variações, as vacinas estão deixando os sintomas mais leves, evitando os óbitos e as internações.
A Casa Durval Paiva procura sempre se atualizar, dentro dessa realidade tão presente, e repassar aos seus colaboradores as informações necessárias sobre as novas situações.
Flat vector illustration of a woman that clutches at head with both hands. Covid 19 causes headache, panic, fright, depression. Stress, irritation from coronavirus, badmood kanvictory_depositphoto Dor de cabeça frequente é um dos sintomas da Covid longa
Estudo mostra que 50,2% dos pacientes acometidos pela doença tiveram sintomas pós-infecção. Atuação dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias é importante para combater as fakes news divulgadas durante a pandemia e ajudar na adesão popular à vacinação e, com isso, reduzir as infecções e casos graves
São mais de dois anos de pandemia de Covid-19. Neste período, no Brasil são mais de 32,9 milhões de casos e 674 mil mortes (dados de 11 de julho de 2022). Entre os sobreviventes, uma grande proporção que apresenta sequelas associadas ao diagnóstico, incluindo dificuldade para respirar, perda de olfato, dentre outras. Esta é a covid longa, uma condição que afeta mais da metade dos pacientes acometidos pela doença. Um estudo de pesquisadores da Fiocruz Minas e divulgado pela revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene aponta que 50,2% das pessoas diagnosticadas com covid-19 apresenta sequelas que podem perdurar por mais de um ano.
Em meio a este cenário, a atuação dos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate às endemias (ACE), é essencial para a disseminação de informação qualificada nas comunidades e, com isso, contribuir para combater as falsas notícias divulgadas durante a pandemia, além de ajudar na adesão popular à vacinação. Medidas importantes para reduzir as infecções por Sars-Cov-2 e casos graves da Covid-19. “Existe uma grande campanha de desinformação no Brasil e os agentes são importantes para a gente conseguir superar essas fake news” destaca o epidemiologista André Ribas Freitas, consultor científico da A CASA, espaço de conexão do ACS e ACE, uma realização do Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (IPADS) junto com a CONACS e CONASEMS.
Entre as sequelas mais mencionadas no estudo da Fiocruz Minas estão tosse persistente, dificuldade para respirar, perda do olfato ou paladar e dores de cabeça frequentes. Houve também casos de sequelas mais graves, como a trombose, além de transtornos neurológicos, como insônia, ansiedade e tontura. “Além dos efeitos prologados da lesão pulmonar grave, falta de ar, indisposição e efeitos neurológicos, existem os efeitos endocrinológicos. Principalmente a dificuldade de controle do diabetes depois da infecção, ou seja, muitas pessoas acabam tendo piora no controle glicêmico depois do quadro de Covid-19”, explica Ribas.
Ainda segundo o especialista, existem diversas abordagens clínicas e estímulos para minimizar os efeitos da covid-19. Por exemplo, a exposição a diversos aromas pode estimular o olfato para voltar ao normal. Para os quadros depressivos e de memória, estímulos com psicoterapia são importantes, mas é necessário compreender, segundo ele, que o tratamento depende do quadro, não existindo uma abordagem clínica única para todos os casos.
André Ribas alerta que a covid longa é uma grande preocupação atual de saúde pública, mesmo em casos de doença mais branda. Porém, ele faz a ressalva que não é simples atribuir à covid-19 determinadas complicações que o paciente venha a ter após receber o diagnóstico da doença. Segundo ele, uma série de sintomas pode aparecer em outros tipos de doença. É importante, reforça o especialista, consultar um médico.
Sobre A CASA – Construída em 2022 para abrigar os profissionais que atuam como Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), protagonistas da promoção da atenção primária à saúde no país. A CASA é uma realização do IPADS em parceria com o CONASEMS, CONACS e a Fundação Johnson & Johnson. Este espaço reúne uma série de conteúdos, em diferentes formatos, selecionado pela equipe do projeto A Casa, sobre questões relacionadas à atuação e à qualidade da formação dos agentes.
Sobre o IPADS – O IPADS é uma organização sem fins lucrativos, que atua na perspectiva de contribuir com o desenvolvimento social e com a melhoria da qualidade de vida da população, apoiando a formulação, implantação e avaliação de políticas, programas e projetos. O trabalho do Instituto é caracterizado pela interdisciplinaridade, principalmente pela atuação conjunta de seus associados que buscam uma abordagem integral das necessidades do cidadão.
Sobre o CONASEMS – O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) nasceu a partir do movimento social em prol da saúde pública e se legitimou como uma força política, que assumiu a missão de agregar e de representar as 5570 secretarias municipais de saúde do país. Desde 1988, promove e consolida um novo modelo de gestão pública de saúde baseado em conceitos como descentralização e municipalização.
Sobre a CONACS – A Confederação Nacional dos Agentes de Saúde (CONACS) foi uma entidade criada em 1996 pelos ACS e ACE com o objetivo de ser a representante máxima dessas categorias. Atua como importante força política em prol dos direitos associados ao trabalho dos agentes de saúde. É formada por sindicatos e associações desses profissionais e na década de 1990 sua atuação foi fundamental para consolidação de leis que criaram a profissão e regulamentaram o vínculo empregatício. A CONACS tem forte potencial de mobilização junto a ACS e ACE de todo o país.
Oi gente, tudo bem? Eu sou Fabi Costa e, no episódio de hoje, a gente vai ouvir histórias reais de pessoas que tiveram Covid-19 antes e depois da vacina.
Será que a vacina faz mesmo diferença?
Vamos começar com dados! Uma pesquisa feita pelo Instituto Federal da Paraíba, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco, comprovou que a vacinação contra a Covid reduziu 96,44% o número de mortes causadas pela doença. É quase 100% de redução nas mortes, gente.
Esse estudo foi aceito na Fractals, uma das revistas científicas internacionais mais renomadas que existe, editada pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Tá, mas qual seria a explicação médica, científica, pra essa redução nas mortes? Quem explica pra gente é o Infectologista Doutor Jorge Kalil.
“Quando você vacina alguém você simula a doença, sem que a pessoa fique infectada. (…) Desta forma, você já tem a defesa armada, e quando o vírus entrar em contato com você, você o elimina rapidamente, sem ter nenhum tipo de problema ou doença.”
Ou seja, a vacina ajuda a criar uma memória de como o corpo se defende contra a covid-19. E aí, se a gente é infectado pela doença após a vacina, nosso corpo já vai estar craque em combater aquele vírus.
Foi isso que aconteceu com o João Vitor, lá do Tocantins. O João pegou Covid-19 antes e depois da vacina. E aí, João, a vacina fez diferença?
“Eu tive Covid-19 no início da pandemia, em meados de abril de 2020. Tive muita falta de ar, dor de cabeça, coriza, tosse seca, mas principalmente, o que me incomodou mais, foi a falta de ar. Numa segunda vez, depois de vacinado, com a primeira dose, eu contraí covid-19 uma segunda vez em 2021 e (…) tive sintomas mais leves. Parecido muito com uma gripe simples.”
Pois é, João. É por isso que a gente vai continuar dizendo: a vacina salva vidas!
Pra ter uma ideia do perigo que corre quem não se vacina, a Universidade Estadual de Londrina fez uma pesquisa e descobriu que os não-vacinados representam 75% das mortes por Covid-19. Ou seja, de cada 100 pessoas que morrem por covid-19, 75 não se vacinaram.
Doctor talking about covid infection with senior patient during treatment consultation in clinic. Modern private hospital Practitioner physician appointment. Variante Ômicron, mais transmissível que a variante Delta, fez com que a demanda por exames aumentasse próxima aos níveis do início da epidemia Divulgação
Reagente de alta eficácia para testes de PCR em tempo real elimina etapas de extração; Ferramenta de testagem capaz de diferenciar uma série de patógenos simultaneamente também vem ganhando espaço
O crescimento na curva de novos casos da COVID-19 desde o início de 2022 vem causando uma corrida dos laboratórios e hospitais por métodos de testagem mais eficazes, tanto na sensibilidade dos resultados, quanto na velocidade necessária para processá-los. A variante Ômicron, mais transmissível que a variante Delta, fez com que a demanda por exames aumentasse próxima aos níveis do início da epidemia, causando a escassez de reagentes e lotando os pontos de atendimento à população.
Neste cenário, a QIAGEN, multinacional alemã especialista em tecnologia para testes moleculares, conseguiu recentemente a aprovação junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de um novo reagente para teste Real-Time PCR (qPCR), que permite a obtenção do material genético do vírus por um processo exclusivo, eliminando etapas anteriores de extração, possibilitando que seja realizado direto da amostra.
O artus® SARS-CoV-2 Prep&Amp™ UM Kit, identifica a presença ou ausência de COVID-19 em amostras de swab nasofaríngeo e saliva, por meio da detecção do material genético viral, gerando economia de tempo, materiais e custos. A extração direta em meio líquido é um método exclusivo da QIAGEN e em processo de patente, e a liberação pela ANVISA permitirá que laboratórios com o produto possam processar um maior número de amostras por dia, de uma forma mais eficaz.
“Com o aumento de casos da COVID-19, impulsionado pela Ômicron, de transmissão mais rápida que outras variantes, o uso de soluções como os reagentes de PCR em tempo real ajuda a fechar os diagnósticos com mais agilidade, isolar os pacientes infectados e conter a propagação do vírus. Uma estratégia interessante para hospitais e laboratórios que recebem, diariamente, milhares de testes a serem avaliados e precisam desta eficácia no processamento das amostras”, destaca Paulo Gropp, vice-presidente da QIAGEN na América Latina.
O reagente foi validado para ser utilizado com o selo IVD (in Vitro Diagnostic) nos principais equipamentos de real-time PCR disponíveis no mercado clínico.
Exame diferencia até 22 patógenos
Além da aprovação do reagente junto à Anvisa, outra tecnologia que vem auxiliando a ‘linha de frente’ de hospitais e laboratórios é a testagem sindrômica. Por conta dos sintomas parecidos como dores de cabeça, garganta, tosse, espirros, coriza e febre, muitas doenças respiratórias podem dificultar o diagnóstico e tratamento mais adequado para cada caso em específico.
A tecnologia do painel QIAstat-Dx tem sido capaz de identificar e diferenciar uma série de patógenos simultaneamente, e indicar, inclusive, se o paciente está contaminado por mais de um agente infeccioso ao mesmo tempo, como foi o caso dos recentes quadros de “flurona”, a infecção conjunta de gripe e COVID-19.
“Ao eliminar as incertezas do diagnóstico, essas ferramentas são capazes de fornecer as diretrizes para a conduta médica mais adequada, com o uso dos medicamentos corretos e uma abordagem mais responsável em termos de administração e resistência aos antibióticos. Permitem ainda identificar os pacientes que precisam de isolamento e diminuem a janela de tempo no hospital”, completa Gropp.
Outro benefício do painel QIAstat-Dx é o diagnóstico de algumas infecções que geralmente não são detectadas devido à falta de suspeita clínica ou de testes de rotina disponíveis. A tecnologia consegue auxiliar para ‘desafogar’ o sistema de saúde e já está presente em diversos hospitais de referência e redes de apoio laboratoriais.
Sobre a QIAGEN
A QIAGEN é uma multinacional alemã, especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares. Com mais de 5.200 colaboradores distribuídos em 25 países, a empresa oferece um portfólio de mais de 500 produtos entre kits consumíveis, instrumentos e bioinformática, que atendem às diversas necessidades globais, desde pesquisas acadêmicas a aplicações de saúde de rotina. Para mais informações, acesse: https://www.qiagen.com/us/
De acordo com o laboratório DB Molecular, único exclusivamente de apoio do país, a evolução de positividade de covid-19 entre os dias 13 de fevereiro e 19 de fevereiro, mostrou um cenário de queda. O número de crianças, entre 0 e 12 anos, positivadas com covid-19 foi de 39%, apresentando uma diminuição em relação ao mês de janeiro, quando foi registado uma média 43% de casos positivos. O número de crianças positivadas segue alto, se compararmos com dezembro de 2021, quando foi de 7%.
Entre os adolescentes e adultos, o número médio de casos positivos de covid-19, na terceira semana do mês de fevereiro foi de 41%, apresentando uma queda, quando comparado com mês de janeiro, que registrou 48% de casos positivos. Entretanto, o número continua em patamar alto, quando confrontado com dezembro de 2021, que também apresentou uma média de 7%.
Segundo o laboratório, entre os dias 18 e 19 de fevereiro, a taxa de positividade para covid-19, em crianças de 0 a 12 anos, ficou abaixo da média apresentada, registrando 33% e 31%, respectivamente. Entre os adultos, a taxa ficou na casa dos 35% nos dois dias e 39% no dia 17 de fevereiro.
Sobre o DB Molecular
O DB Molecular trabalha com o desenvolvimento de soluções completas para a saúde por meio da realização de exames de biologia molecular, genética e citogenética. Localizado na cidade de São Paulo, atende a todo o território nacional e apresenta uma infraestrutura cuidadosamente planejada, com salas específicas para diferentes exames ou etapas do processo, atendendo com rigor todas as exigências, conforme preconiza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e demais órgãos certificadores. Mantendo a premissa do DB Diagnósticos, que é atuar 100% no mercado de apoio laboratorial, o DB Molecular já se tornou uma referência nacional nesse segmento.
Sobre o Diagnósticos do Brasil
Fundado em 2011, o DB Diagnósticos é o único laboratório exclusivamente de apoio no mercado brasileiro. O DB conta com três unidades especializadas (DB Toxicológico, o DB Molecular e o DB Patologia) e três unidades de análises clínicas descentralizadas (São José dos Pinhais, Recife e Sorocaba), além das unidades regionais de apoio (URAs) distribuídas por todo o Brasil. Ao longo dos 10 anos de atuação, se tornou líder no mercado de apoio laboratorial, levando exames de alta complexidade para regiões mais distantes e democratizando o acesso à saúde.
Alina Carmezim, especialista em mega hair, conta sobre as vantagens do procedimento
A pandemia da Covid-19 foi inegavelmente um cenário inesperado por todos. Nos encontramos em uma situação cheia de incertezas e dúvidas sobre a nova doença que a cada dia contaminava mais pessoas ao redor do mundo causando sintomas comuns ou desconhecidos, o que gerava ainda mais apreensão. Entre eles, a queda de cabelo teve grande destaque.
Segundo pesquisas realizadas em outubro de 2021 por revistas científicas como a Academia Americana de Dermatologia, dos Estados Unidos, a queda de cabelo acentuada foi percebida como uma das consequências da Covid cerca de dois meses após a contração da doença. A Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que a febre alta pode ser uma das razões para isso acontecer, assim como a própria infecção, a perda de peso, o estresse pela doença ou a redução da oxigenação do folículo capilar.
A revista Dermatologic Research and Therapy aponta que, em um estudo de pesquisa multicêntrico (estudo clínico realizado em mais de um centro médico ou clínica) com 175 pacientes diagnosticados com Covid, 79% dos homens e 42% das mulheres demonstraram uma significante perda de cabelo. Ainda de acordo com a revista, o cabelo pode começar a voltar após alguns meses depois do início da queda, porém, também é possível que o volume capilar não volte ao normal, sendo necessário acompanhamento médico para investigar o que pode ser feito.
Com essa queda, a autoestima de muitas pessoas costuma ser bastante prejudicada e novos meios de recuperar o que foi perdido tendem a surgir, como a colocação de extensões capilares. Alina Carmezim, especialista em mega hair, conta que já atendeu clientes que sofreram com a queda de cabelo e pôde ver a autoconfiança retornar. “É um trabalho gratificante e que faz tudo valer a pena. Ver o sorriso voltar ao rosto das minhas clientes é um sentimento inexplicável”, conta.
Alina é criadora do método Impercept, que aplica as extensões de maneira imperceptível com fitas adesivas, e explica que é o caminho ideal para quem procura se recuperar da queda de cabelo. “A grande vantagem do Impercept é que, mesmo com pouco cabelo ou cabelo mais curto, as mechas não ficam aparentes e nem danificam o cabelo natural, possibilitando o crescimento saudável dos fios que caíram ao mesmo tempo que trazem volume e comprimento”, acrescenta.
A profissional finaliza dizendo que o mega hair engloba todos os tipos de cabelos, seja pintado, loiro, escuro, liso, ondulado ou crespo. Dessa maneira, todas que sofreram com a queda e procuram uma maneira de amenizar os danos, podem recorrer as extensões. “Realizamos todo o processo de escolha e aplicação de acordo com o cabelo de cada cliente para um resultado extremamente natural”, finaliza.
Sobre Alina Carmezim
Especialista em mega hair, professora e mentora. Largou a carreira jurídica para se dedicar a aumentar a autoestima das mulheres. A empresária é criadora do método Impercept, técnica de mega hair já usada no muito inteiro e comanda o curso Excelência em Mega Hair.
Nesta segunda-feira (07/02/2022), a Secretaria Municipal de Saúde vem por meio desta comunicar que, no dia de hoje, tivemos 215 casos confirmados de Covid-19, sendo 94 homens e 121 mulheres. Destes, 05 são crianças.
Os casos residem:
02- Adjunto Dias;
07- Alto da Boa Vista;
07-Acampamento;
17-Boa Passagem;
08-Barra Nova;
33- Centro;
16-Castelo Branco;
04- Canutos e Filhos;
07- Darcy Fonseca;
02-Itans;
01- IPÊ;
04-João XXIII;
04- João Paulo II
05-Maynard;
03-Nova Caicó;
01-Nova Descoberta;
18- Paraíba;
02- Penedo;
17- Paulo VI;
09-Recreio;
04-Soledade;
04- Samanau;
04- Serrote Branco;
04- Samanau;
02- Salviano Santos;
02- Santa Costa;
15-Vila do Príncipe;
04-Vila Altiva;
09-Walfredo Gurgel;
04-Zona Rural.
Destes, 200 foram confirmados através de Swab rápido e 15 por RT-PCR.
Informamos a recuperação de 382 pessoas da comunidade!
REFORÇAMOS a importância das medidas preventivas, como distanciamento social, etiqueta respiratória, higienização das mãos e uso de máscaras quando precisar sair de casa.
Enquanto ainda caminhamos no processo de imunização, os cuidados com os pequenos devem ser constantes, mesmo nos sintomas mais inocentes perceptíveis.
Em uma análise de todos os casos registrados da doença nos jovens, os sintomas podem variar conforme cada faixa etária. Até os cinco anos, sintomas respiratórios como coriza, tosse e febre baixa são os mais comuns. Para crianças acima de dez anos, que se enquadram dentre as que mais apresentam casos graves, podemos notar frequentemente dores abdominais, cefaleia e prostração, principalmente. Mesmo sem sequelas vistas na grande maioria, a falta de atenção e cuidado pode levar a consequências sérias.
Segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe, compilados pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Brasil é o segundo país com mais mortes de crianças por Covid-19 até os nove anos – atrás apenas do Peru. Por mais que grande parte dos casos registrados tenham apresentado sintomas leves, o isolamento para os pequenos também se torna uma das melhores medidas contra a doença, junto com o tratamento adequado, recomendado pelo pediatra. Mas para tranquilidade dos pais, a mortalidade pela Covid-19 ainda é baixa na faixa etária abaixo de 18 anos, quando comparada às outras – mesmo com a variante Delta. Até a metade desse ano, inclusive, o número de mortes caiu em relação à 2020.
O uso de máscaras também é recomendado, mas apenas para os maiores de dois anos. Crianças menores a essa faixa etária se encontram em uma intensa fase oral, com salivação constante, o que pode prejudicar tal eficácia. Ainda, existe o risco de asfixia pela anatomia da via aérea própria da idade. A partir dos dois anos, vale ir apresentando de forma lúdica, pois nessa fase eles costumam ainda levar muito a mão ao rosto, perdendo a eficácia da proteção. Já a partir dos cinco anos, a máscara deve ser utilizada, escolhendo uma que fique confortável no rosto. É importante apresentá-la de forma lúdica para uma melhor adaptação, especialmente a partir dos cinco anos, quando já conseguem ter um melhor entendimento sobre sua importância.
No ambiente escolar, seu uso é ainda mais importante. Por mais que muitos pais ainda estejam inseguros em permitir que seus filhos retornem às aulas presenciais, a grande maioria das instituições está preparada para recebê-los com a infraestrutura adequada para garantir sua máxima proteção e, com uma equipe adequadamente treinada para utilização de máscara e medidas de higiene. O impacto da ausência da escola na vida das crianças foi grande, e isso terá que ser bem acompanhado ao longo dos próximos anos.
Se tem algo que aprendemos com essa pandemia é que um corpo saudável apresenta um melhor desfecho. Então, mais uma vez, temos que olhar a qualidade da alimentação dos nosso pequenos, dando preferência sempre aos alimentos in natura e evitando os ultraprocessados. Vários estudos estão sendo publicados, relacionando uma alimentação mais saudável com uma melhor evolução frente à infecção pela Covid-19. Mantenha as rotinas dos seus filhos com o pediatra e os exames deles em dia.
Ainda temos muito o que descobrir sobre a Covid-19 e seus danos à saúde, tanto nas crianças quanto nos adultos. Por isso, os pais devem ficar constantemente alertas a qualquer sintoma diferente que a criança tenha e, não apenas aos mais característicos e comuns da doença. O melhor tratamento ainda é a prevenção: evite aglomerações, use máscaras e priorize a vacinação dos grupos adequados, a fim de proteger também os que não podem ser vacinados. Em qualquer suspeita, entre em contato com seu pediatra para que ele oriente a conduta e acompanhe o desenvolvimento dos sintomas.
Dra. Patrícia Consorte é pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.
Uma dúvida frequente nas pessoas é em relação ao tempo de isolamento após contrair a covid-19. Infectologista do Sistema Hapvida, Fernando Chagas, explica que o período de isolamento está diretamente relacionado à apresentação de sintomas da doença.
“Se o indivíduo positivou, o isolamento deve ser por sete dias, contanto que não tenha apresentado sintomas nas últimas 24 horas. Caso tenha sintomas ainda, o isolamento passa para 10 dias”, esclarece.
O médico ressalta que esse tempo foi reduzido em decorrência da observação de que nas pessoas vacinadas ocorre um menor tempo de transmissão.
Diante disso, no sétimo dia, a pessoa vacinada pode sair do isolamento, caso esteja sem sintomas. Já no caso de pessoas que positivaram, mas que estão assintomáticas, o isolamento pode ser de cinco dias, mas para que isto ocorra com segurança, o ideal é fazer um novo teste.
“Mas ainda assim, para o vacinado assintomático positivo, oriento isolamento de sete dias. Para os não vacinados, o ideal seria isolamento de 10 a 14 dias”, sugere.
Fernando Chagas destaca que se uma pessoa positivou, cumpriu o período que é orientado para isolamento, mas ainda assim apresenta sintomas, o melhor caminho é a testagem.
“O primeiro passo é observar os sintomas. Se for tosse, ela é exceção à regra porque pode ser configurada como uma sequela e não um sintoma persistente. Mas se chega ao décimo dia apresentando febre, indisposição, dor no corpo e coriza, a melhor saída é fazer um novo teste para saber se ainda está positivada ou estender o isolamento até o 14º dia, que é o ideal e o que costumo recomendar”, orienta.
Repetindo o teste – Para saber qual o teste mais recomendado para deixar o isolamento de modo tranquilo e seguro, o infectologista do Sistema Hapvida afirma que uma pessoa que chega ao sétimo ou décimo dia sem sintomas, não precisa fazer o teste para sair do isolamento. Porém, caso os sintomas persistam até o décimo dia e a pessoa está vacinada a recomendação é fazer o teste rápido de antígeno por swab.
Estudos trazem panorama da expansão do novo coronavírus no Brasil
Liciane Viana e José de Paiva Rebouças – Agecom/UFRN
Artigos publicados na Plos One descrevem detalhes dos primeiros momentos da pandemia da covid-19 por meio de dados – Foto: Karolina Grabowska – Pexels
Desde a descoberta do novo coronavírus, o mundo enfrenta uma crise sanitária sem precedentes. A doença com alta letalidade impôs o isolamento da sociedade, desafiando a ciência e os métodos de enfrentamento dela, como o sistema de saúde e as políticas públicas. Atento ao cenário da pandemia, o Grupo de Estudo e Pesquisa na Atenção Primária à Saúde (GEAPS/UFRN) realizou uma pesquisa que rendeu a publicação de uma coletânea de artigos científicos que apresentam o panorama da covid-19 na Atenção Primária à Saúde (APS) e o seu impacto na cobertura epidemiológica de cidades nordestinas.
O compilado de três artigos, publicados na Plos One, revista científica de acesso livre muito respeitada internacionalmente, descreve detalhes dos primeiros momentos da pandemia da covid-19 por meio de dados que norteiam as conclusões necessárias para se mitigar o momento que o mundo atravessa. Os resultados encontrados nas pesquisas destacam as dificuldades do acesso ao sistema de saúde, além da importância do isolamento nos momentos iniciais da disseminação do vírus que, primeiramente, propagou-se entre pessoas de maior nível social e com maior poder de deslocamento, seja ele local ou internacionalmente.
No artigo, intitulado Disseminação da COVID-19 em cidades do interior do Nordeste brasileiro, foi possível observar que as grandes cidades foram afetadas primeiro pela disseminação do vírus. O estudo teve como objetivo avaliar a evolução dos casos de covid-19 na população do interior da região Nordeste do Brasil, condicionada por fatores socioeconômicos e ambientais que geram vulnerabilidade.
O estudo mostrou que, nas 20 maiores cidades do interior do Nordeste, foram diagnosticados 6.117 casos de covid-19, uma média diária que varia de 32 a 1.126 casos, referentes à 21ª semana epidemiológica de 2020. As tendências de casos mostraram que a covid-19 se espalha de forma desigual nas cidades investigadas.
Estudo analisou dados das principais cidades do Nordeste – Foto: Adriano Abreu – TN
Os dados coletados consideraram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o coeficiente de Gini (que mede o grau de concentração de renda de um determinado grupo) e a taxa de pobreza. Outras variáveis independentes foram coletadas no banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e serviram como indicador para conclusão dos resultados.
Nos resultados obtidos, as tendências de casos mostraram que o covid-19 se espalha de forma desigual nas cidades investigadas. Essa distinção pode ser percebida de acordo com o IDH e a desigualdade social, demonstrando que cidades com maior IDH apresentaram disseminação mais rápida da covid-19 do que aquelas com IDH menor. Porém, os municípios com alto IDH, mas com menor desigualdade social, tiveram taxas mais baixas de casos confirmados de covid-19, é o caso, por exemplo, de Caruaru, em Pernambuco, e Barreiras, na Bahia. Ou seja, os indicadores avaliados apontam não só a disseminação, mas também o diagnóstico mais rápido entre os municípios mais desenvolvidos.
Os pesquisadores observaram que, como as cidades de maior IDH apresentam maior Produto Interno Bruto (PIB) e maior renda per capita, o que confere maior poder aquisitivo, estas geram maior mobilidade para viagens e dinamismo de bens e serviços. Por outro lado, essas cidades podem ter mais acesso a testes rápidos e exames confirmatórios da covid-19 devido ao aumento da arrecadação de impostos.
O artigo ainda relata que o serviço de saúde de municípios de médio a grandes portes com maiores indicadores socioeconômicos tende a se sobrecarregar mais rapidamente com a disseminação do vírus. No entanto, a desigualdade e a elevada pobreza são condições ideais para o colapso dos serviços de saúde. Por isso, os pesquisadores indicam que o cuidado do indivíduo com a covid-19 na região Nordeste deve ser considerado tomando como base os pontos de vista econômico, social e ambiental.
A pesquisa que gerou os três artigos foi coordenada pelo professor Marcello Guedes, coordenador do GEAPS e atual chefe do Departamento de Fisioterapia (DFST/UFRN), em parceria com os pesquisadores Geronimo Bouzas e Thais Guedes, da Faculdade de Ciências da Saúde (FACISA/UFRN), Johnnatas Lopes, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF/BA), Diego Araújo, da Faculdade de Ciências da Saúde (UNIFACISA/PB), Sanderson Assis (UNINASSAU/RN) e ngelo Roncali, do Departamento de Odontologia da UFRN.
Phd em saúde coletiva, Marcello destaca a importância das pesquisas para o contexto urgente de mudanças no sistema de saúde do País. “Essa coletânea de artigos traz informações relevantes para que gestores públicos, o governo e iniciativa privada possam elaborar políticas públicas e ações mais eficazes no combate a esta pandemia e a outras epidemias que possam eventualmente surgir”, reforça.
Pobres foram mais afetados
Estudo observou que pobreza aumenta vulnerabilidade da doença – Foto: Agência Brasil
No artigo intitulado Covid-19 em cidades brasileiras: impacto dos determinantes sociais, cobertura e qualidade da atenção primária à saúde, os pesquisadores concluíram que o maior número de mortes ocorreram entre os mais pobres, proporcionalmente aos mais ricos, ainda que os mais ricos tenham sido afetados primeiro. Segundo os resultados, os serviços de Atenção Primária à Saúde de qualidade repercutiram positivamente na redução de casos da covid-19.
Nesse estudo, foram usados como parâmetros os casos de covid-19 confirmados por exames laboratoriais, clínico, clínico-epidemiológico e imagem clínico por 100 mil habitantes em todas as capitais brasileiras até a 26ª semana epidemiológica. Os dados de desfecho foram extraídos do banco de dados Painel Covid-19, alimentado pela Vigilância Sanitária e disponibilizado pelo Departamento de Informática do sistema único de saúde (SUS).
Foram avaliados indicadores de cobertura e qualidade da APS e Estratégia Saúde da Família (ESF), indicadores demográficos e socioeconômicos. As coberturas da APS e da ESF foram coletadas no DATASUS. As condições socioeconômicas foram medidas por meio do produto interno bruto (PIB), do IDH e do Gini.
Os achados do artigo apontaram que, ao estratificar a cobertura da ESF, os municípios com maior cobertura tiveram sua população menos acometida pelos casos da covid-19, principalmente aqueles que foram melhor avaliados no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Ou seja, a hipótese de que as ações de prevenção desenvolvidas em áreas melhor atendidas pelos serviços de APS é uma estratégia de extrema relevância para minimizar o impacto desta pandemia, podendo assim atender aos demais níveis e serviços de atenção à saúde.
Vale destacar os resultados acerca dos dados coletados sobre a Restrição à Proteção Social (RSP), indicador que retrata a ausência do Estado para proteger os cidadãos que não estão inseridos nos meios de produção, o que aumenta sua vulnerabilidade. Assim, municípios com maior proporção desses indivíduos apresentaram mais casos de covid-19. No entanto, esses efeitos são minimizados quando a cobertura da APS é expandida.
Outra questão relevante detalhada no artigo relacionada às desigualdades sociais é que a prevalência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade, bem como a dificuldade de seu manejo é maior nas populações mais pobres da sociedade brasileira. Essas condições cardiovasculares são um dos principais fatores de risco para piores desfechos e mortalidade devido a covid-19.
Isolamento social
Adesão ao isolamento social da população foi considerada baixa – Foto: Two Dreamers – Pexels
O público-alvo da pesquisa foi a população residente nas principais cidades nordestinas, tendo em vista a maior concentração de casos nessas cidades e por serem, geralmente, referência em economia e serviços de saúde para outros municípios do estado. A análise aponta que a extensão da cobertura da APS nessas cidades, em conjunto com as ações sociais de distanciamentos, estão associadas a menos casos e óbitos até a 20ª semana epidemiológica.
A pesquisa concluiu também que a adesão ao isolamento social na população estudada foi considerada baixa. Mesmo assim, houve uma correlação inversa e significativa entre o isolamento social, os casos diagnosticados e óbitos pelo covid-19. Consequentemente, uma maior adesão da população ao isolamento social levaria a efeitos mais fortes na redução do contágio. Os pesquisadores chegaram ao resultado de que as medidas de restrição social, apesar de parecerem mais eficazes nos epicentros da doença, também surtem efeitos em cidades com menos casos, minimizando a propagação da epidemia.
Outro ponto analisado foi o desafio de preservar o distanciamento social em uma área de maior concentração de pessoas para não sobrecarregar o sistema de saúde. Como a covid-19 é transmitida principalmente pelas vias aéreas ou por contato com gotículas respiratórias, uma alta concentração populacional no mesmo local facilitaria a transmissão. As cidades com maior densidade demográfica demonstradas no estudo, Fortaleza (CE) e Recife (PE), apresentaram maior número de casos e óbitos, além de estarem em situação crítica para a gestão do sistema de saúde devido à maior disseminação da doença e elevado número de óbitos.
Um dos artigos relata ainda que, apesar das cidades serem bastante povoadas, outras ações profiláticas para a covid-19 são necessárias para reduzir a crise do sistema de saúde, como reforço da APS e aumento do número de leitos hospitalares, postos de higiene pública, distribuição de equipamentos de proteção individual, entre outros. Os autores enfatizaram nesse artigo que a APS e o acesso a ela são essenciais para a evolução das condições de saúde de uma população, incluindo as doenças transmissíveis. Isso porque, a infecção pela covid-19 é uma condição sensível à APS por amenizar a pressão sobre os serviços hospitalares, limitada principalmente em regiões de vulnerabilidade socioeconômica.
A vacinação contra a Covid-19 já está em fase avançada em diversos países, dentre grande parte das faixas etárias. As crianças, contudo, ainda não se enquadram entre as que podem receber qualquer uma das doses disponíveis em diversas regiões, uma vez que o tema que vem sendo amplamente discutido ao redor do mundo. Enquanto ainda caminhamos nesse processo de imunização, os cuidados com os pequenos devem ser constantes, mesmo nos sintomas mais inocentes perceptíveis.
Em uma análise de todos os casos registrados da doença nos jovens, os sintomas podem variar conforme cada faixa etária. Até os cinco anos, sintomas respiratórios como coriza, tosse e febre baixa são os mais comuns. Para crianças acima de dez anos, que se enquadram dentre as que mais apresentam casos graves, podemos notar frequentemente dores abdominais, cefaleia e prostração, principalmente. Mesmo sem sequelas vistas na grande maioria, a falta de atenção e cuidado pode levar a consequências sérias.
Segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe, compilados pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Brasil é o segundo país com mais mortes de crianças por Covid-19 até os nove anos – atrás apenas do Peru. Por mais que grande parte dos casos registrados tenham apresentado sintomas leves, o isolamento para os pequenos também se torna uma das melhores medidas contra a doença, junto com o tratamento adequado, recomendado pelo pediatra. Mas para tranquilidade dos pais, a mortalidade pela Covid-19 ainda é baixa na faixa etária abaixo de 18 anos, quando comparada às outras – mesmo com a variante Delta. Até a metade desse ano, inclusive, o número de mortes caiu em relação à 2020.
O uso de máscaras também é recomendado, mas apenas para os maiores de dois anos. Crianças menores a essa faixa etária se encontram em uma intensa fase oral, com salivação constante, o que pode prejudicar tal eficácia. Ainda, existe o risco de asfixia pela anatomia da via aérea própria da idade. A partir dos dois anos, vale ir apresentando de forma lúdica, pois nessa fase eles costumam ainda levar muito a mão ao rosto, perdendo a eficácia da proteção. Já a partir dos cinco anos, a máscara deve ser utilizada, escolhendo uma que fique confortável no rosto. É importante apresentá-la de forma lúdica para uma melhor adaptação, especialmente a partir dos cinco anos, quando já conseguem ter um melhor entendimento sobre sua importância.
No ambiente escolar, seu uso é ainda mais importante. Por mais que muitos pais ainda estejam inseguros em permitir que seus filhos retornem às aulas presenciais, a grande maioria das instituições está preparada para recebê-los com a infraestrutura adequada para garantir sua máxima proteção e, com uma equipe adequadamente treinada para utilização de máscara e medidas de higiene. O impacto da ausência da escola na vida das crianças foi grande, e isso terá que ser bem acompanhado ao longo dos próximos anos.
Se tem algo que aprendemos com essa pandemia é que um corpo saudável apresenta um melhor desfecho. Então, mais uma vez, temos que olhar a qualidade da alimentação dos nosso pequenos, dando preferência sempre aos alimentos in natura e evitando os ultraprocessados. Vários estudos estão sendo publicados, relacionando uma alimentação mais saudável com uma melhor evolução frente à infecção pela Covid-19. Mantenha as rotinas dos seus filhos com o pediatra e os exames deles em dia.
Ainda temos muito o que descobrir sobre a Covid-19 e seus danos à saúde, tanto nas crianças quanto nos adultos. Por isso, os pais devem ficar constantemente alertas a qualquer sintoma diferente que a criança tenha e, não apenas aos mais característicos e comuns da doença. O melhor tratamento ainda é a prevenção: evite aglomerações, use máscaras e priorize a vacinação dos grupos adequados, a fim de proteger também os que não podem ser vacinados. Em qualquer suspeita, entre em contato com seu pediatra para que ele oriente a conduta e acompanhe o desenvolvimento dos sintomas.
Dra. Patrícia Consorte é pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.
Mais de 19 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus da Covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia, em março de 2020. Com o avanço da doença em todo o mundo, cientistas e especialistas passaram a estudar o comportamento do vírus, suas variantes, manifestações no organismo e principais sequelas, buscando entender como a doença se comporta nas pessoas de diferentes idades, com ou sem comorbidades e doenças crônicas. Uma das sequelas que mais tem chamado a atenção dos pacientes já curados, principalmente mulheres, é a queda capilar. Carolina Marçon, coordenadora de dermatologia da Care Plus Clinic, pertencente ao grupo Care Plus, esclarece algumas motivações para a sequela e possíveis tratamentos, visando a saúde dos fios a longo prazo.
A Covid-19 tem causado diversas consequências para a população, principalmente no âmbito da saúde mental, devido aos aspectos emocionais decorrentes de todo o cenário pandêmico. “A queda de cabelo pode ser ocasionada por muitos fatores. Diferentes tipos de estresse orgânico, dentre eles, estresse emocional, deficiências nutricionais, alterações hormonais, infecções (incluindo a COVID-19), medicamentos, insônia e mudanças no estilo de vida. O folículo capilar é sensível a essas mudanças no funcionamento do organismo e, com isso, cicla abruptamente da fase de aderência ao bulbo e crescimento, para a fase de queda, o que chamamos de eflúvio telógeno. A COVID-19 tem causado basicamente todos os tipos de estresse citados, assim, estamos vivendo, paralelamente, uma pandemia de queda de cabelo.”, explica Carolina.
Segundo a coordenadora de dermatologia, as vitaminas sintéticas, loções e procedimentos com laser e microagulhamento, realizados em clínicas dermatológicas, podem auxiliar no tratamento da queda. Entretanto, é fundamental que a causa base seja reparada, ou seja, uma boa alimentação, sono regular e reparador, prática de atividades físicas, correção das deficiências e desequilíbrios hormonais, são fundamentais para o sucesso terapêutico. “A alimentação está ligada ao bem-estar de todo organismo, incluindo o emocional. Uma dieta balanceada ajuda a lidar com traumas e demais tipos de estresse, pois o organismo estará munido das vitaminas e nutrientes necessários para seu pleno funcionamento e recuperação. Meditação, ioga, leitura, organização dos períodos de sono e descanso, além da prática de exercícios físicos, também podem ajudar a minimizar os efeitos, fazendo com o que o corpo fique relaxado e menos estressado.”, enfatiza a profissional.
Componentes como ferro, cobre, zinco, entre outras vitaminas, como a B12 e a vitamina D, auxiliam no crescimento saudável do fio e podem atenuar a queda, favorecendo o funcionamento enzimático e hormonal. “A ingestão de água também deve ser prioridade, mantendo o corpo hidratado principalmente nos dias frios, que é quando as pessoas tendem a ingerir menos líquidos. Manter esses hábitos resultam na saúde e fortalecimento dos fios, além dos benefícios para todo o organismo. A consulta com um profissional dermatologista também é imprescindível, pois ele conseguirá analisar as causas e motivos da queda, e realizar o tratamento de forma direcionada e efetiva”, finaliza Marçon.
Agosto, 2021. Mais de 19 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus da Covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia, em março de 2020. Com o avanço da doença em todo o mundo, cientistas e especialistas passaram a estudar o comportamento do vírus, suas variantes, manifestações no organismo e principais sequelas, buscando entender como a doença se comporta nas pessoas de diferentes idades, com ou sem comorbidades e doenças crônicas. Uma das sequelas que mais tem chamado a atenção dos pacientes já curados, principalmente mulheres, é a queda capilar. Carolina Marçon, coordenadora de dermatologia da Care Plus Clinic, pertencente ao grupo Care Plus, esclarece algumas motivações para a sequela e possíveis tratamentos, visando a saúde dos fios a longo prazo.
A Covid-19 tem causado diversas consequências para a população, principalmente no âmbito da saúde mental, devido aos aspectos emocionais decorrentes de todo o cenário pandêmico. “A queda de cabelo pode ser ocasionada por muitos fatores. Diferentes tipos de estresse orgânico, dentre eles, estresse emocional, deficiências nutricionais, alterações hormonais, infecções (incluindo a COVID-19), medicamentos, insônia e mudanças no estilo de vida. O folículo capilar é sensível a essas mudanças no funcionamento do organismo e, com isso, cicla abruptamente da fase de aderência ao bulbo e crescimento, para a fase de queda, o que chamamos de eflúvio telógeno. A COVID-19 tem causado basicamente todos os tipos de estresse citados, assim, estamos vivendo, paralelamente, uma pandemia de queda de cabelo.”, explica Carolina.
Segundo a coordenadora de dermatologia, as vitaminas sintéticas, loções e procedimentos com laser e microagulhamento, realizados em clínicas dermatológicas, podem auxiliar no tratamento da queda. Entretanto, é fundamental que a causa base seja reparada, ou seja, uma boa alimentação, sono regular e reparador, prática de atividades físicas, correção das deficiências e desequilíbrios hormonais, são fundamentais para o sucesso terapêutico. “A alimentação está ligada ao bem-estar de todo organismo, incluindo o emocional. Uma dieta balanceada ajuda a lidar com traumas e demais tipos de estresse, pois o organismo estará munido das vitaminas e nutrientes necessários para seu pleno funcionamento e recuperação. Meditação, ioga, leitura, organização dos períodos de sono e descanso, além da prática de exercícios físicos, também podem ajudar a minimizar os efeitos, fazendo com o que o corpo fique relaxado e menos estressado.”, enfatiza a profissional.
Componentes como ferro, cobre, zinco, entre outras vitaminas, como a B12 e a vitamina D, auxiliam no crescimento saudável do fio e podem atenuar a queda, favorecendo o funcionamento enzimático e hormonal. “A ingestão de água também deve ser prioridade, mantendo o corpo hidratado principalmente nos dias frios, que é quando as pessoas tendem a ingerir menos líquidos. Manter esses hábitos resultam na saúde e fortalecimento dos fios, além dos benefícios para todo o organismo. A consulta com um profissional dermatologista também é imprescindível, pois ele conseguirá analisar as causas e motivos da queda, e realizar o tratamento de forma direcionada e efetiva”, finaliza Marçon.
Neste Agosto Dourado, Stephânia Laudares salienta que bebês com Covid-19 também podem ser amamentados Getty Images
Neste Agosto Dourado, pediatra explica que a amamentação só será interrompida em casos específicos. Aleitamento materno é sempre prioridade
“O questionamento que mais recebo atualmente no consultório é se quando a mãe está com suspeita ou foi diagnosticada com Covid-19, ela pode amamentar”, conta a pediatra Stephânia Laudares (CRM 18708). A dúvida comum em seu consultório vai ao encontro da discussão proposta pelo Agosto Dourado, mês em que intensificam as campanhas para o aleitamento materno. E a resposta da médica é sempre “sim”. A mãe pode amamentar até o momento que se sentir confortável, mas é preciso tomar cuidados com a manipulação do bebê, higienização das mãos e seios além, de claro, uso de máscara.
A especialista, que atende no Espaço Médico Ana Márcia Guimarães, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, orienta também uma consulta ao pediatra que poderá levantar as opções, como por exemplo a ordenha do leite materno. “A mãe deve lavar bem as mãos antes de qualquer procedimento com o bebê, usar a máscara em todo momento com o filho e, sempre que possível, ficar com o distanciamento de dois metros”, detalha. De acordo com ela, “estudos já foram feitos e concluíram que não há transmissão do coronavírus pelo leite materno. Assim, a amamentação deve ser estimulada sempre”.
O tema divide muitas opiniões, principalmente entre os leigos. Recentemente, Pamella Holanda, entrevistada no programa Encontro com Fátima, disse que uma das vezes em que foi agredida pelo marido, o músico DJ Ivis, foi porque ela estava com Covid-19 e ele não queria que ela amamentasse a bebê de menos de um mês. “Todos os médicos me aconselhavam a amamentar. Ele não queria”, contou na época.
Em progresso Menos da metade das crianças brasileiras menores de seis meses de vida (45,7%) foram amamentadas exclusivamente com leite materno. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado pelo Ministério da Saúde, entre fevereiro de 2019 e março de 2020.Apesar do baixo índice, o Brasil registrou aumento no número de crianças de até seis meses que receberam amamentação exclusiva, já que, em 2006, esse percentual era de 37%. Após avaliação de 14.505 crianças, foi constatado que mais da metade (53%) delas continua sendo amamentada no primeiro ano. Já entre os bebês menores de quatro meses a amamentação é de 60%.
Segundo a pesquisa, na comparação com os últimos 34 anos, houve aumento de quase 13 vezes no índice de amamentação exclusiva em crianças menores de quatro meses e de cerca de 16 vezes entre crianças menores de seis meses. O levantamento é percebido na prática. “A taxa de desmame precoce era maior antes, mas vem melhorando. Em Goiânia vejo muito a retomada da conscientização do aleitamento materno e pedido de orientação das mães sobre como amamentar por mais tempo, já que a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que é nos primeiros meses a alimentação seja exclusiva com o leite materno e até dois anos ela seja acompanhada da introdução de outros alimentos”, diz a pediatra.
Situação inversa Com as novas cepas, o coronavírus tem infectado mais pessoas jovens, inclusive crianças de diversas idades e bebês. Stephânia Laudares explica que se a situação for inversa e a criança se contaminar, a amamentação também não pode parar. “Elas devem ser amamentadas e os cuidados com uma criança com Covid-19 são os mesmos de outras infecções por vírus. É preciso verificar a febre e, se for o caso, fazer uso de antitérmico, manter a hidratação e realizar lavagem nasal abundante com soro fisiológico, além do acompanhamento com pediatra”, salienta a pediatra.
Outro ponto que reforça a importância da amamentação é a possibilidade de transmissão de anticorpos das mães vacinadas para os filhos. Uma pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo com lactantes que tomaram a Coronavac indicou a presença de anticorpos para Covid-19 no leite materno até quatro meses depois da vacinação. Já nos Estados Unidos, estudo com gestantes e lactantes que receberam as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech ou da Moderna apontou a presença de anticorpos no sangue do cordão umbilical e no leite materno das participantes.
“Existem várias pesquisas apontando que as mães que tomaram determinadas vacinas transmitem anticorpos contra o coronavírus para os bebês, bem como alguns estudos com mães que tiveram a Covid-19 e também passaram os anticorpos aos filhos. Sendo assim, a amamentação deve ser mantida sempre, ela só será suspensa se a mãe ou a criança que estiver infectada não possuir condições clínicas para realizar o aleitamento materno”, destaca a pediatra do Órion Complex, Stephânia Laudares.