3 setores beneficiados pelo audiovisual em 2021
*Por Rafael Lage, CEO da Trilha 91
Enquanto vivemos a expectativa da retomada do trabalho presencial, crucial para alguns mercados, as mudanças estratégicas seguem como solução. Analisando o setor audiovisual, seja em produções com grande elenco ou backstage repleto de pessoas ou eventos sociais, corporativos e shows com presença de público, o último ano foi de reorganização.
Essa necessidade de reinvenção, segundo mapeamento realizado pela APRO no início deste ano, faz sentido, uma vez que 99% das produtoras participantes sentiram algum impacto refletido na diminuição de orçamentos por conta da pandemia. Este fator foi primordial para a reinvenção de nichos.
Os eventos corporativos e de entretenimento buscaram se adaptar às lives, em redes sociais e plataformas on-line. A produção publicitária passou a produzir filmes se utilizando de cenas de banco de imagens, animações e até mesmo enviando equipamentos de gravação para a casa dos “personagens”, de modo a captar cenas que estivessem dentro do contexto de confinamento imposto pela pandemia.
A boa notícia é que alguns setores já adaptados a essa realidade virtual tendem a crescer, mesmo com a volta da normalidade social. O de comunicação, por exemplo, por meio de vídeos para marketing se beneficiou com a produção de conteúdos personalizados, lives e webinars criativos. Este caminho foi utilizado por empresas de diversos ramos no desenvolvimento de ações e campanhas publicitárias, que viram no Motion Graphics uma técnica mais dinâmica e didática que outros formatos de vídeo.
O setor de educação também deve ganhar força no pós-pandemia, já que no último ano o ensino como um todo, por muitas vezes, era a única alternativa viável. Instituições educacionais infantis – públicas ou privadas -, universidades, escolas de idiomas, cursos on-line, entre outros, já perceberam que além do EAD, o método híbrido é uma opção que deve ganhar cada vez mais força. Assim, as aulas gravadas seguem como alternativa, sempre sob o auxílio de produções de vídeo.
O mercado imobiliário será outro a crescer. Primeiro, em razão da quantidade de empreendimentos (com obras em andamento ou já prontos), sobretudo nas grandes cidades. Plataformas de compra e locação passaram a se utilizar de vídeos curtos em respeito ao isolamento social. Essa foi uma das formas mais eficazes de interessados em imóveis terem uma noção de como é o espaço pretendido, sem a necessidade de se deslocar ao local. Com a expectativa de crescimento do setor, as buscas virtuais permanecerão como alternativa prática.
Todas essas vantagens devem seguir fazendo parte desses e diversos outros setores da economia. No entanto, acredito que não há a possibilidade de termos uma retomada sem o relacionamento das pessoas dentro de um contexto pessoal ou profissional, pelo menos no audiovisual. O ser humano é um indivíduo social que utiliza a tecnologia a seu favor para facilitar o acesso à comunicação a distância.
Em um futuro próximo, as facilidades tecnológicas devem seguir em alta, assim como os benefícios trazidos por elas como o acesso, a logística e maior troca de informações das equipes de produção entre si e, também, com o cliente. Porém, não podemos imaginar este cenário como regra, afinal, as interações presenciais seguirão extremamente necessárias.
Rafael Lage é CEO da Trilha 91