Especialista em arquitetura bioclimática aponta principais características que indicam se o imóvel é econômico e sustentável
O projeto de uma casa sustentável ainda é muito difícil de ser colocado na prática. Sustentabilidade não está apenas em produtos físicos, significa também mudar costumes, hábitos, atitudes e adotar princípios que nos conduzam à convivência harmoniosa com a natureza.
Uma casa bioclimática traz ganhos significativos de custos de manutenção, bem-estar dos moradores, além de ser ecologicamente correta. Para isso, deve ter algumas estratégias importantes, como coleta e reservatório de água da chuva, iluminação natural nos ambientes, ecotelhado com isolamento térmico, aquecimento de água por energia solar, lâmpadas de LED, pé direito alto, paredes externas duplas, entre outras.
Num mundo onde o uso racional dos recursos naturais e o consumo consciente se tornam cada vez mais importantes, a arquitetura bioclimática ganha destaque nas construções. Mais do que nunca é importante que os projetos tenham como base a integração ao meio ambiente. Reduzir a poluição gerada pela obra e aproveitar da melhor maneira possível as condições climáticas e geográficas do local são as tendências do momento.
Para quem está pensando em construir, comprar um imóvel ou até deixar a casa mais ecológica, o arquiteto Sebastião Lopes, sócio do escritório Arqsol, especialista em arquitetura bioclimática, lista algumas dicas:
PINTURA
É importante que as partes externas e internas sejam em cores claras. Até o telhado pode ser pintado de branco. “As cores claras refletem mais a luz e absorvem menos calor”, diz o arquiteto. Isso propicia uma temperatura mais agradável dentro do local e reduz a necessidade de ar-condicionado e ventiladores.
ÁGUA
Outro ponto importante é ter um sistema de reuso de água da chuva, que poderá ser aproveitada em geral para descargas, limpeza predial e das calçadas, irrigação de plantas e jardins, e até lavagens de carros. “Implementando um sistema como esse, é possível economizar até 50% na conta de água”, afirma Sebastião Lopes.
PLANTAS
Na hora de escolher as plantas e flores que vão decorar a casa, opte pelas espécies nativas. Isso garante a preservação de plantas regionais. “Sem contar que elas se adaptam melhor ao clima e ao solo, além de criar um equilíbrio com a fauna local. São os alimentos que os animais nativos precisam”, ressalta o especialista.
ENERGIA
Quando falamos em energia, é importante pensar em alternativas mais sustentáveis. “O uso de energia solar, embora bem conhecida, ainda tem um crescimento tímido no Brasil”, lamenta o arquiteto da Arqsol. Menos de 1% da energia produzida aqui vem através da luz solar, mesmo sendo um dos países com maior índice de radiação solar do mundo.
Outra opção de energia renovável vem através dos aerogeradores, que transformam o vento em eletricidade. “No projeto, também opte por janelas grandes, que permitam a maior entrada de luz natural possível”, ressalta Sebastião Lopes.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
A escolha dos materiais adequados é ponto-chave para quem busca uma arquitetura sustentável. Na hora de construir ou reformar, escolha materiais encontrados na região onde mora. Isso irá reduzir o impacto ambiental da obra. Na alvenaria e telhado, vale apostar em materiais de grande inércia térmica, ou seja, aqueles que demoram para esquentar e que custam a resfriar.
“A indústria de construção civil é a segunda mais poluente do mundo. Os principais responsáveis por isso são as tintas e a quantidade de resíduos despejados na natureza”, alerta Lopes. Materiais alternativos, como madeira plástica, casas que não utilizam tijolos, blocos concretados e tintas à base de água oferecem soluções inteligentes e eficientes, tanto para a natureza quanto para um projeto inovador. Uma obra sustentável possui: reuso de água de chuva, usina fotovoltaica, materiais, elementos e componentes construtivos sustentáveis e eliminação de resíduos construtivos.
VENTILAÇÃO
As construções devem aproveitar ao máximo o vento da região, permitindo que o ar entre e circule livremente entre os cômodos. Segundo Sebastião Lopes, isso permite que os ambientes permaneçam com uma sensação térmica agradável, sem a necessidade do uso de ar-condicionado. “Ter um pé direito alto também é fundamental para ajudar na circulação do ar”, conclui.
Perfil Sebastião Lopes
Sebastião Lopes é o fundador da Arqsol Arquitetura e Tecnologia, hoje um dos maiores escritórios de arquitetura do Brasil. Ao lado dos filhos, Rafael e Laura Lopes, gerencia projetos que buscam o melhor aproveitamento do espaço, além da redução do impacto ambiental e do consumo energético. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, está há 47 anos no mercado. Em 2017, recebeu a certificação de notória especialização na área de projetos educacionais do Ministério Público Federal. Reconhecido nacionalmente pelos seus trabalhos no ramo, defende a importância de espaços atrativos para conquistar alunos e professores.
Sebastião Lopes trabalhou durante 25 anos na UFMG, com o MEC (Ministério da Educação) e a representação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) no Brasil, em projetos de escolas e universidades. A arquitetura funcional que adota em suas obras fez dele referência entre estudantes e arquitetos do país, que buscam e valorizam maneiras diferentes de planejar e construir.
Sobre a Arqsol Arquitetura e Tecnologia
A Arqsol Arquitetura e Tecnologia é uma empresa familiar com sede em Belo Horizonte (MG). Fundada em 1994, realiza obras em todas as regiões do Brasil e é especializada em arquitetura bioclimática, com foco na preservação ambiental e na redução do consumo de energia. A Arqsol faz desde o projeto até a execução da obra, chegando a empregar cerca de 100 pessoas ao mesmo tempo. E ainda oferece serviços de decoração. Gerenciada pelo conceituado arquiteto Sebastião Lopes, que atua há 47 anos nessa área, oferece as melhores soluções no mercado educacional, empresarial e imobiliário.
A Arqsol acredita na arquitetura boa, bonita e útil para a sociedade. A empresa preza por criar projetos baseados na necessidade e funcionalidade da construção, a fim de evitar espaços sem finalidade e propósito.