A aprendizagem no hospital como criação de sentidos para a criança com câncer

O processo de aprendizagem consiste no estabelecimento de habilidades que serão imprescindíveis para as etapas futuras da vida da criança. Ao longo do desenvolvimento infantil, o teórico Jean Piaget nos apresenta, que ele perpassa por diferentes fases, tais como: o estágio sensório-motor, o estágio pré-operatório, o estágio operatório-concreto e o estágio operatório-formal.
Falar de aprendizagem dentro da instituição escola ou espaço não escolares, como é o caso de hospitais ou casas de apoio, significa uma tentativa de aproximação do aprender nessas realidades, no entanto, trata-se de um enfoque processual, isto é, dos acontecimentos que habitam em tais lugares, e que montam a rede, como lugar significativo da aprendizagem, para além dos cuidados médicos.
A criança hospitalizada com câncer é a mesma criança que vai à escola (ou ia); a escola é, para esta criança, um elo fundamental de seu mundo que se rompe. O processo de aprendizagem permanece em movimento, pois não é restrito à escola. Então, a aproximação hospital-escola se dá quando o aprender é visto em processo e a educação como atividade não terminada, após uma aula, um ciclo pedagógico, ou um ciclo de quimioterapia.
Na Casa Durval Paiva, é ofertado para os pacientes assistidos, crianças e adolescentes estudantes da educação básica, o serviço educacional, reconhecido como Unidade Educativa INEP n° 24084473, vinculado a Lei nº 10.320/2018, acontecendo no hospital e na casa de apoio.
Nesses espaços, o processo de aprendizagem se desenrola com a criação de sentido para cada ação realizada ou acontecimento vivido pelo estudante. O enfoque num aprender significativo como aquele que se reflete na conservação e enriquecimento do conhecimento por meio das atividades curriculares, extracurriculares, e ações multidisciplinares, mediadas nos espaços onde o aluno está, seja ele sala de aula, enfermarias, isolamentos ou UTI.
