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Blog Anselmo Santana

Alfabetização

O que significa ser alfabetizado em nosso país?

15 de janeiro de 2021 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Que importância é dada por cada pessoa à sua alfabetização? O que é ser alfabetizado em nosso país? Para quem é alfabetizado e a teve na idade certa, nem consegue imaginar o que seria de sua vida sem o domínio da leitura e da escrita, já que essas atividades são naturais no dia a dia e em diversas práticas corriqueiras. Esse cenário muda completamente quando tratamos das pessoas não alfabetizadas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 7% da sua população analfabeta, isso transformado em números equivale a 11,5 milhões de pessoas que vivem sem conseguir reconhecer informações simples e úteis em seu cotidiano, já que esses dados equivalem ao analfabeto completo, não aqueles que sabem escrever seu nome e ler e escrever algumas palavras. Diante disso, se faz necessário lembrar que por trás das pessoas que não foram alfabetizadas, há sempre um senão social que as impediram de frequentar a escola. Como exemplo, podemos pensar nas pessoas que vivem muito distantes e não têm locomoção para chegar a elas; nas muitas famílias que não puderam matricular seus filhos, pois necessitavam de seus serviços braçais, embora ainda menores de idade; nos tantos brasileiros que acabaram vivendo nas ruas correndo atrás de esmolas para não morrerem de fome, dentre tantos outros casos.

Motivos para o não acesso à alfabetização são muitos, mas as ações para diminuir esse número ainda não demonstram resultados para uma queda significativa. A meta de número 9 do Plano Nacional de Educação tem como objetivo elevar a taxa de alfabetização e atingir zero por cento da taxa de analfabetismo até 2024, número este impossível de atingir já que em 2019, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pela Agência Brasil, a taxa era de 6,6%. Para índice desta pesquisa são consideradas as pessoas com mais de 15 anos e para que esse número diminua, são necessários fortes investimentos na Educação de Jovens e Adultos com campanhas de resgate àqueles que não tiveram oportunidade de ensino na idade certa.

Por conseguinte, ser alfabetizado em nosso país representa muito mais do que se ter o domínio da leitura e da escrita, representa estar dentro de uma das fatias privilegiadas socialmente, já que não lhe foi negado o direito ao acesso ao ensino das letras. Privilégio este, maior ainda, para aqueles que tiveram oportunidade de acesso e de permanência na educação básica. Frente a isso, nos cabe sermos gratos e conscientes de que o nosso direito à educação foi preservado e, na medida do possível, buscarmos maneiras de agir a favor da mudança do cenário de analfabetismo do nosso país. Não apenas para a melhoria dos índices nacionais perante às organizações mundiais, mas principalmente, para que para esses milhões de brasileiros passem a enxergar o mundo com a clareza das letras e possam recuperar, ainda que tardiamente, seus direitos à educação.

Autora: Viviane Schueda Stacheski é mestre em Ciências Humanas e professora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Educação

A alfabetização é mais do que aprender a ler e escrever

13 de janeiro de 2021 por Anselmo Santana Deixar um comentário

A alfabetização há tempos é um dos assuntos mais relevantes no cenário brasileiro. E digo “cenário” pois não abrange tão somente a área educacional, mas também, a social e política de igual modo. Fazendo um exercício de reflexão sobre a temática, voltamos no tempo na época do Brasil Império. Reis e rainhas, povo analfabeto. Caminhando cronologicamente, encontramos uma educação que segrega, ou seja, somente para os “com posses” e mais, do sexo masculino. Algumas longas décadas adiante e encontramos outras formas de governo, cada qual com sua bandeira, mas, todos apresentando algum propósito para a educação e, naturalmente, a alfabetização era incluída nesse movimento. Contudo, até o ano de 2019 essa preocupação – seja ela apenas de cunho político ou não, se apresenta com os mesmos objetivos: diminuir o índice de analfabetos no país.

Apesar de todos os esforços para a melhoria da condição de ser alfabetizado, há uma latente necessidade de avanço. Nesse cenário, precisamos não de um movimento político isolado de alfabetização, afinal, já tivemos tantos – Pnaic, Mais alfabetização, Programa Brasil Alfabetizado etc – mas sim, de um movimento articulador de formação integral dos nossos estudantes. Buscar formar nossas crianças e dar-lhes condições para que não tenham que abandonar a escola e lutar por sua sobrevivência e de sua família, não sem antes decodificar o mundo das letras, de compreender a necessidade e a importância de saber ler, escrever, se posicionar política e socialmente, de ser “gente” perante uma sociedade capitalista.

Em nosso último senso demográfico (2010), percebemos que a maior parte dos analfabetos acima dos 14 anos de idade estão alocados nas áreas periféricas, ou seja, numa condição socioeconômica que demanda políticas públicas, não apenas voltadas para a alfabetização, mas de qualidade de vida, ou seja, saúde, moradia, saneamento básico, de lazer – sim! – educação, formação, trabalho e tantos outros aspectos que englobam o viver com o mínimo de dignidade.

A alfabetização é isso: é vida, é progresso, é social. O país ainda continua – não com reis e rainhas, entretanto, com um grande percentual de cidadãos analfabetos – totais ou funcionais.

Autoras:

Kellin Inocêncio é mestre em educação e professora do Centro Universitário Internacional Uninter.

Gisele Cordeiro é doutora em educação e coordenadora da área de Educação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Educação

Congresso online discute alfabetização mais eficiente

12 de novembro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

A pandemia trouxe um dos maiores distúrbios nos sistemas educacionais prejudicando o processo de aprendizagem de milhões de estudantes. Pensando em contribuir para a educação, o Instituto NeuroSaber irá promover a primeira edição do “Congresso de Alfabetização: da Ciência Cognitiva à Prática Escolar”, dos dias 26 a 28 de novembro. Ao vivo e online, o evento, que conta com importantes especialistas do setor, vai discutir condutas educativas a partir de evidências científicas e refletir sobre métodos de ensino que possibilitem uma alfabetização mais eficiente.

Segundo Luciana Brites, CEO do Instituto NeuroSaber, o congresso vai promover treinamento qualificado para profissionais da educação, pais e interessados. Durante as palestras, vão ser analisados métodos de ensino que de fato contribuam para aprendizagem e que levem em consideração as etapas e o desenvolvimento, desde as dificuldades de aprendizagem às habilidades cognitivas e comportamentais.

Brites ressalta ainda que o evento irá debater a importância da Ciência Cognitiva da leitura. Segundo ela, trata-se de uma análise dos processos linguísticos, cognitivos e cerebrais que ajudam a compreender sobre como funciona o cérebro de quem está aprendendo a ler e como se dá o aprendizado da leitura.

– Entendendo bem esses fatores e como eles acontecem dentro da mente, é possível pensar em melhores maneiras para auxiliar no desenvolvimento da leitura e da escrita das crianças. E diante de toda essa defasagem da educação, será fundamental que profissionais e pais possam estar melhor habilitados para reverter o atual cenário provocado pela pandemia – observa.

Palestras e elaboração de livro

 As palestras também serão gravadas e disponibilizadas para serem assistidas posteriormente pelos participantes. Além disso, haverá um local digital que servirá como espaço para interação, com o objetivo de tirar dúvidas e compartilhar experiências entre os profissionais, pais e familiares interessados em alfabetização.

Também será elaborado um livro sobre o congresso, com o apoio de especialistas e pesquisadores participantes, que vai analisar os estágios e o desenvolvimento desde as dificuldades de aprendizagem às habilidades cognitivas e comportamentais.

Inscrições pelo link: https://neurosab.com/campaign/ai-congresso-de-alfabetizacao

Confira a programação completa do evento:

Dia 26/11, quinta-feira

18h: Dra. Alessandra Seabra inicia o congresso falando sobre a Política Nacional de Alfabetização (PNA) e Ciências Cognitivas.

19h: Dra. Maria Regina Maluf conversa com os participantes sobre a Formação de Professores e Alfabetização.

20h: Dra. Rochele Fonseca encerra o primeiro dia de congresso com um bate-papo sobre Literacia emergente: fatores neuropsicológicos pró-prontidão escolar e aprendizagem significativa.

 

Dia 27/11, sexta-Feira

18h: Dra. Alessandra Seabra abre o segundo dia de palestras com o tema Princípio alfabético, Consciência Fonêmica e Instrução Fônica

19h: Dra. Ana Luiza Navas fala sobre a importância da Fluência de leitura

20h: Dra. Ana Luiza Navas segue no encontro, com o tema Compreensão de leitura

 

Dia 28/11, sábado

9h: Dr. Clay Brites abre o último dia de congresso falando sobre os Aspectos Biológicos e Neurológicos da Linguagem Escrita

10h: Dra. Camila Leon discute Autorregulação e Funções Executivas na Alfabetização

11h: Dra. Cíntia Salgado palestra sobre a Identificação precoce de dificuldades de leitura e escrita em contextos de vulnerabilidade.

13h: Me. Gabriel Brito fala sobre a Leitura e escrita no Ensino Fundamental II

14h: Dra. Rosângela Gabriel abrange a Alfabetização de Adultos

15h: Me. Roselaine Pontes de Almeida fala sobre A BNCC e a alfabetização na Educação Infantil

16h: Luciana Brites encerra o congresso em palestra sobre os Aspectos Psicomotores da Escrita

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Congresso

Hoje! Janaína Spolidorio lança seu novo livro “Neurogênese da Alfabetização… e outras coisinhas mais”

10 de novembro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário
O lançamento acontecerá de forma virtual e contará com a participação de Antônio Gois e Angelita Fulle

A consultora e especialista em educação Janaína Spolidorio fará hoje (10/11), às 19h30, o lançamento virtual de seu mais novo livro “Neurogênese da Alfabetização… e outras coisinhas mais”. O evento acontecerá no canal da especialista no Youtube (www.youtube.com/janainaspolidorio) e contará com a presença de Antônio Gois, colunista de educação do Globo e diretor e fundador da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação); e de Angelita Fulle, coordenadora e professora do Núcleo de Neuropsicopedagogia na faculdade Censupeg. Os profissionais, além de falarem sobre os aspectos que envolvem o livro, também debaterão assuntos relevantes sobre a educação como um todo.

Sobre o livro:

O livro “Neurogênese da Alfabetização… e outras coisinhas mais” aborda a alfabetização vista pela perspectiva da neurociência. Ao longo dos séculos foram criados métodos para introduzir o mundo das letras às nossas crianças, mas o que faltava a eles era o fator mais importante da aprendizagem: nosso cérebro. Tais métodos foram desenvolvidos com base na observação da aprendizagem. Somente recentemente temos fatos científicos que nos explicam o funcionamento de nosso complexo centro de comando biológico voltado para o conhecimento. Com base no que foi descoberto até o momento este livro nos sinaliza como podemos potencializar o que tivemos até aqui, compreender em quais ocasiões utilizar cada metodologia e ainda poder começar a responder um pouco sobre o grande enigma da fase da alfabetização: a leitura. Como ela acontece no cérebro? Como deve ser estimulada? Quais são as hipóteses pelas quais um leitor passa?

Editora: Livro Novo

Venda exclusiva no site: https://janainaspolidorio.com.br/

Preço: R$ 75,00

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Livros

A conquista da alfabetização

9 de novembro de 2020 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Antonio Artequilino é consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional em São Paulo.
Divulgação

Antonio Artequilino*

Um percurso escolar de excelência deve possuir como ponto de partida a riqueza proporcionada pelo processo de alfabetização inicial. O encontro do aluno com as palavras promove intensas descobertas, as quais requerem um olhar bastante atento dos professores no sentido de propor atividades que sejam realmente significativas.

De acordo com o francês Henri Wallon, a criança é essencialmente emocional e deseja compreender o que está sendo ensinado para se constituir num ser sociocognitivo. Tal fato expõe a necessidade de criação de ambientes de interação dentro das escolas. Não obstante, para o estudioso Jean Piaget, a criança deve passar por várias fases de desenvolvimento psicológico, partindo do individual para o social, com o propósito de desenvolver pensamento e linguagem. Por sua vez, Lev Vygotsky defende que signos e palavras são para as crianças um meio de contato social com as pessoas e que fornecem a mediação simbólica entre o aluno e o mundo.

Dessa forma, podemos afirmar categoricamente que a alfabetização é uma conquista proveniente do esforço, da intenção de aprender, da vontade de descobrir o que é novo, das interações humanas, da diretividade docente e das sucessivas atividades que acontecem dentro e fora do ambiente escolar. Como asseverou Vygotsky, “é no significado da palavra que a fala e o pensamento se unem em pensamento verbal”.

Todavia, o que acontece quando o processo de alfabetização é comprometido ou prejudicado? As consequências são devastadoras do ponto de vista humano, social e cultural. Afinal de contas, a alfabetização não implica tão somente na questão de ensinar crianças e adultos a ler e escrever, mas ainda mais importante, que possam aprender a fazer uso adequado da leitura e da escrita nas práticas sociais.

Em contrapartida, sabemos que o analfabetismo funcional é uma tragédia para a sociedade e para o indivíduo que, apesar de ter sido “alfabetizado”, não é capaz de interpretar um texto sequer. Falta-lhe condições para analisar um simples gráfico, uma composição, e para dizer o que entendeu após a realização de uma leitura. Esse fenômeno não se restringe à baixa escolaridade. Pessoas com cursos de nível superior apresentam analfabetismo funcional em suas práticas de ler, escrever e analisar textos. Todavia, ainda pior que analfabetismo funcional é o analfabetismo absoluto.

Segundo dados da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 617 milhões de crianças e adolescentes no mundo todo não estão adquirindo habilidades mínimas em leitura, escrita e matemática e, lastimavelmente, 750 milhões de jovens e adultos não sabem ler nem escrever nos dias de hoje.

Por fim, devemos pensar nas palavras do grande educador Paulo Freire, para quem “a alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Nesse sentido, diante da poluição causada pela ignorância e pela ausência do saber crítico, precisamos de UM SOPRO DE AR FRESCO, repleto da boniteza, da alegria e da ALFABETIZAÇÃO que se FAZ COM AMOR.

O ato de alfabetizar adequadamente as crianças no contexto escolar, a ação de desenvolver a consciência crítica nas pessoas que não conseguem se posicionar por não entenderem o que leem e, por uma questão essencialmente humana, de apoiar os adultos analfabetos que não tiveram oportunidades educacionais – impulsionam o anseio pela conquista da autonomia de pensamento, da criatividade e da esperança que faz germinar o bem comum nas terras férteis da educação de qualidade.

 

* Antonio Artequilino é consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional em São Paulo.

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Educação

Demora na alfabetização não deve ser confundida com distúrbio de aprendizagem

18 de setembro de 2019 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Mais de 2 milhões de alunos concluintes do 3º ano do Ensino Fundamental apresentaram desempenho insuficiente no exame de proficiência em leitura
créditos: Freepik

Professores precisam estar preparados para identificar diferenças

As estatísticas atuais sobre alfabetização no Brasil preocupam. Segundo resultados mais recentes da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), 54,73% de mais de 2 milhões de alunos concluintes do 3º ano do Ensino Fundamental apresentaram desempenho insuficiente no exame de proficiência em leitura. Em escrita, 33,95% ficaram em nível insuficiente e 54,46% apresentaram desempenho abaixo do adequado em Matemática.

Com a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE), de alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental, esses números demonstram a necessidade de maior atenção para os diferentes métodos de alfabetização utilizada nas escolas brasileiras. “É importante entender o percurso de alfabetização trilhado por cada crianças e observar o tempo e o ritmo de aprendizagem de cada uma delas”, expõe Rita Schane, especialista em pareceres pedagógicos da Aprende Brasil, editora responsável pelo Letrix, um programa de letramento e alfabetização voltado para alunos que ainda não estão alfabetizados no tempo convencionado pela políticas educacionais, ou que apresentam defasagem nos processos de leitura e escrita.

Além das dificuldades relacionadas ao processo pedagógico, existem crianças que possuem necessidades educativas diferenciadas por conta de distúrbios de aprendizagem, como a discalculia, a disgrafia, a dislexia, entre outros. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicado pela Associação Psiquiátrica Americana, os distúrbios de aprendizagem acometem de 5 a 15% das crianças em idade escolar, em diferentes idiomas e culturas, sendo em leitura e escrita os mais comuns. “Frente a esses dados, percebemos que, obviamente, não podemos culpabilizar os distúrbios de aprendizagem por todo o índice de desconformidade e dificuldades de alfabetização”, evidencia Rita.

Porém, por entender que há algum problema mais sério que afeta esse contingente de estudantes fora da linha esperada de alfabetização, as instituições de ensino, muitas vezes, os encaminham a consultórios terapêuticos. Quando chegam aos consultórios, no entanto, poucos são os alunos diagnosticados com transtornos ou disfunções cognitivas. O problema é mais simples do que se imagina: os métodos utilizados para a alfabetização não foram adequados ou não respeitaram o seu tempo ou ritmo. “Alguns professores desconhecem o caminho que os alunos vêm percorrendo no processo de alfabetização, classificam as dificuldades encontradas como problemas que a escola não pode sanar e os encaminham para um psicólogo ou fonoaudiólogo, quando na verdade os problemas de alfabetização podem ser sanados pela própria escola, quando não há distúrbios maiores”, explica.

“Às vezes, a criança não aprende a ler e escrever como e quando a escola espera que ela aprenda, mas é bom refletir sobre o momento em que ela se encontra, talvez não tenha superado algum estágio que faz parte de todo o processo, mas com certeza se alfabetizará”. O fato de não estar escrevendo ou lendo como a escola e a família desejam, não significa que a criança tenha um distúrbio, mas pode estar ainda em uma fase anterior à esperada, construindo o processo de escrita e de leitura. “Até porque cada criança tem seu tempo e seu ritmo de aprender. Nem todos aprendem ao mesmo tempo e da mesma forma. Entender os estágios de desenvolvimento e como se dá a aquisição da leitura e da escrita, são fatores importantes para os professores”, ressalta a especialista.

 

Como resolver o problema

Para Rita, uma observação mais apurada por parte dos professores quanto à forma de aprendizado de cada estudante e a oferta de metodologias diferenciadas podem contribuir com a diminuição dos índices atuais. “Se o aluno está chegando ao quarto ou quinto ano de escolaridade sem estar alfabetizado, e sem um diagnóstico de qualquer distúrbio que seja, cabe à escola dar o suporte para que ele consiga avançar essa etapa da escolaridade sem perder a motivação para aprender”, afirma. A escola pode, por exemplo, oferecer no período contraturno aulas extras para atender as necessidades desse estudante, de maneira diferenciada e em pequenos grupos. “É um direito da criança ser alfabetizada e aprender, então, a escola deve realizar um trabalho diferente de tudo aquilo que fez até então, com propostas inovadoras e mais lúdicas, que vão, mesmo que tardiamente, resgatar os princípios da alfabetização, ou seja,aquilo que ela deveria ter aprendido no primeiro ou segundo ano, de modo a recuperar a sua autoestima”, sugere Rita.

A especialista reforça ainda que a autoestima do aluno precisa ser preservada. “Se ele está com nove ou dez anos e ainda não sabe ler e escrever, ele entende que está, de alguma forma, ‘para trás’; então, a abordagem adotada pela escola deve ser de empoderamento, que o motive e desperte a vontade de aprender. Ou seja, a escola precisa estar predisposta a romper paradigmas e fazer tudo de novo, mas de um jeito diferente”, defende ela.

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Aprendizagem

Demora na alfabetização não deve ser confundida com distúrbio de aprendizagem

17 de setembro de 2019 por Anselmo Santana Deixar um comentário

Mais de 2 milhões de alunos concluintes do 3º ano do Ensino Fundamental apresentaram desempenho insuficiente no exame de proficiência em leitura
créditos: Freepik

Professores precisam estar preparados para identificar diferenças

As estatísticas atuais sobre alfabetização no Brasil preocupam. Segundo resultados mais recentes da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), 54,73% de mais de 2 milhões de alunos concluintes do 3º ano do Ensino Fundamental apresentaram desempenho insuficiente no exame de proficiência em leitura. Em escrita, 33,95% ficaram em nível insuficiente e 54,46% apresentaram desempenho abaixo do adequado em Matemática.

Com a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE), de alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental, esses números demonstram a necessidade de maior atenção para os diferentes métodos de alfabetização utilizada nas escolas brasileiras. “É importante entender o percurso de alfabetização trilhado por cada crianças e observar o tempo e o ritmo de aprendizagem de cada uma delas”, expõe Rita Schane, especialista em pareceres pedagógicos da Aprende Brasil, editora responsável pelo Letrix, um programa de letramento e alfabetização voltado para alunos que ainda não estão alfabetizados no tempo convencionado pela políticas educacionais, ou que apresentam defasagem nos processos de leitura e escrita.

Além das dificuldades relacionadas ao processo pedagógico, existem crianças que possuem necessidades educativas diferenciadas por conta de distúrbios de aprendizagem, como a discalculia, a disgrafia, a dislexia, entre outros. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicado pela Associação Psiquiátrica Americana, os distúrbios de aprendizagem acometem de 5 a 15% das crianças em idade escolar, em diferentes idiomas e culturas, sendo em leitura e escrita os mais comuns. “Frente a esses dados, percebemos que, obviamente, não podemos culpabilizar os distúrbios de aprendizagem por todo o índice de desconformidade e dificuldades de alfabetização”, evidencia Rita.

Porém, por entender que há algum problema mais sério que afeta esse contingente de estudantes fora da linha esperada de alfabetização, as instituições de ensino, muitas vezes, os encaminham a consultórios terapêuticos. Quando chegam aos consultórios, no entanto, poucos são os alunos diagnosticados com transtornos ou disfunções cognitivas. O problema é mais simples do que se imagina: os métodos utilizados para a alfabetização não foram adequados ou não respeitaram o seu tempo ou ritmo. “Alguns professores desconhecem o caminho que os alunos vêm percorrendo no processo de alfabetização, classificam as dificuldades encontradas como problemas que a escola não pode sanar e os encaminham para um psicólogo ou fonoaudiólogo, quando na verdade os problemas de alfabetização podem ser sanados pela própria escola, quando não há distúrbios maiores”, explica.

“Às vezes, a criança não aprende a ler e escrever como e quando a escola espera que ela aprenda, mas é bom refletir sobre o momento em que ela se encontra, talvez não tenha superado algum estágio que faz parte de todo o processo, mas com certeza se alfabetizará”. O fato de não estar escrevendo ou lendo como a escola e a família desejam, não significa que a criança tenha um distúrbio, mas pode estar ainda em uma fase anterior à esperada, construindo o processo de escrita e de leitura. “Até porque cada criança tem seu tempo e seu ritmo de aprender. Nem todos aprendem ao mesmo tempo e da mesma forma. Entender os estágios de desenvolvimento e como se dá a aquisição da leitura e da escrita, são fatores importantes para os professores”, ressalta a especialista.

Como resolver o problema

Para Rita, uma observação mais apurada por parte dos professores quanto à forma de aprendizado de cada estudante e a oferta de metodologias diferenciadas podem contribuir com a diminuição dos índices atuais. “Se o aluno está chegando ao quarto ou quinto ano de escolaridade sem estar alfabetizado, e sem um diagnóstico de qualquer distúrbio que seja, cabe à escola dar o suporte para que ele consiga avançar essa etapa da escolaridade sem perder a motivação para aprender”, afirma. A escola pode, por exemplo, oferecer no período contraturno aulas extras para atender as necessidades desse estudante, de maneira diferenciada e em pequenos grupos. “É um direito da criança ser alfabetizada e aprender, então, a escola deve realizar um trabalho diferente de tudo aquilo que fez até então, com propostas inovadoras e mais lúdicas, que vão, mesmo que tardiamente, resgatar os princípios da alfabetização, ou seja,aquilo que ela deveria ter aprendido no primeiro ou segundo ano, de modo a recuperar a sua autoestima”, sugere Rita.

A especialista reforça ainda que a autoestima do aluno precisa ser preservada. “Se ele está com nove ou dez anos e ainda não sabe ler e escrever, ele entende que está, de alguma forma, ‘para trás’; então, a abordagem adotada pela escola deve ser de empoderamento, que o motive e desperte a vontade de aprender. Ou seja, a escola precisa estar predisposta a romper paradigmas e fazer tudo de novo, mas de um jeito diferente”, defende ela.

Postado em: Notas Marcação: Alfabetização, Aprendizagem, Educação
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