Estande do BNB no 8° Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
Na agricultura familiar, maioria dos financiamentos do BNB é para mulheres
São Paulo (SP), 26 de outubro de 2023 – Ao chegar à marca de R$ 10 bilhões em recursos destinados ao segmento do agronegócio, em 2023, o Banco do Nordeste (BNB) registra crescimento de 135% no volume de investimentos com esse setor produtivo, se considerados os últimos cinco anos. O dado foi anunciado durante o 8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que aconteceu nesta quarta, 25, e quinta-feira, 26, em São Paulo (SP), com patrocínio do BNB.
O superintendente do Agronegócio e de Microfinança Rural do Banco do Nordeste, Luiz Sérgio Farias, explica que, levando em conta as peculiaridades desse segmento, que aponta para constante crescimento, a instituição financeira tem desenvolvido uma política específica de atendimento para o agronegócio e agricultura familiar.
“Reconhecemos a força do agronegócio brasileiro e das mulheres no agro, em especial, em nossa área de atuação, por isso disponibilizamos ações específicas que contribuem para maior elevação do potencial produtivo desse segmento, como crédito para pesquisa de difusão de tecnologias, incentivo à utilização de tecnologias de convivência com a seca, recuperação de áreas degradadas, ampliação das áreas irrigadas, apoio à logística de armazenamento da região e estímulo aos projetos de inovação e geração de energia por fontes renováveis, entre outros”, destaca.
Com 9% da rede bancária em toda a sua área de atendimento – Região Nordeste e parte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, o Banco do Nordeste é responsável por 48% dos financiamentos com crédito rural e por 94% das operações contratadas com a agricultura familiar da região. É exatamente na agricultura familiar que o BNB dispõe de crédito específico para mulheres, e já registra, em 2023, 51% do público atendido por estes programas de crédito específico formado por agricultoras familiares.
“É fundamental que o Banco do Nordeste esteja presente neste Congresso Nacional, porque evidencia a representatividade da instituição para os negócios rurais em toda a nossa área de atuação e as possibilidades de incentivo para que o setor siga em crescimento. Além de apresentar nossas principais soluções de crédito rural, aproveitamos a oportunidade para destacar a força do BNB para esse segmento produtivo e conhecer as tendências da liderança feminina no campo”, destacou a superintendente estadual do Ceará, Eliane Brasil, que coordenou a comitiva de gestoras do BNB participantes do evento.
CNMA 2023
O 8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio registrou a presença de mais de 3 mil mulheres atuantes no agronegócio brasileiro, tanto como empresárias e produtoras, quanto técnicas e pesquisadoras. Com o tema “Dobrar o Agro de tamanho com sustentabilidade: A Marca Brasileira”, a finalidade do evento foi promover discussões importantes e atuais, com grandes nomes, empresas e instituições ligadas direta e indiretamente ao setor, além de fomentar e reconhecer a presença e liderança feminina no agronegócio.
Realizado pelo Transamerica Expo Center, o CNMA contou com programação que abordou temáticas como desafios da produção sustentável, gestão de propriedades rurais, diversidade, inclusão e sustentabilidade na agricultura familiar, ESG, tecnologia como pilar da sustentabilidade, potencialidade agroenergética do Brasil, entre outros.
O agronegócio no Brasil, representado por um intrincado sistema de produção agropecuária e comercialização de seus produtos, é um dos principais pilares da economia nacional.
A interligação entre os setores agrícolas e pecuários, juntamente com a crescente importância das exportações, impulsiona a economia do país.
Neste cenário, a relação entre o agronegócio no Brasil e o meio ambiente torna-se crucial, exigindo estratégias de desenvolvimento sustentável para garantir a continuidade desse setor vital.
A correia transportadora do direito ambiental desempenha um papel vital na orientação dessas estratégias, assegurando a preservação do meio ambiente enquanto promove o crescimento econômico.
O agronegócio no Brasil: panorama geral
O Brasil tem conquistado destaque global como um dos principais players do agronegócio. Com vastos territórios propícios à agricultura e pecuária, o país tornou-se um dos maiores produtores mundiais de commodities agrícolas.
Culturas como soja, milho, café e cana-de-açúcar dominam as paisagens rurais, enquanto a produção de carne bovina e avícola cresce significativamente.
Esse crescimento resulta em impactos econômicos consideráveis, contribuindo para o PIB nacional e para o mercado de exportação.
Direito ambiental e agronegócio
O direito ambiental desempenha um papel crucial na conformidade e no desenvolvimento responsável do agronegócio no Brasil.
Esse campo normativo estabelece diretrizes para a interação entre a atividade econômica e o meio ambiente, promovendo a preservação da biodiversidade e a mitigação dos impactos adversos.
A necessidade de regulamentação é evidente, visto que o crescimento do agronegócio muitas vezes está em conflito com a conservação ambiental.
A correia transportadora do direito ambiental não apenas orienta as operações, mas também equilibra os interesses econômicos com a preservação de recursos naturais essenciais.
Legislação ambiental aplicável ao agronegócio
O arcabouço legal ambiental no Brasil é fundamental para direcionar as práticas do agronegócio. O Código Florestal e a Política Nacional de Meio Ambiente estabelecem regras para o uso sustentável dos recursos naturais e a proteção de áreas sensíveis.
O licenciamento ambiental é uma ferramenta essencial para garantir que as atividades agropecuárias estejam em conformidade com as regulamentações. Essas medidas visam assegurar a continuidade da produção sem comprometer a qualidade ambiental.
Desafios e conflitos entre agronegócio e meio ambiente
À medida que o agronegócio se expande, surgem desafios complexos relacionados à conservação ambiental.
A conversão de áreas naturais em terras agrícolas, muitas vezes, resulta na degradação de ecossistemas delicados, causando impactos como desmatamento e perda de biodiversidade.
Os conflitos entre interesses econômicos e proteção ambiental destacam a necessidade de práticas mais sustentáveis no setor.
Medidas de sustentabilidade no agronegócio
Para enfrentar esses desafios, práticas sustentáveis estão sendo adotadas no agronegócio brasileiro.
A agroecologia, por exemplo, promove o uso consciente dos recursos naturais, reduzindo a dependência de insumos químicos e promovendo a biodiversidade.
Tecnologias avançadas, como o uso de drones para monitorar cultivos e a implementação de sistemas de irrigação eficientes, também estão contribuindo para uma produção mais responsável e eficaz.
Fiscalização e responsabilização
A fiscalização ambiental é um componente crítico para garantir o cumprimento das regulamentações. Agências governamentais monitoram as atividades agrícolas e pecuárias, aplicando sanções em casos de infrações.
A responsabilização legal por danos ambientais é uma ferramenta essencial para desencorajar práticas prejudiciais ao meio ambiente e incentivar a adoção de métodos sustentáveis.
Exemplos de sucesso e parcerias
Empresas do agronegócio têm demonstrado que é possível equilibrar crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
Parcerias entre o setor público e privado também têm emergido, visando a promoção de práticas sustentáveis e inovação tecnológica.
Essas colaborações indicam um movimento positivo em direção a um agronegócio mais consciente e alinhado com as necessidades ambientais.
Tecnologias inovadoras e futuro sustentável
A adoção de tecnologias inovadoras desempenha um papel crucial na busca por um futuro sustentável no agronegócio brasileiro.
A implementação de práticas agrícolas de precisão, como o uso de drones para mapeamento e monitoramento de cultivos, permite uma gestão mais eficiente dos recursos naturais.
Além disso, a aplicação de inteligência artificial e análise de dados contribui para a tomada de decisões embasadas, reduzindo desperdícios e aumentando a produtividade.
Essas tecnologias também podem auxiliar na identificação precoce de problemas ambientais, possibilitando respostas rápidas e mitigação de danos.
À medida que o agronegócio avança, a integração de inovações tecnológicas promove a sustentabilidade e reforça a importância da harmonização entre o setor e o meio ambiente.
Educação e conscientização ambiental no agronegócio
A educação e conscientização ambiental desempenham um papel vital na transformação do agronegócio no Brasil.
Iniciativas educacionais que promovem a compreensão dos impactos ambientais das práticas agrícolas e pecuárias incentivam os profissionais do setor a adotar abordagens mais sustentáveis.
Programas de capacitação e treinamento podem destacar técnicas agrícolas responsáveis, o uso eficiente dos recursos e a importância da conservação da biodiversidade.
Além disso, a conscientização pública sobre as questões ambientais relacionadas ao agronegócio estimula a demanda por produtos sustentáveis, impulsionando as empresas a se adaptarem a padrões mais altos de responsabilidade ambiental.
Essa abordagem holística, que envolve educação e sensibilização, contribui para a construção de um setor agrícola que respeita e preserva o meio ambiente.
Cooperação internacional e intercâmbio de conhecimento
A busca por soluções sustentáveis no agronegócio transcende fronteiras nacionais, exigindo uma cooperação internacional eficaz. O Brasil, como um dos principais atores globais no agronegócio, tem muito a contribuir e a aprender com outros países.
A troca de conhecimento, tecnologias e boas práticas entre nações pode impulsionar a inovação e acelerar a adoção de estratégias sustentáveis.
Parcerias internacionais podem fomentar pesquisas conjuntas, capacitação e investimentos em projetos que visam a conservação ambiental e o desenvolvimento do agronegócio.
A cooperação entre países cria um ambiente propício para abordar desafios compartilhados e desenvolver soluções coletivas, garantindo um futuro mais promissor para o agronegócio e o meio ambiente global.
Conclusão
A relação entre o agronegócio no Brasil e o meio ambiente é intrincada e essencial para o futuro sustentável do país.
A correia transportadora do direito ambiental guia o setor em direção a práticas mais conscientes e equilibradas, considerando tanto os aspectos econômicos quanto ambientais.
A implementação de medidas sustentáveis, a fiscalização rigorosa e o engajamento de todos os envolvidos são passos fundamentais para garantir um agronegócio responsável e que contribua para a preservação do meio ambiente.
A Secretaria de Agricultura de Caicó (RN), está com inscrições abertas para o 2º Ciclo do Projeto Agro Sertão que é uma iniciativa do Instituto Riachuelo que visa fortalecer a cadeia produtiva do algodão no Rio Grande do Norte, com ações que vão desde o campo, por meio do incentivo do cultivo agroecológico, até a indústria têxtil e o artesanato local.
A Embrapa Algodão é parceira do projeto, com a missão de capacitar agricultores e técnicos para a construção de um sistema de produção agroecológico no território do Seridó, RN.
Os interessados em participar devem procurar, no período de 24 a 28 de outubro, das 07h às 13h, a sede da Secretaria de Agricultura, localizada ao lado da Emater, na zona leste de Caicó.
O projeto ainda tem a realização da Embrapa Algodão, Sebrae e Prefeitura Municipal de Caicó
A existência de uma crise ambiental concatena com a vasta e incontrolável destruição da biodiversidade a nível mundial, a poluição desenfreada de solo, mares e rios se unem a ações que direcionam para reações avassaladoras como as observadas nas mudanças climáticas do globo.
A teoria da ecologia de doenças surge dessa visão de que as relações entre meio ambiente e seres humanos, são indissociáveis, e quando ocorre uma ruptura desse processo, abre-se margem para o surgimento de doenças emergentes. Precisamos evoluir e pensar como unidade, somos feitos de uma tríade entre saúde humana, saúde animal e saúde ambiental, ou seja, Saúde Única. E com toda certeza, o surgimento do novo coronavírus está relacionado com a quebra da homeostase dessa tríade, a quebra do viver em Saúde Única.
É preciso entender a importância do equilíbrio, ter um olhar mais crítico sob o pós- pandemia e os desafios, em especial do agronegócio e a produção de grãos no desafiador mercado internacional.
O mercado brasileiro retomará o seu crescimento no mercado agro rapidamente, reduzindo as consequências negativas do seu setor, ou seja, o uso de tecnologia no campo e um conjunto de informações adequadas podem ser grandes aliados. Conhecer os dados do mercado e estar bem assessorado farão a diferença na tomada de decisão dos produtores rurais.
O Brasil já tem recuperado o seu espaço no mercado internacional das exportações de produtos agrícolas, a China tinha diminuído as exportações durante o pico da crise da COVID-19, mas contratos já foram retomados com todos os países asiáticos, refletindo um bom desempenho na exportação brasileira. A produção das commodities brasileiras foi pouco afetada a curto prazo, a soja já foi colhida, o milho no mesmo desempenho, tendo em vista a mecanização e uso de tecnologias nas lavouras. O desempenho se deve aos investimentos na produção e na exportação, o que melhora a performance do Brasil como um grande exportador de grãos e carne de alta qualidade, e leva os compradores a formarem um processo de acreditação junto aos produtores rurais brasileiros.
O que deverá ser analisado daqui para frente é a diminuição da renda da população com o poder de compra e consumo e o dólar alto, o que para a safra 2021, poderá dar um desconforto na compra de defensivos agrícolas, bem como, a renovação da frota mecanizada nas lavouras. A mudança no consumo a longo prazo terá como consequência a baixa dos preços para alguns produtos, em especial para o abastecimento do mercado interno, o que não poderá afetar as exportações no mercado externo.
Por fim, devemos acreditar no agro forte, ou seja, o que tem segurado a economia em diferentes crises e, em especial da força do produtor rural no enfrentamento ano a ano de questões climáticas, econômicas e de saúde.
Autor: Rodrigo Berté é diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.
O contexto que estamos passando é diferente para todos. Independente da área de atuação, tamanho do negócio, tempo de mercado, todas as empresas sofreram algum impacto com a pandemia. Em um momento como o atual, o dilema enfrentado por empresários é: devo focar em sobreviver no presente (execução) ou em planejar o futuro (estratégia)? Afinal, uma certeza é que o tempo é um recurso limitado e cada escolha, representa uma renúncia.
Contudo, gostaria de trazer uma visão diferente sobre o momento atual para a gestão de negócios. Estamos, sim, vivendo grandes transformações e uma situação difícil para diversas pessoas. A pandemia possui um grande impacto social e deve ser levado à sério por todas as consequências que já ocorreram e que ainda virão. Do ponto de vista de negócios, porém, transformação é a rotina. Quando os consumidores não estão alterando hábitos de compra porque estão passando mais tempo em casa, um concorrente está lançando um novo produto que ameaça seu principal mercado. Ou, um colaborador essencial para um processo pede demissão. Ou, a equipe está desmotivada. Enfim, na rotina de gerenciamento de um negócio, sempre teremos uma razão válida para criar um dilema: devo focar em sobreviver no presente ou em planejar o futuro?
O lado difícil da resposta a esta pergunta é que, para um negócio de sucesso, não há espaço para encarar o presente e o futuro como coisas separadas. As ações tomadas agora moldam o futuro da organização. E, certamente, a visão de futuro construída para a empresa determina as ações que devem ser tomadas no presente. Não há, portanto, uma distinção clara entre execução e estratégia. São conceitos que, apesar de tentarmos separar em disciplinas, são altamente interdependentes entre si. O desafio é conseguir estar preparado para as adaptações necessárias.
Para ilustrar, vamos considerar o setor de ovos de galinha. Este setor apresentou, novamente, crescimento na produção no primeiro trimestre. Comparado ao primeiro trimestre de 2019, a produção trimestral cresceu 3,4% em 2020, com 961 milhões de dúzias. Entre 2019 e 2018, também foi observado aumento, de 7,9%.
(Clique no gráfico para download em alta resolução)
Para o segundo trimestre de 2020, recentes conversas com produtores de ovos de galinha apontam para crescimento da produção pelo aumento da demanda no mercado interno.
Dois anos consecutivos de crescimento de mercado geram oportunidades para as empresas. É um ambiente para consolidação de clientes atuais, ganhar novos clientes, reduzir custos com escala, decidir sobre projetos de expansão. Empresas com execução mais eficientes largam na frente. O crescimento de produção e da força de venda é menos turbulento, com processos, indicadores e metas bem definidos. A questão que fica, porém, é quais oportunidades devo investir? Novamente, execução e estratégia se misturam. Quais os processos críticos para o meu negócio? Melhor crescer vendas em clientes atuais ou explorar novos mercados? Qual o posicionamento a ser adotado nos novos mercados? Não possuir as repostas de perguntas estratégicas, então, se torna um gargalo para as decisões do presente e o elo entre execução e estratégia fica mais evidente e essencial.
Ter uma visão abrangente do setor de atuação, entender as mudanças do ambiente de negócios, definir os investimentos com maior retorno, monitorar a operação, lidar com clientes e realizar tarefas diárias essenciais para o gerenciamento do negócio ocupam mais tempo que o disponível. Uma alternativa para auxiliar na visão do elo entre execução e estratégia é a contratação de consultoria de planejamento.
Estamos em um momento agudo do momento atual e grande incerteza sobre sua evolução. Porém, quando tudo isso passar, será possível identificar as empresas mais resilientes e preparadas para mudanças. Essas empresas terão conciliado execução e estratégia com disciplina.
Podemos não conhecer as repostas com relação ao futuro, contudo é fundamental compreender agora as perguntas a serem feitas.
Não há como fazer omelete sem quebrar ovos.
Robinson Cannaval é diretor e sócio-fundador da Innovatech Consultoria. Antes de fundar a Innovatech, atuou em cargos executivos em empresas multinacionais e acumulou funções nas áreas de estratégia e planejamento, M&A, operações, marketing, vendas, desenvolvimento de produto.
Sheila Shimada, Shimada Advocacia e Consultoria Divulgação
Incentivos criados pelo Governo devem estimular o setor após a pandemia. Advogada Sheila Shimada analisa os destaques da inovação legislativa
A lei que visa facilitar a abertura de crédito e investimentos estrangeiros aos produtores rurais no Brasil, principalmente em razão da pandemia causada pela COVID-19 apresenta novidades. Em 07/04/2020, a Medida Provisória n° 897/19 (MP do Agro) foi convertida na Lei nº 13.986/20. Para a advogada Sheila Shimada, da Shimada Advocacia e Consultoria, além de regulamentar vários aspectos no setor de Agronegócios, a lei em análise traz aumento relevante da segurança jurídica para investidores nacionais e estrangeiros.
“Ao normatizar situações que muitas vezes eram discutidas judicialmente, diminui-se o risco das operações, o que projeta um aquecimento considerável para este mercado nos próximos anos”, esclarece a Dra. Shimada. Segundo a especialista, ao analisar a proposta, o presidente Jair Bolsonaro vetou cinco artigos do texto original, dos quais se destacam os artigos 55, 56, 57, 59 e 60 que dispõem sobre concessões de abatimentos, descontos, renúncias e alterações de prazos para renegociações de dívidas.
A Lei do Agronegócio apresenta inovações legislativas em diversas áreas do agronegócio, tratando de temas que abordam desde o financiamento até o crédito rural. Veja, a seguir, alguns dos principais pontos destacados por Shimada:
Existência da figura do Patrimônio Rural em Afetação. Uma novidade que antes era permitida somente para imóveis urbanos e agora será viabilizada para imóveis rurais que é a viabilidade de submissão ao regime de afetação, que será o lastro das garantias para emissão de Cédula de Produto Rural (CPR), ou em operações financeiras por ele contratadas, via emissão de Cédula Imobiliária Rural (CIR). Os bens afetados (ex.: terrenos, acessões e benfeitorias) não poderão ser penhorados por credores diversos, salvo em caso de dívidas trabalhistas, fiscais ou previdenciárias.
Criação da Cédula Imobiliária Rural (CIR). Trata-se de título de crédito nominativo, que pode ser transferido e negociado livremente e representam: i) promessa de pagamento em dinheiro decorrente de operação de crédito e (ii) obrigação de entrega ao credor de bem imóvel rural (ou fração dele) vinculado ao patrimônio rural em afetação, e que seja garantia da operação de crédito anteriormente mencionada. Por estar atrelada ao patrimônio rural em afetação, a CIR será garantida total ou parcialmente por ele. O objetivo claro da CIR é permitir o acesso aos mercados regulamentados de valores mobiliários, ampliando as operações de financiamento e crédito.
Ampliação da forma de emissão das Cédula de Produto Rural (CPR). O artigo 2° da Lei nº 8.929/94, ampliou o roll de pessoas que podem emitir a CPR, sendo que agora o produtor rural (seja ele pessoa natural ou jurídica), as cooperativas e associações de produtores rurais também poderão emitir a CPR.
Cédula de Produto Rural (CPR) em moeda estrangeira. O artigo 3° da lei também permitiu a emissão de CPR sob forma cartular ou escritural e de título em moeda estrangeira, o que estimula a entrada de novos investidores no país.
Constituição e excussão de garantias reais (novidade para estrangeiros). Permissão para estrangeiros constituírem garantia real (inclusive alienação fiduciária) tendo por objeto imóvel rural. O estrangeiro poderá ainda receber, em liquidação de transações, imóvel rural por meio de realização de garantia real, de dação em pagamento ou de qualquer outra forma.
Criação de um Fundo Garantidor Solidário (FGS). Por meio do FGS, operações de crédito realizadas por produtores rurais e financiamentos para implantação e operação de infraestruturas de conectividade rural são garantidas por recursos integralizados pelos participantes. esses recursos, não importando a natureza da dívida ou da obrigação, não responderão por outras dívidas, presentes ou futuras, contraídas pelos seus participantes. O objetivo é facilitar a concessão de garantia aos credores e, em consequência, ampliar os empréstimos aos produtores rurais.
O Governo Federal decidiu implementar a referida lei com o objetivo de fomentar o setor do agronegócio pois, segundo o Poder executivo, há um entendimento que o mesmo pode ser muito estratégico para a economia brasileira, principalmente neste período de pandemia, considerando que o Brasil é um país com tendências de mercado agrário.
A expectativa é que ocorra um desenvolvimento no cenário rural, bem como haja uma atração de investimentos estrangeiros de natureza privada e o setor seja modernizado. “É um grande passo para o setor que, se souber modernizar e digitalizar os meios de produção, poderá impactar a economia de forma muito positiva, andando na contramão da recessão”, observa a Dra. Sheila Shimada.
Para se adequar à nova lei, tanto para receber investimento de capital estrangeiro como para se enquadrar no perfil de requisitos para aquisição dos benefícios do governo, o setor de agronegócios deverá investir em compliance, normas jurídicas e aspectos contábeis.
Sobre a Shimada Advocacia e Consultoria
SHIMADA ADVOCACIA E CONSULTORIA é um escritório de advocacia exclusivo e inovador, especialista em direito empresarial, com foco no direito societário. Com tecnologia e ferramentas jurídicas, contribuem para o crescimento sustentável de empresas, estruturaram a gestão de negócios, apoiam operações de fusões e aquisições de forma audaciosa e eficaz e oferecem uma estrutura tecnológica e humana diferenciada com grupos setoriais e desks internacionais formados por advogados considerados experts pelo mercado e pelas principais publicações nacionais e internacionais.
O Brasil é o hoje o maior exportador mundial de carne e ocupa posição destacada na produção de grãos
Após dois anos de queda no valor total das exportações, o ano de 2017 se mostrou o ano da recuperação para o agronegócio brasileiro. O saldo positivo da balança comercial nos últimos anos mostra claramente a recuperação da economia brasileira. Em 2014, o montante exportado foi acima de 225 bilhões de dólares, caindo para 191 e 185 bilhões de dólares nos anos de 2015 e 2016, consecutivamente. Essa queda ocorreu em anos em que houve uma das maiores taxas de câmbio, com o dólar atingindo patamares de R$ 4.
De acordo com José Fabiano da Silva, membro do Comitê Macroeconômico do ISAE – Escola de Negócios, no ano passado, o país exportou um total de 217,74 bilhões de dólares, com o empresariado retomando a produção visto a melhora nos níveis de confiança tanto industrial como do consumidor. “No que tange ao comportamento do agronegócio, observamos o aumento do percentual da participação brasileira nas exportações, mostrando a força do setor e a importância na integridade das contas nacionais”, explica.
Nos anos de 2015 e 2016, houve quebras nas safras de milho e de soja, dois dos maiores contribuidores para o saldo positivo. Para silva, essa quebra de safra reduz a oferta total do produto e, consequentemente, seu saldo exportável. “No ano de 2017 tivemos recorde de produção tanto para a soja quanto para o milho, e marcamos também novos recordes de exportação para os dois produtos, fato esse que também impulsionou a balança comercial, principalmente frente à China”, comenta.
A estratificação das exportações do agronegócio pode ser dividida em dois segmentos: produtos de origem animal e de origem vegetal. “É possível observar que dois elos da cadeia do agronegócio que se relacionam diretamente e de forma dependente contemplam praticamente 50% de todas as exportações do agronegócio: a cadeia produtiva de grãos e de carnes. Não menos importantes, os demais setores do agronegócio contribuem significativamente para a balança comercial, porém foi por meio dos grãos e da produção de carne que houve a maior expansão do agronegócio brasileiro nos últimos 10 anos”, expõe José.
Hoje, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carnes. E no quesito produção de grãos, o país ocupa posição destacada com milho e soja, 10% e 30% da produção global respectivamente, ocupando a segunda posição, abaixo dos EUA e a frente da Argentina. “Assim como os Estados Unidos, o Brasil tem o ciclo virtuoso do agronegócio com autossuficiência na produção da matéria prima para produção de carnes, ocupando orgulhosamente a posição de segundo maior exportador de grãos e maior exportador global de carne”, completa o especialista.