Agência da ONU se contradiz em relação a roubo de suprimentos pelo Hamas
Postagens da UNRWA diziam que os governantes de Gaza roubaram suprimentos humanitários, mas as publicações foram apagadas. Autoridades israelenses enfatizam que o incidente aconteceu de fato |
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A UNRWA, organização das Nações Unidas que trabalha com refugiados palestinos e seus descendentes, afirmou que as autoridades do Hamas na Faixa de Gaza roubaram combustível e suprimentos médicos destinados aos refugiados de suas instalações na Cidade de Gaza. Porém, pouco depois de postar a reclamação no X (antigo Twitter), a UNRWA excluiu as postagens e, posteriormente, afirmou que nada havia sido saqueado. Em sua declaração original, a agência disse que pessoas que alegavam pertencer ao Ministério da Saúde administrado pelo Hamas carregaram os suprimentos em caminhões, e acrescentou que qualquer uso não humanitário do combustível é “fortemente condenado”. Ainda segundo a organização, os seus responsáveis foram “obrigados a evacuar” a sede da UNRWA na Cidade de Gaza na sexta-feira e desde então “não tiveram acesso ao complexo nem detalhes adicionais sobre a remoção de bens”. A UNRWA acrescentou que as câmeras que monitoram a instalação pararam de funcionar após serem danificadas por “explosões do conflito dos dias anteriores”. |
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Print mostra antigos tweets publicados pela UNRWA, denunciando o roubo de suprimentos. (Barak Ravid via X) Depois que a UNRWA excluiu as postagens no X, fontes da ONU e autoridades israelenses confirmaram ao site israelense de notícias Walla que o incidente ocorreu de fato. No entanto, a UNRWA posteriormente enviou novos tweets alegando o contrário, dizendo que “as imagens que circularam nas redes sociais eram de uma movimentação de suprimentos médicos básicos do armazém da UNRWA para parceiros de saúde”, sem detalhar quem seriam esses parceiros. A ligação militar de Israel com os palestinos, conhecida pelas suas iniciais COGAT, disse que o Hamas roubou 24 mil litros de combustível e suprimentos médicos da UNRWA. O Ministério das Relações Exteriores zombou da UNRWA por excluir as postagens em sua conta oficial no X, com um post dizendo: “O Hamas também invadiu sua conta no Twitter? Ou você está apenas com medo de decepcionar seus amigos terroristas?”. |
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A UNWRA tem um comprovado histórico de incitação ao ódio contra Israel e o povo judeu, além do enaltecimento do terrorismo. Anteriormente, um túnel feito artificialmente foi encontrado sob a estrutura de uma das escolas gerenciadas pela agência. Redes de túneis como este são usadas pelo Hamas para a movimentação de seus agentes ou para armazenar armas, incluindo foguetes e lançadores, sendo estrategicamente posicionados em locais frequentados por civis. Além disso, a UNWatch, organização independente de defesa aos direitos humanos com base em Genebra, expôs que mais de 100 educadores e servidores que trabalham para essa agência incitavam publicamente a violência contra israelenses e o preconceito contra judeus nas redes sociais, de acordo com um relatório da organização de agosto de 2021. Além disso, em outra ocasião, seis professores ligados à UNWRA foram afastados depois que outro relatório expôs que esses funcionários incitaram o antissemitismo e o terrorismo, convocando muçulmanos a “lutar contra os judeus e matá-los” ou glorificando ataques do Hamas contra civis israelenses, por exemplo. A agência também foi acusada de usar livros didáticos antissemitas. Em relatório publicado em 2023 pelo Instituto de Monitoramento da Paz e Tolerância Cultural na Educação Escolar (IMPACT-se) em parceria com a ONG UN Watch, 133 educadores e funcionários da UNRWA foram denunciados no documento por terem incitado ódio e violência nas mídias sociais, bem como 82 professores e outros funcionários afiliados a 30 escolas administradas pela organização que estavam envolvidos em “redigir, supervisionar, aprovar, imprimir e distribuir conteúdo de ódio para os alunos”. Para André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil, “é inadmissível que uma organização de ajuda humanitária como a UNRWA não só esteja propagando discursos de ódio antissemitas e antissionistas, como temos visto há anos, mas também sendo conivente com as ações do Hamas de forma prática, inclusive em momentos críticos como a guerra que estamos vivendo, em que milhares de pessoas inocentes são afetadas. Com os posts apagados neste caso, denunciando o roubo por parte do Hamas, fica claro que no mínimo a organização pode estar sendo influenciada pelo grupo terrorista, e isso só reforça que o Hamas não representa a população palestina”. “Israel fará de tudo para proteger seus cidadãos e para evitar danos às pessoas não envolvidas, mas as organizações terroristas operam conscientemente usando a população civil, cometendo um duplo crime de guerra: disparando indiscriminadamente contra civis israelenses, e usando os residentes civis da Faixa de Gaza como escudos humanos”, conclui o especialista. “Com essa influência e/ou conivência com o grupo terrorista em Gaza, bem como o ensino sistemático de ideias antissemitas e glorificação da violência para com o povo israelense, infelizmente é muito difícil imaginarmos uma paz duradoura”. |