No Dia Internacional da Mulher cabe refletir sobre a relação do esporte e o sexo que nada tem de frágil
No futebol o apoio virou regra, os times são agora obrigados a ter modalidade feminina e no MMA as portas svão gradativamente se abrindo; um espaço conquistado com muita luta e que promete avançar ainda mais com planejamento e estímulo
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, está chegando. A data é importante para enfatizar que a luta por igualdade e respeito no Brasil está longe de terminar, mas também serve para comemorar algumas das conquistas no espoerte. Uma delas é a regra de 2017 que obriga os clubes de futebol a terem a modalidade feminina se quiserem participar na Libertadores, quem não apoia está automaticamente fora da competição. Outra atividade predominantemente masculina e que a mulhjer ganha cada vez mais espaço é o MMA. Mas há muito caminho ainda a ser percorrido, por exemplo, a falta de patrocínio em se tratando de combates.
Então, o momento agora é de conhecermos a nossa atuação, saber o que mudou no decorrer dos anos e como a performance pode melhorar. Mesmo porque, se as diferenças fisiológicas existem, com peculiaridades próprias do sexo feminino a serem observadas para evitar certos males, ao contrário de limitar podem proporcionar inúmeros resultados. Resumindo, a mulher é capaz de tudo, basta querer, ser bem orientada e receber estímulo para atingir os seus objetivos.
Crescimento na participação
O papel das mulheres nos eportes de alto rendimento cresceu muito desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. Só para se ter uma ideia da evolução, apenas nos Jogos Olímpicos de 1932 competiu a primeira mulher brasileira, a nadadora Maria Lenk. Já nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, eram 209 delas que representaram o País. Mostrando que é possíveçl superar os preconceitos e os temores de uma profissão efêmera e fazer história;
Apoio ao futebol feminino virou regra
Diante de tanta desigualdade em competições, recentes mudanças nas regras de gestão para os clubes brasileiros de futebol prometem alavancar a participação da mulher nesse esporte. O programa de licenciamento implantado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Conmebol e FIFA no ano passado determina que, dentre outras medidas, a partir de 2019, o time sem modalidade feminina ficará fora da Copa Libertadores da América.
A expectativa é de que o apoio traga inúmeros benefícios. “As alterações no regulamento vão permitir que a mulher passe a contar com um trabalho de medicina esportiva individualizado e estratégico, específico para atender as suas necessidades e pensando no antes, durante e depois dos jogos. O planejamento sem dúvida irá contribuir para a melhora do desempenho do atleta”, analisa Dra. Karina Hatano, médica do exercício e do esporte.
Invadindo o octógono
Além do futebol, outro esporte ainda predominantemente masculino mas que começa a contar com a presença cada vez mais marcante das mulheres é o MMA, sigla em inglês para Mixed Martial Arts ou, em uma livre tradução, Artes Marciais Misturadas. De pouco tempo para cá, ganham mais e mais visibilidade e melhora no tratamento das organizações, mas ainda vivem com menos patrocinadores voltados aos combates, Mesmo assim, elas não desistem e mostram que podem ter algumas vantagens. “Possímos força, agilidade, explosão, coordenação física completa e resistência para o esporte, bem como grande poder em pensar a estratégia de luta”, explica Karina. Ou seja, somos capazesde tudo, basta investimento, planejamento e orientação para atingirmos a nossa meta.
Diferenças fisiológicas
A doutora Karina explica que, seja no futebol, MMA ou em qualquer outro esporte, é fundamental conhecer a mulher, suas particularidades, saber sobre tensão pré-menstrual, ajustar os exercícios para as características físicas e apresentar treinamento adequado, incluindo o nutricional.
“São menos glóbulos vermelhos (que transportam o oxigênio), menos massa muscular e coração e pulmões menores, em comparação ao homem. Mas é fundamental não subestimar a performance feminina em virtude dessas e outras peculiaridades, que podem nos proporcionar melhores resultados”, reforça. Na ginástica artística e patinação, em razão do tamanho, da leveza e flexibilidade, temos maior movimento coordenado, enquanto que na natação há melhor flutuabilidade. “Por tudo isso, é imprescindível adequar a carta, dar atenção não especial mas necessária, com atividades planejadas, não menosprezar e ao mesmpo tempo saber valorizar as diferenças”, pontua a médica.
Afastando a temida Tríade da Mulher Atleta
Uma das questões a se observar na mulher é a temida TMA. As atletas profissionais ou amadoras que praticam exercícios fíciso vigorosos em excesso correm o risco de desenvolver a Tríade da Mulher Atleta, caracterizada pelo desequilíbrio de energia consumida e gasto no dia a dia e a mudança do ciclo menstrual e da densidade óssea. “Isso pode acontecer devido à diminuição da taxa de gordura corporal. Se existe pouca energia no organismo por mecanismos fisiológicos hormanais, ela começará a aparesentar irregularidades menstruais e ter a densidade do osso alterada, podendo levar às oteopatias e fraturas ainda na idade jovem”, alerta a médica que também é especialista no assunto.
Primeira mulher transexual
Ainda que lentamente, o esporte vai vencendo barreiras até bem pouco tempo inimagináveis. A ponteira Tifanny Abreu, que defende o time Vôlei Bauru, tornou-se a primeira mulher transexual a disputar a Superliga Feminina. Um pioneirismo que, se infelizmente arrancou manifestações de preconceito e mensagens discriminatórias nas redes sociais, de outro lado também ajudou a derrubar obstáculos e a suscitar o debate científico sobre as regras das provas. Afinal, o controle do nível de testosterona é o suficiente para colocá-la em pé de igualdade, ao menos no aspecto físico, em relação a outras atletas cisgênero? Um caso emblemático que ainda requer alguns estudpos e renderá diversas discussões.