Por Ricardo Haag
O mercado foi feito para gerar resultados. Nem sempre, mirando diretamente o lucro, mas também em oportunidades de melhorias que reduzam custos, elevem a produtividade, e muitos outros. Nesse cenário, é comum olharmos para as tendências que estão remodelando o setor e apontando investimentos capazes de elevar esse desempenho em todos os departamentos – o que deve incluir, certamente, o RH.
Considerando sua importância para uma melhor gestão de pessoas, produtividade dos times e demais aspectos gerenciais das equipes, a chegada de 2025 já aponta movimentos interessantes que, se forem incorporados por essa área, podem trazer conquistas realmente promissoras.
Em uma breve retrospectiva, 2024 foi um ano financeiramente ambicioso por muitos negócios, que pautados pela eficiência operacional, partiram da premissa de que a melhora econômica era o que daria sequência à sua sobrevivência no ramo. Isso impulsionou, dentro do RH, a busca por talentos que conseguissem dinamizar os processos internos e reduzir custos a favor desse cenário.
Apesar desta demanda nítida, a realidade que temos no mercado vem preocupando muitos. Segundo dados divulgados em uma pesquisa anual do Boston Consulting Group (BGC), a escassez de talentos qualificados é considerada o principal desafio dos líderes de recursos humano, com 71% que estão preocupados e enfrentando, de perto, essa dificuldade.
Isso faz com que, em 2025, a grande tendência para o RH esteja diretamente ligada ao perfil profissional que precisará integrar o ambiente corporativo muito mais consciente e, ao invés de focar, exclusivamente, no aumento dos lucros, trazer uma visão holística do mercado e da empresa como um todo, compreendendo quais são seus desafios, oportunidades e como contribuir com sua performance para atingir as metas estipuladas.
É claro que cada setor e empresa terá suas especificidades, mas, de forma geral, aqueles que terão uma maior empregabilidade serão os que tiverem maior polivalência em suas rotinas, conciliando a meta indiscutível de elevar os lucros corporativos, junto às demais estratégias de redução de custos, de tempo, e métodos que melhores o desempenho e produtividade individual e de todos ao seu redor. O que veremos, na prática, é a famosa frase: “quem sabe, faz ao vivo”.
A importância deste perfil pode ser claramente compreendida se analisarmos os fatores externos que impactaram, severamente, o cenário mercadológico global e que pegaram todos de surpresa. Um dos exemplos mais fortes foi a pandemia, onde, das mais de 10 milhões de empresas que foram abertas ao longo deste período, conforme um levantamento da plataforma Neoway, 65% encerraram suas atividades.
Com as enchentes recentes que acometeram o RS, o desastre também foi inevitável. Em dados divulgados pela LifesHub, uma startup de inteligência artificial e ciência de dados, cerca de 194,5 mil empresas foram afetadas. Ambos os casos foram acontecimentos inerentes ao ser humano e que, ao final, ressaltaram a importância de times preparados para reverter tais impactos e reconstruir as marcas.
O mercado sempre irá lidar com variáveis que, nem sempre, conseguirão evitar, o que obriga dos profissionais a capacidade flexível de leitura destes cenários em prol da melhor adaptação possível, reduzindo, ao máximo, os impactos que possam colocar em risco a perpetuidade do negócio. Os que foram mais rígidos quanto a isso, muito provavelmente, não conseguirão capacitar a marca para prosperar e se destacar, se perdendo ao longo deste caminho.
O ano de 2025 será o de um mar aberto, onde os melhores tripulantes serão os que souberem navegar diante de tantos mistérios do fundo do oceano capazes de derrubar a embarcação. A sobrevivência e destaque corporativos estarão diretamente relacionados a essa visão e planejamento, nos quais o RH terá um papel fundamental para comandar os times e calibrar as rotas precisas.
Ricardo Haag é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Sobre a Wide:
Com mais de 60 anos somados de recrutamento especializado, o propósito da Wide, empresa de recrutamento e seleção de alta gerência, é construir legados, seja o das empresas contratantes, o dos candidatos e o seu próprio.