“A queda de 0,64% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) no terceiro trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, anunciada nesta sexta-feira (17/11), demonstra ser necessário agilizar e/ou ajustar medidas fundamentais para dar sustentabilidade ao crescimento do PIB”. Observação é de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).
Dentre as providências, ele cita a reforma tributária, que é positiva e modernizadora, mas é necessário que as alíquotas do imposto único fiquem abaixo da projeção atual de 25% até 27,57%. “É muito. Por isso, é necessário reduzir as exceções incluídas na PEC 45, de modo que todos paguem menos”, pondera, acrescentando: “Também é preciso concluir a reforma administrativa, pois um Estado mais enxuto, eficiente e produtivo contribui bastante para o fomento econômico”.
Outro fator considerado importante por Cervone é o compromisso do governo com o déficit zero em 2024, reafirmado ontem (16/11) pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após reunião, no Palácio do Planalto, com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado federal Danilo Forte (União-CE). “As recentes oscilações do discurso referente à meta geraram insegurança. Por mais que seja difícil cumpri-la integralmente, a disposição política de alcançá-la é uma sinalização positiva para o mercado quanto à responsabilidade fiscal”, salienta.
O presidente do CIESP diz esperar, ainda, a sanção presidencial da prorrogação até 2027 da desoneração da folha de pagamentos, aprovada pelo Congresso Nacional. A medida é muito importante para os 17 setores abrangidos, os maiores empregadores do País, e seus trabalhadores. “As empresas precisam de previsibilidade para fechar seu planejamento para o novo ano, inclusive quanto às contratações, que ficarão mais difíceis caso se agravem os custos trabalhistas”.
Cervone acentua que o resultado do IBC-BR dos últimos 12 meses, até agosto, de 2,5%, ainda positivo, não dispensa a adoção das medidas necessárias para o crescimento mais expressivo e sustentado da economia brasileira. “Um fator prioritário é o avanço do programa de neoindustrialização, pois o fortalecimento e a modernização do setor serão decisivos para a expansão do PIB nacional”, conclui.