Com a crise financeira agravada pela pandemia do novo coronavírus, brasileiros mostraram a sua veia empreendedora e superaram os problemas econômicos vividos no país
Você já percebeu que o número de empreendedores aumenta a cada dia no Brasil? Em 2021, a abertura de microempresas bateu recorde. No período entre janeiro e dezembro, quase 4 milhões de pessoas realizaram o cadastro MEI (Microempreendedor Individual) ou formalizaram pequenos negócios, conforme levantamento realizado pelo Sebrae.
A alta foi de 19,8%, se comparado com 2020, ano em que foram abertas 3,3, milhões de micro e pequenas empresas no país. Se o ano de 2018 for levado em consideração, o salto foi de expressivos 53,9%.
Isso é fruto da criatividade do povo brasileiro, que possui a veia empreendedora. Um ótimo exemplo é o caso do casal que faturou milhões com a venda de semijoias e decidiu apostar em uma ideia ousada: lançar franquia em contêiner.
1. Venda de semijoias em um container
Tudo começou em 2014, quando Eliene Kim e seu marido Rodrigo Campos resolveram empreender, um sonho antigo da bancária e do gerente comercial. Mais do que realizar um sonho, o casal buscava melhorar de vida, pois tinham um filho pequeno para criar.
Em meio a pesquisas, descobriram o potencial das semijoias e decidiram apostar no segmento. Eliene vendia no banco onde trabalhava. Enquanto isso, a mãe de Rodrigo oferecia semijoias aos vizinhos de seu condomínio.
A venda no modelo por maletas fez sucesso, o número de clientes não parava de crescer. Até que os consumidores começaram a pedir para revender as peças. Assim, o negócio se expandiu, Kim e Campos precisaram abrir um showroom. Depois disso, inauguram uma loja e, na sequência, franquearam a marca. Em 2021, a empresa fechou o ano com 24 franquias e um lucro de R$ 3,5 milhões.
O próximo passo será com franquias modulares, comercializando seus produtos dentro de contêineres. Além de ser mais barato, o modelo permite que o franqueado leve a loja para qualquer lugar.
2. Venda de prata em alta
Assim como o exemplo citado acima, a venda de jóias de prata também é uma excelente escolha quando o assunto é empreender. Os metais preciosos estão valorizados, incluindo a prata.
A qualidade e durabilidade dos acessórios feitos com prata é outra vantagem em relação às semijoias. Por exemplo, os produtos de prata 925 são joias de verdade, prata de lei, com no mínimo 80% de pureza em sua composição. Portanto, os brincos, colares, anéis, pulseiras e berloques possuem 92,5% de prata pura.
3. Irmãs levam a feira até a casa dos clientes
A área de atuação de Patrícia Arantes foi uma das mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Afinal, ela trabalhava com turismo, segmento totalmente inviabilizado por conta da disseminação do vírus.
Quando a agência em que trabalhava fechou, Patrícia resolveu criar um empreendimento ao lado de suas irmãs. A Feira em Casa das Meninas surgiu com o objetivo de levar a feira até a casa das pessoas. A ideia fez sucesso, pois feiras ao ar livre foram proibidas no início da pandemia.
Os combos de legumes, frutas e verduras frescas são pedidos através da plataforma Goomer e entregues no Espírito Santo, nas cidades de Vitória e Vila Velha.
4. Barbeiro em domicílio
Assim como Patrícia, Matheus Ernica também precisou se reinventar em meio à pandemia de Covid-19. Barbeiro de ofício, ele teve que parar de trabalhar com o decreto de fechamento de serviços não essenciais. Com isso, tomou a decisão de oferecer seus serviços à domicílio.
Matheus pegou sua cartela de clientes, com cerca de 150 nomes, e enviou mensagens para todos eles. Logo de cara recebeu uma série de chamados. O sucesso foi tanto que mesmo com a reabertura do salão onde trabalha, o barbeiro segue atendendo clientes em casa.
5. Enfrentado a crise com salada
Para enfrentar a crise que afetava a empresa de publicidade onde trabalhava, Acchile Biagioli resolveu abrir seu próprio negócio. O grande entrave para iniciar o empreendimento era a falta de dinheiro.
Porém, quem quer dá um jeito, e Acchile deu o pontapé inicial com apenas R$ 200, dinheiro emprestado pela sua noiva. Com o montante em mãos comprou legumes, verduras e potes para comercializar saladas.
As coisas deslancharam e, como resultado, seu chefe Leandro Telles decidiu integrar a sociedade. Além dele, um investidor injetou R$ 1,5 milhão. Pouco mais de um ano depois da primeira salada vendida, Acchile viu seu negócio se tornar uma franquia, com lojas físicas e food-trucks.
6. Dark kitchen em ônibus
Em virtude do avanço do novo coronavírus, bares e restaurantes de todo o Brasil foram obrigados a fechar por tempo indeterminado. A Busger, conhecida por vender lanches em ônibus, também precisou puxar o freio de mão.
O chamariz da franquia era suas lojas, mas a alteração do comportamento dos clientes, que preferem pedir comida por meio de aplicativos, desencadeou a mudança de foco da empresa. Desse modo, a Busger aproveitou um modelo que não para de crescer: as dark kitchens.
Esse tipo de cozinha prepara pedidos para serem entregues via delivery. O modelo não apenas é prático como também reduz custos para a empresa. No caso da Busger, uma loja custa mais de R$ 600 mil, enquanto a dark kitchen custa cerca de R$ 100 mil. O próximo passo é inaugurar lojas contêiner, de maneira idêntica ao casal que apostou em franquias móveis para vender semijoias.