Mesmo estando em casa, amantes de arquitetura podem planejar sua próxima viagem para conhecer novos pontos turísticos, que estão mais perto do que se pode imaginar
Jardim Botânico (Crédito: iStock)
A pandemia fez com que o mundo inteiro parasse dentro de casa, o que acabou afetando diretamente a nossa noção de cultura e nossa visão de mundo, e tenho certeza de que você está louco para sair de casa, não é mesmo?
Seja para curtir, ou até mesmo para aprender um pouco mais, existem passeios que são ideais para todos os gostos. Entretanto, existem alguns pontos turísticos que mais interessam um público específico do que outro, como é o foco desta matéria.
O Brasil, apesar de ser relativamente novo, possui pontos turísticos arquitetônicos simplesmente estonteantes, que agradam, tanto estudantes de arquitetura EAD ou presencial, quanto o grande público, que acaba realizando um delicioso passeio e, de quebra, acaba aprendendo mais, em muitos casos, sobre a própria história de seu país.
Por causa disso, separamos aqui alguns pontos turísticos a serem visitados após o período de pandemia, que garantem um agradável passeio e são também bastante didáticos.
Pelourinho (BA)
O Pelourinho é um retrato fiel do que é a Bahia. Com seus mais de 800 casarões coloridos, construídos nos séculos 17 e 18, é atualmente considerado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Graças às suas vielas, ladeiras e largos, que concentram uma variedade impressionante de passeios e pontos turísticos, vale uma visita – principalmente, às terças-feiras, quando ocorre a missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, às 18 horas, que sempre emociona quem participa.
Casa de Vidro Lina Bo Bardi (SP)
São Paulo é um lugar especial para os amantes de arquitetura, e a Casa de Vidro Lina Bo Bardi é o que mais chama a atenção pelo seu design ousado. Iniciado entre 1950 e 1951, o primeiro projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi fica no meio da antiga Fazenda de Chá Muller, no Morumbi.
Sua fachada de vidro lhe conferiu uma aparência de estar flutuando sobre os pilares. O local ainda conta com um jardim de 7.000 m², que foi planejado e plantado por Lina, e, com o passar dos anos, se transformou em uma floresta particular, onde se pode aproveitar trilhas decoradas com pedras e pedaços de cerâmica. Também é possível ver exposições relacionadas à vida da arquiteta, assim como exposições temporárias sobre arquitetura, design, urbanismo e cultura popular.
Jardim Botânico (PR)
Inaugurado em 1991, o Jardim Botânico de Curitiba tem uma grande influência dos jardins franceses e conta com uma estufa feita de metal e vidro, que possui em seu interior 50 espécies da Mata Atlântica, fora a belíssima fonte d’água.
A recepção é feita diretamente por um tapete de flores, mas o que chama mesmo a atenção é o Jardim das Sensações, com sua trilha de 200 metros de extensão. É possível percorrê-la com os olhos vendados e, com seus outros sentidos, conhecer cada planta e paisagem natural, o que acaba se mostrando uma experiência sensorial difícil de ser alcançada.
Museu do Amanhã (RJ)
Inspirado nas formas orgânicas das bromélias do Jardim Botânico, o Museu do Amanhã foi um presente do arquiteto espanhol Santiago Calatrava e possui um estilo contemporâneo inconfundível.
O museu ocupa uma área de 15 mil metros quadrados, rodeados de espelhos d’água, que lhe conferem uma aparência magnífica. E, dentro dele, há exposições interativas permanentes e algumas temporárias sobre avanços tecnológicos e o nosso futuro.
Conjunto Arquitetônico da Pampulha (MG)
Projetado pelo ícone da arquitetura brasileira Oscar Niemeyer, o conjunto da Pampulha ocupa uma área gigantesca e ainda é completamente espelhado em volta da Lagoa da Pampulha, incluindo a Casa de Baile, o Cassino, o Iate Clube e a famosa Igreja de São Francisco, que, apesar de pequena, possui um visual estonteante, com seu painel assinado por Portinari.
O local também é famoso pelo seu pôr do sol na Casa de Baile, cujo sol reflete no espelho d’água e ilumina a marquise, o que acaba conferindo um visual, no mínimo, inesquecível.
Brasília (DF)
Apesar de ser palco de muitos escândalos, Brasília ainda é um marco arquitetônico brasileiro inigualável. Inaugurada em 21 de abril de 1960 pelo presidente Juscelino Kubitschek, a capital do nosso país foi projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, e ficou marcada pelo seu plano urbanístico e um design completamente inovador.
Foi considerada como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, em 1987, principalmente por causa de pontos turísticos como a Catedral Metropolitana, com seus vitrais magníficos, o Palácio do Planalto e da Alvorada e o Congresso Nacional, além de contar com os jardins de Burle Marx, que dividem a cidade em Quadras, Asas e Eixos.
Mausoléu Castelo Branco (CE)
O local, que ainda abriga os restos mortais do ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, foi inaugurado em 1972, e, graças ao seu formato de prisma alongado, construído em concreto protendido, material que suporta um balanço de 30 metros, se tornou um dos grandes pontos turísticos de Fortaleza.
Seu estilo modernista tem a assinatura do arquiteto carioca Sérgio Bernardes, e o paisagista é Roberto Burle Marx. Seus quatro mil m² se dividem entre Palácio de Despachos, residência do governador, bloco administrativo, Capela e Mausoléu, que é lindo por dentro e por fora.
Centro Histórico (PE)
Os conjuntos arquitetônicos da capital pernambucana que formam o Centro Histórico possuem casarios holandeses, armazéns revitalizados do Porto, bares, restaurantes e centros culturais. E a Praça da República, onde se encontra o jardim do conde Maurício de Nassau, possui uma paisagem linda de se apreciar.
Em seu entorno, se encontra o Palácio do Campo das Princesas, com seu estilo neoclássico inconfundível, o Liceu de Artes e Ofícios e o Teatro Santa Isabel, com seu forte estilo francês. Vale lembrar também da Rua da Aurora, que fica em frente ao Rio Capibaribe e possui seus sobrados coloridos do século 19, que conferem ao lugar um aspecto idêntico a Veneza e Amsterdã.
Conjunto Arquitetônico de São Francisco (PB)
Concluído em 1770, o Conjunto Arquitetônico de São Francisco impressiona pelo seu acabamento estonteante de talhas de madeira recobertas de ouro, pelas suas cantarias em pedra e pelos seus delicados azulejos azuis e brancos. Dentro deste espaço, temos o Convento de Santo Antônio e a Igreja de São Francisco.
Atualmente, é considerado um dos mais importantes complexos barrocos do nosso país, e acaba atraindo estudiosos e turistas de todas as partes do mundo. O conjunto se tornou recentemente um centro cultural, com direito a oficinas e exposições, através de visitas guiadas.