No ano de 2005, na época ainda um jovem estudante de Pedagogia da UFRN – Ceres de Caicó e hoje professor e historiador caicoense, Ednaldo Luíz, recebeu o convite do professor universitário Adailson Tavares de Macêdo para fazer parte da coordenação de um projeto de Extensão chamado Espaço Fênix de Ressocialização na Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão, que tinha como objetivo criar um espaço na penitenciária, onde acontecesse a formação de alfabetizadores, a leitura de grandes clássicos da literatura brasileira e mundial, o resgate do trabalho manual e intelectual e a criação de uma cooperativa a ser gerida por ex-apenados e familiares. O projeto contava com a participação de 10 alunos, sendo 05 mulheres e 05 homens.
“A equipe seria formada por mim, minha colega pedagoga Francisca Gomes, que é agente penitenciária, e por outros agentes como Jaime e Nice”. Confesso que resisti um pouco ao ter receio aparente de adentrar num presídio. Mas fui encorajado e numa turma de Pedagogia com 40 alunos, só eu aceitei o desafio. Todavia, ao chegar lá desconstruí tudo o que eu pensava e desenvolvi um bom trabalho lá”, disse o professor Ednaldo Luíz ao Blog Anselmo Santana.
Na época, o diretor da Penitenciária Estadual do Seridó era o Major Moreira. Muitos presos se desenvolveram não só no hábito de ler, de produzir textos, mas também na produção de poesias, inclusive voz e violão”.
O Projeto Espaço Fênix de Ressocialização foi inicialmente, um Projeto de Extensão, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Campus de Caicó/RN, no período de 2004 a 2006, elaborado pelos Professores Adailson Tavares de Macedo (Coordenador) e Walter Barbosa Pinheiro Jr. e teve como colaboradores Francisca Gomes da Silva (agente penitenciária e Pedagoga), Jaime Nascimento Júnior (agente penitenciário), Ednaldo Luiz dos Santos (bolsista e pedagogo).
Com o afastamento do Professor Adailson Tavares de Macedo (coordenador) para realizar o doutorado em Educação na UFRN e a transferência do Professor Walter Barbosa Pinheiro Jr. para o Campus de Natal, o Projeto Espaço Fênix continuou suas atividades coordenado por Francisca Gomes e Jaime Nascimento . Atualmente, o Projeto Fênix conta com a participação de seis reeducandos, sendo dois bibliotecários e quatro multiplicadores que também auxiliam as professoras na sala de aula e participa (on-line) do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação no Sistema Prisional.
“No projeto participavam tanto presos quanto presas de bom comportamento e que realmente se interessasse pelo trabalho. Não havia nada imposto e nem forçado, mas uma vez dentro teria que cumprir as exigências e fazer as atividades. Em retribuição a isso os apenados tinham remissão de pena”, conta Ednaldo.
O professor Ednaldo Luíz desenvolvia atividades como Literatura de Cordel em sala de aula, poesias, letras de músicas, cantos, declamações poéticas, debates, questionários, sondagens de leituras, interpretação de textos, leitura de clássicos da literatura nacional e mundial e até momentos de cinemas para discussões. “A biblioteca hoje tem mais de 4 mil livros e atende uma boa clientela do presídio. No meu tempo, presos condenados adquiriam o hábito da leitura e viravam frequentadores assíduos da biblioteca. Eles achavam bom ler e depois discutir”. “E ai você veja só, eu Ednaldo Luíz, um poeta e um simples educando do curso de Pedagogia estava ali despertando o dom poético dos apenados, dando minha significativa parcela para o bem social. Eu me orgulhos muito de ter feito esse trabalho porque eu vi de perto que quem erra perante a sociedade deve ter o direito de oportunidade para mudar através da educação”. Hoje tem até sala de aula da EJA e os presos se utilizam da biblioteca para amparar seus estudos”, completou o Pedagogo.
Conheça mais a fundo o projeto clicando no link a seguir: PROJETO-FÊNIX-DO-PEREIRÃO