Especialista explica como as empresas devem se adequar para receber essas demandas

Jéssica, 26 anos, teve que se adaptar com a falta de rampas no seu primeiro emprego
Com a industrialização, na década de 1940, as mulheres começaram a ingressar no mercado de trabalho, ou seja, já não eram mais limitadas às tarefas domésticas ou serviços desvalorizados na época, como por exemplo, o artesanato. Segundo dados do Ministério do Trabalho, a presença feminina somava 40,8% no mercado formal em 2007. Já em 2016, esse número saltou para 44%.
A gerente de sucesso do Burh, Simone Mendes, sentiu essa mudança ao longo de mais de 20 anos de profissão na área de RH. “É comum vermos mulheres em ampla ascensão profissional, embora ainda existem empresas mais tradicionais, com cargos liderados somente por homens, a mulher vem ganhando seu espaço. Elas também se destacam no empreendedorismo, buscando novas fontes de renda e assim conseguindo o sustento e dignidade que merecem.
De acordo com dados do IBGE, quase 24% da população possuem algum tipo de deficiência, e apenas 1% estão empregadas, cerca de 400 mil pessoas. Segundo a Lei de Cotas, aprovada em 1991, a empresa que tem entre 100 e 200 funcionários deve garantir 2% das vagas a deficientes. Se a empresa tiver mais de 1001 funcionários contratados, esse número sobre para 5%.
Foi atrás dessa dignidade que Jéssica Elias Conceição, 26 anos, portadora de deficiência, quebrou barreiras do preconceito e está empregada. “Tive uma dificuldade grande de arrumar emprego, por conta das empresas não oferecerem oportunidades adequadas e também ficarem receosas com pessoas portadoras de deficiência. Consegui meu primeiro emprego somente aos 21 anos”.
A estudante de jornalismo conseguiu um estágio no laboratório de rádio da universidade em que estuda em Sorocaba (SP). “Foi uma experiência maravilhosa: fazia edição, gravava o radiojornal da universidade e me sentia muito respeitada pela equipe e pelo meu superior direto”, conta.
Apesar de todo apoio, Jéssica encontrou literalmente obstáculos em seu caminho. Sem rampas de acesso, a estudante se esforçava para subir escadas de muletas, já que sua deficiência afeta a medula e consequentemente, sua locomoção. Hoje ela atua numa agência de emprego, na área comercial. “Comecei como recepcionista e me sinto muito feliz e valorizada após a promoção”, comenta a estudante.
Segundo Simone, as empresas que anunciam vagas PCD precisam se adequar para atender às necessidades destes colaboradores , tais como: como piso tátil, no caso de vagas oferecidas a cegos, rampas de acesso para cadeirantes ou pessoas que falam libras, língua brasileira de sinais para contratar surdos.
Para a gerente de sucesso do Burh, essas adequações sejam elas estruturais ou comportamentais trazem bem-estar e elevam a autoestima de todos profissionais, e para a mulher guerreira é a busca de seu sustento e realização profissional.
De acordo com a plataforma gratuita de vagas de emprego, Burh, as mulheres são maioria em sua base de dados. A startup que está presente em mais de 200 cidades do Brasil tem atualmente mais de 260 mil usuárias cadastradas e a maioria (31%) tem entre 18 e 24 anos.
