Economista chefe da Daycoval Asset Management comenta pacote de medidas anunciado pelo ministro da Economia
“As medidas divulgadas ontem, dia 5, vão ao encontro do discurso de campanha do presidente Jair Bolsonaro de ‘mais Brasil e menos Brasília’ e também ao posicionamento do ministro da Economia Paulo Guedes de empoderar o parlamento. Em nossa percepção, tais medidas deverão ter impacto positivo na gestão das finanças públicas dos entes federativos ao longo do tempo. Entretanto, acreditamos que no curto prazo a questão chave é verificar se o Congresso está de acordo com a agenda e o cronograma da mesma. Nossa percepção é de que, na divisão divulgada, há certo protagonismo do Senado. Neste sentido, o Senado já deu sinais mais claros de que está alinhado com o Ministério da Economia no que tange tal agenda pós-previdência, mas, por outro lado, a Câmara tem enviado sinais dúbios. O consenso das duas casas obviamente acelerará o processo de aprovação. Outro ponto a se verificar é se com o andamento das medidas e o respectivo espaço fiscal poderá haver recomposição da capacidade de investimento do governo. Caso tal fato se confirme e o investimento público – que está nas mínimas históricas segundo o próprio Ministério da Economia – seja reforçado, há possibilidade de crescimento econômico mais vigoroso nos próximos anos”, comenta Rafael Cardoso, economista chefe da Daycoval Asset Management.