Carro próprio, metrô e caminhada estão na sequência
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A edição de 2019 da pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” mostra que o meio de transporte preferido dos paulistanos são os ônibus municipais, com 47% das respostas. Essa porcentagem corresponde ao número de pessoas que usa o modal de uma a cinco vezes por semana. Apesar da alta frequência de uso, as recentes mudanças nas regras do vale-transporte impactaram os cidadãos do município.
Em março de 2019, o prefeito Bruno Covas (PSDB) assinou decreto para modificar o número de viagens permitidas em um determinado período de tempo. Antes, os usuários poderiam embarcar em quatro ônibus em um período de duas horas. Depois da medida, esse número ficou restrito a dois embarques em até três horas. De acordo com a pesquisa, quatro em cada dez entrevistados foram afetados pelas mudanças.
Além disso, houve aumento no número de pessoas que deixaram de ir a consultas médicas por causa do preço da passagem, em relação ao ano de 2017 e 2018. Os modais mais utilizados depois dos ônibus, de acordo com o levantamento, são o carro próprio (20%), o metrô (12%) e a caminhada (6%). O transporte particular, via aplicativo, só aparece na quinta colocação, com 5%.
Quando o assunto são especificamente os apps de transporte, os paulistanos usam com maior frequência aqueles voltados para o pedido de táxi ou transporte particular. Dos que utilizam esse tipo de recurso, 60% fazem uso desses aplicativos na cidade, sendo que as regiões do centro e da zona oeste são as que possuem maior número de usuários.
Quem aproveita bem esse nicho de mercado são as empresas de aluguel de carros em SP. No site da Uber, por exemplo, há empresas parceiras para locação de veículos para motoristas da plataforma. Em seguida, estão os aplicativos voltados para a locomoção por meio de ônibus, com 27%. Eles informam itinerário, tempo de trajeto, entre outras informações.
Outro dado relevante do estudo foi a diminuição no tempo de deslocamento dos paulistanos. Em 2018, os cidadãos gastavam, em média, 2h43 no trânsito. Em 2019, esse número diminuiu para 2h25. Algumas medidas podem ter influência na redução. Em entrevista, a coordenadora da Rede Nossa São Paulo, Carolina Guimarães, disse que as novas estações de metrô nas zonas sul e oeste e o funcionamento do monotrilho na zona leste são alguns desses fatores.
Quanto maior a classe social, a renda e a escolaridade, mais chances de utilizar o carro como transporte todos os dias, quase todos os dias ou de vez em quando. A predisposição para deixar de utilizar o modal, no entanto, teve crescimento entre os cidadãos que utilizam com mais frequência o veículo particular: 50% deixariam com certeza e 28% provavelmente deixariam o carro de lado, caso houvesse uma boa alternativa de transporte público.
O Prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, promete entregar até o final do mandato, em 2020, 9,4 km de corredores de ônibus e 173 km de infraestrutura cicloviária.