Cuidados com os procedimentos e preparação dos ambientes são fundamentais para quem realiza o tratamento em casa
(Crédito: divulgação)
Linhas de expressão, estrias, cicatrizes e melasma. Aparelhos como o da marca alemã Dermaroller, que promete renovar as células da pele por meio de um tratamento com microagulhas, dizem que combatem esses tipos de marca no rosto — e tem feito sucesso entre celebridades, como a apresentadora Luciana Gimenez e a atriz estadunidense Tori Spelling. Segundo fisioterapeutas, a aumentar a produção de colágeno e elastina, o equipamento melhora a sustentação da pele. O melhor de tudo é que ele pode ser feito em casa.
Usuárias nas redes sociais já relataram que o Dermaroller também colabora no tratamentos de espinhas, de olheiras e de flacidez da pele, mas que o uso dele geralmente é dolorido. Há que use até para calvície — principalmente homens. Como procedimento médico, o microagulhamento geralmente utiliza um aparelho chamado de roller, que consiste em um rolo de polietileno cravejado de agulhas que variam em número, tamanho e formato.
Há também modelos caseiros desse aparelho, cujo processo é semelhante: ao criar orifícios na pele, ocorre um sangramento que sinaliza às plaquetas, iniciando uma produção de fatores de crescimento e, consequentemente, um estímulo para células como os fibroblastos formarem colágeno (proteína que dá sustentação à pele) e os queratinócitos produzirem a queratina, a proteína que forma cabelo, pele e unhas.
O método, que virou moda por causa de blogueiras sul-coreanas, no entanto, tem seus riscos quando feito em casa: para Sérgio Palma, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, são precisos mais estudos para comprovar que o procedimento funciona. “Eles poderiam consolidar o microagulhamento como uma opção terapêutica baseada em evidências para o tratamento de cicatrizes, rugas e outras condições de pele”, disse ao jornal Folha de S. Paulo.
“Nem toda mancha pode ser tratada como melasma. Sem saber, a pessoa pode fazer um microagulhamento sobre um câncer de pele”, completou ele, ainda alertando para os riscos que podem afetar pessoas com lúpus e herpes.
Segundo Palma, é extremamente importante que seja feita uma assepsia com o degermante adequado na pele ou no couro cabeludo em caso do procedimento ser realizado em casa.
Além disso, as agulhas são cortantes, estéreis, de vários calibres e dimensões e, portanto, devem ser escolhidas por um dermatologista e aplicadas com a técnica correta, com a pressão e direções adequadas. Há riscos de infecção bacteriana e fúngica, além da contaminação com bactérias de crescimento lento, resistentes a ácidos e álcool.
A fisioterapeuta Lorice Issa Miguel disse à Folha de S. Paulo que não é apenas a pele que precisa estar preparada, mas o ambiente também: “Estamos sempre com luvas, máscara e touca. Todos os instrumentos são esterilizados e os cremes e substâncias que aplicamos na pele têm agentes bactericidas”, afirmou. “O microagulhamento que dá resultado, que trata marcas severas de acne, por exemplo, é o mais profundo, de 1,5 mm a 2 mm. Menos que isso, no máximo, ele vai dar mais viço à pele”, finalizou.
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