Projeto faz parte de várias medidas em prol da transformação digital do governo
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O governo desenvolverá um aplicativo baseado em inteligência artificial para atender demandas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O objetivo é criar um chatbot capaz de atender cerca de 100 mil pedidos por dia. O processo pretende otimizar o atendimento ao cidadão. Com ele, será possível saber o que se deve fazer e como proceder em diversas situações. A data para entrar em operação ainda não foi divulgada.
De acordo com o governo, metade dos funcionários do INSS (13 mil pessoas) pode se aposentar a partir deste ano. A preocupação com o atendimento se intensifica com essa nova leva, já que hoje o atendimento já é precário. Com uma alta demanda, a situação tende a ficar ainda mais complicada. “Esse chatbot terá a missão de conhecer o cidadão, de permitir que ele tenha atendimento sem sair de casa ou largar o celular. A tecnologia tem esse poder transformador. Além desse, há outros 30 projetos com IA em andamento no governo em diversos órgãos”, disse o secretário de governo digital, Luiz Felipe Monteiro.
Atualmente, o Governo Federal tem 2.855 serviços ao cidadão. Desses, apenas três em cada 100 serviços são considerados 100% digitais e 845 possuem alguma parte eletrônica. A primeira ação só aconteceu em 2016, o que mostra o atraso do Brasil em relação a outros países, de acordo com Monteiro. A meta é ter 100 serviços digitais em um prazo de 24 meses. Para isso, o governo duplicou os investimentos nessa área.
Desde 2016, o governo tem trabalhado em diversas frentes para promover a transformação digital. Entre as iniciativas lançadas, estão a Política de Governança Digital, a Plataforma de Cidadania Digital e o comando para o compartilhamento das bases de dados e para a simplificação de serviços públicos. O resultado dessas medidas é uma diminuição de gastos. O custo para os cidadãos que necessitam de um serviço cai, em média, 90%, e para o governo, chega a ser 97%, caso o atendimento seja digital, e não nos balcões presenciais.
O desafio maior para além de criar serviços digitais é internalizar essa cultura no ambiente dos serviços públicos. Por este motivo, é necessário coordenar esforços para que os 10 milhões de servidores incorporem a transformação digital. Para ajudá-los nesse processo, o Governo Federal também disponibilizou, no portal de Cidadania Digital, um conjunto de ferramentas para os gestores públicos.
“Os servidores públicos são simplesmente essenciais para que se consiga acelerar a transformação digital no Brasil. Parte fundamental do processo é justamente entender, sob o ponto de vista do cidadão e da empresa, a jornada que se leva ao consumir um serviço público”, disse o secretário de governo digital, Luiz Felipe Monteiro, em entrevista ao MBC (Movimento Brasil Competitivo), no ano passado.
A prestação de serviços públicos é o momento em que os cidadãos percebem o valor do Estado. É papel do servidor público fazer com que a transformação digital faça com que o cidadão receba um serviço público que agregue valor na sua relação com o Estado brasileiro”, completou.
Censo de Serviços Públicos
Para auxiliar na transformação digital, o Governo Federal elaborou um censo dos serviços públicos. O projeto foi feito em parceria com a coordenação do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) e o apoio da Casa Civil da Presidência da República. Com a catalogação de todos os serviços públicos, fica mais fácil iniciar a transformação digital e fornecer um melhor atendimento aos cidadãos.
O total de serviços disponibilizados pelo governo está disponível no portal www.servicos.gov.br. Nele, além de encontrar informações sobre diversos trâmites burocráticos e mais de 1,6 mil serviços públicos por meio de categorias, o cidadão pode fazer uma busca para encontrar o que precisa. É possível, por exemplo, pesquisar como fazer passaporte, solicitar auxílio-doença e obter informações sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e sobre a carteira de trabalho.
“O censo é uma oportunidade inédita que teremos para, de um lado, conhecer de forma mais estruturada os serviços ofertados pelo governo federal e, de outro, nos apropriar das informações para priorizar ações de simplificação e digitalização que resultem em melhorias para os cidadãos”, disse, à época, a secretária-adjunta de Gestão do MP, Aline Soares.