“Também é missão do Poder Legislativo ações que busquem o bem estar comum através de ações para população. No Rio Grande do Norte, como em todo o Brasil, ainda predomina o desconhecimento e preconceitos sobre a doação de órgãos. Por isso, procuramos provocar uma reflexão sobre o tema”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza.
Mais da metade das famílias de potenciais doadores de órgãos no Rio Grande do Norte se recusa a liberar a doação. A quantidade está acima da média nacional, que já é alta. Enquanto que o índice nacional é de 43% de recusa familiar, no RN é de 52%.
Até o momento, o Rio Grande do Norte figura em 3º lugar no Nordeste e 8º no Brasil em registros de doações de órgãos. Já em relação aos transplantes, o estado aparece em 2º no Nordeste e 7º no Brasil em transplantes renais. No caso de córneas, 3º no Nordeste e 9º no país.
A Central de Transplantes do Estado trabalha para retomar os transplantes de fígado e coração. De acordo com a assistente social Mary Bruno, especialista no assunto e colaboradora da Central de Transplantes, atualmente só são realizadas cirurgias para pacientes com necessidade de rim e córneas.
“Existe uma demanda muito grande por esses órgãos, e hoje os pacientes precisam ser encaminhados para outros Estados. Os de fígado, por exemplo, são levados para o Ceará. Muitos pacientes são carentes, não sabem andar sequer em Natal, e ficam perdidos em cidades como Fortaleza”, explicou Mary.
Em relação a 2016, a Central registra crescimento no número de transplantes e doações. Em 2016 foram realizados 221 transplantes no RN, sendo 104 de córnea, 67 de rim e 50 de medula óssea.
Já em 2017, de janeiro a agosto, foram realizados 121 transplantes de córneas e 51 de rim no Rio Grande do Norte. No mesmo período, foram registradas 84 doações de córneas e 37 de múltiplos órgãos.
A campanha da Assembleia, veiculada em mídias tradicionais, digitais, móveis e fixas, como outdoors e back bus (ônibus), explica como pode ser feita a doação, quando é indicado e orienta a família com informações que ajudam a desmistificar o tema, como a mutilação e os custos para arcar com a doação, que não existem.