Folia e protesto para “carnavalizar as lutas e politizar a avenida”. É o que promete o bloco Cuscuz Alegado, que desfila em Natal neste sábado (06), a partir das 16 horas, saindo da Praça Ecológica de Ponta Negra. O bloco volta às ruas em seu 5º ano levando alegria e irreverência aos trabalhadores e jovens que estão indignados com a crise econômica e o ajuste fiscal aplicado pelos governos em todo o país.
O Cuscuz Alegado promete denunciar as medidas dos governos contra os trabalhadores e os cortes nos orçamentos da saúde, educação e cultura, por exemplo. A crítica ao aumento da passagem de ônibus em Natal e a denúncia do machismo também serão temas nesse carnaval. Os governos de Dilma, Robinson Faria, Carlos Eduardo e os corruptos do Congresso Nacional estarão na mira dos foliões do Cuscuz.
A animação e a batucada do bloco ficam por conta da Banda Marcial Nestor Folia, formada por alunos e ex-alunos da Escola Estadual Nestor Lima. Durante o desfile, também será distribuído cuscuz temperado aos foliões, uma das marcas registradas da brincadeira, que também vai contar com paródias políticas de marchinhas famosas.
Formado em 2012 por um grupo de professores indignados com o caos na educação pública, o Cuscuz Alegado acabou atraindo foliões de outras categorias ao longo de sua formação, justamente por resgatar o espírito popular e irreverente do carnaval. A professora e vereadora Amanda Gurgel (PSTU) é participante assídua da festa e estará novamente no bloco esse ano. “A gente se diverte no carnaval, mas também faz denúncia. No Cuscuz, o povo brinca e protesta, porque a vida não está fácil para os trabalhadores, e os governos ainda fazem questão de piorar, só para manter os privilégios de grandes empresas e bancos em meio à crise.”, diz Amanda.
Veja trechos de algumas paródias.
PARÓDIA DE “A JARDINEIRA”
Trabalhador por que estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
Foi o prefeito que aumentou passagem,
R$2,90 e o dindin não deu!
Êêê traiçoeiro
Nos enganou!
Nas eleições prometeu que mudaria
Mas, na realidade, foi tremenda covardia.
PARÓDIA DE “MAMÃE EU QUERO”
Ô Dilma, eu quero
Ô Dilma, eu quero
Ô Dilma, eu quero
Te falar!
Que essa crise
Que essa crise
Que essa crise não sou eu que vou pagar!